Criar um Sifide para a exportação é uma ideia “interessante” para incentivar empresas

Um Sifide para as empresas exportadoras é sugerido por especialistas como um incentivo, até porque o processo de internacionalização tem custos, que atualmente são agravados pela tributação autónoma.

As exportações portuguesas já ultrapassaram 50% do PIB o ano passado. Mas apenas cerca de 22 mil empresas exportam de forma consistente, isto é, todos os anos — e muitas apenas o fazem para um único mercado. O desafio que se coloca ao país é alargar a base das empresas que vendem para o exterior. Como? Criar um Sifide para as exportadoras pode ajudar.

Leandro Pereira e Carlos Jerónimo são os autores de um estudo sobre os acordos comerciais e as empresas portuguesas, no qual fazem 25 recomendações para ajudar as PME a aproveitar melhor os instrumentos que existem à sua disposição. Mas há também “ideias fora da caixa”, como “benefícios fiscais até determinado montante exportado por cada empresa para cada acordo em vigor potenciado não apenas a exportação, mas também a exportação cruzada”.

Ou seja, exemplicam, “beneficiar as empresas fiscalmente até ao montante de exportação de 200 mil euros em cada acordo em vigor”. “Assumindo os 46 acordos em vigor, uma empresa poderia obter benefícios fiscais máximos resultantes de um valor total de exportações de 200.000€ x 46”, o equivalente a 9,2 milhões. “A ideia seria criar uma espécie de Sifide para a exportação “, resumiu Carlos Jerónimo na apresentação do estudo, na sexta-feira.

Claro que nenhuma empresa portuguesa alguma vez poderia beneficiar deste valor, até porque a conclusão do estudo, encomendado pela eurodeputada Margarida Marques, é a de que as PME nacionais não sabem tirar partido dos acordos comerciais negociados pela Comissão Europeia. Mas a ideia é “interessante”, garantem vários representantes de associações ouvidos pelo ECO.

“A ideia é interessante. Criar algo à medida do Sifide para a inovação”, defende Henrique Carvalho. O secretário-geral da Associação Empresarial da Região de Leiria defende que “da mesma forma que as empresas que demonstrem que têm gastos associados à inovação, ao desenvolvimento de novos produtos, materiais, testes, patentes, os podem majorar no IRC, o mesmo deveria poder ser feito com as despesas inerentes a uma estratégia de internacionalização”.

Pegando na ideia do Sifide era criar um modelo parecido”, diz Henrique Carvalho, frisando, contudo, que as empresas teriam de ter um racional, uma estratégia, uma definição de mercados alvo. O responsável dá ainda exemplos de despesas que poderiam ser majoradas: “as pessoas da organização afetas ao projeto ou dinâmica exportadora, os gastos feitos para esse upgrade de internacionalização, viagens, estadias e até a contratação de consultores que ajudassem as empresas nos esforços de promoção em segmentos lá fora, sobretudo, no caso das PME que não têm essas competências internamente”.

Carlos Carvalho, diretor da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), também considera que um Sifide para as empresas exportadoras seria um incentivo até porque “o processo de internacionalização traz custos, que são agravados pela tributação autónoma”.

As despesas de representação, com viagens e hotéis são alvo de uma tributação adicional de 10%, independentemente de a empresa ter lucro ou prejuízo. Sendo que esta tributação é calculada de forma independente ou autónoma do IRC e da derrama.

Carlos Carvalho, que é também CEO da Adyta, uma spin-off da Universidade do Porto que opera nas áreas da cibersegurança e comunicações seguras, defende que “outra das formas de incentivar as empresas a exportar seria através da mentoria, ou seja, as empresas que levassem outras a entrar num determinado mercado deveriam ter um incentivo”.

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) também sublinha a importância de haver programas de apoio à internacionalização e à exportação para “melhorar as condições quem quer exportar”.

Portugal tem o mesmo problema de sempre: uma base exportadora curta e 70% das empresas só exportam para um mercado, o que é um risco enorme”, diz Luís Miguel Ribeiro. “São precisos instrumentos e o Sifide para as exportadoras poderia ser mais um”, reconhece o dirigente associativo.

“Os empresários têm feito autênticos milagres, por isso há que melhorar e valorizar sistemas de incentivos”, defende, alertando para o facto de Portugal ainda ter um nível de importações muito elevado, que implica uma balança comercial negativa, apesar de as exportações já terem chegado a 50% do PIB.

Luís Miguel Ribeiro mostra-se ainda preocupado com as possíveis consequências da Lei da Redução da Inflação de Joe Biden, “que pode levar à deslocalização de empresas” para os Estados Unidos. E com a resposta europeia que, “da maneira como está a ser desenhada, vai atribuir mais apoios aos países de capacidade dentro da UE”, completa.

O “Plano Industrial do Acordo Verde” prevê que a Comissão Europeia proponha um fundo de soberania europeu até ao verão deste ano.

