Alexandre Fonseca diz-se “completamente alheio” às suspeitas da Operação Picoas
Gestor reagiu no LinkedIn com uma fotografia de cabeça erguida e um texto em que cita Martin Luther King: "a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar".
Alexandre Fonseca, ex-CEO da Altice Portugal, que suspendeu funções de co-CEO do grupo Altice na segunda-feira, por causa da investigação da “Operação Picoas”, recorreu ao LinkedIn para reagir às diligências de que foi alvo e às notícias que têm surgido sobre negócios suspeitos envolvendo a cúpula da multinacional. O gestor diz-se “completamente alheio ao que tem vindo a ser publicamente veiculado”.
Num texto que acompanha uma fotografia do próprio (reproduzida abaixo), na qual surge de cabeça erguida, Alexandre Fonseca, que foi alvo de buscas das autoridades à sua residência na semana passada, repete muito do que tem vindo a ser escrito pela Altice Portugal em vários comunicados que foi divulgando nos últimos dias. Mas acrescenta declarações novas. Diz que “o atual contexto exige respostas firmes e concretas” e garante que não hesitará” em “enfrentar o atual momento com a elevada responsabilidade que ele exige”.
“Quero reiterar que, por ser completamente alheio ao que tem vindo a ser publicamente veiculado no âmbito do processo em curso, irei exigir a clarificação de todos os factos e, assim, proteger a minha integridade, bom nome e o meu currículo publicamente reconhecido e valorizado”, escreve o antigo CEO da Altice Portugal, que subiu a chairman da dona da Meo em abril de 2022 e, até esta segunda-feira, dia em que suspendeu funções, era co-CEO da Altice a nível internacional.
O responsável termina a nota citando Martin Luther King, quando proferiu “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar”. “Reitero que não abdicarei de dar o meu total contributo e fazer a minha parte, pois tenho muito orgulho no que construí e desenvolvi na minha vida pessoal, familiar e profissional, nomeadamente em Portugal e no grupo Altice”, remata.
O ECO noticiou este fim de semana que as autoridades também diligenciaram buscas na residência de Alexandre Fonseca, podendo ser constituído arguido no mesmo processo que levou à detenção de outras altas figuras do universo Altice, incluindo o cofundador Armando Pereira. A Altice Portugal também já confirmou que estão a ser investigadas suspeitas que envolvem o período em que Alexandre Fonseca era CEO da Altice Portugal, tendo aberto uma investigação interna.
Perante estas informações, Alexandre Fonseca comunicou à Altice na segunda-feira que suspendeu temporariamente as suas funções para “proteger os interesses” da empresa.
A imprensa dá conta esta terça-feira de mais indícios e suspeitas do Ministério Público, envolvendo direitos do futebol e até uma empresa fornecedora da Altice USA. Na segunda-feira, o Correio da Manhã noticiou que Alexandre Fonseca poderá ter ficado com uma casa de luxo pagando apenas “preço de saldos”.
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