Cooperativas defendem incentivos à produção agrícola

  • ECO
  • 23 Março 2023

Rendimentos dos agricultores caiu 12% em 2022, reclama confederação que junta cooperativas e Crédito Agrícola de Portugal.

As cooperativas agrícolas exigem iniciativas para fomentar a produção. A confederação Confagri reclama medidas para enfrentar a subida dos custos em Portugal depois de o rendimento dos agricultores ter descido 12% em 2022, refere comunicado divulgado esta quinta-feira.

A entidade diz que “sempre defendeu a isenção do IVA para os bens alimentares para minimizar os impactos desta inflação” e também assume “como prioritário” fomentar a produção”. As declarações surgem depois de o primeiro-ministro ter admitido, pela primeira vez, a descida deste imposto, no debate parlamentar de quarta-feira.

“Propomos um reforço das medidas à produção porque, tal como aconteceu com a Reserva de Crise e com a Medida Excecional de Crise FEADER [Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural], tempos excecionais exigem medidas excecionais”, entende o presidente da Confagri, Idalino Leão.

Para a Confagri, “é urgente que os estrangulamentos operacionais verificados na aplicação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) sejam resolvidos urgentemente, de modo que os agricultores possam submeter, atempadamente, as suas candidaturas”.

A confederação defende ainda que os preços da eletricidade e do gasóleo “sejam equiparados” aos praticados em Espanha. “Caso contrário ficamos sempre em desvantagem”, lamentam.

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Endividamento da economia aumenta para 793,9 mil milhões em janeiro

  • ECO
  • 23 Março 2023

Endividamento do setor não financeiro aumentou 140 milhões de euros para 793,9 mil milhões janeiro por conta do setor público.

A dívida total do Estado, famílias e empresas aumentou 140 milhões de euros para 793,9 mil milhões em janeiro, depois de ter caído 1,6 mil milhões no mês anterior. Esta subida deveu-se essencialmente ao aumento do endividamento do setor público, à boleia dos Certificados de Aforro, revelam os dados do Banco de Portugal.

A dívida do setor público aumentou 800 milhões para 353,4 mil milhões no arranque do ano, sobretudo junto dos particulares, que aumentou 1,9 mil milhões, devido à corrida das famílias aos Certificados de Aforro. Já a dívida do setor público junto do exterior aumentou 1,4 mil milhões. Em contrapartida, o endividamento do setor público perante as administrações públicas diminuiu 2,3 mil milhões.

Endividamento da economia aumenta 100 milhões em janeiro

Fonte: Banco de Portugal

Relativamente ao endividamento do setor privado, reduziu-se em 700 milhões para 440,6 mil milhões no primeiro mês do ano.

Registou-se um decréscimo de 400 milhões no endividamento das empresas privadas para 289,4 mil milhões e de 300 milhões na dívida das famílias para 151,2 mil milhões, “traduzindo essencialmente uma redução do endividamento junto do setor financeiro”, justifica a instituição liderada por Mário Centeno.

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Pingo Doce promete “repercutir integralmente” uma descida de IVA no preço dos alimentos

CEO do Pingo Doce diz que descida do IVA nos bens alimentares já devia ter acontecido há um ano e promete não absorver alívio fiscal nas margens de lucro.

A CEO do Pingo Doce assegura que, caso o Governo venha a decidir reduzir o IVA cobrado nos produtos alimentares, essa descida será integralmente refletida no preço final dos produtos nas prateleiras. Já o CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, antevê uma descida “substancial” dos preços dos alimentos na segunda metade deste ano.

“Vamos repercutir integralmente a diminuição do IVA no preço dos produtos”, assegurou Isabel Ferreira Pinto, numa conferência de imprensa em que criticou o Governo por só agora admitir implementar tal medida. “Se o Governo avançar com esta medida, já o devia ter feito há mais de um ano”, atirou.

A declaração surge um dia depois de o primeiro-ministro ter assumido no Parlamento que a descida do IVA dos alimentos está agora em cima da mesa, desde que o retalho se comprometa a descer efetivamente os preços. António Costa falava no debate sobre política geral no Parlamento.

Segundo o governante, o plano de ataque do Executivo passa por ajudas de Estado à produção, acordos com a produção e a distribuição e a redução do IVA dos alimentos, desde que se reflita nos preços. Uma volta de 180 graus para o Governo, que no ano passado, na apresentação do Orçamento do Estado para 2022, considerava que uma descida do IVA seria incorporada pelas retalhistas nas margens, não beneficiando as famílias.

