Depois da TAP, ex-secretária de Estado da Indústria entra também na Navigator

Ana Teresa Lehmann, que António Costa recrutou para o Governo em 2017, é a maior novidade na próxima administração da papeleira. Acionistas votam a 17 de maio dividendo de 0,2812 euros por ação.

A entrada da economista Ana Teresa Lehmann será a principal novidade no próximo conselho de administração da The Navigator Company, ficando com o cargo de vogal no triénio 2023-2025, de acordo com a proposta apresentada pela empresa e que será votada pela assembleia geral no dia 17 de maio.

A professora de Economia que António Costa foi buscar ao Porto para liderar a secretaria de Estado da Indústria, cargo que ocupou em 2017 e 2018, é desde 2021 vogal do conselho de administração da TAP liderado até há poucos dias pelo demitido Manuel Beja. Ana Teresa Lehmann preside igualmente ao comité de Finanças, Auditoria e Risco da transportadora aérea.

Ao todo, o conselho de administração da Navigator vai integrar 13 elementos, mais um do que atualmente. Na lista para o conselho, que continuará a ser presidido por Ricardo Pires, atual presidente da comissão executiva da Semapa, e que integra ainda António Redondo, que ocupa o cargo de CEO desde janeiro de 2020, há três outros novos nomes. Todos já ligados à companhia que em 2022 vendeu pela primeira vez mais de 2.000 milhões num ano.

É o caso de Dorival Martins de Almeida, engenheiro brasileiro que é o atual diretor industrial da fábrica da Figueira da Foz; de Hugo Pinto, que é membro da comissão executiva da Semapa desde janeiro de 2022; e ainda de Isabel Viegas, Chief People Officer da Semapa (vogal da comissão de direção executiva), de acordo com os currículos disponibilizados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Aos comandos da assembleia geral irá manter-se Rui Pinto Duarte, advogado que ocupa esta função desde o ano passado, depois de liderar antes o mesmo órgão no Novo Banco (2019-2021). Também José Manuel Vitorino será reconduzido na liderança do conselho fiscal da antiga Portucel, cargo que ocupa igualmente na ANA Aeroportos de Portugal e na Secil – além de pertencer à comissão de controlo interno da Jerónimo Martins.

A convocatória divulgada esta segunda-feira confirma ainda a proposta feita pela administração da papeleira, aquando da divulgação de resultados do último ano, para uma distribuição adicional de dividendos às ações em circulação, relativa a 2022, no montante bruto de 0,2812 euros por ação, correspondente a um valor total aproximado de 200 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Índia vai ultrapassar a China como país mais populoso até ao final deste mês

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

"Até ao final deste mês, a população da Índia deve atingir 1.425.775.850 habitantes, igualando e, a seguir, excedendo a população da China continental", indica a ONU.

A Índia vai tornar-se o país mais populoso do mundo já no final deste mês, ultrapassando a China e atingindo mais de 1,425 mil milhões de habitantes, de acordo com uma estimativa da ONU.

A China perderá em breve o estatuto, detido por muito tempo, de país mais populoso do mundo. Até ao final deste mês, a população da Índia deve atingir 1.425.775.850 habitantes, igualando e, a seguir, excedendo a população da China continental”, de acordo com um comunicado de imprensa da agência de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas.

Em 19 de abril, um relatório do Fundo das Nações Unidas para População (UNFPA) sobre o estado da população mundial estimava que a população da Índia teria 1,4286 mil milhões de habitantes contra 1,4257 mil milhões da China, em meados deste ano.

A população da China atingiu um pico de 1.426 mil milhões de habitantes em 2022 e começou a diminuir. As projeções indicam que o tamanho da população chinesa poderá cair para menos de um milhar de milhão [de habitantes] até ao final do século, [enquanto] a população indiana deve continuar a crescer nas próximas décadas”, acrescentou o comunicado.

De acordo com dados oficiais publicados no início do ano, a população chinesa diminuiu no ano passado pela primeira vez desde 1960-1961, quando uma situação de fome, que começou em 1959, matou dezenas de milhões de pessoas, como consequência das políticas autoritárias do regime comunista. Paradoxalmente, esse declínio na população na China ocorreu apesar do abrandamento da política de limitação de nascimentos que foi determinada por Pequim nos últimos anos.

Até há 10 anos, os chineses tinham o direito de ter apenas um filho, mas passaram a poder ter três filhos desde 2021. A quebra demográfica tem sido atribuída ao acelerar do aumento do custo de vida na China, nomeadamente os custos com a educação dos jovens.

Quanto à Índia, o país não possui dados oficiais sobre o número dos seus habitantes, porque não realiza qualquer censo desde 2011. O censo na Índia, que só ocorre uma vez por década, deveria ter sido feito em 2021, mas teve de ser adiado devido à pandemia do covid-19.

