Más condições de trabalho geram crise nos profissionais de saúde

  • Lusa
  • 22 Março 2023

"Se tivermos em conta o atual clima de greves, esgotamento e fuga de cérebros, vemos que os nossos sistemas de saúde estão com sérios problemas", advertiu o diretor regional para a Europa da OMS.

As más condições laborais e salariais, o cansaço e o stress geraram uma crise nos profissionais de saúde da Europa que é urgente enfrentar, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Não há tempo a perder. Um sistema de saúde é tão forte quanto o pessoal de saúde que o apoia. Se tivermos em conta o atual clima de greves, esgotamento e fuga de cérebros, vemos que os nossos sistemas de saúde estão com sérios problemas”, advertiu o diretor regional para a Europa da OMS, Hans Kluge, durante uma reunião em Bucareste.

“A crise do pessoal que trabalha em saúde na Europa já não é uma ameaça iminente, está aqui agora. Os profissionais de saúde e os trabalhadores da nossa região clamam por ajuda”, disse. Na reunião, 49 dos 53 membros da OMS na Europa aprovaram uma declaração lembrando que a pandemia de covid-19 deixou clara “a fragilidade dos sistemas de saúde e a importância de contar com pessoal de saúde efetivo e resiliente”.

O documento destaca que no ano passado houve uma série de greves de profissionais de saúde na Europa, em protesto contra as difíceis condições de trabalho, os baixos salários e a falta de recursos. “Estão em jogo a saúde e o bem-estar das nossas sociedades, não há tempo a perder”, afirma Kluge num comunicado.

A destaca que as sociedades vivem um duplo envelhecimento, da população e da força de trabalho em saúde, enquanto aumentam os casos de doenças crónicas e continuam presentes os efeitos da pandemia. Um dos problemas que requer uma solução urgente é o da diminuição dos profissionais de saúde, 40% dos quais se reformarão nos próximos 10 anos, segundo algumas estimativas.

O sistema enfrenta uma “ruína iminente” em áreas-chave, se não forem tomadas urgentemente medidas para enfrentar esses desafios, refere o comunicado. Para dar resposta aos desafios, a Declaração de Bucareste pede “ação política” para melhorar os contratos dos trabalhadores e os mecanismos da sua distribuição, bem como para otimizar o desempenho do pessoal do setor.

Destaca também a importância de melhorias no planeamento do trabalho do pessoal e de aumentar o investimento público na sua formação e proteção.

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Problemas nas obras não “beliscam” novas residências da Universidade do Porto

Constrangimentos na construção civil não "beliscam" avanço de construção de novas residências universitárias da U.Porto. A primeira residência deverá estar concluída ainda este ano com mais 54 camas.

O reitor da Universidade do Porto (U.Porto), António de Sousa Pereira, assegurou esta quarta-feira que, “apesar das dificuldades e constrangimentos existentes no setor da construção civil, e da consequente incerteza orçamental, os projetos [das três novas residências e da requalificação de mais quatro] estão a avançar dentro dos prazos previstos” para responder “às dificuldades que os estudantes enfrentam em matéria de acesso ao alojamento na cidade do Porto”.

Num investimento total de 32 milhões de euros – 20 milhões financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os restantes 12 milhões com receitas próprias da universidade –, a instituição vem, assim, responder a uma lacuna no mercado habitacional que também afeta os estudantes deslocados.

Durante o seu discurso nas comemorações do Dia da Universidade do Porto, assinalado esta tarde numa cerimónia de comemoração dos 112 anos da instituição, o reitor apontou a conclusão da primeira destas residências em obra – a da Carvalhosa, na zona de Cedofeita –, para o início do próximo ano letivo, aumentando, assim, a atual oferta em 54 novas camas.

A instituição de ensino superior tem em curso a construção de mais três novas residências, que vão acrescentar 411 camas à atual oferta de alojamento, representando um acréscimo de 40%. Assim como a requalificação de quatro residências para otimizar a eficiência energética dos edifícios, mediante a implementação de “melhorias significativas nos quartos, nos espaços de convívio, nas cozinhas e na envolvente exterior”, descreveu António de Sousa Pereira.

O reitor da U.Porto adiantou ainda que “já está em fase bastante adiantada, ao abrigo do Fundo para uma Transição Justa, a negociação tendo em vista a instalação de um polo tecnológico e de um centro de inovação em terrenos da antiga refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos”.

Num espaço, com cerca de 50 hectares, vai nascer uma incubadora de talento nas áreas da ciência, tecnologia e engenharia para responder ao mercado laboral e à competitividade do tecido empresarial português. “Aí criaremos um novo campus dedicado às engenharias e à ciência, o qual permitirá o crescimento e a afirmação da universidade como um centro de excelência nos domínios da neutralidade carbónica e climática, das energias limpas e renováveis, da mobilidade sustentável e da economia circular”, sublinhou o reitor da U.Porto.

António de Sousa Pereira destacou também o facto de o ecossistema da Universidade do Porto participar em 37 dos 51 projetos aprovados, a nível nacional, no âmbito das Agendas Mobilizadoras e dos Pactos de Inovação do PRR. “O que representa a captação de um investimento institucional de 155,4 milhões de euros destinados à promoção da inovação empresarial e à criação de sinergias de investigação entre o meio académico e a economia nacional”, frisou.

O reitor aproveitou a altura para elencar um conjunto de investimentos que estão em curso:

  • Os trabalhos de requalificação do edifício Abel Salazar, orçados em mais de oito milhões de euros e financiados pelo PRR, para implementação de um espaço de formação multidisciplinar e pós-laboral que permitirá alargar e reforçar a oferta formativa. Assim como avançar na formação contínua e na maior qualificação dos recursos humanos.
  • “O primeiro ano de vigência do Programa de Formação Multidisciplinar da U.Porto permitiu a abertura de 66 novos cursos e formações para maiores de 23 anos, num esforço que abrange um investimento total de 9,3 milhões de euros para atingir mais de sete mil formandos até 2025.”
  • A segunda fase da modernização do Estádio Universitário, num investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros, suportada por fundos próprios da universidade. A obra contempla a criação de uma nova sede para o Centro do Desporto da Universidade do Porto (CDUP).
  • Numa iniciativa conjunta com a Metro do Porto está em projeto um novo espaço de estudo e e-learning sobre a estação do Campo Alegre da futura linha rubi. Com projeto do arquiteto Eduardo Souto de Moura, este será um espaço multifuncional, com 700 metros quadrados e com capacidade para uma centena de utilizadores em simultâneo.

