Fundação Ageas avança com Investimentos de Impacto

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2023

A Fundação Ageas tem vindo a implementar um "novo eixo", denominado “Investimento de Impacto”, que, além de apoio financeiro personalizado, promove apoio não-financeiro, à medida de cada projeto.

A Fundação Ageas anuncia o apoio às organizações ‘Pedalar Sem idade’ e ‘Dioscope’, o segundo e terceiro investimentos de impacto realizados pela instituição, ambos via acordos de partilha de receitas.

João Machado, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Ageas, sublinha: “o investimento nestes dois parceiros tem o mesmo pressuposto – permitir que projetos de inovação social muito bons possam beneficiar mais pessoas que deles necessitem”.

‘Pedalar Sem Idade’ é uma iniciativa cuja missão visa combater o isolamento social e sedentarismo na população sénior ou com mobilidade reduzida. Inspirando-se no movimento nórdico ‘Cycling Without Age’ são utilizadas bicicletas adaptadas (trishaws), conduzidas por voluntários, em passeios regulares de 45 a 60 minutos.

O investimento da Fundação Ageas irá permitir que o projeto chegue a mais de 10 cidades nos próximos dois anos, aumentando o número de beneficiários e alcançando, mais rapidamente, a sustentabilidade financeira. A Fundação Ageas destaca, em comunicado, que segundo dados da OCDE, Portugal é o 5º país mais envelhecido do mundo, com 23% da população acima dos 65 anos. Estima-se que, pelo menos 15% da população sénior em Portugal enfrente problemas de solidão extrema, mas o número real deverá ser superior.

A Dioscope é uma ferramenta de apoio à decisão clínica que declara otimizar a jornada dos doentes nos centros de saúde e nos serviços hospitalares. O projeto, distinguido como ‘Melhor Ideia em Saúde do Ano de 2022’ pela Ordem dos Médicos, faz parte da empresa Wellpartners, que com uma plataforma de conhecimento médico digital, apoia médicos através da administração de cursos de educação médica. Com o Investimento de Impacto, a Fundação Ageas contribui para a expansão da equipa Dioscope, e acelera a sua implementação nos sistemas de mais de 80 hospitais e centros de saúde que aderiram à solução.

Para João Machado, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Ageas, “o investimento nestes dois parceiros tem o mesmo pressuposto – permitir que projetos de inovação social muito bons possam beneficiar mais pessoas que deles necessitem. Tanto a ‘Pedalar sem Idade’ como a ‘Dioscope’ são exemplos de qualidade, de soluções com potencial para melhorar a qualidade de vida da população, merecendo a nossa confiança e compromisso em prol do seu crescimento e bom funcionamento”.

O responsável avança ainda que a Fundação Ageas “está comprometida em apostar em projetos de inovação social que se alinham com objetivos específicos e que possam escalar, isto é, que se tornem soluções eficazes e acessíveis a muitas pessoas em Portugal”.

A Fundação Ageas tem vindo a implementar um “novo eixo“, denominado “Investimento de Impacto”, que para além do apoio financeiro personalizado, promove também apoio não financeiro à medida, de acordo com as necessidades de cada projeto.

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Linhas de comboio portuguesas estiveram 23 dias sem seguro válido

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2023

A Infraestruturas de Portugal deixou caducar Autorização de Segurança e a Fidelidade podia declinar uma responsabilidade até 3,3 milhões de euros em caso de acidente.

A Infraestruturas de Portugal (IP), deixou caducar a Autorização de Segurança e, entre 31 de agosto e 23 de setembro de 2022, afirma o jornal Público, esteve a operar a estrutura ferroviária portuguesa sem essa autorização arriscando – segundo o jornal – “uma coima entre 10 mil e 44.891,81 euros, e sujeitando-se, em caso de acidente, a ver recusada qualquer indemnização por parte da companhia de seguros Fidelidade com quem tem um contrato de seguro de responsabilidade civil no valor de 3,3 milhões de euros”.

Esta situação gerada na gestão das infraestruturas ferroviárias do país e do controlo do tráfego de comboios levou a que a Autoridade de Segurança Ferroviária, que funciona sob a égide do IMT, “lhe atribuísse uma Autorização de Segurança de apenas oito meses, ao invés dos cinco anos que estão previstos na lei”.