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Chovem avisos para acabar com apoios. Que medidas o Governo ainda tem em vigor?

Várias instituições apelam para os governos acabarem com apoios extraordinários para não alimentar inflação. Em Portugal ainda há medidas abrangentes que não seguem os alertas.

Os avisos multiplicam-se por parte de várias instituições internacionais: os apoios extraordinários implementados pelos governos devem chegar ao fim, ou pelo menos serem mais direcionados para a população mais carenciada, para evitar contribuir para a inflação. Apesar de todos estes avisos, o Governo português anunciou que vai avançar com mais apoios sociais, sendo de recordar que estão ainda em vigor várias medidas direcionadas para a generalidade da população que não vão ao encontro dos alertas de Bruxelas, do Banco Central Europeu (BCE) e da OCDE.

No discurso em que anunciou mais uma subida de 50 pontos base das taxas de juro diretoras, Christine Lagarde defendeu que “as medidas de apoio dos governos para proteger a economia do impacto dos altos preços da energia devem ser temporárias, direcionadas e adaptadas para preservar os incentivos para consumir menos energia”.

“É importante começar rapidamente a reduzir essas medidas de forma concertada”, à medida que “os preços da energia baixam”, para evitar “aumentar as pressões inflacionistas a médio prazo”. Tal “exigiria uma resposta mais forte da política monetária”, avisou a presidente do BCE.

Este aviso não é o primeiro do género, sendo que depois de vários alertas a Comissão Europeia decidiu incluir a necessidade de gradualmente retirar os apoios relativos aos preços da energia nas orientações orçamentais para o próximo ano, quando voltam a estar em vigor as regras orçamentais da União Europeia. O comissário com a tutela da Economia, Paolo Gentiloni, citou ainda um estudo que concluiu que os apoios no âmbito da energia na União Europeia teriam custado menos 75% se fossem dirigidos apenas aos mais carenciados.

A OCDE também sinalizou, nas previsões económicas intercalares divulgadas na semana passada, que os apoios “têm de se tornar mais focados para os mais necessitados”. “Melhor direcionamento e uma redução oportuna no apoio geral ajudavam a garantir a sustentabilidade orçamental, preservar os incentivos para reduzir o uso de energia e limitar a procura adicional num momento de inflação alta”, argumentam. O secretário-geral da OCDE alertou mesmo, na apresentação do relatório, que a política orçamental “está a fazer o trabalho dos bancos centrais mais difícil”.

O Governo português ainda não deu ouvidos aos alertas, sendo que estão ainda em vigor algumas medidas de resposta ao impacto do choque geopolítico. Entre elas encontram-se as medidas direcionadas aos combustíveis, que são também as mais representativas e que acabam por englobar toda a população que utiliza estes veículos.

Execução orçamental de janeiro de 2023

É um conjunto composto pela suspensão da taxa de carbono (impacto pela perda de receita fiscal de 91,9 milhões de euros, segundo a execução orçamental de janeiro), a redução do ISP equivalente à descida do IVA (impacto de 34,7 milhões) e a devolução da receita adicional de IVA (32,8 milhões). Está também em vigor a redução do IVA da eletricidade, que no entanto não tem impacto registado na execução de janeiro.

O Governo decidiu manter em vigor os apoios para mitigar os efeitos do aumento dos preços dos combustíveis durante o mês de março, ainda que com um desconto mais reduzido. A revisão deste pacote tem sido mensal, pelo que apenas no início de abril se voltará a discutir este apoio.

Segundo a Direção-Geral do Orçamento (DGO), “em janeiro, a execução reportada das medidas adotadas no âmbito da mitigação do choque geopolítico, levou a uma redução da receita em 166 milhões de euros e a um aumento da despesa total em 4,1 milhões de euros”.

Outras medidas incluem o apoio extraordinário às famílias e o apoio ao setor agrícola. As restantes políticas avançadas pelo Governo incluem-se naquelas mais diferenciadas, sendo dirigidas especificamente para as pessoas com menores rendimentos: o apoio extraordinário a titulares de rendimentos e prestações sociais, bem como os apoios a famílias mais carenciadas.

É de salientar também que em janeiro, ainda se registaram gastos da Segurança Social com medidas excecionais e temporárias da Covid-19, ainda que apenas de cerca de 100 mil euros. Já a despesa com subsídios registou um incremento de 1,1%, influenciado pelo impacto das medidas extraordinárias.

No campo das medidas Covid, a DGO nota ainda que “os pagamentos de impostos a realizar no futuro no âmbito das medidas de flexibilização adotadas no contexto da Covid-19 e do choque geopolítico, são contabilizados em contas nacionais no momento em que se gerou a obrigação de pagamento, ou seja, no mês em que deveria ter sido pago (por uma questão de simplificação, não se considera o ajustamento temporal dos impostos em contas nacionais)”.

Além destes apoios que ainda vão continuando em vigor, o primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira que esta semana serão lançadas novas medidas de apoio às famílias. A dimensão vai depender dos números finais da execução orçamental de 2022.