Durante o discurso, o reitor deu ainda conta da “conquista de seis novas bolsas do European Research Council, representando um financiamento adicional de 18,9 milhões de euros para a investigação realizada na Universidade do Porto”. O que, sustentou, vem comprovar a qualidade dos investigadores da instituição.

Por fim, António de Sousa Pereira realçou a consolidação da Universidade do Porto no QS World University Rankings by Subject 2023, que “assinala a liderança nacional em 17 áreas”, como a arte e o design, as ciências biológicas, a medicina, a farmácia, a psicologia ou o desporto.

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Volume de água armazenado nas albufeiras nacionais é de 81%

  • Lusa
  • 22 Março 2023

No Algarve continua com uma situação "muito grave", antevendo-se que "o verão não vá ser nada fácil". Também a situação das barragens no Nordeste Transmontano é muito preocupante.

O volume de água armazenado nas albufeiras do território nacional situa-se atualmente nos 81%, uma subida de 24% desde outubro de 2022, revelou esta quarta-feira Nuno Bravo, da Administração de Região Hidrográfica (ARH) do Centro.

Em outubro [de 2022] tínhamos uma situação difícil, com 57% do volume de armazenamento nas nossas albufeiras, em média, em todo o território português. Agora, em março, a situação mudou claramente e estamos com um valor de 81% de volume total armazenado”, referiu.

O administrador da ARH Centro participou, durante a tarde desta quarta, numa conferência promovida pela Águas de Coimbra, com a temática das “Secas e Cheias: Uma inevitabilidade no contexto das alterações climáticas? – Soluções estruturais e não estruturais”. Ao longo da sua intervenção, centrada nos novos desafios da gestão da água, Nuno Bravo recordou que o último ano hidrológico foi “extremamente seco”, sendo mesmo “o terceiro ano mais seco de sempre”.

Esse facto obrigou a que, a partir de fevereiro de 2022, fossem delineadas medidas de contingência, centradas especialmente na contenção dos usos nas albufeiras, de forma a precaver o abastecimento público. Neste ano hidrológico, que começou em outubro de 2022, o armazenamento de água nas albufeiras é “mais confortável”, devido à precipitação muito intensa que se registou em dezembro de 2022 e em janeiro.

As chuvas que se fizeram sentir e que até causaram algumas cheias no Porto e no Algarve permitiram que as albufeiras conseguissem “restabelecer os seus níveis” na maioria das albufeiras nacionais, com exceção do Algarve, que continua com uma situação “muito grave”, antevendo-se que “o verão não vá ser nada fácil”.

Segundo Nuno Bravo, também no que toca as águas subterrâneas, o território nacional passou “de uma situação crítica” para “uma situação mais confortável a norte do Tejo e uma situação ainda crítica a sul do Tejo”. A conferência, que decorreu ao longo de todo o dia no Convento São Francisco, em Coimbra, reuniu especialistas e responsáveis políticos, que trouxeram para o centro do debate a ameaça de escassez de água, bem como a ocorrência de cheias.

Durante a manhã, os trabalhos abordaram mais a questão do planeamento dos recursos hídricos, ficando para a tarde o ciclo urbano da água.

APA “muito preocupada” com nível da água nas barragens em Trás-os-Montes

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) disse que a situação das barragens no Nordeste Transmontano é muito preocupante, adiantando que vai reunir-se em breve os autarcas para avançar com a elaboração de um Plano Regional de Eficiência Hídrica. “Temos uma barragem que é a barragem de Fontelonga, em Carrazeda de Ansiães, que todos os meses contamos os metros cúbicos porque estamos à espera do dia que esta barragem não tenha água para suprir as necessidades de consumo”, afirmou o vice-presidente da APA, Pimenta Machado.

Aquele responsável, que participou via remota na conferência “Uso sustentável da água. Cada gota conta”, promovida pelo Jornal de Notícias, avançou que à semelhança daquilo que foi feito para a região do Algarve, a APA vai avançar com a elaboração do Plano Regional de Eficiência Hídrica para a região de Trás-os-Montes que, alertou, precisa de adaptar à nova realidade climática.

É verdade que este ano o nordeste transmontano tem uma situação muito difícil, estou mesmo muito preocupado. É outra região que tem de olhar para os seus sistemas, que tem de perceber a nova realidade que o clima lhe traz e tem de se adaptar”, defendeu.

Pimenta Machado, que nada adiantou quando questionado sobre ponto de situação do plano do Governo para poupança de energia e água apresentado em setembro de 2022, referiu que nesta altura a APA está a fechar o plano para a região do Alentejo, avançando depois para Trás-os-Montes e para Viseu, afetada pelos incêndios de 2017. “Muito em breve, será convocada uma reunião. Vamos juntar todos os municípios e também a agricultura e trabalhar em conjunto para a resiliência desta região que, no ano passado, viveu situações muito complicadas. A mesma coisa em Viseu”, revelou.

O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente reconheceu que, embora Portugal esteja hoje mais bem preparado para os cenários de seca, “há regiões do país que não deixam descansar”, e onde os níveis de água nas barragens se ficam pelos 14%.

Em Portugal consumimos anualmente duas barragens do Alqueva, seis mil hectolitros, sendo que a agricultura pesa 75% e o setor urbano cerca de 19%. E este ano, apesar das chuvas de dezembro e de janeiro e até deste mês, está a ser um ano acima da média. Ainda temos neste país barragens com 14%. A Barragem de Bravura no Barlavento, que abastece três municípios, está com 14%. A mesma coisa que a Barragem de Monte da Rocha ou se quiserem a Barragem do Mira”, indicou.

