Vinha.pt deverá fechar 2023 com vendas de 3,5 milhões de euros

Empresários lançam empresa Super Grapes, na Guarda, para posicionar plataforma online de vinhos Vinha.pt. E estimam fechar 2023 com um volume de negócios de 3,5 milhões de euros.

É a partir de S. Romão, na Serra da Estrela, que Cláudio Martins, da Martins Wine Advisor (MWA), e Elísio Santos, da plataforma online Vinha.pt, uniram esforços para posicionar esta última marca nos mercados nacional e internacional, mediante o lançamento da empresa Super Grapes. E de tal forma que estimam fechar este ano com um volume de negócios de 3,5 milhões de euros. No cardápio têm mais de 2.500 referências de vinhos nacionais e 400 internacionais, e alguns deles chegam a atingir os 28 mil euros a garrafa.

Como todas as empresas, a Super Grapes também tem uma história por trás para contar, com Cláudio Martins e Elísio Santos como personagens principais a dar cartas no mundo dos vinhos. A “primeira loja online de vinhos do mundo a colocar os ratings da Vivino em todos os vinhos” foi criada em 2015 e adquirida, em 2019, por Elísio Santos aos seus sócios do projeto Mercadão.

Corria o ano de 2021 quando Cláudio Martins adquiriu uma posição no capital da empresa, procurando “reforçar a aposta da Vinha.pt no segmento premium“, assim como “potenciar a venda de categorias especiais a clientes que procuram vinhos exclusivos“.

Estes dois anos permitiram amadurecer a parceria Vinha.pt com a MWA, e a Super Grapes acabou por ser uma resposta natural ao mercado.

Cláudio Martins

CEO da Super Grapes

Mas chegava a hora de posicionar ainda mais a plataforma online de vinhos, nos mercados nacional e internacional, e foi então que se fez luz com o lançamento da Super Grapes. Uma empresa que também disponibiliza serviços relacionados com formação, aconselhamento e investimento na área dos vinhos.

“Estes dois anos permitiram amadurecer a parceria Vinha.pt com a MWA, e a Super Grapes acabou por ser uma resposta natural ao mercado”, começa por contar Cláudio Martins. Depressa os dois empresários uniram esforços: “A vinha.pt disponibiliza opções de qualidade e tem o know how, em termos de vendas online, enquanto a MWA introduz vinhos de produtores que não se encontram com facilidade no mercado”.

Para Elísio Santos, a Super Grapes “é a versão refinada” da parceria que começou em 2020. “Reforçámos a ligação direta aos produtores, aumentámos o conhecimento de mercado, especialmente nas gamas mais altas onde aumentámos o sortido de forma exponencial”. Com o trabalho de casa feito e estruturado, o empresário é perentório em afirmar: “Estamos em condições de continuar a surpreender o consumidor, seja no canal Horeca ou com o cliente final”.

E se o fecho do ano de 2022 da plataforma digital de venda de vinhos Vinha.pt rondou os 2,2 milhões de euros — um crescimento de 12% em relação a 2021–, a estimativa dos empresários é que este ano atinja os 3,5 milhões, a julgar pelas mais de 2500 referências de vinhos nacionais e 400 internacionais no cardápio.

“Teremos à distância de um clique alguns dos vinhos mais exclusivos do mundo, como é o caso do Úranos”, lançado no final de 2022, em Madrid, destaca Cláudio Martins. Entre os vinhos exclusivos da SuperGrapes está, assim, o Úranos, disponível em grandes formatos e uma garrafa destas, de 12 litros, pode chegar aos 28 mil euros. É o segundo vinho da série Wines from Another World, fruto da parceria da MWA com um produtor da Priorat, na Catalunha, depois do lançamento do Júpiter, corria o ano de 2021. E que atraiu a atenção para a região do Alentejo como sendo “um vinho de qualidade” ao nível de muitos estrangeiros de renome, com uma edição limitada de 800 exemplares que já esgotou.

Reforçámos a ligação direta aos produtores, aumentámos o conhecimento de mercado, especialmente nas gamas mais altas onde aumentámos o sortido de forma exponencial.

Elísio Santos

CEO da Super Grapes

Quanto ao Úranos, o empresário Cláudio Marfins avança que, até à data, já foram vendidas 300 garrafas de 0,75 centilitros em Portugal, Espanha, Suíça, Reino Unido, Itália, Alemanha, Brasil, EUA, Arábia.

Com expectativas elevadas no negócio, os empresários da Vinha.pt já têm o perfil do cliente traçado: 40% são estrangeiros, residentes em toda a Europa; têm entre os 30 e 65 anos; e “procuram uma forma fácil, rápida e segura de encontrar os seus vinhos preferidos”.

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Órgão que tutela juízes vai a votos: Luís Azevedo Mendes e Afonso Henrique Cabral na corrida para o CSM

Luís Azevedo Mendes, pela lista A, e Afonso Cabral Ferreira, pela lista B, disputam a vice-presidência do Conselho Superior da Magistratura. Um dos dois irá substituir Sousa Lameira.

Esta quarta-feira, dia 12 de abril, os juízes conselheiros dos Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Luís Azevedo Mendes, pela lista A, e Afonso Cabral Ferreira, pela lista B, disputam a vice-presidência do Conselho Superior da Magistratura (CSM). Um dos dois irá substituir Sousa Lameira e passar a auxiliar o presidente do CSM, o juiz conselheiro Henrique Araújo.

Enquanto órgão do Estado, compete ao CSM nomear, colocar, transferir e promover os juízes dos Tribunais Judiciais e o exercício da ação disciplinar, sendo “um órgão de salvaguarda institucional dos Juízes e da sua independência”. Desde janeiro de 2008, que este órgão tem autonomia administrativa e financeira, dispondo de orçamento próprio previsto no Orçamento do Estado.

Após as votações por correspondência, que decorreram até ao dia 10 de abril, realizar-se-á no dia 12 de abril as votações presenciais nos Tribunais da Relação do Porto, Coimbra e Évora, presencialmente, entre as 9h00 e as 19h00. Conheça aqui os dois candidatos.