Isabel Ferreira Pinto aceitou comentar o caso espanhol, garantindo que “não é verdade” que a descida do IVA não tenha tido impacto nas carteiras dos consumidores. “Se forem avaliar em Espanha, devido a essa diminuição do IVA, [os preços] subiram menos do que subiram em Portugal. Ajudou as famílias. Acho que o Governo foi o único agente interveniente na cadeia de valor que não fez qualquer tipo de diminuição na sua receita no ano passado. Chegou a altura de tomar medidas para ajudar as famílias portuguesas”, disse a responsável.

O CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos (ao centro), com a CEO do Pingo Doce, Isabel Ferreira Pinto (à direita) e a CFO do grupo, Ana Luísa Virgínia (à esquerda)MANUEL DE ALMEIDA/LUSA 23 março, 2023

Soares dos Santos pede garantias de que produtos ficam em Portugal

Quanto aos apoios às empresas da cadeia de valor, Pedro Soares dos Santos salvaguardou que “as ajudas” não deverão ser dadas às empresas de distribuição. “Deem-nas às empresas de produção, com a garantia de que os produtos ficam em Portugal, porque a escassez que aconteceu no ano passado foi muito perigosa”, asseverou.

Confrontado pelo ECO com o plano delineado no dia anterior pelo Governo e os possíveis acordos com a distribuição, o líder do grupo Jerónimo Martins recusou negociar diretamente com o Governo — “se” tiver de ocorrer uma negociação, acontecerá sempre no seio da associação setorial, a APED.

“Vamos esperar para ver o que foi anunciado. A Jerónimo Martins não está a negociar com absolutamente ninguém. Faz-se representar na APED [como fazem todas as outras insígnias]. Essa negociação, se tiver de acontecer, não é com as companhias [diretamente]”, apontou, recusando fazer mais comentários.

Preços devem descer no segundo semestre

Na mesma ocasião, o presidente executivo da Jerónimo Martins disse antever um segundo semestre diferente para as famílias no que toca ao cabaz alimentar.

“Penso que vamos ter uma redução [dos preços no segundo semestre], potencialmente mais substancial — nunca aos valores anteriores, porque os custos já cá estão. Vamos ter um segundo semestre diferente desse ponto de vista. Já estamos a ver os primeiros sinais na área dos vegetais e dos frescos”, rematou Pedro Soares dos Santos.

A conferência de imprensa desta quinta-feira acontece um dia depois de a Jerónimo Martins ter publicado os lucros do ano passado, que atingiram 590 milhões de euros, um crescimento de 27,5% face a 2021.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h18)

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Inflação ajudou vendas da Jerónimo Martins. “Mas não é deste crescimento que o grupo gosta”, diz Soares dos Santos

CEO da Jerónimo Martins confirma que inflação puxa pelo negócio agora, mas diz-se insatisfeito, porque vendas com preços altos "destroem sociedades e empresas" no médio prazo.

O presidente do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares SantosMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O líder da Jerónimo Martins assume que a inflação contribuiu para o aumento das vendas do grupo no ano passado. No entanto, Pedro Soares dos Santos garante não estar satisfeito com isso, devido aos problemas causados pela subida generalizada dos preços na economia e na sociedade no médio prazo.

Além disso, numa conferência de imprensa no rescaldo da apresentação dos resultados anuais, o grupo estimou que poderá ter de pagar 700 mil euros no âmbito da contribuição sobre os lucros extraordinários implementada pelo Governo, mas dá como quase certo que a vai contestar.

O grupo internacional que manda no Pingo Doce viu as vendas globais crescerem 21,5% no ano passado em comparação com o ano anterior, totalizando 25,4 mil milhões de euros. “Não posso negar que a inflação ajudou, mas não é deste crescimento que o grupo Jerónimo Martins gosta”, afirmou o presidente executivo numa conferência de imprensa esta quarta-feira.

“Estas vendas assentes em inflação só destroem as sociedades e as empresas a médio prazo. Não permitem às empresas terem crescimentos saudáveis. A inflação é o maior imposto que afeta especialmente as pessoas pobres, retira competitividade às famílias e aos consumidores”, explicou o gestor, posição que viria a repetir várias vezes aos jornalistas.