Ainda não se sabe muito sobre os novos apoios, sendo de salientar que o ministro das Finanças já sinalizou que vai seguir os conselhos das instituições e recalibrar os apoios para os mais vulneráveis. Fernando Medina disse que o Governo fará um “ajustamento” dos apoios aos portugueses no contexto da inflação, concentrando-os “nos públicos mais vulneráveis” e “menos em medidas de banda larga”.

As mensagens começam no entanto a ser contraditórias, com a ministra do Trabalho a assegurar, esta sexta-feira, que o Governo vai continuar a ajudar as pessoas, nomeadamente as mais vulneráveis, apesar do apelo da presidente do BCE. “Aquilo que temos feito e continuaremos sempre a fazer é procurar em cada momento responder à situação das pessoas, nomeadamente focando-nos nas pessoas que estão em situação de maior vulnerabilidade”, disse Ana Mendes Godinho.

É de recordar ainda que o Governo avançou com um pacote de medidas para responder à crise na habitação, mas os avisos das instituições prendem-se mais com os apoios extraordinários relativos à subida dos preços da energia e dos alimentos. Além disso, as medidas em causa são direcionadas.

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Novobanco vende dívida de 100 milhões da Heliportugal

Banco voltou a colocar no mercado um crédito malparado de cerca de 100 milhões da empresa de helicópteros que fora incluída na carteira Harvey. Heliportugal culpa Estado pelo incumprimento bancário.

O Novobanco voltou a colocar à venda um crédito malparado de quase 100 milhões de euros da Heliportugal, de acordo com informações recolhidas pelo ECO junto de fontes do mercado. Esta dívida já esteve incluída numa anterior carteira de malparado que o banco tentou vender, mas o negócio acabou por deixar cair por terra após chumbo do Fundo de Resolução. A empresa privada de helicópteros culpa o Estado pelo incumprimento junto da instituição.

Em causa está um crédito problemático na ordem dos 96 milhões, dos quais 40 milhões respeitam a dívida bancária e outros 56 milhões a leasing. Mas nem toda a exposição é ao Novobanco, que não está a pedir qualquer valor base aos investidores nesta que é a segunda tentativa de venda, pelo menos.

Há dois anos, o banco incluiu o malparado da Heliportugal na carteira Harvey, que tinha outros grandes créditos tóxicos de grandes empresas, como o Grupo Lena (180 milhões de euros), a Urbanos de Alfredo Casimiro (cerca de nove milhões), como o ECO revelou na altura. Chegou a fechar o negócio com o fundo Deva, mas o Fundo de Resolução – no âmbito do acordo de capital contingente (CCA) — travou a operação na última hora, manifestando dúvidas em relação ao processo.

Não se sabe qual o nível de imparidade associada a esta dívida. Mas se o Novobanco vier a perder dinheiro com a transação, já não deverá imputar as perdas ao Fundo de Resolução, pois já se encontra numa fase de lucros e a gerar capital, não perspetivando mais injeções ao abrigo do CCA.

Estado é a “raiz dos prejuízos e incumprimento”

Fundada há três décadas, a Heliportugal, com sede em Tires, descreve-se como sendo a primeira empresa privada portuguesa de helicópteros em Portugal, fornecendo vários serviços, desde transporte aéreo até ao combate de fogos florestais e heli-ambulância.

Um dos clientes da Heliportugal é o Estado português, a quem a empresa aponta a “raiz dos prejuízos e incumprimento” desde 2015, quando perdeu um contrato público de 20 anos de manutenção programada e foi impactada pela extinção da Empresa de Meios Aéreos pelo antigo ministro Miguel Macedo.

“O resultado foi a entrega da frota de aeronaves do Estado ao fenómeno empresarial denominado Everjets, que, como hoje se sabe, faliu, deixando no chão e sem reparação e manutenção as aeronaves Kamov que terão sido oferecidas recentemente pelo Estado português à Ucrânia”, conta a Heliportugal, em declarações ao ECO.

Segundo a empresa liderada por Pedro Silveira, que reclama 6,5 milhões ao Estado, esta situação levou à destruição do investimento que tinha na exportação de serviços de transporte de passageiros offshore para plataformas petrolíferas, pelo que se viu obrigada a recentrar a atividade no mercado nacional e a recorrer a um Plano Especial de Revitalização (PER).

Em julho de 2021, Pedro Silveira reconheceu que os trabalhadores tinham salários e ajudas de custo em atraso por falta de pagamento de dívidas da parte do Estado, nomeadamente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANPC). Confessou mesmo à revista Sábado que teve de vender o barco e a casa em Paris “para a empresa conseguir sobreviver”. O negócio da Heliportugal passa agora pelo mercado nacional, prestando ajuda no combate a incêndios.