Os obstáculos logísticos e a relutância política impedem neste momento a sua realização e é improvável que essa tarefa em grande escala ocorra em breve. O Governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi é acusado pelos seus opositores de adiar deliberadamente o censo, para não tornar públicos os dados sobre questões sensíveis, como o desemprego, antes das eleições nacionais do próximo ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Três cotadas de media captaram 259,4 milhões em publicidade

Cofina, Impresa e Media Capital obtiveram no último ano cerca de 269 milhões de euros em publicidade. O mercado, contabilizando apenas o montante via agência de meios, situou-se perto dos 530 milhões.

A Cofina, Impresa e Media Capital captaram, somando as receitas dos três grupos, 259,466 milhões de euros em publicidade no último ano. O número está em linha com as receitas de publicidade do ano anterior mas, para a análise, importa não esquecer que no grupo Media Capital as receitas das rádios só foram contabilizadas até maio, mês no qual a operação foi vendida à Bauer Media.

Assim, a Cofina fechou 2022 com receitas de publicidade na ordem dos 28,164 milhões de euros, um crescimento de 5% em relação a 2021, no qual este item se situou nos 26,812 milhões. No grupo liderado por Paulo Fernandes, e apesar da quebra de 8,5 %, as receitas de circulação ainda ultrapassam as de publicidade, tendo-se cifrado no último ano nos 29,579 milhões de euros. A terceira linha de receitas são os produtos de marketing alternativo e outros, que totalizaram 18,194 milhões de euros, um crescimento de 16,1%.

A Impresa, dona da SIC e do Expresso, não discrimina no relatório e contas de 2022 os números de publicidade. Refere no entanto que, em relação ao ano anterior, obteve um crescimento de 0,2%. Fazendo então as contas de 2021, o grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão fechou 2022 com 121,437 milhões de euros em publicidade, uma variação de cerca de 240 mil euros.

A Media Capital, que enviou na última sexta-feira à noite os números do seu exercício de 2021 à CMVM, obteve em publicidade 109,865 milhões de euros. Temos neste caso uma quebra de 2%, mas influenciada pela venda das rádios. Em 2021, o negócio Rádio & Entretenimento representou 16,888 milhões, número que caiu para os 7,510 milhões nos primeiros cinco meses de 2022., período inscrito no relatório. No negócio de televisão, em contrapartida, a publicidade representou 96,974 milhões de euros, um crescimento de 7% na comparação com 2021.

Em conjunto, os três grupos captaram 259,466 milhões de euros, menos cerca de 680 mil euros do que no ano anterior.

O mercado total, excluindo os clientes diretos, representou no último ano cerca de 530 milhões de euros. De acordo com os números aos quais o +M teve acesso, o montante negociado via agência de meios cresceu quase 8,5% em 2022, com a televisão, free to air e pay tv, a representar cerca de 270 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

28% das pessoas já comprou algo por causa de um podcast, revela estudo

Já 36% dos ouvintes revelou que adotou (ou tentou adotar) uma mudança de estilo de vida, como uma dieta, por exemplo, devido a um podcast.

Os podcasts podem realmente ser uma ferramenta útil para os profissionais do marketing. É uma das conclusões que podem ser retiradas de um estudo do Pew Research Center, que revela que mais de um quarto dos ouvintes já comprou algo que foi promovido ou discutido num podcast.

O estudo do Pew Research Center resulta de um inquérito feito a mais de cinco mil pessoas nos EUA.

Dos resultados do estudo, sobressai que 28% dos ouvintes disse já ter comprado algo devido a um podcast, sendo que três em cada cinco respondeu que já leu um livro, viu um filme ou ouviu uma música devido por causa de um podcast.

Já 36% dos inquiridos revelou que adotou (ou tentou adotar) uma mudança de estilo de vida, como uma dieta, por exemplo.

No entanto outros tipos de interação, como entrar em grupos de discussão públicos (online), envolvimento em causas políticas, pagar por uma subscrição ou comprar merchandising, parecem ser menos comuns. Mesmo assim, 10% dos ouvintes de podcasts afirmam já ter feito alguma destas coisas devido a um podcast que tinham ouvido.

Os podcasts parecem também figurar como uma ferramenta importante no que toca ao “passa a palavra”, sendo que 68% dos ouvintes de podcasts afirmou discutir pelo menos “algumas vezes” o que ouvem com outras pessoas. 24% afirmou mesmo que o faz regularmente.