A IP, cujo único acionista é o Estado Português e está sujeita à tutela do Ministério das Infraestruturas e do Ministério das Finanças, é responsável pela gestão de infraestruturas rodoviárias, nos termos do Contrato de Concessão Geral da rede rodoviária nacional celebrado com o Estado, e exerce a prestação de serviço público de gestão da infraestrutura integrante da Rede Ferroviária Nacional (RFN), em regime de delegação de competências do Estado Português. Nessas competências, a empresa gere uma via férrea com 2.527 km de extensão, 2.000 pontes e túneis e 563 Estações em exploração.

O IMT, ainda segundo o Público, afirma que uma auditoria realizada em junho de 2021 à IP “levou à identificação de não-conformidades graves cuja não resolução impossibilitaria a emissão da futura Autorização de Segurança”, acrescentando que “várias destas não-conformidades ainda careciam de resolução” na data de 31 de agosto de 2022.

Por esse motivo, 23 dias depois, o IMT decidiu emitir a Autorização de Segurança por um prazo estritamente necessário oito meses para a IP poder apresentar toda a documentação que demonstra que pratica uma funcional e eficaz gestão dos riscos inerentes à sua atividade.

A IP a operar sem aquele documento válido não é inédito, refere o jornal. “Já anteriormente a empresa havia estado quase dois anos sem a Autorização de Segurança, entre setembro de 2017 e agosto de 2019, mas nesse caso o IMT decidiu revalidá-la com efeitos retroativos, com a obrigação de a empresa resolver diversos aspetos pendentes”.

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Conheça os 3 seguros do ramo Vida que estão a ser as estrelas do mercado

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2023

Duas seguradoras, dois bancos e três produtos foram contra um mercado em contínua descida de vendas dos seguros de Vida. Saiba o que têm de especial os produtos estrela da BPI e da GamaLife.

O Super PPR 55 Mais e o Vida Segura da GamaLife e o BPI Rendimento da seguradora BPI Vida e Pensões foram os produtos que melhor contrariaram um mercado de seguros do ramo Vida em declínio iniciado desde que as taxas de juro se tornaram baixas. Gradualmente este movimento causou grandes problemas às seguradoras obrigando-as a cativar capitais próprios para fazer face às responsabilidades em produtos de rendimento garantido. Tudo retirou competitividade aos seguros financeiros face a alternativas de poupança e investimento oferecidos pela banca, pelos fundos de investimento e pelo Estado na sua necessidade absoluta de colocar dívida no mercado interno.

A venda no canal bancassurance permite sucessos no Ramo Vida. O Novobanco com os seguros GamaLife, o BPI com a BPI Vida e Pensões.

A subida das taxas de juro que ocorreu desde 2022 voltou a conferir atratividade aos seguros de capitalização de médio e longo prazo que tenham uma componente de taxa e de capital garantido”, comentou fonte da BPI Vida e Pensões a ECOseguros.

Outra fonte do mercado refere que “foi preciso ver os primeiros a voltar a garantir rendimentos em produtos financeiros”, disse a ECOseguros. O primeiro trimestre confirmou novidades com duas seguradoras a contrariar um movimento geral de quebra de 28,5% do ramo Vida face ao T1 2022, vendendo apenas 1.294 milhões de euros. A BPI Vida e Pensões cresceu quase 40% e tornou-se líder de mercado em seguros unit-linked com 44% de quota de mercado neste segmento. Já a GamaLife apostou nos seguros poupança e cresceu 8 vezes no segmento, tendo vendido 167 milhões de euros no trimestre e triplicando a sua quota de mercado no ramo Vida para 13% e entrando no 3º lugar vindo do 13º em 2022.

O que têm em comum os produtos foi o regresso aos rendimentos garantidos aos segurados e serem exclusivamente comercializados com as parcerias de bancassurance com o banco BPI e Novobanco.

O BPI Rendimento foi o impulso que a BPI VeP encontrou. A última série foi vendida aos clientes do banco entre 20 fevereiro a 3 de março deste ano oferecendo uma taxa bruta garantida de 2,2% e garantia integral de capital no final do prazo de 5 anos e 1 dia. Segundo a BPI Vida e Pensões é um produto destinado a investidores “que procurem a preservação do seu investimento, com garantia e proteção do seu capital, que estejam dispostos a manter o seu investimento durante o prazo do produto”.