Um dos candidatos à vice-presidência do CSM é Luís Azevedo Mendes, juiz conselheiro do STJ. Natural de Coimbra, licenciou-se em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1983. Entre 1984 e 1986 foi auditor de justiça no Centro de Estudos Judiciários (CEJ), no III Curso Normal para ingresso na magistratura judicial. Graduou-se como juiz conselheiro em fevereiro.

Após passar pelo CEJ, Azevedo Mendes foi juiz Tribunais Judiciais de Santarém (1986-1987), do Trabalho de Leiria (1987-1988), de Penela (1988-1989), de Albergaria-a-Velha (1989-1991), de Tomar (1991-1992), da Figueira da Foz (1992-1998) e do Trabalho da Figueira da Foz (1998-2006). Entrou para o Tribunal da Relação de Coimbra em 2006, enquanto juiz desembargador. Entre janeiro de 2011 e fevereiro de 2017, foi presidente da secção social do mesmo tribunal. Tendo ocupado o cargo de presidente da Relação de Coimbra entre 2017 e 2022.

Foi vogal no CSM entre 2001 e 2004, vice-presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, no mandato 2006-2009, e coordenador do seu Gabinete de Estudos e Observatório dos Tribunais entre 2006 e 2012. Foi ainda presidente da Assembleia Geral da mesma associação entre 2009 a 2015. Azevedo Mendes é ainda secretário do Conselho de Administração da Associação de Solidariedade Social Casa do Juiz, desde 2009.

Anunciou que estava na corrida ao órgão em fevereiro através de uma carta divulgada pelo Observador. Referiu que a sua candidatura é “sinal de emergência que congregou a ação de vários colegas para a construção de uma proposta eleitoral positiva, de mudança e de progresso, na inversão do estado de manifesto distanciamento entre o corpo dos juízes e o seu principal órgão de governo”.

Por fim, o último candidato à vice-presidência do CSM é Afonso Cabral Ferreira, juiz conselheiro do STJ. Alfacinha de gema, licenciou-se em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1978, tendo depois ingressado no Centro de Estudos Judiciários em 1983, no 3.º Curso Especial de Formação de Magistrados. Graduou-se como juiz conselheiro em junho de 2022.

Passou enquanto juiz pelos Tribunais das Comarcas de Pinhel, Caldas da Rainha, Cascais, 4.º Juízo Criminal de Lisboa, Varas Criminais de Lisboa (1993), Tribunal de Círculo (1996) e Círculo Judicial de Oeiras (1999). Após ter sido destacado como juiz auxiliar no Tribunal da Relação de Lisboa em 2003, foi promovido a juiz. Em 2005 assumiu funções de desembargador, tendo exercido funções no Tribunal da Relação do Porto e de Lisboa.

No seu percurso está ainda uma passagem pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses, entre 2000 e 2003, onde foi secretário-geral da direção nacional. No CSM, Afonso Cabral Ferreira foi chefe de gabinete do Gabinete de Apoio ao Vice-Presidente e aos Membros do CSM, entre 2008 e 2010, e voltou a esta posição em 2019, com Sousa Lameira. Após 2010, foi colocado na 1.ª Secção do Tribunal da Relação de Lisboa, tendo sido eleito seu presidente.

Foi em fevereiro, através de um e-mail, que revelou que se iria candidatar ao órgão em “nome da independência dos juízes”, que, segundo o próprio, “exige uma luta permanente e não se esgota no ato de julgar”. Afonso Cabral Ferreira prometeu ainda uma “linha de continuidade” do trabalho ao atual vice-presidente, Sousa Lameira.

Veja as duas listas na corrida

Na corrida para a Eleição dos Vogais do CSM estão duas listas. Descubra aqui a composição de ambas:

Lista A

Juízes do Supremo Tribunal de Justiça

  • Efetivo: Luís Miguel Ferreira de Azevedo Mendes, Juiz Conselheiro do STJ
  • Suplente: António Fernando Barateiro Dias Martins, Juiz Conselheiro do STJ

Juízes dos tribunais da Relação

  • Efetiva: Ana Isabel de Azeredo Rodrigues Coelho Fernandes da Silva, Desembargadora da Relação de Lisboa
  • Suplente: Mário Jorge dos Santos Branco Coelho, Desembargador da Relação de Évora
  • Efetivo: Artur Dionísio do Vale dos Santos Oliveira, Desembargador da Relação do Porto
  • Suplente: Maria da Conceição Barbosa de Carvalho Sampaio, Desembargadora da Relação de Guimarães

Juízes de 1.ª Instância

Distrito Judicial de Coimbra

  • Efetivo: Fernando Jorge Prata dos Santos Andrade, Tribunal da Relação de Coimbra, Tribunal Execução Penas de Coimbra – juiz 1
  • Suplente: Joana Carla Henriques da Silva, Comarca Castelo Branco – Juízo de comércio do Fundão – Juiz 1

Distrito Judicial de Évora

  • Efetiva: Raquel Patrícia Rocha de Matos Rolo, Comarca Santarém – Juízo central criminal de Santarém – Juiz 2
  • Suplente: Catarina Martins Escudeiro, Comarca Setúbal – Juízo de instrução criminal de Setúbal – Juiz 1

Distrito Judicial de Lisboa

  • Efetivo: Tiago Rafael da Silva Moura Pires Pereira, Comarca Lisboa – Juízo de comércio do Barreiro – Juiz 2
  • Suplente: Cláudia Celina David Alves, Comarca Lisboa Oeste – Juízo do trabalho de Sintra – Juiz 1

Distrito Judicial do Porto

  • Efetiva: Rita Fabiana de Figueiredo e Castro da Mota Soares, Comarca Braga – Juízo central cível de Guimarães – Juiz 4
  • Suplente: Luís Miguel Andrade de Lemos Triunfante, Comarca Porto – Juízo de comércio de Santo Tirso – Juiz 5