Segundo o estudo “Como os americanos usam e se relacionam com podcasts”, cerca de metade dos adultos norte-americanos disse ter ouvido um podcast no durante o último ano. Um em cada cinco disse ter ouvido um podcast “algumas vezes” durante a semana, percentagem que sobe para cerca de um terço entre os adultos mais jovens, com idades inferiores a 30 anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD defende rejeição política do Programa de Estabilidade

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

O PSD recomenda que "o Governo deve apresentar à Assembleia da República um Programa de Estabilidade que identifique claramente a atual situação de colapso do Estado social".

O PSD defendeu esta segunda-feira que o parlamento “não pode deixar de rejeitar o Programa de Estabilidade 2023-2027”, do ponto de vista político, mas sem o propor formalmente na parte que vai a votos do seu projeto de resolução.

A Assembleia da República não pode compactuar com esta complacência e indiferença em relação às graves emergências presentes e esta ausência de qualquer estratégia ou ambição para futuro. Deste modo, não pode deixar de rejeitar o Programa de Estabilidade 2023-2027″, defendem os sociais-democratas, na exposição de motivos do diploma, hoje entregue no parlamento.

No entanto, na parte resolutiva da recomendação (a única que vai a votos), o PSD não inclui a rejeição do Programa de Estabilidade, ao contrário do que fazem outros partidos, como o Chega ou o BE.

Questionado sobre esta opção, o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, explicou à Lusa que o partido considera que o Programa de Estabilidade merece “ser rejeitado do ponto de vista político”, mas que formalmente o documento “não é votado, ao contrário do Orçamento do Estado”, optando, por isso, o partido por propor recomendações de um outro caminho ao Governo.

Assim, o PSD recomenda que “o Governo deve apresentar à Assembleia da República um Programa de Estabilidade que identifique claramente a atual situação de colapso do Estado social” e que aponte “prioridades, metas e linhas de atuação, com uma agenda reformista, bem como os meios necessários para repor o normal funcionamento dos serviços do Estado e a capacidade de cumprimento de obrigações sociais estabelecidas na Constituição da República Portuguesa”.

Em segundo lugar, os sociais-democratas propõem que o PE identifique “adequadamente as políticas públicas orientadas para o crescimento económico, designadamente as associadas ao investimento público e ao enquadramento fiscal, que deverão garantir que Portugal vai inverter a atual tendência de acantonamento no extremo mais pobre da escala de rendimento na Europa, tendência que se agravou nos últimos anos”.

“Em particular, é da maior importância que o governo português tome medidas para garantir que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não se transforme numa oportunidade perdida para transformar a economia portuguesa”, recomendam, em terceiro e último lugar, os sociais-democratas. Na exposição de motivos, o PSD critica fortemente o documento, que considera ser “o espelho da abdicação e do esgotamento do Governo”, “mas também da abdicação de qualquer ambição para o futuro”.

“Foi possível ouvir, com incredulidade, o ministro das Finanças, em audição no Parlamento, dizer que o Programa de Estabilidade não apresenta nada de novo em relação ao passado, porque os resultados das opções passadas estão comprovadamente a produzir bons resultados. Como se Portugal vivesse em autarcia, sem olhar aos resultados dos demais países da União”, criticam, apontando em particular ao crescimento económico, “cuja insuficiência tem feito com que, ano após ano, o país se venha a aproximar da posição de nação mais pobre da Europa”.

“Este é um assunto que o Governo se recusa sequer a reconhecer. Na retórica do Governo é suficiente que o país convirja para o atual nível de rendimento médio da Área do Euro (…) Comparar o crescimento português com o da Alemanha ou da França, ou da Área do Euro, dominada por estes dois países, que quase perfazem metade da economia conjunta dessa área, é comparar o que não pode ser comparado”, considera o PSD.

Para o PSD, “o desempenho de uma economia relativamente pobre como a portuguesa, no quadro europeu, só pode ser comparado com o desempenho de outras economias relativamente pobres como a portuguesa, no mesmo quadro europeu, como são as dos outros catorze países da coesão”, apontando que Portugal “está agora no 21.º lugar da tabela da prosperidade dentro da UE, na mesma posição que a Roménia e, portanto, a cinco posições do fim”.

“O Estado não está financeiramente falido, como sucedeu na vez anterior em que o PS governou. Mas está, em contrapartida, operacionalmente em falência, apesar de absorver impostos e contribuições em percentagem do rendimento dos portugueses como nunca antes absorveu”, referem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Médicos admitem “alguns avanços” na negociação com Governo

A FNAM assegura que "não assinará nenhum acordo sem uma proposta satisfatória de valorização salarial". O próximo encontro ficou agendado para a manhã de 23 de maio.