Para Pimenta Machado, a prioridade de Portugal deve assentar na aposta na eficiência na gestão da água, ainda que sem prejuízo da aposta em novas barragens, novas formas não convencionais de gestão e reutilização de água. “Nós temos de usar melhor a água que temos. Não é aceitável termos sistemas que perdem cerca de 50% de água. Além do prejuízo ambiental, há também o prejuízo económico”, disse, recordando que em 2019, no Algarve, aquando da elaboração do Plano de Eficiência Hídrica, andavam a lavar caixotes do lixo com água potável.

A ideia de maior eficiência na gestão dos recursos hídricos foi também defendia por Joaquim Poças Martins que, como especialista na área da gestão da água, considera que é no setor agrícola que há maior caminho a percorrer e onde é necessário fazer avanços significativos.

Reconhecendo as dificuldades decorrentes de interferir numa atividade privada, onde cada um decide o que quer plantar, o ex-governante e ex-gestor público referiu que apesar do setor ser responsável por 75% do consumo de água em Portugal, tal não resulta num ganho efetivo, com o país a ser forçado a importar matéria-prima para suprir as suas necessidades. “Se quisermos ter cereais são precisos cinco Alquevas”, disse.

Interpelado sobre a necessidade de aumentar o preço da água para travar comportamentos de desperdício, o docente defendeu que se houvesse gestão eficiente em todas as entidades públicas que gerem a água seria possível garantir uma “segunda geração sem aumentar tarifas”, contudo, vaticinou, “há uma bomba-relógio” para a qual as empresas não estão a preparar-se.

Há aqui uma bomba-relógio que é o envelhecimento das condutas. Foram construídas sobretudo nos anos 90, estão a aproximar-se do período que começam a dar problemas e nenhuma entidade está a incluir nas tarifas o valor necessário para fazer face a isto”, alertou.

Já no setor agrícola, Poças Martins defende que neste caso a autorregulação deve passar também pelo preço para incentivar a poupança, uma vez que em Portugal não se paga para utilizar a água do poço, pelo que não há um incentivo à poupança. O ex-governante destacou ainda como bom exemplo as políticas de gestão da água levadas a cabo pelos autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) que conduzir à redução significativa das perdas de água.

No caso, Porto, adiantou o seu presidente Rui Moreira, na sessão de abertura, foi possível reduzir este valor para os 13%. Sublinhando a importância dos municípios nesta matéria, o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues defendeu que importa avançar com políticas públicas de combate ao desperdício antes que a seca chega ao Norte do país, deixando um aviso de não se pode pensar em estratégias de gestão em agosto quando confrontados com um cenário de seca.

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Lucros da dona do Pingo Doce sobem 27,5% em 2022. Margem cai 0,3%

Jerónimo Martins regista resultado líquido de 590 milhões, com margem EBIDTA a recuar 0,3 pontos pelo "investimento em preço e impacto da inflação nos custos". Propõe dividendo de 0,55 euros por ação.

Os lucros da Jerónimo Martins (JM) aumentaram em 2022 para 590 milhões de euros, o que representa uma subida de 27,5% em relação ao ano anterior. Ao nível da margem EBITDA registou uma redução homóloga de 0,3 pontos percentuais, para os 7,3%, “o que reflete o aumento do investimento em preço e o impacto da inflação nos custos”.

No comunicado enviado à CMVM, Pedro Soares dos Santos garante que o grupo fez “a [sua] parte para contribuir para a contenção da inflação alimentar”. “Fizemo-lo absorvendo parte dos aumentos de preço apresentados pelos nossos fornecedores, por forma a não transferir todos os incrementos registados ao nível do custo das mercadorias compradas para o aumento dos preços de venda ao consumidor”, assinala o presidente da JM.

No conjunto das operações em Portugal, na Polónia e na Colômbia, as vendas aumentaram 21,5%, para um total de 25,4 mil milhões de euros. O grupo assinala que todas as insígnias “garantiram a sua competitividade de preço, protegendo os volumes e moderando o efeito de substituição por produtos similares mais baratos”. E que foi essa estratégia que levou a um “forte crescimento das vendas, limitando o impacto do contexto sobre a rentabilidade”, estando na base do “sólido crescimento”, em valor, do EBITDA (1,9 mil milhões de euros, +17%).

“Em linha com a política de dividendos”, assinala, o conselho de administração vai propor à assembleia-geral de acionistas o pagamento de um dividendo bruto de 345,6 milhões de euros, equivalente a 0,55 euros por ação (excluindo as 859 mil ações próprias em carteira). Representa um payout de perto de 50% dos resultados consolidados ordinários (ou c.56% dos resultados líquidos consolidados), quando excluídos os efeitos da aplicação da IFRS16″, justifica.

Com o primeiro trimestre de 2023 quase fechado, Pedro Soares dos Santos nota que a inflação alimentar permanece elevada e com “apenas ténues sinais de abrandamento”. Embora espere a evolução para um “cenário de desinflação, sobretudo no segundo semestre” – quando os comparativos com o ano passado já incorporarem a acentuada subida de preços registada ao longo de 2022 –, o gestor reconhece que “é, neste momento, ainda difícil antecipar o nível que assumirá essa desinflação”.

“Num contexto em que a confiança dos consumidores está muito fragilizada, o aumento dos salários mínimos e a manutenção de taxas de desemprego relativamente baixas poderão compensar, em parte, a persistência da inflação e das taxas de juro elevadas. A resiliência do consumo privado dependerá, no entanto, do equilíbrio que se venha a verificar entre todas estas variáveis, o qual apresentará necessariamente formas diferentes nos três países em que operamos”, completa o presidente da JM, que terminou 2022 com uma dívida líquida de 1,4 mil milhões de euros.