No lado da GamaLife a estrela está a ser a 1ª série do Super PPR 55 Mais, um Plano Poupança Reforma que, segundo a seguradora “constitui uma aplicação financeira a longo prazo com garantia de capital, visando a constituição de um Complemento de Reforma e usufruindo de Benefícios Fiscais”. Estando em comercialização até ao final de maio, o produto garante rendimento de 1,3% e foi dirigido aos maiores de 55 anos. Os investimentos estão associados ao Fundo PPR Super Investimento, não tem comissão de gestão nem de subscrição.

A GamaLife também destacou o Vida Segura, um produto com valor mensal reduzido que assegura o rendimento correspondente ao salário da pessoa segura em caso de morte ou invalidez durante um período pré-determinado. Segundo a GamaLife “permite antecipar os imprevistos da vida, assegurando ao mesmo tempo a continuidade de projetos familiares, em caso de morte, doença grave, invalidez absoluta ou definitiva”

A fonte da BPI Vida e Pensões explicou ainda a ECOseguros: “o crescimento da produção contou com a capacidade de colocação de recursos da Rede Comercial do Banco BPI, mediador único da Companhia. Para o futuro, a BPI Vida e Pensões pretende continuar a crescer nos seguros de vida tanto na vertente de proteção como de poupança de longo prazo”, concluiu.

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Sociedades multidisciplinares chegam à advocacia. E lá fora, o que já é feito?

A introdução das sociedades multidisciplinares, através da alteração da LAPP, não agrada às Ordens Profissionais, principalmente a do setor da advocacia. Mas há países em que isto já é uma realidade.

A porta de entrada a outras profissões, no setor da advocacia, já está a ser aberta em Portugal, mas os moldes em que essa integração vai ser feita ainda não está definida. Isto porque, apesar da nova Lei das Ordens Públicas Profissionais (LAPP) estar prestes a entrar e vigor, cabe agora a cada ordem regular a forma como esta vai ser implementada.

Foi em março que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou a Lei das Ordens Profissionais, que alterou o regime jurídico das associações públicas profissionais, após o Tribunal Constitucional se ter pronunciado pela constitucionalidade da mesma. Esta decisão foi tomada por unanimidade e por o TC “não considerar desrespeitados” quaisquer princípios ou normas constitucionais. O pedido de fiscalização preventiva tinha sido feito por Marcelo Rebelo de Sousa no dia 1 de fevereiro.

Esta lei, para além da introdução das sociedades multidisciplinares, veio alterar diversas questões das Ordens Profissionais como as condições de acesso às respetivas profissões, introduzir estágios profissionais remunerados e criar uma entidade externa para fiscalizar os profissionais, as taxas cobradas durante o estágio e a possibilidade de serem reduzidas. A duração dos estágios fixou-se em 12 meses, podendo ser maior em casos excecionais. Outra das alterações foi a aprovação da existência de um órgão disciplinar, que não estava previsto na anterior lei-quadro, que prevê a fiscalização sobre a atuação dos membros das ordens profissionais, composto por elementos externos às profissões respetivas.

Quase todas as Ordens Profissionais se mostraram contra esta proposta que nasceu do PS e do PAN. Segundo dados do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, existem atualmente em Portugal 20 ordens profissionais, tendo as duas últimas sido criadas em 2019, a Ordem dos Fisioterapeutas e a Ordem das Assistentes Sociais. Estas ordens regulam a atividade de mais de 430 mil profissionais.

Mas afinal o que é isto de sociedades multidisciplinares?

Foi a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que veio por fim à tradicional proibição das sociedades multidisciplinares com o regime jurídico das associações públicas profissionais através do artigo n.º 27. Esta norma, que foi transposta do artigo 25º da Diretiva 2006/123 do Parlamento Europeu, ditou que podem ser constituídas sociedades de profissionais que tenham por objeto principal o exercício de profissões organizadas numa única associação pública profissional, em conjunto ou separado com exercício de outras profissões ou atividades, desde que seja respeitado o regime de incompatibilidades. Ainda assim, o atual Estatuto da Ordem dos Advogados (EOA) proíbe este tipo de sociedades.

No fundo as sociedades multidisciplinares são uma associação de várias profissões na mesma empresa/estrutura societária. Em termos práticos, e no caso concreto da advocacia, permite que advogados e, por exemplo, consultores, auditores ou até notários e solicitadores coexistam na mesma firma.

A introdução das sociedades multidisciplinares não tem agradado as Ordens Profissionais, principalmente a do setor da advocacia. Grande parte dos advogados considera prejudicial a liberalização da profissão e que pode colocar em causa regras deontológicas básicas dos advogados, como a independência, respeito pelo segredo profissional e conflito de interesses.