A reunião do Ministério da Saúde com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) desta segunda-feira registou “alguns avanços” nas negociações. No entanto, não houve comprometimentos por parte do Governo, revela a FNAM em comunicado.

Os avanços são relativos à contratação de médicos recém-especialistas e à negociação das grelhas salariais e de suplemento remuneratório integrado num regime de dedicação opcional.

Segundo refere a FNAM em comunicado, Manuel Pizarro, ministro da Saúde, disse pretender avançar na revisão das grelhas salariais, do suplemento remuneratório associado a um regime de dedicação e de suplementos remuneratórios associados ao desempenho. “Para a FNAM, a valorização salarial do trabalho médico é o ponto fundamental nas negociações, que há muito tem vindo a ser adiada, com os efeitos que se conhecem no SNS“, afirma a Federação.

Foram também registados outros avanços, nomeadamente no que diz respeito aos modelos de organização do trabalho e do trabalho em Serviço de Urgência. No entanto estes desenvolvimentos estão “totalmente dependentes de documentação que ainda será apresentada e da proposta de grelha salarial que a tutela terá de apresentar”, até porque “a FNAM não assinará nenhum acordo sem uma proposta satisfatória de valorização salarial“, assegura a Federação Nacional dos Médicos.

A FNAM acredita que os concursos institucionais devem ser bem definidos “de forma a salvaguardar a transparência e o escrutínio dos mesmos”, sendo que, ao mesmo tempo, não considera “aceitável” a abolição dos concursos nacionais para médicos recém-especialistas, os quais são “fundamentais para garantir uma visão e uma estratégia global para o SNS, de forma equitativa e justa”.

Para a FNAM, a insistência em manter concursos diretos, ainda que menos burocráticos, tem o efeito negativo de excluir especialidades importantes e muito procuradas pelos doentes, como a Anatomia Patológica ou a Medicina Física e Reabilitação. A exclusão da Saúde Pública como uma prioridade nacional também não pode continuar, como ficou bem patente durante os dois anos de pandemia de COVID-19“, afirma FNAM.

A Federação Nacional dos Médicos revela ainda que pediu ao Governo um “maior profissionalismo” na preparação das reuniões, tendo em conta que o Ministério da Saúde “não envia nem ordens de trabalho, nem documentos e nem sequer as atas das reuniões desde fevereiro, quando passaram a ser realizadas em separado com os dois sindicatos médicos”. O próximo encontro ficou agendado para a manhã de 23 de maio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo faz “comentários demais” que dão “origem a especulações”, diz Manuel Alegre

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

O histórico socialista diz que, se fosse vivo, Soares "diria coisas boas e desagradáveis", mas que "fazia falta que o PS e o país ouvissem".

O histórico dirigente socialista Manuel Alegre confessou ter-se arrependido da sua segunda candidatura presidencial numa conversa com o podcast do partido, na qual previu que “António Costa é o sucessor de António Costa”. “Arrependo-me da segunda candidatura à Presidência da República, não da primeira”, disse o antigo dirigente socialista em resposta ao podcast do grupo parlamentar socialista, “Tem a palavra”, que será divulgado na terça-feira.

Manuel Alegre considerou que “provavelmente teria ganho as eleições” presidenciais de 2005, não fosse a sua zanga com o seu amigo Mário Soares, que voltou a entrar na corrida a Belém apoiado pelo PS, então liderado por José Sócrates. Mas “o que lá vai, lá vai” e a zanga durou até Mário Soares lhe telefonar um dia para lhe dizer: “O que lá vai, lá vai”. “Assim, começámos como queridos amigos e acábamos como queridos amigos”.

Para o ex-candidato a Belém, se fosse vivo, Soares “diria coisas boas e desagradáveis”, mas que “fazia falta que o PS e o país ouvissem”. Sobre o atual Presidente, Manuel Alegre defendeu que “tem um papel muito interventivo, por vezes bom, serena os espíritos, outras vezes complicativo”, relevando que “o Partido Socialista tem tido muita prudência, dado que a cooperação institucional é importante para a estabilidade”.

Quanto ao cenário de dissolução da Assembleia da República e convocação de legislativas antecipadas, outra vez, o antigo dirigente do PS entende que não vai acontecer. “O Presidente da República não pôs em causa a estabilidade, apenas faz comentários demais, isso é um facto. Faz comentários demais e esses comentários depois dão origem a especulações, mas ele foi muito claro em dizer que não estava no seu espírito ou vontade dissolver a Assembleia da República”, disse.

Alegre considerou também que, “independentemente de alguns erros cometidos e de outros episódios acerca dos quais muito se tem falado”, o PS “tem motivos para se orgulhar daquilo que fez nos últimos sete anos”, porque além de ter mantido as “contas públicas certas”, aprovou “leis importantes”, designadamente as as leis de bases da saúde, habitação e clima.