O presidente da Jerónimo Martins foi ainda mais longe, dizendo que os investidores questionam “cada vez mais” porque é que a retalhista continua a investir em Portugal. “Não há crescimento económico neste século. Estamos cada vez mais num país que está consumido pelo envelhecimento da sua população e é cada vez mais pobre”, justificou, referindo ser necessário uma razão mais económica para manter o negócio no país. Ainda assim, a intenção é manter e continuar a investir na operação.

Soares dos Santos aproveitou a conferência de imprensa para mandar recados aos políticos, relativizando o negócio em Portugal em comparação com dois outros mercados que representam a fatia de leão (80%) do negócio da Jerónimo Martins: a Polónia e a Colômbia. No ano passado, o grupo pagou 845 milhões em impostos, dos quais 679 milhões na Polónia, 148 milhões em Portugal e 18 milhões no mercado colombiano, apontou o gestor durante uma apresentação.

Ainda assim, a empresa poderá ter de pagar 700 mil euros em Portugal com a chamada contribuição sobre os lucros extraordinários, a maioria com o negócio na Madeira (que será taxado a 60% sobre os lucros, notou o grupo). Deste valor, 200 mil dizem respeito ao Pingo Doce. A administradora com o pelouro financeiro, Ana Luísa Virgínia, admitiu que a empresa “quase de certeza” que vai contestar a taxa, por considerar estar a ser penalizada depois dos prejuízos causados pela Covid-19.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h04)

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BEI financia EGF em 100 milhões de euros para aumentar recolha de resíduos em Lisboa

Este é o terceiro empréstimo do BEI concedido à entidade gestora de resíduos de Lisboa. Montante servirá para aumentar recolha e tratamento de resíduos dos municípios da capital.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) concedeu à EGF, a empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos dos municípios de Lisboa, um empréstimo de 100 milhões de euros.

O financiamento concedido e anunciado esta quinta-feira, em Lisboa, permitirá melhorar e aumentar a recolha seletiva de resíduos urbanos e modernizar os centros de triagem e de valorização orgânica da empresa da capital. Além disso, sublinham o BEI e a EGF, este financiamento permitirá cumprir as metas do recém aprovado e anunciado Plano Estratégico Nacional para os Resíduos Urbanos (PERSU 2030) — que não foi, contudo, ainda apresentado e tornado público.

“É um momento de grande alegria e de sensação de dever cumprido, termos sido capazes de reunir as capacidades e competências para concretizar este contrato”, afirmou esta manhã, Emídio Pinheiro, presidente do Conselho de Administração da EGF, frisando ser também uma “grande responsabilidade” concretizar este novo financiamento.

Segundo o responsável, com este montante vão ser financiados alguns projetos visados no plano de investimentos até 2024, no valor de 202 milhões de euros, nomeadamente, o aumento da recolha e tratamento de biorresíduos, a melhoraria dos aterros sanitários e renovação dos centros de triagem e as estações de tratamento de águas residuais (ETAR).

Este é o terceiro empréstimo concedido à EGF. Entre 2019 e 2021, o BEI disponibilizou 75 milhões de euros à EGF, facilitando a construção de novas unidades de valorização de resíduos em todo o país. Nos últimos anos, a entidade comprometeu-se em financiar a implementação da recolha seletiva e de novos processos de valorização de resíduos, bem como para a implantação de novas tecnologias industriais e de instalações mais modernas.

Para Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, a gestão de resíduos é uma “área prioritária do banco“, que tem no topo da agenda a descarbonização e a neutralidade carbónica no bloco europeu, até 2050. “Damos prioridade a projetos que promovam a economia circular e promovam a gestão de resíduos”, declarou esta manhã, sublinhando que o setor é crucial para proteger a saúde pública e o meio ambiente.

“Reciclamos apenas um terço do lixo que produzimos (32%). Estamos abaixo da média europeia“, alertou Mourinho Félix.

Em 2017, os 27 Estados-membros, chegaram a acordo para impor o objetivo de reciclagem obrigatória de resíduos urbanos, que deverá crescer gradualmente até atingir os 65% em 2035, devendo atingir antes uma percentagem de 55% em 2025, 60% em 2030. “Temos um caminho longo a fazer até 2030”, concluiu o número dois da liderança do BEI.