Lista B

Juízes do Supremo Tribunal de Justiça

  • Efetivo: Afonso Henrique Cabral Ferreira, Juiz Conselheiro do STJ
  • Suplente: Agostinho Soares Torres, Juiz Conselheiro do STJ

Juízes dos tribunais da Relação

  • Efetiva: Jorge Miguel Pedro Marques Antunes, Desembargadora da Relação de Lisboa
  • Suplente: Maria Margarida Trovão Bacelar Alves, Desembargador da Relação de Évora
  • Efetivo: Filipe Manuel Nunes Caroço, Desembargador da Relação do Porto
  • Suplente: Anizabel Dulce Sousa Pereira, Desembargador da Relação de Coimbra

Juízes de 1.ª Instância

Distrito Judicial de Coimbra

  • Efetivo: Júlio Gantes Gonçalves da Costa, Comarca da Guarda – Juízo central cível e criminal da Guarda
  • Suplente: Paulo César da Cunha Lima, Comarca Viseu – Juízo de competência genérica de Mangualde – Juiz 1

Distrito Judicial de Évora

  • Efetiva: Elsa Regina Torres e Melo, Comarca Setúbal – Juízo central cível de Setúbal – Juiz 1
  • Suplente: Susana Maria Almeida Ribeiro, Comarca Faro – Juízo central criminal de Faro – Juiz 3

Distrito Judicial de Lisboa

  • Efetivo: Carlos Miguel Pereira Neves, Comarca Lisboa – Juízo de instrução criminal do Seixal – Juiz 1
  • Suplente: Carla Sofia Xavier Coelho, Comarca Lisboa – Juízo de família e menores de Lisboa – Juiz 3

Distrito Judicial do Porto

  • Efetiva: Catarina Maria Leandro e Vasconcelos, Comarca Porto – Juízo de comércio de Santo Tirso – Juiz 7
  • Suplente: Filipa Isabel Afonso Gomes Freitas Aguiar, Comarca Braga – Juízo de comércio de Guimarães – Juiz 3

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Já foram antecipados 855 milhões do PT2030 e metade estão pagos

“Atualmente estão aprovados 855 milhões de euros, dos quais 457 milhões de euros pagos”, avançou ao ECO fonte oficial da Agência para o Desenvolvimento & Coesão (AD&C).

O mecanismo de antecipação do Portugal 2030, criado para permitir que as verbas do novo quadro comunitário de apoio pudessem começar a chegar ao terreno antes de estar tudo definido, já tem aprovados 855 milhões de euros e já pagou 53% deste montante.

“Atualmente estão aprovados 855 milhões de euros, dos quais 457 milhões de euros pagos”, avançou ao ECO fonte oficial da Agência para o Desenvolvimento & Coesão (AD&C).

Este Mecanismo Extraordinário de Antecipação do Portugal 2030, criado em agosto de 2021, tinha sido prorrogado até 31 de março deste ano, para permitir lançar concursos aos fundos europeus enquanto o novo quadro comunitário não estava operacional. Ou seja, os avisos eram lançados pelos programas do Portugal 2020, mas as candidaturas aprovadas transitavam para os programas do PT2030.

No último balanço que fez no Parlamento, no final do ano passado, a ministra da Presidência revelou que estavam a concurso 892 milhões de euros, dos quais 626 milhões estavam aprovados e 270 milhões pagos. No espaço de três meses houve uma subida de quase 70% nos pagamentos.

Estes apoios têm sido, sobretudo, canalizados para cursos profissionais, de educação e formação de jovens, bolsas de ensino superior para alunos carenciados, apoios à deficiência, apoios à recuperação de aprendizagens, escolas e infraestruturas de saúde.

Este mecanismo deixou de estar em vigor, mas, entretanto, foram já lançados os primeiros concursos do PT2030, no final de março, tal como a ministra Mariana Vieira da Silva tinha prometido.

No último dia de março, os vários ministérios envolvidos na gestão dos fundos enviaram comunicados a anunciar o lançamento dos primeiros 13 avisos do PT2030, e o primeiro-ministro também o anunciou em mais uma ação do “PRR em Movimento”, desta vez nos distritos de Aveiro e Viseu e com o Presidente a República ao lado.

Os concursos para as PME, só serão lançados em abril, apesar de se ter admitido a possibilidade de também o serem no final de março. “Depois destes primeiros 13 avisos, seguir-se-ão os concursos referentes aos programas Compete 2030 e Mar 2030, sendo que a prioridade do Governo é agora a abertura das candidaturas para as empresas, designadamente no âmbito dos Sistemas de Incentivos, em particular para projetos de inovação produtiva e de internacionalização de PME”, acrescentava o comunicado do Ministério da Presidência.

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Manuel Vicente prepara livro com a sua versão da entrada da Sonangol no BCP

  • ECO
  • 11 Abril 2023

O ex-vice-presidente de Angola e antigo líder da Sonangol está a preparar um livro sobre o BCP e como decorreu a entrada da petrolífera angolana no capital do banco português.

Manuel Vicente, antigo vice-presidente de Angola, está a preparar um livro em que conta a sua versão da entrada da Sonangol no capital do BCP, avança o Jornal de Negócios esta terça-feira. De acordo com o jornal, o livro está a ser escrito no Dubai, onde vive desde 2020, com a ajuda de especialistas portugueses, segundo fontes angolanas conhecedoras do processo, que veem nesta decisão um ato de “afirmação política” do ex-número dois de José Eduardo dos Santos.

Enquanto presidente da Sonangol, Manuel Vicente liderou a entrada da petrolífera angolana no capital do BCP em 2007, ano em que comprou 2% desta instituição financeira por 200 milhões de dólares. Cinco anos depois, a Sonangol tornou-se o maior acionista do banco, com 11,6% do capital. Atualmente, a Sonangol tem 19,4% do BCP.

O livro de Manuel Vicente irá surgir numa altura em que se especula sobre uma eventual saída da Sonangol do capital do BCP ou de uma redução da posição, para permitir ao banco avançar para a corrida à compra do Novobanco, com a entrada de um novo acionista de referência. Mas, para já, Angola assegura não ter intenção de sair da instituição.