“Contribui para alterar a sociedade”, trazendo “melhorias substanciais” na vida dos portugueses, refere. Abordando os populismos de extrema-direita, da Hungria aos Estados Unidos, passando por Israel, Manuel Alegre comentou que “antigamente a democracia era derrubada com tanques, metralhadoras e tropa na rua, agora é por dentro que se faz essa desconstrução”.

“A democracia não é totalmente liquidada, mas deixa de ser democracia plena. E é isso que também alguns gostariam que acontecesse em Portugal”, afirmou, numa referência clara à extrema-direita parlamentar e aos inimigos do regime democrático.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Borrell desafia Lula da Silva a visitar Ucrânia

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

“Não podemos aceitar esta abordagem benevolente. Não podemos nivelar o agressor e o agredido”, disse o alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros.

O chefe da diplomacia europeia instou esta segunda-feira o Presidente do Brasil a visitar a Ucrânia para ver “a agressão” da Federação Russa pelos próprios olhos, em resposta às críticas feitas recentemente por Lula da Silva.

Recentemente surgiram algumas ideias a propósito da paz da parte da China e também do Brasil. Para haver esforços de paz credíveis é necessário falar com Kiev e ir lá, ver a agressão pelos olhos deles, pelos olhos dos que estão a ser bombardeados”, considerou Josep Borrell, em conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), no Luxemburgo.

Durante uma visita a Pequim, este mês, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a postura dos Estados Unidos da América e da UE em relação à invasão da Federação Russa à Ucrânia. Lula da Silva advogou que Washington e os 27 estavam a alimentar o conflito e, mais tarde, rejeitou escolher um lado por considerar que faz parte de uma terceira via (não estar do lado da Ucrânia ou do Kremlin), que só está interessada na paz.

Não podemos aceitar esta abordagem benevolente. Não podemos nivelar o agressor e o agredido”, disse alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros. Josep Borrell acrescentou que “não é que a Rússia e a Ucrânia não queiram parar”, Moscovo é que “quer continuar a invasão”.

Quero recordar a situação horrível no país para todas as pessoas que agora vieram pedir a paz. Eu quero a paz também. Mas estes pedidos onde estavam quando a Rússia estava a concentrar tropas na fronteira [com a Ucrânia]? Todos queremos paz e acima de tudo os ucranianos”, completou. “Até lá”, advertiu, a UE vai “continuar a apoiar a defesa da Ucrânia”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Zoo de Lisboa alerta para burla em seu nome no Facebook para roubar dinheiro

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

A conta do Facebook intitulada 'Lisbon Zoo' "é falsa e está a utilizar o nome da instituição para divulgar um passatempo em que são solicitados os dados bancários dos participantes.

O Jardim Zoológico de Lisboa alertou esta segunda-feira para uma burla em seu nome na rede social Facebook em que já participaram cerca de 14.000 pessoas e cujo “único objetivo” é roubar dinheiro aos participantes. O Jardim Zoológico avisa, numa nota, que a conta do Facebook intitulada ‘Lisbon Zoo’ “é falsa e está a utilizar o nome da instituição para divulgar um passatempo em que são solicitados os dados bancários dos participantes”.

Segundo a instituição, no domingo e esta segunda os participantes receberam uma mensagem através do chat do Facebook a informar que ganharam o passatempo e que deverão indicar os dados do cartão bancário a fim de serem cobrados dois euros para o envio da oferta de quatro bilhetes para o Zoo.

O Zoo de Lisboa adverte que se trata de um esquema de burla e que mais de 100 vítimas já contactaram a instituição a questionar a veracidade do passatempo. O Jardim Zoológico reitera que não está a realizar qualquer passatempo no Facebook e que “a conta é falsa, assim como a oferta”.

“Não partilhe os seus dados nem envie dinheiro. O Jardim Zoológico apenas realiza passatempos através do seu ‘site’ ou através do Instagram @jardimzoologico_oficial”, alerta a instituição.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Transferir o crédito da casa é mais difícil do que parece

Apesar da oferta competitiva dos bancos na transferência dos créditos à habitação, é muito difícil as famílias tirarem partido delas, sobretudo se compraram casa nos últimos três anos.

Há cada vez mais bancos a promover campanhas de transferência de crédito à habitação. O último foi o Santander Totta que, na segunda-feira, lançou uma proposta comercial que promete spreads desde 0,5% nos dois primeiros anos do contrato, tanto para novos contratos como para transferências de contratos de crédito à habitação.

Antes tinha sido o EuroBic que, na quinta-feira da semana passada, passou a disponibilizar transferências de crédito à habitação com spreads desde 0,75%, além de assumir todos os custos associados à transferência.