Banco ainda tem 1,4 mil milhões de NPL

A Heliportugal não comenta a operação de venda da dívida pois “não é parte da equação” e cabe ao Novobanco tomar as decisões. Reconhece mesmo que é “uma situação que a banca, de uma maneira geral tem vindo a fazer de forma sistemática e já há vários anos”.

Para o banco, que não respondeu até ao momento da publicação da peça, depois de profunda limpeza de balanço que levou a cabo nos últimos anos, mantém-se a necessidade de baixar os níveis de crédito malparado para a média europeia, com o acionista Lone Star, com 75% do capital, a preparar-se para vender a instituição, mais cedo ou mais tarde.

O banco liderado por Mark Bourke chegou ao final do ano passado com um rácio de NPL (non performing loans) de 4,3% e ainda tinha cerca de 1,4 mil milhões de euros em NPL. A perspetiva de deixar de estar sobre as amarras de Bruxelas dá fôlego à instituição na gestão dos seus ativos tóxicos que herdou do BES. O Novobanco registou lucros de 560 milhões de euros em 2022.

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Plataforma de serviços com apoio Vittoria Assicurazioni quer crescer em Portugal

  • ECO Seguros
  • 19 Março 2023

Ernesto.it, site que seleciona profissionais domésticos, angariou 335 mil euros de business angels e investidores como o acelerador da Vittoria Assicurazioni. Portugal está no plano da expansão.

A plataforma de serviços, sediada em Itália, Ernesto.it, quer continuar a expansão internacional, com Portugal, França e Reino Unido como mercados-alvo iniciais, de acordo com o fundador e CEO Riccardo de Bernardinis.

Fundado em 2017, o site Ernesto teve o apoio do Vittoria Hub, programa acelerador da Vittoria Assicurazioni, em 2020, integrando-o no website e na aplicação da companhia de seguros. Em 2021, angariou 332 mil euros numa seed round, valorizando a companhia em 3 milhões de euros.

O primeiro livro de Riccardo De Bernardinis, “It’s Never Too Early”, será publicado no final deste mês. É dirigido aos jovens que procuram iniciar o seu próprio negócio.

Até à data, os utilizadores fizeram 115 mil pedidos de serviços através da plataforma Ernesto, de acordo com De Bernardinis. “Percebi que não tinha ideia de como encontrar o perito de que precisava. Procurei online, mas para além de encontrar muito poucas opções, a maior dificuldade era escolher o profissional mais adequado às minhas necessidades”, disse o CEO e fundador, recentemente, à Forbes.it.

“Percebemos que muitos profissionais e empresas locais em Itália e noutros mercados estão insatisfeitos com as atuais ferramentas de marketing para encontrar novos clientes. Muitas vezes, utilizando os anúncios Google, os profissionais acabam por gastar grandes quantidades de dinheiro sem obter qualquer retorno do investimento”.

A plataforma Ernesto pretende ligar profissionais tais como canalizadores, eletricistas e pedreiros com consumidores que procuram os seus serviços.

No site Ernesto.it, os profissionais podem criar um perfil, listar os serviços que oferecem e receber pedidos de cotação de potenciais clientes.

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Bancos centrais aumentam acesso a dólares para ultrapassar nervosismo no mercado

  • ECO e Lusa
  • 19 Março 2023

Cinco bancos centrais, com a Fed à cabeça, vão reforçar os leilões de liquidez em dólares para assegurar a estabilidade dos mercados depois do negócio do UBS com o Credit Suisse.

Os bancos centrais dos Estados Unidos, Suíça e outros países anunciaram uma ação coordenada para melhorar o acesso à liquidez em dólares e assim tranquilizar os mercados no meio de uma crise de confiança no sistema bancário. A medida extraordinária surge na sequência da aquisição do Credit Suisse pelo UBS, uma operação que contou com o envolvimento do Governo suíço para restaurar a confiança no sistema financeiro.

As instituições decidiram reforçar as “linhas de ‘swap’”, um mecanismo que facilita o acesso ao dólar por parte dos bancos centrais estrangeiros. Os bancos centrais vão assim aumentar a frequência das transações em dólares. “Anteriormente semanais, estas transações serão agora diárias e terão início na segunda-feira, 20 de março. Continuarão a este ritmo pelo menos até ao final do mês de abril”, lê-se num comunicado.

A rede de linhas de ‘swap’ serve como uma “rede de segurança de liquidez para aliviar as tensões nos mercados financeiros internacionais e assim ajudar a mitigar os efeitos destas tensões sobre a oferta de empréstimos às famílias e empresas”, explicam as instituições.

Os mercados, que têm estado agitados desde o colapso do Silicon Valley Bank, estão preocupados com a falta de liquidez à medida que as taxas de juro têm subido para combater a inflação.

O acordo foi assinado pelo Banco de Inglaterra, o Banco do Canadá, o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão, o Banco Nacional Suíço (SNB) e a Reserva Federal dos EUA.