Vendas do Pingo Doce com subida de 11,2%

No caso do Pingo Doce, as vendas tiveram um crescimento de 11,2%, com um LFL de 9,4% (excluindo combustível), atingindo os 4,5 mil milhões de euros. A principal marca do grupo retalhista no mercado português, que contribui para 17,7% das vendas consolidadas e 14,3% do EBITDA, registou uma margem EBITDA de 5,9%, ligeiramente abaixo dos 6% em 2021, “com o desempenho das vendas a mitigar os efeitos do investimento em preço, do trade down no mix de margem e da inflação nos custos”.

Numa altura em que está a acelerar o programa de remodelações de lojas – um modelo “assente nas suas vantagens competitivas e fatores críticos de diferenciação (perecíveis, marca própria e meal solutions” –, a insígnia prevê remodelar até 60 lojas durante este ano e inaugurar perto de uma dezena de novas localizações. Também o Recheio planeia crescer no canal HoReCa e no retalho tradicional, contribuindo para a expansão da rede Amanhecer, que já integra mais de 500 parceiros.

Na Polónia, as vendas da Biedronka cresceram 24,1% em moeda local e atingiram, em euros, 17,6 mil milhões, o que levou a um “sólido crescimento de 15% do EBITDA (+18,1% em moeda local), com a respetiva margem a descer para 8,8%, “em resultado da decisão de investir em preço num contexto marcado por um progressivo e substancial aumento dos preços alimentares, da eletricidade e dos combustíveis”.

Já na Colômbia, onde fechou o ano com mais 274 localizações e a operar um total de 1.093 lojas, a Ara “entregou um forte crescimento de 62,1% das vendas em moeda local (+60,5% em euros), que incorporou um LFL de 35,7% e um contributo significativo da expansão”. O EBITDA cifrou-se em 60 milhões de euros, com a respetiva margem a subir de 2,3% em 2021, para 3,4%, em 2022, refletindo a “melhoria da alavancagem operacional”.

Num ano em que investiu 1.013 milhões de euros, quase metade da despesa foi direcionada para a polaca Biedronka, com o Pingo Doce a ficar com a segunda maior fatia (19%). O grupo que vai distribuir em abril um prémio extraordinário de 750 euros a 22 mil trabalhadores em Portugal calcula ainda que em 2022 criou 7.636 postos de trabalho e apresenta-se como um “grande contribuinte”, com o pagamento de 845 milhões de euros em impostos. Em Portugal, a JM continua a impugnar a cobrança da taxa alimentar, devendo já quase 30 milhões ao Estado.

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Prémios Produto do Ano distinguem os 67 produtos mais inovadores de 2023

Na 19ª edição desta iniciativa foram avaliados um total de 168 produtos, repartidos entre 67 categorias diferentes. A avaliação foi realizada por 5.320 consumidores através de um estudo online.

Foram 67 os produtos e serviços distinguidos como os mais inovadores do mercado nacional, na Entrega de Prémios Produto do Ano, realizada esta semana. Os produtos diversificam-se entre vários setores como alimentação, saúde, higiene e bem-estar, beleza, tecnologia ou produtos para o lar.

Tendo em conta a classificação final, entre os vencedores destaca-se a Wallim Business Card (categoria de “Cartões de Visita Digitais”) com uma classificação de 8,37, e o Edredon e a Almofada Diamond, da marca Emma (categorias “Coberturas” e “Almofadas”), ao receberem uma pontuação de 8,30 e 8,02, respetivamente.

A Allsfor tech (categoria “Placas de Indução”, com a pontuação de 7,94), os Hambúrgueres Vegetarianos do Dia (categoria “Hambúrgueres Vegetarianos”, com a pontuação de 7,88), a Beefeater Light (na categoria “Bebidas Espirituosas Light e 0 álcool”, com pontuação de 7,84), a Philips OneBlade 360 (categoria “Sistemas de Barbear”, com pontuação de 7,82) e o Topper Diamond Degree Emma (categoria dos “Sobrecolchões”, com pontuação de 7,82), foram outros dos produtos em destaque.

A NOS TV, por seu turno, conquistou o selo de Produto do Ano nas categorias de “Experiência de Televisão” e “App’s de TV”.

Entre os produtos mais inovadores na área de sustentabilidade, destacaram-se alguns produtos como as armações ecofriendly biodegradáveis da Óculos para Todos, a gama de detergentes ECO do Intermarché, o papel higiénico 100% reciclado do Continente, a escova de dentes Green Clean Change da Jordan, o sabonete em pó da Essences Du Monde, a gama Waunt Cuidados do Rosto Híbridos Vegan da Oriflame, a Nourish da Sensodyne e o Betão Verdi Zero da Secil.

Na 19ª edição desta iniciativa foram avaliados um total de 168 produtos, repartidos entre 67 categorias diferentes. A avaliação foi realizada por 5.320 consumidores através de um estudo online desenvolvido pela Netsonda, Netquest e CINT, o qual permitiu perceber a relação dos utilizadores com os novos produtos lançados no mercado nos diferentes setores.

Eis a lista de todos os vencedores:

  1. Hygiene&go spray Enna (Higiene Feminina)
  2. ZTOP Pulseiras (Repelentes)
  3. Gama de Cuidados Solares Wells (Protetores solares)
  4. Aero-Om (Alívio de cólicas)
  5. Queen Be Apivita (Produtos Cosméticos Naturais)
  6. Once Spray Gel Hedrin (Prevenção de Piolhos)
  7. Expert Champô Diário Nizoral (Tratamento Capilar)
  8. Probióticos Symbiosys (Probióticos)
  9. Vitamina D NANCARE®(Suplementos)
  10. Beefeater Light (Bebidas Espirituosas Light e 0 álcool)
  11. Macieira Cream (Licores)
  12. Máquina de Café Exclusiva + Cápsula café Fortezza Continente (Máquinas de Café)
  13. Gama cápsulas de café exclusivas PorSi (Café)
  14. Hambúrgueres Vegetarianos Dia (Hambúrgueres Vegetarianos)
  15. Cerveja Artesanal Dia (Cerveja Artesanal)
  16. Allsfor Tech bancada com indução integrada (Placas de Indução)
  17. Gama Fritadeiras sem Óleo Becken (Fritadeiras Sem óleo)
  18. Pão de Espelta e Pão de Curcuma Dia (Pão)
  19. Glow by Soft&Co (Séruns para o Rosto)
  20. Linha Cuidados do Rosto Skinrelief Novage Oriflame (Cuidados de Rosto Antienvelhecimento)
  21. Óculos 100% à medida – 3D Biométrico – Alberto Oculista (Soluções Óticas)
  22. Shamir Metaform (Lentes Oftálmicas)
  23. Philips OneBlade 360 (Sistemas de Barbear)
  24. Keep Simples – Keep Wells (Seguros de Saúde)
  25. Gama de fralda cueca PorSi (Fraldas)
  26. Armações biodegradáveis ecofriendly – Óculos para Todos (Óculos e armações)
  27. Gama Detergentes ECO PorSi (Detergentes Eco)
  28. Papel Higiénico 100% reciclado Continente Eco (Papel Higiénico)
  29. Jordan Green Clean Change (Escovas de Dentes)
  30. Sabonete em Pó Essences Du Monde (Sabonetes)
  31. Gama Waunt Cuidados do Rosto Híbridos Vegan Oriflame (Cosmética Sustentável)
  32. Betão Verdi Zero Secil (Betão Sustentável)
  33. Sensodyne Nourish (Dentífricos)
  34. iziBizi Millennium bcp (Soluções de Tesouraria)
  35. Alarme Inteligente NOS | Securitas (Segurança – Serviços)
  36. Câmara Arlo Essential – Security Securitas (Segurança – Equipamentos)
  37. Woo APP (Tarifários à Medida)
  38. Navegação Segura NOS (Serviços de Internet)
  39. UMA TV NOS (Experiência de Televisão)
  40. APP TV NOS (APP’s de TV)
  41. WI Fi Total NOS (Extensões de Sinal)
  42. LG gram Z90Q (Portáteis)
  43. IllusionTV Lollipop Glassinnovation (Televisões)
  44. Click to Buy Hyundai (Compra Automóvel Online)
  45. Business Card Wallim (Cartões de Visita Digitais)
  46. Acelerador Digital ERA (Marketing Digital)
  47. App Millennium bcp (Apps Bancárias)
  48. Sommier Emma (Camas)
  49. Almofada Diamond Emma (Almofadas)
  50. Topper Diamond Degree Emma (Sobrecolchão)
  51. Edredon Emma (Coberturas)
  52. Conjunto Roupa de Cama Emma (Roupa de Cama)
  53. Glasroc® X Placo Saint-Gobain (Placas de Gesso)
  54. Clube RE/MAX (Serviços Imobiliários)
  55. MSFAAU-09HFN8 Ar condicionado Midea (Ar Condicionado)
  56. Gama Frigoríficos Combinados e Side-By-Side BOOSTCOOLING Becken (Frigoríficos Combinados)
  57. Colchão Vital Molaflex (Colchões)
  58. Perfumador Quanto (Perfumador de Roupa)
  59. Pastilhas Máquina Loiça Power + Platinium Continente (Detergente Máquina Loiça)
  60. Máquina de Lavar Loiça CornerIntense Beko (Máquina de Lavar Loiça)
  61. Detergente Máquina de Roupa Power + Ultimate Continente (Detergente Roupa)
  62. Draker RTU Insecticida (Inseticidas)
  63. BIC(R) EZ Reach (Isqueiros)
  64. Key n’Go Goldcar (Soluções de Mobilidade)
  65. Crédito Pessoal WZ Eco WiZink (Crédito Pessoal)
  66. Cartão de Crédito Benfica Wizink (Cartões de Crédito)
  67. Suplementos para cães e gatos PURINA® PRO PLAN® (Pet Care)

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Rússia admite estar em conflito aberto com EUA

  • Lusa
  • 22 Março 2023

"O risco de conflito nuclear "é o maior que tivemos nas últimas décadas", disse ainda o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Serguei Riabkov.

A diplomacia russa admitiu esta quarta-feira que a Rússia está em conflito aberto com os EUA e que o risco de um conflito nuclear é atualmente o mais elevado em décadas. Numa intervenção em Moscovo, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Serguei Riabkov acusou os Estados Unidos de serem praticamente uma parte no conflito na Ucrânia, país que a Rússia invadiu em 24 de fevereiro de 2022.

Riabkov disse que o nível “absolutamente sem precedentes” de hostilidade por parte dos Estados Unidos, a escalada do conflito na Ucrânia e a guerra híbrida total contra a Rússia “alteraram fundamentalmente a situação de segurança” para Moscovo.

A Rússia está agora “de facto em conflito aberto com os Estados Unidos”, disse Riabkov, um dos nove vice-ministros no ministério liderado por Serguei Lavrov. Segundo Riabkov, a consequência direta da nova situação foi a suspensão do tratado de desarmamento nuclear entre Moscovo e Washington, o START III, decidida pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro.

“Um acordo deveria ter sido alcançado antes, mas agora é impossível. De um ponto de vista jurídico, o tratado foi completamente suspenso por nós”, afirmou Riabkov, citado pela agência espanhola EFE. O risco de conflito nuclear “é o maior que tivemos nas últimas décadas”, embora a Rússia continue a afirmar que “o mundo deve estar livre e a salvo da ameaça nuclear”, acrescentou.

O tratado de redução de armas estratégicas, conhecido por START, foi inicialmente assinado entre os Estados Unidos e a União Soviética em 1991, antes da dissolução do bloco soviético. Em fevereiro de 2021, Putin e o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, prorrogaram por cinco anos o novo tratado de desarmamento nuclear em vigor entre as duas potências, que tinha sido assinado em 2010.

Moscovo também anunciou que uma comissão parlamentar russa recebeu a confirmação da existência de instalações militares dos Estados Unidos e da NATO em território ucraniano, sob o disfarce de laboratórios biológicos. “A comissão concluiu que os Estados Unidos apoiam e desenvolvem a capacidade de criar componentes de armas biológicas. E, se necessário, para as produzir e utilizar fora do território nacional”, disse a vice-presidente do parlamento russo.