A oferta do EuroBic tem em conta um spread mínimo de 0,10 pontos percentuais abaixo do spread mínimo que o banco está a oferecer na contratualização de novos contratos, segundo o seu atual preçário. O mesmo sucede com o Banco CTT, que na proposta de transferência de crédito à habitação está a oferecer spreads desde 0,85%, enquanto na contratualização de novos contratos o spread mínimo é de 0,95%, e ainda oferece a primeira anuidade dos seguros.

Outros, como o Montepio, apesar de oferecerem um spread mínimo igual aos clientes que procuram a instituição para transferir o crédito à habitação ou contratualizar um novo contrato, na proposta de transferência oferecem um prémio monetário em cartão para gastar em produtos de consumo, num valor equivalente a 1% ou 1,1% do montante transferido.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

O acesso às ofertas dos bancos está mais complicado

É notória a vantagem que as transferências de crédito à habitação oferecem ao orçamento das famílias: num contrato a 30 anos indexado à Euribor a 6 meses com um spread de 1,2%, 0,1 pontos percentuais a menos no spread representa, atualmente, uma poupança anual de 72,4 euros por cada 100 mil euros – mas à medida que os anos passam, esta poupança vai diminuir progressivamente, porque o capital em dívida também irá ser cada vez menor.

A aposta dos bancos na transferência dos contratos de crédito à habitação vai ao encontro da crescente procura dos portugueses, que em virtude da subida das taxas de juro têm tentado encontrar soluções mais económicas para os seus orçamentos. Hugo Pinheiro, CEO da Credível, uma empresa de intermediação de crédito, revela que só “no primeiro trimestre deste ano recebemos três vezes mais pedidos de ajuda face ao mesmo período do ano passado.”

O mesmo sucede com o Doutor Finanças, outro intermediário de crédito, que no primeiro trimestre deste ano registou um aumento superior a 400% dos pedidos de transferência de crédito, face ao período homólogo de 2022. “A subida de juros levou muitas pessoas a procurarem reduzir os seus encargos, isto numa altura em que os bancos estão a oferecer spreads mais baixos e em que a maioria tem ativas campanhas para atrair novos clientes”, revela Cláudio Santos, chief commercial officer do Doutor Finanças.

No entanto, nem todos os pedidos de transferência de crédito são bem-sucedidos. “Tendo em consideração os processos já escriturados e todos os que estão à espera apenas da avaliação do imóvel, o rácio é de 24,93%, um número em linha com os dados do ano passado”, refere Cláudio Santos.

A matemática da transferência do crédito à habitação

A dificuldade em conseguir transferir o crédito para outra instituição não é particularmente causada pelos bancos, que até têm procurado disponibilizar condições mais económicas (pelo menos pela parte da comercialização de spreads mais baixos). Mas pela subida das taxas Euribor, que servem de referência nos contratos à taxa variável e que condicionam (e muito) a aplicação das recomendações macroprudenciais do Banco de Portugal.

Entre as várias medidas recomendadas pelo Banco de Portugal na concessão de crédito responsável está a imposição de que o rácio entre o montante total das prestações mensais associadas a todos os empréstimos detidos e o rendimento mensal líquido de impostos e contribuições obrigatórias à Segurança Social (taxa de esforço) não possa ser superior a 50%.

Além disso, desde 1 de julho de 2018 que o Banco de Portugal refere que para o cálculo desta “taxa de esforço”, conhecida no mundo bancário como DSTI (do inglês debt service-to-income ratio), a prestação dos créditos à habitação a mais de 10 anos à taxa variável e taxa mista seja calculada tendo em conta um aumento de 3 pontos percentuais sobre a taxa Euribor no dia da contratualização do crédito.

Isto faz com que, por exemplo, um crédito à habitação indexado à taxa Euribor a 6 meses, que está atualmente a negociar nos 3,601%, para efeitos de avaliação da transferência do crédito seja considerada uma taxa de 6,587% mais o spread.

Num contrato a 30 anos com um spread de 1%, por exemplo, esta “nuance contratual” significa avaliar o risco de concessão de um financiamento tendo em conta um esforço mensal de 705 euros em vez de 511 euros, por cada 100 mil euros de financiamento.

Esta diferença de 38% entre a prestação real e a prestação potencial faz com que grande parte das famílias fique automaticamente excluída da oferta. “Um cliente que fez crédito à habitação há dois anos com a DSTI no limite e agora quer transferir o contrato para ter melhores condições não consegue, dado que não tem taxa de esforço para essa transferência“, revela Hugo Pinheiro.