O presidente da Suíça, Alain Berset, tinha anunciado, minutos antes, que o grupo bancário suíço UBS compraria o Credit Suisse, considerando que esta é melhor forma de “restaurar a confiança”.

A solução “não é apenas decisiva para a Suíça […], mas para a estabilidade do sistema financeiro” mundial, afirmou Berset, em declarações à imprensa, na presença dos presidentes dos dois bancos, Colm Kelleher, do UBS, e Axel Lehmann, do Credit Suisse.

A ministra das Finanças suíça, Karin Keller-Sutter, declarou na mesma conferência que a falência do Credit Suisse poderia provocar “danos económicos irreparáveis”. “Por essa razão, a Suíça deve assumir responsabilidades além de suas próprias fronteiras”, acrescentou a ministra.

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“América Latina continua a apresentar várias oportunidades aos resseguros”

  • ECO Seguros
  • 19 Março 2023

De acordo com o relatório Aon's Reinsurance Solutions, a América Latina continua a apresentar às resseguradoras uma série de oportunidades de diversificação e crescimento.

O relatório da Aon aponta que os resultados das renovações na América Latina variaram por território a 1 de janeiro, com muitos mercados expostos a catástrofes e perdas a sofrerem aumentos de preços e restrições de capacidade.

As taxas de resseguro de catástrofes imobiliárias aumentaram para várias regiões expostas a furacões, nomeadamente nas Caraíbas, onde a capacidade era mais limitada.

Aon diz que, em geral, os aumentos de preços de catástrofes imobiliárias na América Latina estavam nos baixos dígitos duplos, com variações consideráveis entre mercados.

Os agro-resseguros no Brasil registaram alguns dos maiores aumentos de preços da região e uma diminuição limitada das apólices em resposta a grandes perdas devido a seca.

Além disso, os resseguradores procuraram restringir a cobertura de riscos de catástrofes não naturais, tais como guerra, terrorismo e cibernéticos, bem como restringir a cobertura de catástrofes naturais a determinados riscos em camadas superiores para programas regionais.

O relatório da Aon sugere que níveis robustos de concorrência e capacidade na América Latina significaram que as seguradoras conseguiram evitar os maiores aumentos de preços registados por um pequeno número de resseguradoras internacionais.

Além disso, a renovação beneficiou do trabalho em curso para diferenciar os clientes latino-americanos e atrair capacidade de resseguro para a região.

O relatório de Aon observou: “exceto a área da agricultura, os resultados da catástrofe imobiliária na América Latina têm sido largamente positivos, enquanto vários mercados domésticos continuam a demonstrar um crescimento subjacente”.

“A capacidade, contudo, não está a acompanhar o ritmo do aumento da procura de resseguro, embora a desvalorização da moeda local em relação ao dólar americano tenha funcionado a favor do mercado nesta renovação”.

O relatório avançou: “quando a poeira assentar na renovação, estamos otimistas que o capital começará a entrar no espaço de resseguro ao longo de 2023 e a estabilizar o mercado, particularmente à medida que o benefício de preços e taxas de juro mais elevadas se torna visível nos ganhos.

“Para as seguradoras, a otimização do capital e do resseguro é mais importante do que nunca, especialmente numa altura de exposições crescentes, capacidade de resseguro limitada e incerteza macroeconómica.

“Contudo, os clientes têm à sua disposição uma série de alavancas, incluindo colocações integradas entre bens e sinistros, soluções de resseguro herdadas e estruturadas, consultoria estratégica e análise de dados“.

A Aon concluiu: “estamos a trabalhar arduamente para criar capacidade adicional e assegurar que os resseguradores possam apoiar ao máximo os nossos clientes na América Latina”.

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Dona da BPI Vida quer crescer em seguros de poupança

  • ECO Seguros
  • 19 Março 2023

O presidente do CaixaBank pretende aumentar a venda de seguros de Vida e de poupança em Portugal. A BPI Vida e Pensões é a seguradora do grupo em Portugal e a terceira maior do seu mercado.

José Ignacio Goirigolzarri, Presidente do Conselho de Administração do CaixaBank, que detém 100% do banco BPI, afirmou esta semana que “o CaixaBank é um banco que comercializa seguros que são produzidos por uma empresa do grupo. É a maior empresa de seguros de Vida em Espanha. Com o BPI, teremos grandes capacidades para melhorar a penetração desta área dos seguros em Portugal”.

Em entrevista ao semanário Expresso, Goirigolzarri acrescentou desconhecer a relação atual do BPI com outros parceiros seguradores. “Não sei como está a parceria com a Allianz. A parte de Vida é com o CaixaBank e a Não Vida é com a Allianz. Queremos sobretudo crescer nos seguros de vida, de poupança”, concluiu.

Uma vez que falou nesta aposta em conjunto com a gestão de ativos, de fundos de investimento e fundos de pensões, não se poderá concluir quais as prioridades a apresentar aos clientes do BPI.