Segundo Irina Yarovaya, os laboratórios militares norte-americanos têm sido utilizados pela NATO para contornar a exigência de “motivos sérios e controlados” que regulamentam a instalação de bases militares da aliança no território soberano de outros países.

“Os factos e circunstâncias revelados indicam violações da convenção fundamental da ONU“, disse Yarovaya, citada pela agência espanhola Europa Press. Ao abrigo desta política, Washington pode “aproximar-se das fronteiras da Rússia praticamente sem controlo”, afirmou.

Yarovaya disse tratar-se de “uma ameaça crescente” não só para a Rússia, mas também para os países onde existem estes programas dos Estados Unidos. “O rápido desenvolvimento das biotecnologias e os sérios riscos da sua utilização como armas biológicas criam verdadeiros pré-requisitos para mudar a natureza das futuras guerras e depreciar até a paridade nuclear”, acrescentou.

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Apoios para habitação chegam a 300 mil famílias

  • Ana Petronilho
  • 22 Março 2023

Em causa estão os diplomas que criam o apoio extraordinário mensal à renda e a bonificação dos juros para crédito à habitação até 250 mil euros.

Os dois apoios do Governo para a habitação vão chegar a 300 mil beneficiários. Em causa estão os dois diplomas já promulgados pelo Presidente da República, com o apoio mensal à renda e o que cria a bonificação dos juros para crédito à habitação até 250 mil euros.

Durante o debate parlamentar sobre Política Geral, o primeiro-ministro disse que sobre o apoio à renda e bonificação dos juros, “de acordo com os contratos comunicados à AT [Autoridade Tributária e Aduaneira] e informação da banca teremos 300 mil agregados familiares a poderem beneficiar deste apoio”.

O custo previsto para as duas medidas é de 460 milhões de euros e do universo de beneficiários, cerca de metade (150 mil agregados) estão abrangidos pelo apoio mensal à renda, disse António Costa durante a conferência de imprensa após o Conselho de Ministros que aprovou os dois decretos-lei.

O subsídio de renda (denominado “novo apoio extraordinário à renda”) tem um valor que varia entre 20 e 200 euros para ajudar as famílias com taxas de esforço superiores a 35%, e será atribuído aos contratos celebrados até 15 de março de 2023, registados na Autoridade Tributária e Aduaneira.

O pagamento mensal deverá arrancar em maio ou junho, prevê o primeiro-ministro, será realizado de forma automática e atribuído a famílias com rendimentos até ao sexto escalão de IRS (38.632 euros) pelo prazo de cinco anos, prazo em que o Governo acredita ser possível “normalizar o mercado de arrendamento”. E a medida terá efeitos “retroativos a janeiro deste ano”, referiu o primeiro-ministro.

Já o decreto-lei que concede uma bonificação dos juros do crédito à habitação num valor global de 720,65 euros por ano (60 euros por mês), o equivalente a 1,5 Indexante de Apoios Sociais (IAS), para todos os contratos celebrados até 15 de março.

A medida abrangerá todos os contratos de crédito à habitação em vigor, desde que o crédito inicialmente contraído não tenha excedido os 250 mil euros e caso as famílias aufiram rendimentos anuais até 38.632 euros (até ao sexto escalão de IRS) e não apresentem poupanças superiores a 62 vezes IAS, o equivalente a 29.786 euros.

A bonificação dos juros será aplicada também a créditos para a construção de habitação própria e permanente e vai variar de acordo com os rendimentos das famílias:

Para famílias até ao quarto escalão, a bonificação será no valor de 75% do aumento da prestação da casa criada pela subida das taxas de juro, face à prestação que teria com a aplicação da taxa de juro “stressada” (três pontos percentuais acima da taxa contratualizada) pelos bancos aquando da celebração do contrato.

Para famílias do quinto e sexto escalão, a bonificação será no valor de 50% do aumento da prestação da casa criada pela subida das taxas de juro, face à prestação que teria com a aplicação de uma taxa de juro de 3%.

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Serviço de subscrição com publicidade da Netflix atinge 1 milhão de utilizadores nos EUA

A maioria dos utilizadores do plano com publicidade é composta por novos clientes (ou antigos que retomaram), e não por utilizadores que tenham mudado de plano de modo a reduzir o encargo mensal.

O novo método de subscrição da Netflix com publicidade está disponível em 12 países (nos quais Portugal não está incluído) desde novembro de 2022. Nos Estados Unidos da América, após dois meses, o novo serviço de streaming contava com um milhão de utilizadores mensais ativos, segundo dados revelados pela Bloomberg. Os mesmos dados revelam ainda que a base de utilizadores do serviço cresceu 500% no primeiro mês desde o seu lançamento e 50% após o segundo.

Segundo avança a publicação, a Netflix cumpriu com os compromissos assumidos com os anunciantes, algo que pode representar alguma “surpresa”, tendo em conta que, nas primeiras semanas, a plataforma não conseguiu reunir tantos subscritores quantos tinha prometido. Este fator levou na altura a várias especulações quanto ao começo difícil da nova aposta da Netflix, embora a maioria dos anunciantes não se tenha mostrado preocupada.

Quando a Netflix criou este novo modelo de subscrição – a pensar em possíveis novos subscritores, com um valor mais baixo – muitos analistas mostraram preocupação perante a possibilidade de os subscritores mudarem os seus planos para esta modalidade de menor custo.

Aparentemente, no entanto, a maioria dos utilizadores do plano com publicidade é composta por novos clientes (ou antigos que retomaram), e não de utilizadores que tenham mudado de plano. A subscrição com publicidade corresponde atualmente a cerca de 20% das novas inscrições na Netflix nos EUA, revela a Bloomberg.

Nos EUA a Netflix já tem 74 milhões de clientes no total, pelo que não existe uma grande margem de crescimento. As previsões apontam para que a subscrição com publicidade atraia, paulatinamente, entre 15 a 30 milhões de clientes nos EUA.