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Hoje nas notícias: Manuel Vicente, Medina e chairman da TAP

  • ECO
  • 11 Abril 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O ex-vice-presidente de Angola e antigo líder da Sonangol Manuel Vicente está a preparar um livro sobre o BCP e os bastidores que envolveram a entrada da petrolífera no capital do banco. Em 2021, o chairman da TAP, Manuel Beja, perguntou a Hugo Mendes, secretário de Estado das Infraestruturas, se “havia espaço” para alterar a legislação de concessão de vistos para viagens não essenciais durante a pandemia. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Manuel Vicente vai contar em livro a sua versão do BCP

Manuel Vicente, antigo vice-presidente de Angola, está a preparar um livro em que conta a sua versão da entrada da Sonangol no capital do BCP, avança o Jornal de Negócios. O livro está a ser escrito no Dubai, onde vive desde 2020, e com a ajuda de especialistas portugueses, segundo fontes angolanas conhecedoras do processo, que consideram que a decisão deve ser interpretada como um ato de “afirmação política” do ex-número dois de José Eduardo dos Santos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Ministério das Finanças ocultou nomeação de mulher de Galamba do Diário da República

Laura Abreu Cravo, mulher do ministro das Infraestruturas, João Galamba, coordena o Departamento de Serviços Financeiros desde março do ano passado. A própria identifica-se na sua página do LinkedIn como “chefe” deste departamento do Ministério das Finanças, mas a sua nomeação nunca foi publicada em Diário da República, contrariamente ao anterior diretor, que teve a respetiva entrada e saída no cargo publicadas. O ministério tutelado por Fernando Medina justifica-se dizendo que Laura Abreu Cravo é funcionária de origem da CMVM e está no Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) ao abrigo de um Acordo de Cedência de Interesse Público.

Leia a notícia completa na CNN Portugal (acesso livre).

TAP pediu ao Governo para mudar legislação

De acordo com uma troca de emails, em setembro de 2021, o chairman da TAP, Manuel Beja, perguntou ao então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, se havia “espaço para alterar a concessão de vistos para viagens não essenciais”. Ao contrário de Portugal, as embaixadas de países da União Europeia (UE) como Espanha, França e Bélgica concediam vistos para viagens não essenciais para países fora da UE ou do Espaço Schengen. Os passageiros compravam viagens a companhias desses países, pondo em causa o mercado da TAP.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Preços das marcas próprias dos hipermercados aumentam 32%

Os preços das marcas próprias dos super e hipermercados subiram, no ano passado, mais do que os dos fabricantes. O custo de um cabaz com 30 produtos de marcas próprias, nomeadamente farinha, açúcar e salsichas, aumentou 32% em 2022, valor muito superior ao registado pelo mesmo conjunto de produtos com a marca dos fabricantes.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Preço dos carros mais vendidos aumentou 22,6% desde a pandemia

Comprar um automóvel novo do segmento dos utilitários (segmento B) implica gastar, em média, mais 22,6% face aos preços praticados em 2019 no mercado nacional. As perturbações na cadeia de abastecimento, no transporte e a escassez de componentes são apenas alguns dos fatores que ajudam a explicar os aumentos.

Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 11 de abril

  • ECO
  • 11 Abril 2023

Ao longo desta terça-feira, 11 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Contribuintes já entregaram 1,5 milhões de declarações de IRS

Número de declarações superou 1,5 milhões dias depois de ter ultrapassado a fasquia do milhão. Representa 25% do total de submissões feitas pelos contribuintes no ano passado.

Os contribuintes portugueses já entregaram mais de 1,5 milhões de declarações de IRS, cerca de seis dias depois de ter sido ultrapassada a marca do milhão. O número está plasmado na página de estatísticas do Portal das Finanças.

Segundo a Autoridade Tributária, até cerca da uma da manhã de 11 de abril havia nota de 1.541.129 declarações de IRS submetidas. A campanha de entrega das declarações de rendimentos auferidos no ano passado começou a 1 de abril.

Declarações de IRS submetidas

Dados até à madrugada de 11 de abril | Fonte: Portal das Finanças

Este total, que representa uma aproximação (pois pode conter ainda declarações de substituição referentes ao ano passado), sinaliza que podem já ter sido entregues 25% das declarações, se o número for comparado com as mais de 6,1 milhões de declarações entregues na campanha do ano passado.

Para este ano, o Governo sinalizou que os reembolsos deverão ser pagos entre duas a três semanas depois da entrega da declaração. Geralmente, em anos anteriores, os primeiros pagamentos chegam às contas bancárias dos contribuintes na primeira quinzena do mês.

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Costa visita empresa coreana de renováveis que aposta no hidrogénio e offshore

A Hanwha afirmou-se em Portugal na energia solar, mas tem vindo a investir (lá fora) noutras energias limpas, como o eólico offshore e o hidrogénio verde, áreas que o Governo quer desenvolver por cá.

A Hanwha Q-Cells é uma das empresas coreanas que o primeiro-ministro, António Costa, irá visitar numa passagem pela Coreia do Sul, que se prolonga por terça e quarta-feira, avançou a Lusa. Esta empresa começou por apostar forte em energia solar e introduziu-se em Portugal como a grande vencedora do leilão fotovoltaico de 2020, arrecadando seis dos doze lotes. Mas a Hanwha tem vindo a alargar os horizontes com outras energias limpas, como o eólico offshore e o hidrogénio verde, áreas que o Governo está a procurar desenvolver por cá.

“A Q Energy [do grupo Hanwha Q-Cells] está a acelerar a entrada no mercado de energias renováveis da Europa através do desenvolvimento de energia eólica onshore e offshore”, lê-se no site da empresa. Na nota, a empresa refere que está a “investir agressivamente” no hidrogénio verde, desde a produção e armazenamento até ao transporte e utilização.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, espera que o setor energético em Portugal mobilize, até 2030, 60 mil milhões de euros de investimento, sendo que uma das grandes fatias diz respeito ao leilão de eólico offshore – entre 4,3 e 4,7 mil milhões de euros. O primeiro-ministro anunciou que este leilão deverá realizar-se até ao último trimestre deste ano.