O BPI é detido pelo CaixaBank que por sua vez controla a VidaCaixa, maior seguradora Vida em Espanha e que possui 100% do capital da seguradora BPI Vida E Pensões (BPI VeP).

Com uma produção de 833 milhões de euros em 2022 a BPI VeP, presidida por Isabel Castelo Branco, é terceira maior seguradora Vida em Portugal com 833 milhões de euros de produção e 13,7% de quota de mercado. No segmento de produtos Vida unit-linked foi a segunda maior do mercado no ano passado com 25,2% de quota.

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UBS compra o Credit Suisse por mais de três mil milhões

Acionistas do Credit Suisse vão receber uma ação do UBS por cada 22,48 ações do banco que é agora absorvido. Autoridades esperam conclusão do negócio até ao final de 2023.

Too big to fail“. É esta a explicação para um fim de semana louco, depois de uma semana que fez desaparecer 2,5 mil milhões de euros de valor do Credit Suisse em bolsa. O UBS chegou a acordo para a compra do Credit Suisse por um valor superior a três mil milhões de euros, uma solução de emergência entre privados, mas sem passar pela aprovação dos respetivos acionistas, com suporte de linhas de liquidez e de ‘back stop’ das autoridades públicas, para evitar uma crise de liquidez já no início da semana e uma falência desordenada.

Assim, o acordo entre os dois maiores bancos da Suíça foi anunciado em conferência de Imprensa neste domingo à noite e será cotado a uma fração do preço de fecho do Credit Suisse na sexta-feira. Isto depois de uma semana de turbulência que “limpou” 2,5 mil milhões de francos suíços ao valor da instituição na bolsa.

Em conferência de Imprensa alargada, já ao final do dia de domingo, foram anunciados os detalhes da operação de ‘take over’ do Credit Suisse pelo banco suíço rival, o UBS, o que vai acabar por criar um banco ainda maior do que aqueles que existiam. Foi a fórmula possível para evitar uma bancarrota, sem uma solução de resgate público, o conhecido ‘bailout’.

O Banco Nacional Suíço concordou em oferecer uma linha de liquidez de até 100 mil milhões de euros ao UBS como parte do acordo, confirmaram na conferência de Imprensa, depois da notícia avançada pelo FT. Além disse, o próprio Governo suíço aceitou conceder uma garantia de cerca de nove mil milhões de euros para cobrir potenciais perdas de créditos do Credit Suisse.

De acordo com a informação prestada nesta conferência de Imprensa, Ralph Hamers vai ser o presidente executivo do banco combinado UBS/Credit Suisse, e também ficou claro que não poderá haver distribuição de dividendos nem atribuição de bónus pelo período de concessão das ajudas públicas sob a forma de linha de liquidez e de garantia a eventuais perdas de crédito.

Credit Suisse afundou 25% numa semana

Fonte: Reuters

O acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS já está a merecer reações internacionais, nomeadamente dos EUA, do Banco Central Europeu e do Reino Unido. A secretária de Estado do Tesouro americana, Janet Yellen, afirmou que os EUA recebem este acordo de forma positiva e garante que o sistema financeiro americano tem uma posição sólida. Já a presidente do BCE, Lagarde, elogiou a resposta das autoridades suíças e considerou que estão criadas as condições para restabelecer a estabilidade financeira nos mercados.

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CEO da TAP impedida de apresentar lucros da empresa esta terça-feira

  • ECO
  • 19 Março 2023

A TAP vai prestar contas na terça-feira, quando deve revelar lucros superiores a 30 milhões de euros.

O Governo não vai permitir que a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, apresente os resultados da empresa esta terça-feira, avançou a SIC Notícias e confirmou o ECO, este domingo.

A gestora, que foi despedida mas mantém-se no cargo até ao fim do mês, queria fazer uma conferência de imprensa mas o Ministério das Finanças não autorizou essa intenção. Assim, os números referentes ao ano de 2022 vão ser apresentados em comunicado e numa videoconferência com investidores e analistas.

Ainda assim, Christine Ourmières-Widener, e o administrador executivo Gonçalo Pires deverão marcar presença na conference call. Na apresentação desta terça-feira, a TAP irá revelar lucros superiores a 30 milhões de euros referentes ao exercício fiscal de 2022, naqueles que serão os primeiros lucros desde 2017.

A decisão de demitir Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener foi anunciada pelo Governo no dia 6 de março, durante a apresentação do relatório da Inspeção-Geral de Finanças sobre o acordo celebrado entre a TAP e Alexandra Reis para a saída da administradora, que foi considera nulo por aquela entidade.

Se a ainda CEO da TAP deverá deixar as funções no final do mês, o futuro presidente executivo, Luís Rodrigues, só deverá entrar na companhia aérea depois de meados de abril. Um dos cenários que está a ser avaliado é a nomeação de um CEO interino.

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Putin visita Mariupol na primeira visita surpresa ao Donbass ucraniano

  • Lusa e ECO
  • 19 Março 2023

O Presidente russo fez uma visita de trabalho à cidade de Mariupol, na primeira viagem de Vladimir Putin ao Donbass, no leste da Ucrânia, avançou o Kremlin.