Além de ser necessário aumentar a capacidade de reciclagem, Portugal tem que reduzir a quantidade de resíduos que envia para aterro. Até 2035, os 27 Estados-membros têm que atingir a meta de 10% dos resíduos urbanos em aterros sanitários, mas em 2021, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Portugal registou uma taxa deposição de resíduos urbanos em aterro de 53%.

Questionado se serão necessários mais empréstimos nesse sentido, Mourinho Félix deixa claro que sim, sublinhando que “a distância que temos até 2030 e 2035 é muito significativa”. “Se vamos atingir estes objetivos, temos que aumentar a capacidade de tratamento e reciclagem de resíduos. Vai ser necessário investir“, vincou.

Segundo as estimativas do banco, o valor global afeto ao setor em Portugal desde 1987 está perto de 700 milhões de euros, tendo contribuído para uma atividade de gestão de resíduos mais sustentável no país e para a qualidade de vida dos seus cidadãos.

O plano de investimentos bianual da EGF (2022-2024 está avaliado em 202 milhões de euros e além de contar com o financiamento do BEI, soma ainda o apoio de 28 milhões do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e 71 milhões de euros provenientes de outras fontes de financiamento.

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Banco de Inglaterra sobe juros em 25 pontos, para 4,25%

  • Joana Abrantes Gomes
  • 23 Março 2023

Depois de se saber que a inflação homóloga no Reino Unido avançou inesperadamente para 10,4% em fevereiro, e apesar da turbulência no setor bancário, o BoE subiu os juros pela 11.ª vez consecutiva.

O Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu esta quinta-feira aumentar as taxas de juro pela 11.ª vez consecutiva, com uma subida de 25 pontos base, para 4,25%, em linha com as expectativas dos analistas.

A maioria (sete) dos membros do Comité de Política Monetária do BoE votou a favor deste aumento, argumentando que as perspetivas mais fortes do país para o PIB e o emprego poderiam “reforçar a persistência de custos mais elevados nos preços ao consumidor”, enquanto dois membros votaram na manutenção da taxa diretora em 4%, tal como na reunião de fevereiro. Esta decisão atira os custos dos empréstimos para novos máximos de 2008.

Em comunicado, a autoridade monetária liderada por Andrew Bailey perspetiva que os bancos britânicos sejam “resilientes” e estejam “bem posicionados para continuar a apoiar a economia em vários cenários económicos, incluindo num período de taxas de juro mais elevadas”.

O Comité de Política Monetária aponta também para uma melhoria das perspetivas de crescimento económico e de inflação desde a sua última reunião em fevereiro. Porém, o BoE disse que vai “acompanhar de perto” qualquer efeito que as tensões do mercado possam ter sobre as condições de crédito enfrentadas pelas famílias e empresas.

O objetivo é combater a inflação elevada, que permanece nos dois dígitos e acelerou inesperadamente em fevereiro para 10,4%, embora na reunião anterior o banco central inglês admitisse que era provável que a inflação já tivesse atingido o pico.

O BoE segue, assim, a Reserva Federal dos EUA, que na quarta-feira voltou a subir os juros, mas diminuiu a dose para 25 pontos base. Na manhã desta quinta-feira, o Banco Central da Noruega também anunciou um aumento de 25 pontos base da sua taxa de juro diretora, para 3%.

Já o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, na semana passada, aumentar as taxas de juro de referência em 50 pontos base, apesar da turbulência que os mercados financeiros assistiram nos últimos dias com a falência de bancos norte-americanos e com o caos em torno do Credit Suisse.

(Notícia atualizada às 12h38)

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Greve dos funcionários judiciais já adiou mais de 21 mil julgamentos e diligências

  • Lusa
  • 23 Março 2023

A greve dos funcionários judiciais já provocou o adiamento de mais de 21 mil diligências e julgamentos nos tribunais e serviços do Ministério Público desde o seu início em 15 de fevereiro.

A greve dos funcionários judiciais já provocou o adiamento de mais de 21 mil diligências e julgamentos nos tribunais e serviços do Ministério Público (MP) desde o seu início em 15 de fevereiro.

Um levantamento feito pela Lusa junto das 23 comarcas existentes em Portugal mostra que o número de julgamentos e diligências que tiveram de ser adiados devido à ação de luta do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) ascende a 21.370, com destaque para a comarca do Porto, onde foi registado o adiamento de 4.184 diligências entre 15 de fevereiro e 17 de março, cerca de 20% do total nacional.