Em entrevista à Advocatus em fevereiro, a bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, mostrou-se contra a medida. “Entendo que realmente colocam-se questões muito pertinentes, quer do ponto vista do sigilo profissional, quer do ponto vista até da tal situação disciplinar. Uma sociedade de advogados está sujeita à tutela disciplinar da Ordem dos Advogados. Se tem uma sociedade multidisciplinar quem é que vai tutelar…?”, sublinhou. Ainda assim, entende que esta situação pode resolver-se por via da regulamentação, uma vez que existem em outros países.

Abertura do ano judicial 2023 - 10JAN23
Fernanda de Almeida PinheiroHugo Amaral/ECO

Por outro lado, existe um fração da classe que considera possível a convivência de várias especialidades sem colocar em causa deveres específicos.

Num recente artigo de opinião, João André Antunes, sócio da Pinto Ribeiro Advogados, defendeu que a multidisciplinariedade e sublinhou que “as posições que sustentam a inadmissibilidade das sociedades multidisciplinares – indiscutivelmente legítimas, sublinho – concentram-se de forma quase obsessiva na idiossincrasia da profissão de advogado e não naquilo que é o objeto do trabalho do advogado: a defesa dos interesses dos seus clientes”.

“Já não vivemos num mundo meramente global, pois ele derivou para um mundo uberizado – longe do que é desejado, mas a realidade é assim. Negar que a concorrência é a melhor forma de promover a qualidade é querer fechar os olhos. Por isso, opiniões eloquentes e retumbantemente defensoras sobre o atual protecionismo corporativo garantido aos advogados e às sociedades de advogados no que às sociedades multidisciplinares diz respeito terá o mesmo destino que todas as outras tentativas protecionistas contestadas pelo mercado: será disputado e recusado por quem procura esses serviços”, disse o sócio.

A Advocatus tentou saber junto das principais sociedades de advogados o que iria mudar nos seus escritórios, em concreto, com a aprovação do novo regime das ordens profissionais, mas sem sucesso. Apenas duas firmas decidiram partilhar a sua posição e sublinharam que não preveem grandes mudanças nos escritórios.

De forma a dar serguimento à introdução das sociedades multidisciplinares, a Ordem dos Advogados constituiu uma Comissão de Estudo e Revisão do Estatuto da Ordem dos Advogados com a incumbência de apresentar uma proposta de revisão dos EOA. A comissão tomou posse no dia 17 de março, sendo os trabalhos presididos pelo ex-bastonário Guilherme de Figueiredo. A comissão é ainda composta pelos advogados Brício Martins de Araújo, Gonçalo Gama Lobo, Joana M Abreu, Maria José Valente, Paulo Linhares Dias, Pedro Ataíde Hilário e Rita Maltez.

Fernanda de Almeida Pinheiro e Guilherme Figueiredo

“Como é sabido, a proposta de lei que esteve na origem das alterações aprovadas foi rejeitada pela Ordem dos Advogados, desde logo e, acima de tudo, por entender que as mesmas permitem estabelecer a tutela pelo poder político das associações públicas profissionais, numa estatização e instrumentalização que nunca sucedeu na nossa história quase centenária”, explicou na altura Guilherme de Figueiredo. “A questão central é de natureza política e não tanto de natureza jurídica, embora também possa ser encarada nesse sentido. Trata-se de tentar fazer das ordens profissionais uma longa manus do Estado, com o argumento e fundamento de que estas são um resíduo ideológico do ordenamento jurídico do Estado Novo”, acrescentou.

A multidisciplinaridade “lá fora”

“Lá fora”, principalmente nos Estados-membro da União Europeia, as sociedades multidisciplinares já são uma realidade e nos últimos anos esta tendência tem ganho cada vez mais adeptos. Em países europeus como Alemanha, Espanha, Bélgica e Suíça, as sociedades multidisciplinares são admitidas sem restrições. No caso da Finlândia, Dinamarca ou Suécia, existe apenas uma condicionante: não pode envolver partilha de lucros.

Outro exemplo em como a multidisciplinariedade em escritórios de advogados é uma realidade é em Itália. Na “bota europeia” as sociedades multidisciplinares tem de se inscrever num registo especial e dois terços do capital social e dos direitos de votos têm de pertencer a advogados. Mas não ficam por aqui. Também o órgão de gestão tem de ser composto por sócios e a maioria advogados.

