PSD atira culpa de “instabilidade no país” para Costa. A reação dos partidos ao discurso de Marcelo

Partidos criticam Governo "sem visão de futuro" e que "não respeita os portugueses". Socialistas não reagem ao discurso do Presidente.

O Partido Social Democrata considera que se houver eleições antecipadas a culpa é do Governo e do primeiro-ministro. Numa primeira reação à declaração de Marcelo Rebelo de Sousa à nação, na qual recusou a realização de eleições antecipadas e prometeu estar mais atento ao Executivo, o PSD sublinhou que se revê na leitura feita pelo Chefe de Estado e na decisão tomada. Mas nem todos os partidos partilham desta avaliação e há quem fale de oportunidade perdida.

“O PSD revê-se na leitura do Presidente”, disse Hugo Soares. “Um Governo que não assume a responsabilidade é um Governo que perde a confiabilidade. O Governo fragilizou-se na sua autoridade e credibilidade”, acrescentou o social-democrata. Hugo Soares fez questão de sublinhar que “é, de facto, necessário um reforço da vigilância reforçada a este Governo”. Uma vigilância acrescida prometida por Marcelo Rebelo de Sousa como lição a retirar da crise política criada pelo episódio João Galamba.

“Se o calendário eleitoral vier a ser antecipado em Portugal, ou seja, se houver instabilidade política, que force a realização de eleições antecipadas em Portugal, essa instabilidade deve-se exclusivamente ao primeiro-ministro e ao Governo”, disse Hugo Soares.

Também o PAN atira “o ónus da estabilidade para o primeiro-ministro” já que foi opção de António Costa manter João Galamba num cargo que “não tem condições de exercer depois de um episódio gravíssimo”.

Posição diferente tem a Iniciativa Liberal que “não concorda com a solução de Belém”, porque pôs em causa a credibilidade e a autoridade do Executivo. Rui Rocha considera que a visão de futuro de Marcelo Rebelo de Sousa “é completamente contraditória da avaliação arrasadora que fez do Governo”. Por isso, defende que “o primeiro-ministro amarrou o seu destino político a João Galamba e o Presidente da República amarrou a avaliação do seu mandato aos próximos tempos da governação de António Costa”.

“A partir de agora, Presidente da República e António Costa são corresponsáveis pelo que vier a acontecer nos próximos tempos em termos de solução governativa”, acrescentou Rui Rocha.

Para Rui Tavares, do Livre, de facto, existia uma solução diferente que passaria pelo Parlamento. Bastaria que Marcelo Rebelo de Sousa tivesse chamado a Belém os partidos para que lhe fosse apresentado este plano. Também Mariana Mortágua assume que é aos partidos, nomeadamente ao Bloco de Esquerda, que competirá aumentar a vigilância à atuação do Governo. Um Governo de maioria que, na opinião da deputado bloquista, Marcelo Rebelo de Sousa “ajudou a criar” e, por isso, está enredado nesta maioria arrogante e prepotente que não leva a país a sério”. Maria Mortágua defende que “só a mobilização popular vai desafia essa maioria”.

Uma maioria que, na opinião do PCP, leva a que nada impeça o Governo de dar resposta aos problemas das pessoas. A líder parlamentar Paula Santos apelou a que, numa altura em que, “no plano económico e social, se avolumam problemas” e se assiste a “um conjunto de episódios lamentáveis que envolvem membros do Governo”, não se desviem “as atenções daquilo que é central e crucial”, ou seja, a resolução dos problemas da população.

O Chega lamenta que tenha “faltado coragem política” a Marcelo Rebelo de Sousa para dar o passo e dissolver a Assembleia da República, a única forma, nas palavras de Pedro Pinto, de dar estabilidade ao país. “O Presidente da República deveria ter ido mais além e terminar hoje mesmo com este Governo”, “um Governo em farrapos que já perdeu elementos e não dá credibilidade ao país”.

Os socialistas preferiram não reagir após as declarações de Marcelo.

(Notícia atualizada com mais informação)

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