Logo a seguir surge a comarca vizinha de Porto Este, na qual foi reportada uma estimativa de 3.000 adiamentos durante o primeiro mês de greve, em que o SFJ reivindica como prioridade imediata a questão da integração do suplemento processual no vencimento, além das matérias relacionadas com os concursos de acesso e formação, o descongelamento das carreiras, a tabela salarial e o problema do défice de funcionários.

O peso dos números da greve foi mais pronunciado no Norte, com a comarca de Braga a registar o adiamento de 2.994 julgamentos e diligências (2.396 da área judicial e 598 relativas ao MP) entre 15 de fevereiro e 20 de março.

Em Aveiro, a greve já adiou 1.572 diligências (entre 15 de fevereiro e 10 de março). Os efeitos da greve sentiram-se de forma mais evidente nas semanas de 27 de fevereiro a 03 de março (431 diligências adiadas) e de 06 a 10 de março (412), mas o relatório semanal do impacto da greve nesta comarca refere ainda que foram adiadas 241 diligências entre 15 e 17 de fevereiro, 263 na semana de 20 a 24 de fevereiro e 225 entre 13 e 17 de março.

Acima dos mil adiamentos desde o arranque da greve encontram-se também as comarcas de Lisboa, com 1.501, contabilizados até 12 de março; Lisboa Oeste (Sintra, Cascais, Amadora, Oeiras e Mafra), que registou pelo menos 1.391 adiamentos (15 de fevereiro a 17 de março); e Viseu, cuja área geográfica abrange o território de 17 municípios, onde foram adiadas 1.013 diligências (tribunal judicial e MP), entre 15 de fevereiro e 12 de março, devido à greve aos atos processuais decretada pelo SFJ, entretanto prolongada por mais um mês (até 15 de abril).

A comarca de Setúbal indicou o adiamento de 983 diligências até 17 de março; Faro registou 890 adiamentos (15 de fevereiro a 10 de março); Santarém contabilizou pelo menos 694 entre 13 de fevereiro (data em que apenas estava em vigor a greve ao período da tarde convocada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça, SOJ) e 14 de março; e Leiria assinalou 421 entre 10 de janeiro e 10 de março, tendo sido a única a fornecer dados que abrangeram também a paralisação decretada pelo SOJ.

Seguem-se as comarcas da Madeira (375 e só da esfera judicial), Viana do Castelo (365, total indicado pelo SFJ entre 15 de fevereiro e 13 de março), Vila Real (352 de 17 de fevereiro a 17 de março), Lisboa Norte (336 julgamentos entre 15 de fevereiro e 14 de março), Castelo Branco (319 no período de 15 de fevereiro a 18 de março), Coimbra (297, divididos por 132 julgamentos e 165 outras diligências entre 15 de fevereiro e 14 de março), Açores (179 de 15 de fevereiro a 10 de março), Évora (173 entre 15 de fevereiro e 15 de março), Guarda (161, de 15 de fevereiro a 17 de março), Beja (81 até 14 de março), Bragança (80, entre 15 de fevereiro e 17 de março) e, por fim, Portalegre (nove, entre 15 de fevereiro e 20 de março).

Além das variações das datas de contabilização transmitidas pelas comarcas, houve também diferenças assinaláveis no nível de detalhe e nas formas de registo, comunicação e entendimento pelos magistrados relativamente aos adiamentos. Várias reportaram unicamente o total de julgamentos/diligências adiados pela greve, enquanto outras indicaram totais semanais e algumas até estratificaram pelo tipo de atos afetados.

Os totais relatados pelas comarcas superam os números de adiamentos que tinham sido revelados pelo próprio SFJ na semana passada e que apontavam para cerca de 15 mil. Para esta quinta-feira, às 15h00, está prevista uma nova reunião entre o Ministério da Justiça e o sindicato, numa altura em que não é ainda conhecido o parecer solicitado ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República sobre a legalidade da greve.

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Adecco procura talento jovem. Vai recrutar ‘CEO por um mês’

O programa arranca a 12 junho, e as inscrições já estão abertas. Esta terça-feira a empresa vai realizar um webinar sobre a importância da liderança nos jovens recém-licenciados. 

O programa “CEO for One Month”, do Grupo Adecco, está de volta para desafiar os jovens a acompanharem a CEO Alexandra Andrade durante 30 dias. Dia 28 de março, terça-feira, a empresa vai realizar um webinar sobre a importância da liderança nos jovens recém-licenciados. O programa arranca a 12 junho, e as inscrições já estão abertas.