A solução da taxa fixa

A dificuldade em transferir o crédito à habitação é também particularmente elevada para famílias que compraram casa nos últimos três a cinco anos, porque o montante em dívida é ainda muito elevado, que faz com que a subida das taxas de juro tenha gerado um incremento considerável sobre a taxa de esforço do agregado familiar.

Esta situação deixa estas famílias com pouca margem de conseguirem “saltar” para outro banco, porque os limites impostos ao DSTI condicionam fortemente a mudança. Nestes casos, a melhor solução (e talvez a única) passa por solicitar uma renegociação do crédito à habitação com o banco atual, numa tentativa de reduzir a despesa com o crédito.

Essa solução tanto pode passar por uma revisão do spread, como um alargamento da maturidade ou, muito relevante, a possibilidade de contratar os seguros de vida e multirriscos fora do banco.

Esta questão não se coloca com tanta veemência para famílias que tenham contratualizado o crédito à habitação há 10 anos, por exemplo, quando o spread médio dos contratos se situava nos 4,3%, segundo dados do Banco de Portugal.

Além de hoje, através de uma renegociação do crédito à habitação, conseguir, sem dificuldades, uma proposta com um spread bem mais competitivo, reduzindo assim consideravelmente a prestação da casa, uma família que em abril de 2012 tenha celebrado um crédito à habitação a 30 anos indexado à Euribor a 6 meses, conta atualmente com um capital em dívida, em média, 18% inferior ao montante do financiamento inicial.

Esta situação faz com que a taxa de esforço seja também menor, concedendo assim maior margem de manobra para uma renegociação ou transferência do crédito.

Apesar destas condições serem teoricamente mais vantajosas, não é certo que também estas famílias sejam capazes de transferir o seu crédito à habitação, porque terão sempre de respeitar as limitações impostas pelas recomendações macroprudenciais do Banco de Portugal.

Sobretudo se na transferência do crédito pressupor-se a celebração de num novo contrato à taxa variável ou taxa mista, em que essas balizas são mais restritivas, dada a imposição de a DSTI ter de ser calculada com base numa taxa de stress de 3 pontos percentuais face à taxa de juro contratualizada.

A única forma de contornar este “teste de stress” passa por a transferência do crédito à habitação assumir a celebração de um contrato de taxa fixa. Nesse caso, o cálculo do DSTI tem apenas em conta a taxa de juro contratualizada.

Por essa razão, muitos bancos estão também a promover a transferência dos créditos para esta modalidade. É disso exemplo a Caixa, que está a promover a transferência do crédito à habitação para uma solução de taxa fixa a 2 anos com uma taxa de juro de 3,85% durante este prazo para montante acima dos 50 mil euros.

No orçamento das famílias que pretendam transferir o crédito à habitação há ainda mais contas a fazer. Por exemplo, se estarão disponíveis para agora, depois de uma subida galopante e tão rápida das taxas Euribor, que as transportou de valores negativos para máximos de 2008 no espaço de apenas um ano, contratualizarem um crédito à habitação à taxa fixa.

Mais ainda numa altura em que, segundo o governador do Banco de Portugal, com base na “projeção dos mercados para as taxas Euribor”, apontar para que “no mês de fevereiro já teremos atingido o pico da Euribor a 12 meses” e as Euribor a 3 e 6 meses “atingirão os máximos nos meses de verão”, referiu Mário Centeno na Comissão de Orçamento e Finanças de 4 de abril.

Além da ponderação entre taxa variável ou taxa fixa, as famílias que consigam transferir o crédito à habitação devem avaliar bem a nova proposta no seu todo. Isto significa que é preciso ir para lá de uma comparação do spread. Mais ainda quando a oferta do “spread mínimo” pressupõe a subscrição de uma série de produtos, nomeadamente dos seguros.

Por essa razão, na hora de tomar uma decisão é importante olhar para a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG), que mede o custo do empréstimo para o cliente, por ano, em percentagem do montante emprestado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IL acusa Costa de estar a “esgotar a sua própria solução política”

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

Rui Rocha criticou ainda “um primeiro-ministro completamente focado para dentro do seu próprio partido, a falar para dentro do seu partido, sem opções, sem soluções para o país”.

O líder da IL considerou esta segunda-feira que o primeiro-ministro está a encarregar-se de “esgotar a sua própria solução política”, estando “em constante campanha eleitoral” e a apresentar medidas porque “sente que o país lhe está a fugir”.