No solar, a empresa intitula-se como a líder global da indústria, estando presente em toda a cadeia de valor, desde a produção de células e painéis até ao desenvolvimento de parques solares e venda de energia. Lidera, em quota de mercado, no mercado de módulos solares nos Estados Unidos, e tem vindo a expandir a atividade na Ásia, Europa e Austrália. Na Hanwha estão a ser desenvolvidas também soluções mais inovadoras como os painéis fotovoltaicos flutuantes, algo que a EDP estreou o ano passado em Portugal com uma construção no Alqueva.

Investimento em Portugal ronda 1,5 mil milhões

De acordo com fonte do setor, a Hanwha Q-Cells tem de momento 2 gigawatts de projetos solares em Portugal, em fases distintas de licenciamento. Os mais avançados são três, de cerca de 30 megawatts cada, e vão situar-se no Alentejo – deverão ser os primeiros projetos solares com baterias em Portugal, e a construção deverá começar ainda este ano. Estes projetos ocuparão três dos lotes garantidos pela empresa em 2020. Os restantes três estão em fases menos avançadas do licenciamento, pelo que a construção não deve começar antes do final deste ano ou início do próximo.

Além dos projetos decorrentes do leilão de 2020, a Hanwha tem mais oito em carteira. Estes estão no final do processo de licenciamento ambiental ou em fase de pedido de licença de produção. Em cima da mesa estão ainda pedidos de sobreequipamento, para aumentar a capacidade dos projetos em curso.

Segundo estimativas a preços de mercado, o investimento total da empresa em Portugal deverá rondar os 1.500 milhões de euros, tendo por base a capacidade instalada em causa.

Da pólvora ao solar

A Hanwha tem 71 anos de história, sendo que o começo da empresa coincidiu com o fim da guerra entre a Coreia do Sul e Coreia do Norte. Iniciou-se como empresa de explosivos, numa altura em que estes eram necessários para relançar a infraestrutura do país e em que a Coreia estava dependente das importações do Japão.

Em 1965 deu-se a primeira diversificação: a Hanwha entrou na indústria petroquímica. Quatro anos depois, esta foi a primeira empresa a deter uma central termoelétrica privada. Nos anos 70, chegou a vez de entrar no mundo dos serviços financeiros, para, já em 2002, juntar ao portefólio uma seguradora. Nos anos seguintes investiu ainda no fabrico de componentes da indústria automóvel até que, em 2010, deu os primeiros passos na energia solar.

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Eu e a minha mulher estamos abrangidos pelo IRS automático. Temos de fazer alguma coisa?

  • ECO
  • 11 Abril 2023

O ECO escolheu algumas dicas do Guia Fiscal da Deco Proteste para ajudar os contribuintes na altura da entrega do IRS, que serão partilhadas diariamente.

A campanha do IRS já arrancou, no primeiro dia do mês, mas há quem tenha ainda dúvidas sobre a entrega desta declaração. Alguns têm o trabalho facilitado, estando abrangidos pelo IRS automático, mas mesmo assim certos aspetos poderão ainda estar por esclarecer. A resposta às perguntas mais frequentes dos contribuintes pode ser encontrada no Guia Fiscal 2023, da Deco Proteste.

Há vários contribuintes com acesso ao IRS automático, e os mais novos podem optar pelo IRS Jovem. Entre as novidades deste ano, onde já se pode sentir o efeito das novas tabelas de retenção na dimensão do reembolso, encontra-se o desdobramento de escalões de IRS, de sete para nove.

O ECO selecionou algumas dicas disponibilizadas pela Deco Proteste para ajudar a esclarecer todas as dúvidas, que serão partilhadas diariamente.

Eu e a minha mulher estamos abrangidos pelo IRS automático. Temos de fazer alguma coisa?

Consulte a liquidação proposta pelo Fisco para si e para a sua mulher. Se nada fizer, o Fisco assume que a entrega é feita em separado, mesmo para os casados. Mas, antes de aceitar qualquer uma das propostas, compare os valores a receber ou a pagar e escolha a opção mais vantajosa.

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É o último dia para atualizar o IBAN para receber primeiro cheque de 90 euros anti-inflação

Este novo apoio será pago apenas por transferência bancária, pelo que para o receber terá que registar ou atualizar o seu IBAN na Segurança Social Direta até esta terça-feira.

Esta terça-feira termina o prazo para os beneficiários do apoio mensal de 30 euros – que será pago a partir de 16 de maio em cheques trimestrais de 90 euros – registarem ou atualizarem o seu IBAN na Segurança Social Direta.

Em causa está o apoio extraordinário anunciado no final de março pelo Executivo e que é destinado a apoiar as famílias vulneráveis na sequência da escalada da inflação, que em março terá abrandado para 7,4%, isto é, o quinto mês de alívio.

O “cheque” é de 30 euros por mês por agregado familiar, sendo pago trimestral até ao final do ano. Assim, a primeira prestação de 90 euros – referente a janeiro, fevereiro e março – será paga a partir de 16 de maio, segundo anunciou o ministro das Finanças esta terça-feira. Já as restantes prestações serão pagas em junho, agosto e novembro.

Este novo apoio será pago apenas por transferência bancária, pelo que para o receber terá que “registar ou atualizar o seu IBAN [numero de conta bancária para pagamentos) na Segurança Social Direta até dia 11 abril”, informa a Segurança Social, numa nota divulgada no site. Quando a medida foi lançada, a ministra Ana Mendes Godinho já tinha apelado às famílias abrangidas para que atualizassem os dados pessoais na Segurança Social Direta. Para o efeito, basta entrar na Segurança Social Direta e no seu perfil aceder onde diz “conta bancária”.

Na prática, este apoio dirige-se aos beneficiários da tarifa social de energia, utilizando o mês anterior ao pagamento como referência. Não obstante, a seleção dos agregados que vão receber os apoios também abrangerá quem beneficie de prestações sociais mínimas ou “em que uma das crianças seja titular de abono de família do 1.º ou 2.º escalão”, mesmo que não tenha um contrato de eletricidade no respetivo nome.