“Este programa tem uma enorme componente de aprendizagem com base na experiência, num curto espaço de dois meses, ajudando os jovens que participam a iniciarem as suas carreiras e a sua vida profissional, desenvolvendo competências importantíssimas como a confiança e capacidade de exposição e argumentação. Por esse motivo é que a taxa de sucesso destes candidatos é enorme, permitindo-lhes ter desde cedo posições permanentes e de relevo na Adecco ou em alguma das nossas empresas clientes”, afirma Alexandra Andrade, country manager da Adecco Portugal, citada em comunicado.

Com o intuito de incentivar o desenvolvimento de uma mentalidade empreendedora e o potencial de liderança nos jovens, a Adecco oferece aos jovens a oportunidade de percecionarem de perto, durante um mês, o trabalho de um CEO e aprenderem com todas as dinâmicas envolvidas.

Nos dois meses em que decorre o programa (de 12 junho a 30 agosto), o “CEO for One Month” escolhido em Portugal terá também a oportunidade de realizar projetos internacionais para o Grupo Adecco, individualmente ou em parceria com os restantes vencedores dos outros países. “O que permitirá ao candidato manter relações internacionais que lhe permitirão ganhar novas competências e lhe possibilitará repetir a experiência de quatro semanas com o CEO global do Grupo Adecco, na Suíça”, explica a empresa especializada em recursos humanos.

As candidaturas podem ser feitas aqui.

Webinar a 28 de março

Com o intuito de dar a conhecer o programa e de partilhar os testemunhos de quem já passou pela experiência, a Adecco, em parceria com a Fórum Estudante, vai realizar um webinar no dia 28 de março, pelas 17h, destinado a jovens estudantes em final de curso, recém-licenciados ou em princípio de carreira.

O evento contará com a presença de Inês Sá, “CEO for One Month” da Adecco em 2022, que descreve a sua experiência como “uma das mais enriquecedoras que se pode ter enquanto estudante que ainda não ingressou no mercado de trabalho”.

Participarão ainda no webinar, Vânia Borges, diretora de recursos humanos da Adecco Portugal, e Cláudia Ruivo, responsável de serviços de carreira no ISCTE, com a moderação de Gonçalo Gil, representante do Fórum Estudante.

Mais informações aqui.

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Militares ucranianos dizem que continuam 3.500 civis em Bakhmut

  • Lusa
  • 23 Março 2023

Cerca de 3.500 civis ucranianos mantêm-se na cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, atingida por violentos combates entre as forças invasoras da Rússia e as defesas ucranianas.

Cerca de 3.500 civis ucranianos mantêm-se na cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, atingida por violentos combates entre as forças invasoras da Rússia e as defesas ucranianas.

De acordo com a Administração Militar de Donetsk, as autoridades ucranianas tentam “convencer” as 3.500 pessoas que permanecem na cidade — que era habitada por 84 mil residentes antes de 24 de fevereiro do ano passado, data do início da segunda invasão russa da Ucrânia– a abandonar a cidade. Pavlo Kyrylenko, da Administração Militar de Donetsk, afirma os civis que ainda se encontram na cidade têm a cargo um total de 32 menores e vivem permanentemente em refúgios.

Na quarta-feira, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, dizia que eram dez as crianças que continuam em Bakhmut. Em concreto, a situação na cidade ainda não foi acompanhada por fontes independentes.

No passado dia 7 de março, Kiev “ordenou” a evacuação total da cidade, onde deveriam encontrar-se, na altura, cerca de 4.000 civis.

As forças russas, incluindo os combatentes contratados pela empresa de mercenários Wagner, controlam parte da cidade, de acordo com fontes militares de Moscovo e de Kiev.

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Restaurantes do Grupo Olivier abrem 200 vagas. Cerca de 60 são para Portugal

As vagas anunciadas dizem respeito a cozinheiros, empregados de mesa, hostess, barmen, barmaids, sushimen e sushiwomen.

Os restaurantes do Grupo de restauração português Olivier estão à procura de novos talentos para integrarem os estabelecimentos de Portugal e outras quatro cidades europeias, para onde o grupo alargou operações. É o caso de Londres (Reino Unido), Nice (França), Roma (Itália) e Tenerife (Espanha). Ao todo, o processo de contratação reúne 200 vagas, sendo que cerca de 60 são destinadas a Portugal, onde Olivier da Costa supera a dúzia de restaurantes.