Mas vamos analisar o nosso país vizinho em que esta questão é permitida desde 2001. Em Espanha, o Estatuto da Ordem dos Advogados permite que advogados se associem num regime de colaboração interdisciplinar com outras profissões liberais, desde que não sejam incompatíveis entre si. Assim, possuem um conjunto de requisitos tipificados no artigo 29.º do Decreto Real 658/2011, de 22 de junho. Vejamos o que diz este artigo:

Artigo 29.º

“1. Os advogados podes constituir sociedades multidisciplinares com outros profissionais liberais não incompatíveis, sem limitação de número e sem que tal afete a sua plena capacidade de exercício da profissão perante qualquer jurisdição e tribunal, sob qualquer forma lícita, incluindo sociedades comerciais, desde que estejam preenchidas as seguintes condições:

a) O objetivo da sociedade deve ser a prestação de serviços comuns específicos, incluindo serviços jurídicos específicos complementares dos das outras profissões.

b) Que a atividade a desenvolver não afete o exercício regular da advocacia pelos advogados membros.

c) Que se encontrem preenchidas as condições previstas no artigo anterior, no que respeita ao exercício da advocacia, com exceção do expresso no seu n.º 2, que não é aplicável, ou do n.º 4, em que apenas é aplicável a obrigação de fazer constar a condição de membro do agrupamento multiprofissional nos atos praticados e nas atas emitidas no seu âmbito.

2. Nas Ordens de Advogados será criado um Registo Especial onde serão inscritos os grupos em regime de multidisciplinariedade.

3. Os membros advogados devem ser separados sempre que algum dos seus membros não cumpra as regras sobre proibições, incompatibilidades ou deontologia da advocacia.”

A existência de sociedades multidisciplinares é ainda uma realidade fora da UE, como em países como Austrália e Inglaterra. Por exemplo, na Austrália as sociedades apenas precisam de informar a entidade competente. Já em Inglaterra, precisam de preencher um candidatura e pagar a respetiva taxa.

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Equipa do FMI considera “construtivas e frutíferas” conversações com autoridades moçambicanas

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

A equipa do FMI que visitou Moçambique teve conversações com as autoridades para aprovar a segunda revisão do programa financeiro com o país.

A equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitou Moçambique classificou hoje como “construtivas e frutíferas” as conversações com as autoridades para aprovar a segunda revisão do programa financeiro com o país.

“A equipa do FMI tem mantido conversações construtivas e frutíferas com as autoridades moçambicanas sobre as políticas económicas e financeiras para apoiar a aprovação da segunda revisão do programa ao abrigo do acordo ECF (Extended Credit Facility)”, anunciou em comunicado.

Uma equipa do fundo liderada por Pablo Lopez Murphy terminou na sexta-feira uma visita ao país, que decorreu desde 24 de abril, e as discussões no contexto da segunda revisão vão continuar em formato virtual e através do gabinete do representante residente do FMI em Maputo.

No comunicado de hoje, o corpo técnico do FMI referiu que “a recuperação económica de Moçambique ganhou ímpeto” depois da covid-19, com um crescimento de 4,1% em 2022 e uma previsão de 5% este ano, em parte graças ao gás natural. “O desempenho fiscal em 2022 foi mais baixo do que o previsto, com o défice primário (após doações) de cerca de 0,5% do PIB acima da meta”, indicou.

Neste âmbito, a equipa do fundo “encoraja o Governo a prosseguir com medidas adicionais para reduzir a massa salarial anual ao seu nível do orçamento aprovado”, ponto que considera “fundamental para salvaguardar a sustentabilidade fiscal e macro”.

O Governo fez um progresso relativamente contínuo nas reformas estruturais” que integram o programa financiado pelo FMI, mas considera haver “espaço para eliminação de mais isenções de IVA que não afetam as camadas mais vulneráveis”.

Durante a visita a Moçambique, a equipa do FMI reuniu-se com o primeiro-ministro, Adriano Maleiane, com o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, com o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, entre outros.

A missão reuniu-se igualmente com representantes da sociedade civil, parceiros de desenvolvimento e setor privado. O FMI concedeu há um ano um financiamento de 470 milhões de dólares (445 milhões de euros), a aplicar até 2025.

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Secretária de Tesouro dos EUA avisa que incumprimento da dívida provocará o caos

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

Um teto da dívida dos EUA está legalmente estabelecido e só pode ser aumentado por uma maioria de votos no Congresso.

A secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen, avisou hoje que o incumprimento da dívida dos Estados Unidos, que pode acontecer já a partir de junho, provocaria o “caos financeiro e económico”.

Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não aceitará negociar com os Republicanos o aumento do teto da dívida norte-americana, acusando a oposição de estar a ameaçar a suspensão de pagamentos por parte do Estado, já a partir de 01 de junho.

“Podemos debater onde cortar, quanto gastar, onde mexer no sistema tributário para que todos paguem uma parcela justa (…), mas não sob a ameaça de suspensão de pagamentos”, disse Biden, durante um discurso na Câmara de Representantes, controlada pelos Republicanos.

Hoje, numa entrevista televisiva, a secretária de Defesa norte-americana alertou para os riscos de um incumprimento da dívida, garantindo que se trataria de “um desastre económico e financeiro”. Um teto da dívida dos EUA está legalmente estabelecido e só pode ser aumentado por uma maioria de votos no Congresso.

A Câmara de Representantes — onde os Republicanos têm uma maioria – aprovou no final de abril um projeto de lei que determina que o aumento do teto da dívida apenas seria concedido em troca de cortes nos gastos públicos.

Contudo, esta proposta deverá ser recusada no Senado — onde os Democratas gozam de uma maioria – e Joe Biden deixou claro que não negociará concessões, apesar de se mostrar disponível para conversar sobre o tema com os líderes dos dois partidos no Congresso, já nos próximos dias.

“Eu sei que ele [Joe Biden] quer implementar um processo que permita discussões sobre prioridades e níveis de gastos, mas essas negociações não devem ser conduzidas com uma arma apontada para a cabeça do povo americano”, defendeu hoje Janet. “Não devemos chegar ao ponto de questionar se o Presidente pode ou não emitir dívida. Isso criaria uma crise constitucional”, explicou a secretária de Tesouro.

Vários analistas já avisaram que o não pagamento da dívida pode levar os Estados Unidos a uma recessão imediata. Desde a década de 1970, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o aumento ou suspensão do teto da dívida pelo menos 78 vezes.

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Recolha de lixo em Lisboa pode ser afetada esta semana devido a greve

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

O normal funcionamento do sistema de recolha de resíduos na cidade de Lisboa poderá ser afetado entre segunda e sexta-feira devido à greve dos trabalhadores da Valorsul.

O normal funcionamento do sistema de recolha de resíduos na cidade de Lisboa poderá ser afetado entre segunda e sexta-feira devido à greve dos trabalhadores da Valorsul, avançou este domingo a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Em comunicado, a CML informa que, por motivos de marcação de greve do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e ctividades do Ambiente (SITE), que representa os trabalhadores da Valorsul, o “normal funcionamento do sistema de recolha de resíduos poderá ser afetado entre os dias 8 e 12 de maio”.

A autarquia explicou ainda que vai “desenvolver os esforços possíveis para minimizar eventuais constrangimentos” e após a greve “proceder à normalização do sistema de remoção de resíduos e atividades complementares”.

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Presidente do Eurogrupo quer avançar com união bancária antes de maio de 2024

Paschal Donohoe defende que há uma "oportunidade de agir rápido" dentro da atual legislatura do Executivo comunitário para avançar na união bancária.

O presidente do Eurogrupo quer avançar com a união bancária antes de maio de 2024, segundo indica em entrevista ao el Economista (conteúdo em espanhol). O irlandês Paschal Donohoe defende que há uma “oportunidade de agir rápido” dentro da atual legislatura da Comissão e do Parlamento Europeu.

O responsável europeu considera que os “esforços para aprofundar a união bancária na última década fizeram uma grande diferença na situação da Europa”, nomeadamente ao exigir que os “bancos retivessem mais capital”, bem como com a revisão e fortalecimento da forma como se regulam os bancos.

Agora, já avançaram algumas novas propostas sobre a forma como se deveria tratar “os bancos de pequena e média dimensão em dificuldades financeiras excecionais”, e também sobre “o funcionamento dos sistemas nacionais de garantia de depósitos”. Para Pascal Donohoe, “a abertura desses projetos mostra que podemos avançar nas etapas restantes”.

“Os ministros e a União Europeia vão focar a sua energia nisso nos próximos meses”, assegura assim o presidente do Eurogrupo, mostrando-se confiante de que existe um “impulso que se pode aproveitar para avançar no fortalecimento da união bancária”, ainda que exista relutância por parte de alguns Estados-membros.