“São consideradas prestações sociais mínimas o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção, a pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez, o complemento da prestação social para a inclusão, a pensão social de velhice e o subsídio social de desemprego”, aponta ainda a Segurança Social, na nota divulgada.

Paralelamente, o Governo avançou também com um apoio adicional por criança ou jovem que beneficie de abono de família, “calculado de forma igual para todos”. Na prática, trata-se de uma majoração de 15 euros mensais, também pago trimestralmente. Este conjunto de medidas vai ter um custo de 580 milhões de euros e deverá abranger cerca de três milhões de pessoas.

(Notícia alterada às 14h08 com a indicação de que a primeira tranche do apoio às famílias vulneráveis será paga a partir de 16 de maio)

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PSD pede “esclarecimento cabal” a Medina sobre nomeação de mulher de Galamba

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

Laura Abreu Cravo, mulher do atual ministro das Infraestruturas João Galamba, coordena há um ano o Departamento de Serviços Financeiros no Ministério das Finanças, liderado por Fernando Medina.

O PSD instou na segunda-feira o ministro das Finanças a “esclarecer cabalmente” a nomeação da mulher do ministro das Infraestruturas para o seu ministério, depois de a TVI ter noticiado que a designação nunca foi publicada em Diário da República.

O programa “Exclusivo”, da estação TVI, noticiou que Laura Abreu Cravo, mulher do atual ministro das Infraestruturas João Galamba, coordena há um ano o Departamento de Serviços Financeiros no Ministério das Finanças, liderado por Fernando Medina, embora a nomeação nunca tenha sido publicada em Diário da República.

À TVI, o Ministério das Finanças referiu que Laura Abreu Cravo é funcionária de origem da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e está no GPEARI [Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais] ao abrigo de um Acordo de Cedência de Interesse Público.

“Considerando a experiência e percurso de Laura Abreu Cravo e a necessidade de melhor articular os trabalhos do GPEARI nesta área, foi convidada a permanecer no referido Gabinete, exercendo a partir de março de 2022 funções de acompanhamento e participação do processo legislativo europeu na área dos serviços financeiros, bem como de coordenação e representação da participação do GPEARI em comités técnicos”, pode ler-se, de acordo com a resposta das Finanças publicada no ‘site’ da estação televisiva.

Para o deputado social-democrata Hugo Carneiro, este é “mais um tiro no porta-aviões do Governo” e a situação “tem que ser cabalmente esclarecida” por Fernando Medina, esperando que o ministro das Finanças aborde o assunto esta terça-feira de manhã, durante a sua presença na Comissão de Orçamento e Finanças no Parlamento.

“Se não o fizer, nós vamos procurar que ele o faça no Parlamento. Se necessário for, se tivermos que o chamar especificamente ao Parlamento por causa disso, nós chamaremos. Nós não vamos ficar sossegados com a ausência de respostas ou com silêncios, que também é muito característico da parte do PS e do Governo”, frisou o social-democrata em declarações à agência Lusa.

Questionado sobre se, no entendimento do PSD, a nomeação deveria ter sido publicada em Diário da República, Hugo Carneiro destacou que a “notícia é muito fresca” e que “à luz daquilo que a TVI apresenta, os factos parecem [ser] bastante sólidos”.

“Mas queremos ouvir a versão do Governo. Nós não vamos tolerar silêncios. Nós queremos isto esclarecido, é assim ou não é, e, depois, tiraremos as nossas ilações”, apontou.

Hugo Carneiro salientou que se os factos forem como a notícia da TVI apresentou, estes “são muito graves”.

“Espero que o senhor ministro das Finanças não se refugie novamente numa expressão que ele gosta muito de usar, que é: não sabia”, acrescentou.

Coordenadora “mas não dirige”

Para o deputado social-democrata, este é um caso que envolve a mulher de outro ministro, que exerce funções desde março de 2022, quando Fernando Medina já era ministro das Finanças e no próprio Ministério das Finanças, sendo, por isso, “impossível dizer que não sabe”.

“Tem que esclarecer se a lei obriga, ou se a lei não obriga. (…) E se a lei obriga, porque é que a publicação em Diário da República não aconteceu”, insistiu.

O social-democrata referiu ainda que o Ministério das Finanças disse à TVI que Laura Abreu Cravo “é coordenadora, mas não dirige”.

“Eu não sei se isto é uma brincadeira de semântica, mas uma pessoa que é coordenadora tem que dirigir alguma coisa, a não ser que seja um cargo, enfim, fictício, fantasma, que não sirva para nada. Portanto, também tem que ser esclarecido”, vincou ainda.

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Portugal, a “escola de turismo da Europa”? Operadores pedem vistos ágeis e menos impostos para atrair talento

O país precisa de 193 mil pessoas para o setor do turismo. Há que apostar numa política de imigração, vistos ágeis e menos custos do trabalho, dizem os operadores reagindo à estratégia para setor.

Dá emprego a cerca de 300 mil pessoas, gerou receitas de mais de 21 mil milhões de euros no ano passado e estima-se que, nos próximos dez anos, crie 193 mil postos de trabalho. O setor do turismo debate-se também com escassez de talento, com 50 mil ofertas de emprego por preencher. E, para isso, o Governo anunciou uma estratégia para transformar o país no melhor local para estudar e trabalhar em turismo na Europa. Há que “desenvolver uma política de emigração consistente” e “ágil” na atribuição de vistos, criar condições de habitação, mas também soluções que passem pela redução dos custos do trabalho e da carga fiscal, apontam os operadores.

Só no ano passado o turismo gerou mais de 21 mil milhões de euros de receita, mais 15,4% do que em 2019, ano pré-pandemia, e estima-se que este ano haja um aumento de 30% das chegadas de turistas no país, com as exportações a aumentarem 8,6%. Um crescimento que deverá continuar nos próximos anos. “A riqueza relacionada com viagens e turismo deve crescer em média de 3,4% ao ano na próxima década, mais de três vezes a taxa de crescimento de 1,1% da economia portuguesa, podendo atingir mais de 50 mil milhões de euros até 2032“, apontam os dados do WTTC, citados na “Agenda Profissões do Turismo: 2023-2026.”