“Os registos de procura ao longo do ano 2022, com reservas esgotadas em vários dos nossos conceitos durante várias alturas do ano, apontam para o fim dos receios com a pandemia. Não prescindimos da melhor experiência para os clientes, pelo que procuramos os melhores, tanto para os restaurantes já em operação, como para as novas aberturas”, afirma Joel Pires, commercial and marketing director do Grupo Olivier Restaurantes.

“O reforço das operações reflete-se na operação de recrutamento, onde prevemos vir a necessitar de 200 novos profissionais em Portugal, Espanha e França, Roma e Londres”, detalha o responsável, citado em comunicado.

As vagas anunciadas dizem respeito a cozinheiros, empregados de mesa, hostess, barmen, barmaids, sushimen e sushiwomen.

Fundado e presidido por Olivier da Costa, com 21 restaurantes em operação e uma presença geográfica que, nos próximos meses incluirá quatro capitais europeias e um total de sete países, o grupo permitirá a mobilidade aos trabalhadores que ingressarem nos quadros.

As candidaturas deverão ser enviadas para recrutamento@olivier.pt.

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Prémio Energy Up oferece 20 mil euros em painéis solares

  • BRANDS' ECO
  • 23 Março 2023

O Prémio Energy Up irá dar 20 mil euros em painéis solares à escola que apresente o melhor projeto de transição energética. A competição, promovida pela Fundação Galp, estará aberta até 28 de abril.

As candidaturas ao Prémio Energy Up 2023 já abriram e até ao próximo dia 28 de abril as escolas dos 1º, 2º e 3º ciclos, bem como estabelecimentos do Ensino Secundário e Profissional (do continente e ilhas), estão convidadas a submeter os seus projetos de transição energética com impacto na comunidade escolar e na sociedade.

A competição, promovida pela Fundação Galp, irá premiar a escola vencedora com o financiamento de 20 mil euros na instalação de painéis fotovoltaicos da Galp Solar. Além disso, alunos e professores que partilham a visão de um mundo mais sustentável também serão distinguidos – os melhores projetos de cada nível de escolaridade (1º CEB, 2º/3º CEB, Ensino Secundário/Profissional) receberão um prémio de mil euros em cheque educação.

O Prémio Energy Up da Fundação Galp conta com o apoio institucional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da ADENE – Agência para a Energia, da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e da Direção Geral de Educação (DGE).

Na edição anterior do Prémio Energy Up, o júri avaliou mais de 50 candidaturas de 13 distritos nacionais. A Escola 2/3 D. Francisco Manuel de Melo, na Amadora, foi a grande vencedora com o projeto “INOV D”, uma iniciativa multidisciplinar que vai da construção de protótipos solares fotovoltaicos (carros e fornos) ao design thinking.

Os interessados em participar no Prémio Energy Up deste ano podem consultar o regulamento, submeter o projeto da sua escola através do formulário e, em caso de dúvida, enviar um email para movimentoeducativo@galp.com.

O Prémio Energy Up é uma das bandeiras do Projeto Educativo Future Up, uma medida financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia, aprovado pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, através do qual a Fundação Galp mobiliza professores e alunos para os objetivos da transição energética.

Desde 2010, os projetos educativos da Fundação Galp chegaram a 2,2 milhões de alunos e professores em mais de 20 mil escolas portuguesas.

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Euribor cai a três meses e sobe a seis e 12 meses

  • Lusa
  • 23 Março 2023

A taxa Euribor desceu a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a quarta-feira.

A taxa Euribor desceu esta quinta-feira a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a quarta-feira.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou, ao ser fixada em 3,578%, mais 0,110 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado a 9 de março. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado a 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,338% em janeiro para 3,534% em fevereiro, mais 0,196 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho, também subiu esta quinta-feira, para 3,290%, mais 0,076 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também a 9 de março. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,864% em janeiro para 3,135% em fevereiro, mais 0,271 pontos.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou a14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, recuou, ao ser fixada em 2,990%, menos 0,012 pontos e contra o máximo desde dezembro de 2008, de 3,002%, verificado a 22 de março. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,354% em janeiro para 2,640% em fevereiro, ou seja, um acréscimo de 0,286 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, a 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado a 2 de fevereiro e a 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente a 27 de outubro e a 8 de setembro.

A 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% a 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% a 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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