Donohoe defende ainda que é “importante avançar na união dos mercados de capitais, que podem ajudar a direcionar parte das poupanças para investimentos que podem fazer a diferença no futuro”.

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Coroação de Carlos III atingiu máximo de audiência de 20 milhões

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

A coroação dos reis Carlos III e Camila registou uma audiência média de 18,8 milhões de pessoas nas televisões do Reino Unido, com um ponto máximo de 20,4 milhões.

A coroação dos reis Carlos III e Camila registou uma audiência média de 18,8 milhões de pessoas nas televisões do Reino Unido, com um ponto máximo de 20,4 milhões, na imposição da coroa, estimou hoje o Bard.

Dados do Broadcasters’ Audience Research Board (Bard), entidade responsável pela medida das audiências televisivas no Reino Unido, divulgados hoje, um dia depois da emissão, indicam que o número de espetadores da cerimónia de sábado ficou abaixo da audiência média de 26,5 milhões de pessoas que registou no passado mês de setembro, no Reino Unido, durante o funeral de Isabel II de Inglaterra.

A coroação da anterior monarca, em 1953, é considerada um dos eventos que marcou o início da televisão, como meio de comunicação de massa no país.

O canal público BBC estima que cerca de 20 milhões de pessoas viram em direto a cerimónia há 70 anos, embora naquela época não houvesse sistemas sustentados para medir com precisão o número de espectadores. A procissão e coroação de Carlos III está entre os acontecimentos mais vistos no país nos últimos anos.

A cerimónia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foi vista por uma média de 24,2 milhões de pessoas, enquanto a final do Euro 2021 atraiu uma média de 22,5 milhões.

O Broadcasters’ Audience Research Board (conselho de estudos de audiência das emissoras, em tradução livre) é comparticipado pelos diferentes canais a operar no Reino Unido, como BBC, ITV, Sky News e Channel 5, entre outros.

Carlos III herdou o trono de sua mãe, Isabel II, falecida em 08 de setembro de 2022, data em que assumiu imediatamente funções e plenos poderes para promulgar leis.

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PSD defende apoios à agricultura devido à seca

PSD propõe que o Governo "estime a diminuição de área cultivada nas diversas culturas, resultante da seca, e acione os competentes mecanismos extraordinários de apoio no âmbito da PAC".

O PSD entregou na Assembleia da República um projeto de resolução onde “recomenda ao Governo medidas de apoio ao setor agrícola face aos efeitos da seca de 2023”. A 31 de março, 48% do território nacional encontrava-se em seca meteorológica, nota o partido na explicação de motivos para avançar com esta proposta.

Tendo em conta o cenário que se verifica, depois também de alertas de associações de agricultores para a seriedade da situação nomeadamente na região do Alentejo e Algarve, o PSD avança com um conjunto de recomendações, num projeto que deu entrada no Parlamento esta semana.

Entre as recomendações encontra-se que o Governo “declare a situação de seca no território nacional, de acordo como os dados já monitorizados pelo IPMA”, bem como que “defina um valor para o apoio à alimentação animal para os efetivos que tenham de recorrer à “alimentação à mão”.

Além disso, o PSD propõe que o Executivo “estime a diminuição de área cultivada nas diversas culturas, resultante da seca, e acione os competentes mecanismos extraordinários de apoio no âmbito da PAC”. Quer ainda limites ao preço da água no perímetro de rega do Alqueva, “evitando novos aumentos no preço da água para os regantes”.

É de recordar que foram aprovados apoios à agricultura, pecuária, pesca e aquicultura, bem como um mecanismo do gasóleo profissional extraordinário, mas estas medidas tinham surgido devido ao aumento dos preços e não se destinavam a mitigar os efeitos da seca.

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📹 Sabe onde são usados os apoios do Portugal 2020?

Os fundos europeus já apoiaram a reabilitação de 1.033 quilómetros de linhas férreas, 63.028 explorações agrícolas e 109.195 pessoas beneficiam de apoios à contratação.

No primeiro trimestre deste ano, o Portugal 2020 tinha uma taxa de execução de 88% e de compromisso de 116% dos agora 26,8 mil milhões de euros. Mas sabe onde o dinheiro está a ser usado?