Na próxima década prevê-se que sejam criados 193 mil postos de trabalho no turismo nacional, mas este é um setor que se debate com falta de mão-de-obra: “Estima-se que 50 mil vagas de emprego estejam por preencher em Portugal, prevendo-se que nos setores do alojamento e restauração uma em cada oito vagas fiquem por preencher e, no setor da animação turística, um em cada dez anúncios de emprego não tenham quaisquer candidatos“, aponta a “Agenda Profissões do Turismo”.

Há um claro problema de atração e retenção de pessoas. “Se queremos ter trabalhadores é preciso melhorar salários”, apontou Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, durante a apresentação da estratégia para transformar o país no melhor país da Europa para trabalhar e estudar neste setor.

Estratégia 2023-2026

Aumentar em 10% os profissionais de turismo com ensino secundário e superior – atualmente, cerca de metade tem o ensino básico – em 15%, mais 24 mil, o número de estudantes em todos os níveis de ensino e em 20% o número de trabalhadores no setor, para 350 mil em 2026 – hoje são na ordem dos 287 mil (2022) – são as metas estabelecidas pelo Governo, tendo, para isso, anunciado um conjunto de 20 medidas.

Uma campanha no LinkedIn para valorizar as profissões, um programa de benefícios para os profissionais de turismo (cartão Atlas), um projeto-piloto para as boas práticas laborais, majoração de financiamento de empresas com boas práticas laborais e de formação, a modernização e especialização das escolas de hotelaria e turismo e uma Academia Internacional de Turismo (campus Estoril) — este último é um projeto que vai exigir um investimento na ordem dos 20 milhões de euros — são algumas das iniciativas previstas.

Serão suficientes para contrariar a ‘fuga’ do talento? “São boas medidas se forem implementadas de forma eficaz e ajustada às necessidades do mercado, quer dos agentes do setor, quer dos consumidores, quer das novas gerações que estão a entrar no mercado de trabalho“, considera Margarida Almeida, CEO da Amazing Evolution.

“É necessário que o Governo possa fazer o que estiver ao seu alcance para contribuir para a dignificação e prestígio das profissões do setor, que até há pouco tempo eram consideradas profissões de recurso. Isto é, quem não tinha tirado um curso superior ia trabalhar para um hotel ou para um restaurante, quase como se fosse um trabalho menor”, continua a responsável. “Todos concordamos que a atividade que mais contribui para aumentar as previsões de crescimento do país do Banco de Portugal tem de ser uma atividade também atrativa para quem nela trabalha. E, nesse sentido, fazia falta uma estratégia para mudar esse erróneo paradigma”, considera a CEO da rede com 20 hotéis em operação, dez em desenvolvimento, 40 colaboradores e 700 pessoas sob gestão nas diferentes unidades do portefólio.

Quase um terço dos trabalhadores (27%) diz querer abandonar a área profissional em que se encontra no setor devido salários baixos, horários pouco flexíveis e fraca progressão na carreira, aponta um estudo realizado pela Universidade de Aveiro.

E, apesar da evolução (+26%) registada desde 2015, a remuneração média nos setores do alojamento, restauração e similares é, aproximadamente, 34% inferior à remuneração média bruta do total da economia. Em média, ganham 938 euros/brutos face aos 1.411 euros da média da economia global. Atualmente, cerca de 60% tem contrato permanente, uma taxa de precariedade de 40%, bem acima dos 16% em outros setores, apontou a ministra do Trabalho Ana Mendes Godinho, durante a apresentação da estratégia para o setor até 2026.

Há um trabalho a ser feito pelas empresas no sentido de melhorar as condições dos colaboradores, mas também será necessário algum trabalho de desmitificar algumas perceções que ainda subsistem de que os salários são inferiores a outros setores e de que há um excesso de carga horária. Hoje, quando comparadas as condições com outros setores com o mesmo tipo de profissões e qualificações, os salários já não são inferiores. E os horários já estão perfeitamente ajustados e dentro de um quadro de normalidade.

Gonçalo Rebelo de Almeida

CEO da Vila Galé

“Sendo este setor um dos mais relevantes para a economia nacional, é fundamental que os seus profissionais se sintam valorizados e compensados”, refere Gonçalo Rebelo de Almeida, CEO da Vila Galé. “Há um trabalho a ser feito pelas empresas no sentido de melhorar as condições dos colaboradores, mas também será necessário algum trabalho de desmitificar algumas perceções que ainda subsistem de que os salários são inferiores a outros setores e de que há um excesso de carga horária. Hoje, quando comparadas as condições com outros setores com o mesmo tipo de profissões e qualificações, os salários já não são inferiores. E os horários já estão perfeitamente ajustados e dentro de um quadro de normalidade”, considera o gestor.

O grupo, com 28 hotéis e 1.750 colaboradores em Portugal e 2.000 no Brasil, fez este ano aumentos médios de 11% nos salários, tendo subido o salário mínimo praticado no grupo para 900 euros, “num investimento de 4,5 milhões de euros, para, progressivamente, ir subindo o vencimento médio”.

Políticas de atração e retenção de talento que não se ficam por aqui. A Vila Galé “tem procurado, anualmente, melhorar as condições de trabalho das suas equipas com novos planos de carreira, retribuições – não só a nível salarial, mas também em descontos que podem chegar a 65% nos serviços do grupo, seguro de saúde, prémios de produtividade, distribuição de resultados – e uma forte aposta na componente de formação, permitindo enquadrar colaboradores que vem de outros setores, sem formação.” E tem ainda desenvolvido vários “programas de intercâmbios e cross training regionais e também entre Portugal e Brasil.”