A recente proibição de partilha de contas por parte da Netflix – que levou a que muitas pessoas deixassem de usufruir da Netflix por intermédio das contas de amigos ou familiares – pode ajudar à conquista de novos subscritores para esta modalidade com publicidade.

A modalidade de subscrição da Netflix com publicidade custa 6,99 dólares (6,49 euros) nos EUA, dispõe de menos filmes e séries em relação ao seu atual plano base e não permite descarregar conteúdos. Este serviço está disponível na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, França, Itália, Japão, Coreia, México, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos da América.

De uma forma similar, o serviço de streaming Disney+ também usou a publicidade para crescer, embora de uma forma diferente: aumentou os preços mensais (num incremento de três dólares) para quem quiser assistir aos conteúdos sem publicidade. E os utilizadores não se importaram com o aumento, revela a Bloomberg, adiantando que não foi registado um aumento de cancelamentos de subscrições após a subida dos preços.

No entanto nem tudo são rosas para estas plataformas de streaming, segundo a Bloomberg, adiantando que a Disney se encontra sob pressão para reduzir custos e que irá despedir centenas de trabalhadores brevemente.

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EDP vai investir mais de 2 milhões em projetos sociais de transição justa em Portugal, Espanha e Brasil

Projetos podem candidatar-se a apoio financeiro a partir de maio.

A EDP vai investir mais de dois milhões de euros para apoiar projetos sociais e inovadores que promovam a transição energética justa em Portugal, Espanha e Brasil. Este apoio será atribuído no âmbito do programa EDP Energia Solidária.

Em Portugal, os projetos candidatos deverão enquadrar-se nas áreas de energias renováveis, da eficiência energética e da mobilidade sustentável. As organizações interessadas poderão candidatar-se à nova edição do Energia Solidária entre 1 e 31 de maio de 2023 através do site da Fundação EDP.

A este programa, dinamizado pelas fundações EDP em território ibérico e no Brasil, podem candidatar-se todas as organizações legalmente constituídas. A relevância social, o caráter inovador e a sua sustentabilidade a longo e médio prazo são alguns dos critérios pelos quais os projetos serão avaliados.

“A EDP está fortemente empenhada, através das suas fundações em Portugal, Espanha e Brasil, em incorporar no seu investimento social as questões da transição energética justa e da inclusão e eficiência energética. (…) Este é um caminho inquestionável e que deve contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pessoas e comunidades, em especial as que se encontram em contexto mais vulnerável”, salienta Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP e presidente da Fundação EDP, citada num comunicado enviado à imprensa.

Em Portugal, o EDP Solidária nasceu em 2004, tendo apoiado até hoje a implementação ou manutenção de mais de 400 projetos sociais em todos os distritos do país, com um investimento de cerca de 17 milhões de euros, relata o comunicado. Em Espanha, o programa foi lançado em 2015 e apoiou já 174 projetos, aos quais atribuiu mais de 5 milhões de euros.

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Bolsa do Centro Europeu de Jornalismo quer ligar aspirantes a jornalistas às principais redações

Os participantes selecionados recebem um montante mínimo de 2.500 euros. A quantia exata é definida pela organização de acolhimento.

Já estão abertas as candidaturas ao programa GNI Student Fellowship, iniciativa conjunta do Centro Europeu de Jornalismo e da Google News Initiative, que pretende “ligar os aspirantes a jornalistas às principais redações”.

Os estudantes e recém-graduados são assim desafiados a candidatarem-se e mostrarem o seu talento em organizações de notícias de toda a Europa durante oito semanas no verão (entre junho e setembro, em datas a definir). Estão disponíveis 20 vagas, distribuídos por nove países: Alemanha, Áustria, Espanha, França, Irlanda, Itália, Países Baixos, Polónia e Reino Unido.

Os participantes selecionados recebem um montante mínimo de 2.500 euros, embora a quantia exata seja definida pela organização de notícias de acolhimento.

“O acesso à experiência no mundo real nas redações é uma das maiores barreiras enfrentadas pelos recém-formados no competitivo mundo do jornalismo. Ao mesmo tempo, o Reuters Institute revelou que os editores de notícias na Europa perceberam que, para fazerem a cobertura mediática, com sucesso, nos seus países, os jornalistas, editores e os decisores nas redações precisam de refletir a sociedade”, refere-se em nota de imprensa, salientando-se a importância da iniciativa.

O objetivo da mesma passa por “ajudar a próxima geração de profissionais da comunicação na Europa e impulsionar a inovação dentro da indústria de notícias“. “Esta é uma oportunidade única que te pode ajudar a iniciar uma carreira no meio noticioso”, diz a organização.

Nos últimos cinco anos, o Centro Europeu de Jornalismo colocou mais de 140 alunos nas redações de mais de 14 países. A bolsa promovida em conjunto com a Google News Initiative – “uma das maiores bolsas de jornalismo para jornalistas em início de carreira na Europa” – permitiu que 35% dos bolsistas recebessem uma oferta de emprego nas organizações de acolhimento ou da sua rede.

O sucesso da bolsa, segundo Martin Stabe, editor de dados do Financial Times, está relacionado com a atração de candidatos de diferentes disciplinas, o que permite aos editores encontrar pessoas com perspetivas e competências “únicas”.

“A bolsa é o único estágio com admissão competitiva e amplamente reconhecido na interceção de jornalismo e tecnologia e, portanto, é inestimável na identificação de novos talentos, especialmente porque atrai imensos candidatos de disciplinas académicas para além do jornalismo”, afirma Martin Stabe, citado pelo Google Portugal Blog.

As candidaturas podem ser submetidas até às 23h59 do dia 21 de abril, através do site da GNI Student Fellowship 2023. Os resultados são comunicados, no máximo, até ao final de junho.

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Fed sobe juros em 25 pontos e vê ciclo de subidas perto do fim

Face à instabilidade financeira e à necessidade de continuar a luta contra a inflação, a Fed optou por uma solução de meio compromisso (esperada) com um aumento das taxas em 25 pontos base.