O Presidente russo fez uma visita de trabalho à cidade de Mariupol, na primeira viagem de Vladimir Putin ao Donbass, no leste da Ucrânia, avançou hoje o Kremlin. De acordo com a presidência russa, o chefe de Estado chegou de helicóptero à cidade do sul da região ucraniana de Donetsk, às margens do Mar de Azov, que no ano passado foi palco de violentos combates.

O Presidente russo foi “inspecionar alguns locais da cidade e conversar com os residentes”, e andou de automóvel pelas ruas de Mariupol, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro Marat Khusnulin, que o informou sobre o andamento das obras de construção e reconstrução. “Tratou-se da construção de novas unidades habitacionais, centros sociais e educativos, infraestruturas e instituições médicas”, acrescentou, num comunicado, o gabinete de imprensa do Kremlin, que não especificou a duração da visita.

Putin visitou depois a cidade de Rostov-on-Don, localizada no sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia, para uma reunião com o chefe das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, e vários comandantes militares.

Foi a primeira visita oficial do líder russo à região do Donbass, onde já decorriam combates com forças separatistas pró-russas desde 2014. No sábado, Putin já tinha feito uma outra visita surpresa à Crimeia para assinalar o nono aniversário da anexação da península ucraniana pela Rússia em 2014. No início de março, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, também fez uma visita oficial a Mariupol para analisar as obras de reconstrução da infraestrutura na cidade.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu na sexta-feira um mandado de captura contra o Presidente russo por crimes de guerra, pelo seu alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia. O procurador-geral do TPI identificou na sua petição de ordem de detenção de Vladimir Putin a deportação para a Rússia de “pelo menos centenas de crianças de orfanatos e instalações infantis” ucranianos.

O britânico Karim Khan alegou que estes atos de deportação de menores ucranianos para a Rússia e a sua adoção por famílias russas “demonstram a intenção de retirar permanentemente estas crianças do seu próprio país”, um ato ilegal contrário às Convenções de Genebra. O procurador-geral referiu ainda que tais atos foram cometidos no contexto de “atos de agressão” do exército russo contra a Ucrânia. O mandado de captura contra o chefe do Kremlin foi descrito como “legalmente nulo e sem efeito” pela Rússia, uma vez que o país não reconhece a legitimidade do TPI.

Kiev acusa Putin de visitar Mariupol “de noite” para ocultar destruição

As autoridades ucranianas acusaram hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, de visitar Mariupol, no leste do país, aproveitando-se da noite para ocultar a realidade de uma cidade totalmente destruída pelo seu exército e para evitar “olhares curiosos”. “Como convém a um ladrão, Putin visitou a cidade ucraniana de Mariupol a coberto da noite”, afirmou o Ministério da Defesa ucraniano na sua conta do Twitter.

Putin fê-lo, em primeiro lugar, porque é mais seguro e também porque a noite lhe permitiu destacar “o que quer mostrar”, prossegue a publicação, segundo a qual se manteve oculta a realidade de uma cidade “completamente destruída” e sem os olhares curiosos dos poucos sobreviventes.

A mensagem surge no decorrer da visita de Putin a Mariupol, que o Kremlin classificou “de trabalho” e que, aparentemente, foi decidida de forma espontânea depois da sua visita no sábado à Crimeia, coincidindo com o aniversário de anexação daquela península em 2014.

Putin diz que não estava “ansioso” por confrontos e que esperava resolução “pacífica”

O presidente russo assegurou hoje que não desejava iniciar uma confrontação com a Ucrânia e que antecipava uma resolução “pacífica” das tensões com Kiev antes do começo de anos de conflito que levaram à invasão russa daquele país.

Putin voltou ao tema da anexação da Crimeia em 2014, um dos precedentes diretos do atual conflito armado, para afirmar que o seu país “simplesmente não podia dar uma espada ao povo da Crimeia quando este já estava a confrontar os nacionalistas”. A Rússia acabou por anexar a península ao seu território através de um decreto declarado ilegal por Kiev e os seus aliados.

“Tínhamos assumido que seríamos capazes de resolver a situação de forma absolutamente pacífica. Jamais estive ansioso de desencadear alguma confrontação”, afirmou o Presidente russo, numa entrevista com o canal Rossiya 1, citado pela agência de notícias TASS. “Não podíamos simplesmente recusar o nosso apoio e proteção ao povo da Crimeia. Eles já estavam sob ataque dos nazis, como dizem os ucranianos, e era nosso dever sagrado protegê-los”, explicou.

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📹 OCDE quer portagens a variar consoante emissões dos veículos

Avaliação ambiental da OCDE sobre Portugal propõe introduzir uma taxação nas portagens em função das emissões de CO2 dos veículos, para tirar os carros mais poluentes de circulação

Para ajudar a tirar os carros mais poluentes de circulação, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) propõe introduzir uma nova forma de cobrança das portagens em Portugal — que varie consoante as emissões dos veículos.