Há que atrair talento, mas não apenas o interno, argumenta ainda o gestor do grupo hoteleiro. “Será necessário desenvolver uma política de emigração consistente que seja ágil do ponto de vista da atribuição dos necessários vistos e que consiga garantir depois condições de habitação e transporte para uma correta inserção na sociedade“, considera Gonçalo Rebelo de Almeida, lembrando o problema demográfico na Europa e em Portugal, que tenderá “a agravar-se nos próximos anos”.

Portugal terá uma posição privilegiada, dadas as boas relações e a facilidade de cooperação para estabelecer acordos especiais com os países de língua oficial portuguesa”, aponta o gestor. “Por outro lado, a longo prazo, penso que deverão também ser retomadas políticas de incentivo à natalidade e apoio a famílias com crianças, para se inverter a tendência de envelhecimento da população”, acrescenta, quando questionado sobre que medidas adicionais poderiam ser tomadas para atrair e reter talento.

O número de trabalhadores estrangeiros em Portugal tem vindo a aumentar. Existem cerca de 630 mil pessoas inscritas na Segurança Social, mas em 2015 eram apenas 100 mil. E, desde outubro do ano passado, já existem novos vistos de trabalho para trabalhadores extracomunitários, visando com isso atrair o talento para dar energia à economia do país e do turismo.

Para agilizar o processo, para os imigrantes de países oriundos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), com processos pendentes no SEF, avançou-se com uma autorização de residência online, medida que visa abranger, no máximo, 150 mil cidadãos, com um custo de 15 euros.

37% dos trabalhadores com ensino secundário

À falta de pessoas, acresce o problema das qualificações. Mais de um terço (37%) dos trabalhadores tem o ensino secundário e pós secundário e apenas 14% tem o ensino superior. O Governo quer, até 2026, aumentar em 15%, ou seja, mais 24 mil, o número de estudantes em todos os níveis de ensino. O objetivo? Transformar o país na “escola de turismo da Europa”, aponta Nuno Fazenda.

Sendo ainda uma agenda em construção, será positivo procurar soluções que não se limitem ao turismo mas que passem também pelos custos do trabalho e outros.

Jaime Sarmento

Diretor de recursos humanos do grupo UIP

Não me parece que seja por falta de qualidade do processo formativo escolar que existem estudantes insuficientes. Essa escassez tem mais a ver com as limitadas expectativas atrativas na indústria“, considera Jaime Sarmento, diretor de recursos humanos do grupo UIP, que deixa ainda um alerta: “Sendo ainda uma agenda em construção, será positivo procurar soluções que não se limitem ao turismo mas que passem também pelos custos do trabalho e outros”, aponta o DRH do grupo hoteleiro dono do Pine Cliffs Resort ou Hyatt Regency Lisboa, num total de cinco hotéis e um spa e que dá emprego a cerca de mil trabalhadores.

E o mesmo diz Margarida Almeida. “Sendo esta uma atividade que trabalha 24 horas sobre 24 horas, os desafios para a gestão são ainda maiores, pelo que precisamos de mais pessoas e bem remuneradas. De outra forma vamos perdendo cada vez mais recursos. Para contribuir para a contratação de mais pessoas e com melhor remuneração, seria importante que a carga fiscal diminuísse”, aponta a CEO da Amazing Evolution.

Para atrair (e cativar) talento há, não só, que conhecer as características e expectativas das gerações millenial (geração Y) ou pós-millenial (geração Z) e, o “mais difícil, ajustar a indústria, as formas de execução do trabalho e da gestão de carreiras às características e expectativas destas gerações”, argumenta Jaime Sarmento. “Na agenda das medidas, vai-se modernizar a formação de base mas se a indústria, no processo de entrega do seu produto, não se modernizar, a desilusão pós escola vai ser elevada“, continua.

Sendo esta uma atividade que trabalha 24h sobre 24h, os desafios para a gestão são ainda maiores, pelo que precisamos de mais pessoas e bem remuneradas. De outra forma vamos perdendo cada vez mais recursos. Para contribuir para a contratação de mais pessoas e com melhor remuneração, seria importante que a carga fiscal diminuísse.

Margarida Almeida

CEO da Amazing Evolution

“Existem disciplinas dentro da indústria onde não se sente a escassez de talento, pois são aqueles que mais têm acompanhado a evolução digital e onde a indústria tem acompanhado a evolução. No entanto, no core da indústria e entrega do produto, essa evolução não se tem verificado ao mesmo ritmo e as duas gerações que menciono, e que serão a base para a atração do talento nos próximos dez anos, não se reveem”, alerta ainda. “Esta é uma indústria onde o worklife balance, que é fundamental para estas gerações, principalmente para a mais jovem, tem que deixar de ser um chavão como é hoje e passar a ser uma realidade com ações concretas“, defende.

E algo com os mesmos contornos defende Margarida Almeida. “O período pós-pandemia alterou algumas expectativas das pessoas, como, por exemplo, o desejo de manter um maior equilíbrio entre a vida profissional e familiar, ter maior flexibilidade de horários, o que faz todo o sentido. A nossa indústria vai ter de se ir adaptando, alterando alguns procedimentos e processos que durante décadas foram dados como adquiridos”, considera a CEO da Amazing Evolution.

Além de a questão salarial ser “muito relevante”, para a gestora não só é importante “a procura pelo equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, que ganha um peso decisivo na escolha de um novo projeto de trabalho”, como “proporcionar condições para que as pessoas possam evoluir profissionalmente”. Mais, sintetiza, “os benefícios são importantes, mas as pessoas têm de se sentir valorizadas e sentir que, se quiserem, podem progredir.”

O mesmo considera Jaime Sarmento. O grupo, garante, está num processo de ajuste, procurando “casar as necessidades pessoais com as necessidades profissionais” dos colaboradores. E focado em desenvolver as competências de liderança das suas pessoas.

“As organizações normalmente movem excelentes executantes para posições de gestão, sem que os mesmos estejam preparados para serem líderes. As equipas sofrem com essas mudanças pois não ganham um bom líder e perdem um excelente executante. Preparar e desenvolver as pessoas nos momentos certos, assegura o futuro da organização, desenvolve oportunidades de carreira e de sucesso individual, bem como uma cultura de liderança positiva”, conclui.

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