“Saio daqui convencido de que o PS está numa dinâmica de destruição da sua própria solução. O primeiro-ministro está com tempos muito curtos, está em constante campanha eleitoral, constantemente a apresentar medidas porque sente que o país lhe está a fugir”, disse aos jornalistas Rui Rocha no final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o presidente da IL, a maioria absoluta “já não resolve os problemas do país de todo” e apenas permite a António Costa “ter a tentação de continuar agarrado ao poder sem que isso contribua beneficamente para o país”. “António Costa está-se a encarregar de esgotar a sua própria solução política”, acusou, reiterando que “é nociva a continuidade desta solução política”. Rui Rocha criticou ainda “um primeiro-ministro completamente focado para dentro do seu próprio partido, a falar para dentro do seu partido, sem opções, sem soluções para o país”.

“Aquilo que eu disse ao senhor Presidente da República é que a Iniciativa Liberal faz parte da solução. Uma solução não de mudar um Governo por mudar para que tudo continue na mesma, mas porque é preciso mudar o país e é preciso mudar este cenário de estagnação”, referiu, considerando que a responsabilidade dos liberais neste momento é apresentar soluções e propostas aos portugueses.

Questionado sobre eventuais entendimentos pós-eleitorais, o líder da IL afirmou que tem “sido muito claro” e que isso o dispensa “de estar sucessivamente a repetir seja o que for relativamente a isso”. “A IL foi muito clara com quem se entende e com quem não se entende e portanto isso liberta a IL para discutir o futuro do país e portanto eu não tenho necessidade de estar sistematicamente a responder a isso porque já fui muito claro”, enfatizou.

Rui Rocha sempre recusou integrar qualquer solução governativa que envolva o Chega. Para o presidente liberal, “há uma decadência evidente das instituições”, sendo urgente “valorizar o esforço, o sucesso e o trabalho” e compensar devidamente quem trabalha em Portugal.

“É preciso, de uma vez por todas, começar a dizer: deixem os portugueses trabalhar e o PS não tem feito isso, tem impedido que os portugueses possam trabalhar, possam realizar-se, possam crescer com o país”, criticou. O presidente da IL pediu, no início de março, esta audiência ao Presidente da República sobre a ausência de voto antecipado em mobilidade nas regionais da Madeira.

Rui Rocha fez-se acompanhar dos vice-presidentes Ana Martins e Bernardo Blanco e do presidente do Conselho Nacional, Nuno Santos Fernandes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CFP mais otimista que Governo estima dívida pública em 90,3% do PIB em 2027

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

A projeção do CFP “apresenta uma evolução mais favorável, com o rácio da dívida a situar-se em 90,3% do PIB em 2027, devido essencialmente ao contributo menos desfavorável do efeito juros”.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) estima que a dívida deverá atingir 90,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2027, uma projeção mais favorável do que a apresentada pelo Governo no Programa de Estabilidade (PE/2023).

Numa análise divulgada esta segunda-feira, o CFP lembrou que de acordo com o PE/2023, a dívida em percentagem do PIB “deverá prosseguir a trajetória descendente em que se encontra desde 2017 (interrompida apenas em 2020), tendo alcançado um nível inferior ao de 2019 no ano de 2022 e prevendo-se que se reduza até 92% do PIB em 2027, fundamentalmente devido ao crescimento do PIB nominal”.

Mas a projeção do CFP “apresenta uma evolução mais favorável, com o rácio da dívida a situar-se em 90,3% do PIB em 2027, devido essencialmente ao contributo menos desfavorável do efeito juros”. Ainda assim, a entidade destacou “o elevado grau de incerteza em que se insere este exercício quanto às perspetivas para a evolução dos preços e às medidas a adotar pelos bancos centrais no atual contexto de inflação, sendo de difícil quantificação o respetivo impacto nas taxas de juro de novas emissões de dívida”.

A CFP alertou ainda que “o Quadro Plurianual das Despesas Públicas (QPDP), peça supostamente central do processo orçamental de duas fases, continua marcado pela sua fragilidade jurídica, aspeto que se acentuou com a última alteração (2022) à LEO [lei de enquadramento orçamental], na medida em que continua a poder ser alterado facilmente pelo Orçamento do Estado (OE), na segunda fase”.

Isto significa, destacou, que “na prática, que os limites de despesa fixados nesse quadro não vinculam verdadeiramente o Orçamento do Estado”. Segundo o CFP, “vem sendo cada mais óbvio que o QPDP, à semelhança de outras peças do sistema orçamental apresentadas em contabilidade pública (os próprios mapas orçamentais aprovados), funciona como lente graduada das reais despesas nos vários programas do Estado e dos valores totais de despesa”.

Assim, destacou, “é dificilmente compreensível que um aumento para 2023 da previsão de despesa em contas nacionais de 1.994 M€ [milhões de euros] face ao previsto no Relatório do OE/2023 não se traduza também num aumento dos valores totais de despesa no QPDP, nem de valores para determinadas missões de base orgânica”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.