Além disso, para reduzir as emissões de dióxido de carbono e a poluição, a entidade recomenda que Portugal deve “colmatar a diferença fiscal entre o gasóleo e a gasolina, e suprimir o tratamento fiscal para os veículos mais antigos, a fim de rejuvenescer a frota e promover veículos menos poluentes”.

http://videos.sapo.pt/KK9rh6TL437oJMGo5c6H

“Embora os impostos sobre os combustíveis sejam eficazes para reduzir as emissões de carbono, as taxas baseadas na distância em função das emissões dos veículos e no local de condução são a melhor opção para combater a poluição atmosférica local”, lê-se.

As sugestões fazem parte da quarta revisão de desempenho ambiental de Portugal divulgada esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), na qual a organização de 38 países analisa o desempenho ambiental do país na última década e deixa 26 recomendações.

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CMVM diz que não há impactos diretos para Portugal da queda do Credit Suisse

  • Lusa
  • 19 Março 2023

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários assegurou que não há impactos diretos em Portugal da crise do Credit Suisse e das falências dos bancos nos Estados Unidos.

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa, assegurou este domingo que não há impactos diretos em Portugal da crise do Credit Suisse e das falências dos bancos nos Estados Unidos.

Em entrevista à rádio Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Laginha de Sousa disse que “não há motivo para preocupação” com os impactos diretos da falência dos bancos americanos e da crise no banco suíço, advertindo, contudo, para a necessidade de manter a vigilância, porque a confiança tem de ser preservada.

“Temos que ter a noção de que não vivemos num mundo composto de ilhas e, às vezes, depois, há fenómenos de segunda ordem e, sobretudo, em matérias onde aquilo que por vezes está em causa são elementos que são intangíveis — estamos a falar de confiança. E, desse ponto de vista, as autoridades, seja a nível nacional, seja a nível europeu, têm que atuar, no sentido de contribuir para preservar esse bem”, afirmou.

O antigo administrador do Banco de Portugal que, desde novembro, preside ao supervisor do mercado de capitais adiantou que a CMVM está a acompanhar a situação, acrescentando que o assunto deverá ser abordado na reunião regular do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, que decorre na segunda-feira.

“Acho que aquilo que é importante assinalar é que nós acompanhamos essas matérias e, neste momento, naquilo que tem que ver com esses efeitos diretos da exposição direta, não vemos neste momento motivo para qualquer preocupação“, vincou o responsável.

Na quinta-feira, o Credit Suisse tornou-se no primeiro banco de grande dimensão à escala mundial a receber uma ajuda pública de emergência desde a crise financeira de 2008.

Sobre a subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), Laginha de Sousa disse acreditar que a decisão foi tomada “à luz da melhor informação disponível”, considerando tratar-se de uma “evolução salutar”, uma vez que se revê num modelo em que o acesso aos recursos financeiros tem um custo.

“No contexto daquilo que é o normal funcionamento de uma economia, é normal que quem precise de financiamento tenha que pagar por ele e não tenha taxas de juro negativas”, observou, lembrando, contudo, que é importante assegurar que existem formas de apoiar “aqueles que não conseguem lidar com as consequências disso”.

O presidente da CMVM defendeu ainda a necessidade de tornar o investimento em capital “mais atrativo”, considerando fundamental “canalizar incentivos ou eliminar desincentivos” para que as empresas possam ter “vontade de investir”.

“A fiscalidade é um ponto que é incontornável, mas não é único e aí há escolhas políticas que têm de ser feitas e quem faz essas escolhas tem que olhar para um leque muito mais alargado de equilíbrios do que quem está só na perspetiva do mercado de capitais”, concluiu.

Na quinta-feira foi anunciado que o Credit Suisse iria receber um empréstimo de até 50 mil milhões de francos suíços (50,7 mil milhões de euros) do banco central da Suíça para “fortalecer” as contas da instituição. Ao mesmo tempo, o segundo maior banco suíço anunciou uma série de operações de recompra de dívida no valor de cerca de três mil milhões de francos suíços (3,04 mil milhões de euros).

A ajuda surgiu um dia depois de o Credit Suisse ter enfrentado a sua sessão mais negra na bolsa, perdendo um quarto do valor, com as ações a caírem para um nível historicamente baixo, abaixo de dois francos suíços (2,03 euros). Este período de turbulência no setor bancário começou antes, com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, após a qual se deu uma acentuada queda em bolsa na quarta-feira do Credit Suisse.

Também na quinta-feira, o BCE anunciou a subida das taxas de juro em 50 pontos base, apesar da agitação que se vive no setor bancário. A instituição justificou a decisão com a determinação em assegurar “um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”. O BCE tinha anunciado a intenção de decidir um novo aumento de 50 pontos base logo após a última reunião, no início de fevereiro.

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