No âmbito dos Sistemas de Incentivos foram apoiadas 43.484 empresas, 312.703 jovens em vias profissionalizantes (básico e secundário) e o consumo de energia de 9.438 agregados familiares foi melhorado. Mas há muito mais. Veja o vídeo.

http://videos.sapo.pt/0ZCZ4B9oMtOUVtmBUcFs

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Portugal esgota hoje os recursos disponíveis para este ano

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

Portugal esgota este domingo os recursos naturais disponíveis para este ano e começa a usar recursos que só deveriam ser consumidos no próximo ano.

Portugal esgota este domingo os recursos naturais disponíveis para este ano e começa a usar recursos que só deveriam ser consumidos no próximo ano, segundo dados sobre a pegada ecológica do país divulgados pela associação ambientalista Zero.

De acordo com um comunicado da associação, se a humanidade consumisse como Portugal os recursos para este ano acabavam hoje. Ou, dito de outra forma, “se cada pessoa no planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, a humanidade exigiria cerca de 2,9 planetas para sustentar as suas necessidades de recursos”.

Os dados atualizados deste ano, em parceria com a organização “Global Footprint Network”, indicam que se mantém o mesmo dia do ano passado, 7 de maio, em que o país passa a usar o cartão de crédito ambiental.

“Portugal é, já há muitos anos, deficitário na sua capacidade para fornecer os recursos naturais necessários às atividades desenvolvidas (produção e consumo). O mais preocupante é que a ‘dívida ambiental’ portuguesa tem vindo a aumentar”, alerta a Zero. Este desequilíbrio, explica, tem a ver com o modelo de produção e de consumo que suporta o estilo de vida no país.

O consumo de alimentos (30% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) estão entre as atividades humanas que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal e constituem assim pontos críticos para intervenções de mitigação da Pegada.

A Zero cita dados oficiais para lembrar que a circularidade dos materiais em Portugal é de apenas 2,2%, quando a média comunitária está quase nos 13%, que os portugueses comem cerca de três vezes mais proteína animal do que deviam, em detrimento dos legumes e frutas, e que só 9,7% do consumo final bruto de energia nos transportes provém de fontes renováveis.

Para reduzir a dívida ambiental portuguesa, a Zero defende a aposta numa agricultura virada para alimentos de qualidade, preservando os solos e reduzindo a poluição e o uso de água, o aproveitamento do potencial do teletrabalho, reduzindo deslocações, o investimento em modos suaves de transporte e transportes públicos, bem como na sustentabilidade dos produtos (reparar, reutilizar e reciclar, por exemplo).

E cada português pode contribuir para essa redução. A Zero dá exemplos, a começar pela redução da presença de proteína animal na alimentação, porque cada português come mais proteína animal do que recomenda a roda dos alimentos, metade dos vegetais, um quarto das leguminosas e dois terços das frutas.

É importante também que as pessoas se movimentem de forma sustentável, quer privilegiando os transportes coletivos, quer andando a pé ou de bicicleta. E que acabem com o hábito do “usar e deitar fora”, escolhendo antes “ter menos, mas de melhor qualidade”.

De acordo com os dados da “Global Footprint Network” países como a Alemanha (04 de maio) ou a França (05 de maio) também já esgotaram os seus recursos para este ano. Espanha esgota os recursos já no dia 12.

Segundo o mapa, o primeiro país a esgotar os recursos para este ano foi o Qatar, logo a 10 de fevereiro, seguindo-se o Luxemburgo a 14. Em março esgotaram os recursos países como o Canadá, Estados Unidos, Austrália, Bélgica ou Dinamarca, em abril a Suécia, a Áustria, a Rússia ou a Irlanda, e ainda este mês o Reino Unido, a Grécia ou a Hungria. Nos meses de verão predominam no mapa os países da América do Sul e a dezembro chegam três países: a Indonésia, o Equador e Jamaica.

Os dados indicam que seriam precisos 5,1 planetas se todos fossem norte-americanos, 4,5 planetas se o mundo fosse como a Austrália e apenas 0,8 planetas se todos vivessem como os indianos. A Pegada Ecológica avalia as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da Terra para fornecer tais recursos e serviços, a biocapacidade.

A associação explica que a Pegada Ecológica mede o uso de terra cultivada, florestas, pastagens e áreas de pesca para o fornecimento de recursos e absorção de resíduos (por exemplo, o dióxido de carbono proveniente da queima de combustíveis fósseis), e que a biocapacidade mede a quantidade de área biologicamente produtiva disponível para regenerar esses recursos e serviços.

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