A Reserva Federal norte-americana voltou a subir os juros, mas diminuiu a dose. O banco central norte-americano aumentou as taxas em apenas 25 pontos base, aquém das últimas subidas de 50 pontos, num esforço para não perder a face no combate à escalada da inflação, mas, ao mesmo tempo, para responder à instabilidade recente na banca com o colapso de algumas instituições mais pequenas. O ciclo de subidas está mais perto do fim.

Com esta decisão, considerada uma das mais difíceis, mas amplamente esperada pelo mercado no rescaldo das falências de vários bancos americanos, incluindo o Silicon Valley Bank, Jerome Powell coloca a taxa das Fed funds no intervalo entre 4,75% e 5%.

Há uma semana, perante um mesmo cenário de incerteza financeira, agravada até pela crise no Credit Suisse, o Banco Central Europeu (BCE) foi em frente com uma subida de 50 pontos base para baixar a inflação, embora houvesse quem apostasse num aumento menor.

Há mudanças relevantes no discurso da Fed. Deixou de identificar a necessidade de “aumentos contínuos” das taxas, mensagem que vinha repetindo reunião após reunião desde que há um ano deu início ao ciclo de subida dos juros. Em vez disso, o comité de governadores aponta agora que “alguma política adicional de firmeza pode ser apropriada”, como abordou o presidente da Fed em conferência de imprensa.

Após nove subidas das taxas, os membros do banco central veem as taxas nos 5,10% no final do ano, sugerindo que poderá a promover mais um aumento na próxima reunião de maio e ficar por aí, antes de avançar com cortes em 2024.

Fed considerou fazer pausa agora

Powell revelou que os membros da Fed consideraram fazer uma pausa na subida dos juros nos dias que antecederam a reunião devido à instabilidade em torno do setor financeiro. Segundo explicou, os últimos acontecimentos relacionados com a falência de bancos “deverão resultar em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas” e afetar “a atividade económica, as contratações e a inflação”.

Ou seja, de alguma forma “este aperto nas condições financeiras funcionaria na mesma direção que o aperto nas taxas”, prosseguiu o presidente da Fed. “Podemos pensar nisso como sendo o equivalente a um aumento de taxas, ou talvez mais do que isso”, explicou ainda.

Contudo, “não é possível fazer essa avaliação com precisão” sobre o impacto da turbulência na banca, acrescentou, pelo que a decisão final – e consensual – foi de dosear a subida de juros enquanto vai monitorizar de perto a evolução do crédito à economia.

No comunicado desta quarta-feira, o banco central reiterou que “permanece altamente atento aos riscos de inflação” e “altamente comprometido em fazer regressar a inflação para o seu objetivo de 2%”. “Continuaremos a tomar nossas decisões reunião a reunião com base na totalidade dos dados recebidos e nas implicações para as perspetivas de atividade económica e inflação”, referiu Jerome Powell.

No início da sua intervenção, Powell tentou tranquilizar os depositantes ao assegurar que as suas poupanças estavam seguras nos bancos, como provaram as ações tomadas pelas autoridades nas falências do SVB, Silvergate e Signature Bank. As autoridades estão preparadas para usar todas as ferramentas conforme o necessário para manter o sistema bancário são e salvo“, assegurou.

De acordo com as novas projeções da Fed, a taxa de desemprego deverá atingir os 4,5% no final do ano, ligeiramente abaixo dos 4,6% do que era projetado em dezembro. As perspetivas económicas foram revistas em baixa, com o PIB a avançar 0,4% em vez de 0,5% previstos anteriormente. A taxa de inflação deverá terminar o ano nos 3,3%, acima da anterior projeção de 3,1%.

(Notícia atualizada às 19h50)

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Sindicatos convocam greve na IP para 6 de abril. Circulação de comboios em causa

  • Lusa
  • 22 Março 2023

Greve de 24 horas prejudica circulação de comboios de passageiros e mercadorias, podendo levar ao cancelamento de viagens em véspera de feriado. Sindicato falam em "silêncio" da IP e do Governo.

Os sindicatos Sintap e Sinafe anunciaram uma greve de 24 horas na Infraestruturas de Portugal (IP) para o dia 06 de abril, apontando o “silêncio” da empresa e do Governo nas negociações com os trabalhadores, segundo um comunicado.

Considerando que a IP é a gestora da rede ferroviária nacional, a greve deverá levar ao cancelamento dos comboios da CP e da Fertagus programados para a véspera de feriado. A situação também penaliza o transporte de mercadorias.

Na nota, divulgada nesta quarta-feira, o Sintap – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos e o Sinafe – Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins disseram que, “depois da jornada de luta dos passados dias 28 de fevereiro e 02 de março, os trabalhadores esperavam que a Infraestruturas de Portugal e os ministros que a tutelam encontrassem algum tempo nas suas agendas para [os] receberem”.

No entanto, quase um mês depois, e apesar de “diversas tentativas desencadeadas pelo Sinafe e pelo Sintap”, não houve “qualquer resposta e os problemas que afetam os trabalhadores não só se mantêm como se avolumam”.

“A greve ocorreu num contexto extremamente desfavorável”, recordaram, dando conta de que se verificaram “fortes constrangimentos rodoviários e ferroviários”.

“O tempo vai passando e os aumentos atribuídos pela empresa não são bastantes para enfrentar o aumento do custo de vida”, lamentaram, garantindo que “este ‘aumento por decreto’ não cobre metade da inflação verificada o ano passado”.

O Sinafe e o Sintap garantiram que “mantêm a porta aberta para a negociação, considerando que ainda existem condições para um aumento salarial digno e que traga mais poder de compra aos trabalhadores”.

No entanto, “também sabem que o silêncio da empresa e da tutela obrigam os trabalhadores a voltar à greve e, assim, no próximo dia 06 de abril” irão voltar “a parar a IP por 24 horas”, asseguraram.

Os sindicatos reivindicam o aumento dos valores salariais e do poder de compra, a retoma da negociação coletiva, a “não discriminação de trabalhadores” e mais contratações.

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