Imóveis devolutos do Estado vão ser transformados em oito mil habitações

  • Ana Petronilho
  • 22 Março 2023

Entre terrenos, apartamentos e edifícios emblemáticos já foram sinalizados quatro mil imóveis devolutos do Estado que vão ser transformados em 7.925 fogos para arrendamento acessível, disse Costa.

Os quatro mil imóveis devolutos do Estado que já estão sinalizados vão ser transformados em cerca de oito mil habitações para arrendamento acessível, havendo obras em curso.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro durante o debate que está a decorrer no Parlamento sobre política geral. “Procedemos a uma identificação dos milhares de imóveis devolutos do Estado. Quatro mil imóveis que podem dar lugar a 7.925 fogos”, adiantou António Costa que, em resposta ao líder parlamentar do PSD, Miranda Sarmento, acrescentou ainda que “há intervenções em curso entre o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IRHU) e os municípios”.

Entre os imóveis devolutos do Estado há terrenos, apartamentos ou edifícios públicos históricos. É o caso do antigo quartel da GNR no Largo do Cabeço da Bola, em Lisboa, onde o Estado, através do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE), vai investir 65 milhões de euros para construir apartamentos, que, em grande parte, ficarão, disponíveis no Programa de Arrendamento Acessível. Está ainda previsto para o imóvel uma infraestrutura de apoio a idosos (um centro de dia), escritórios, uma área de comércio e lugares de estacionamento.

O concurso público internacional para adjudicar a conceção do projeto e as obras de reconstrução do edifício, foi lançado no início de dezembro de 2022, com um valor-base de 42 milhões de euros. As obras deverão arrancar no final de 2023, diz a Fundiestamo, a entidade que gere o FNRE.

Ainda em Lisboa, o ministério da Habitação disse, ao Expresso, que “está em marcha” a reconversão do Palácio Baldaya e, tal como avançou o ECO, o projeto para o antigo hospital Miguel Bombarda pode ainda vir a sofrer ajustes, tendo em conta que vai ser lançado “brevemente” um estudo conjunto da Câmara de Lisboa e da Estamo para “avaliar o estado de conservação e situação estrutural” dos edifícios.

Os terrenos de Almada ou Setúbal “estão em fase avançada de projeto ou em construção e que permitirão disponibilizar centenas de imóveis”, disse ao Expresso o Ministério da Habitação.

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Raul Azevedo é o novo CEO da Ivity, Carlos Coelho e Paulo Rocha mantém participação de 90%

Um ano depois de ter estado em vias de mudar de mãos, a Ivity Brand Corp. apresenta um novo CEO, nova identidade e planos de crescimento. Agência volta a colocar a internacionalização na mira.

Carlos Coelho e Paulo Rocha, fundadores da Ivity Brand Corp., entregaram a gestão da agência a Raul Azevedo, o novo CEO da empresa. Carlos Coelho, que acumulava a função de CEO com a de chairman, mantém-se como presidente da Ivity, mas “há agora uma gestão profissional”, explica ao +M. Apostar na internacionalização “com consistência” está igualmente nos planos.

A mudança na gestão da agência pretende abrir caminho para um “modelo de sustentabilidade geracional” e, para já, não tem impacto na estrutura acionista da empresa, detida a 90% pelos dois sócios fundadores, ambos com 45%. Desde o último ano também Diana Carvalhido e Rita Pinto, ambas da equipa, passaram a sócias da agência, cada uma com 5%.

O contrato de Raul Azevedo, com a duração de quatro anos, prevê como parte dos incentivos que o antigo vice-presidente comercial do Rock in Rio para os EUA, Brasil e América Latina e ex diretor de desenvolvimento de negócios e marketing da SIC também possa vir a entregar a estrutura acionista da agência, adianta Carlos Coelho ao +M.

Raul Azevedo foi convidado para implementar o plano que o próprio, enquanto consultor, desenhou para a agência, conta Carlos Coelho, e a solução agora encontrada é bastante diferente da que esteve em cima da mesa no último ano, altura em que a Ivity esteve em vias de mudar de mãos.

Houve um contrato de promessa assinado“, confirma Carlos Coelho. O contrato foi com o grupo Independence, de Carlos Cardim e João Maria Pinto Gonçalves, que no início de 2021 também lançaram a agência de eventos GR8.

De acordo com o site de registos de atos societários, os dois empresários chegaram a entrar na administração da Ivity no início de março do último ano, tendo Carlos Coelho e Paulo Rocha, presidente e vogal, cessado funções. Em novembro dá-se o movimento contrário, com a renúncia dos dois empresários.

O contrato não avançou, desenhamos uma alternativa e vamos investir de outra forma“, explica Carlos Coelho. A alternativa passou então por encomendar a um consultor — Raul Azevedo — um plano estratégico para a agência e “desenhar uma agenda de crescimento“.

Esta consiste no lançamento de uma escola de marcas, a The School of Brands, e de um novo espaço, o Rocket Shop, uma “loja do futuro” que pretende “funcionar como plataforma física e digital para acelerar a forma como as marcas, empresas e pessoas se lançam para o futuro”. Dois projetos que já estavam a ser pensados e que, mantendo-se a estrutura acionista, vão ser desenvolvidos no universo Ivity e não de forma autónoma pelos dois fundadores da agência.

Em simultâneo, prossegue Carlos Coelho, a aposta será na internacionalização, “com consistência”. O regresso a Angola — mercado que chegou a representar 50% da faturação da agência e do qual tiveram que sair há acerca de 10 anos — Brasil e mesmo Espanha são opções.

Com uma equipa de 30 pessoas, Carlos Coelho reconhece que “os últimos anos foram muito difíceis”, com resultados “só marginalmente positivos”. 2022 terá sido melhor e este é um ano de crescimento, diz.

Nova etapa assinalada com nova identidade

Para marcar esta nova etapa, a Ivity tem também uma nova identidade visual. “Somos agora duas gerações que no seu conjunto valorizam as marcas de Portugal há 38 anos. Estamos a acelerar a nossa mudança, mas continuaremos a ser os estruturalistas das marcas, os que olham com profundidade, conceptualizam com criatividade e executam com intemporalidade. Mudámos a nossa marca, para nunca deixarmos de sonhar”, refere Carlos Coelho, citado em comunicado.

Desde 1985, que somos a referência na criação de marcas em Portugal. Queremos continuar a crescer com poesia e economia, os valores que sempre nos acompanharam e que levaremos, sempre, para o futuro. Em todas as vertentes, há uma nova geração da marca Ivity”, acrescenta Paulo Rocha, no mesmo comunicado.

Integro hoje uma Ivity conectada com uma nova geração, aberta a novos modelos de negócio digitais e posicionada para se internacionalizar”, diz, por seu turno, Raul Azevedo.

Com a entrada do novo CEO, Carlos Coelho não esconde que terá mais tempo para projetos próprios — como os dois livros que tem vindo a adiar ou uma maior dedicação a marcas territoriais — mas, mesmo deixando de exercer algumas funções, a saída a curto prazo não está prevista. “As empresas muito pessoalizadas têm tendência para acabar, se não for acautelada uma nova geração. Estamos no tempo certo para o fazer. Não temos pressa para sair, vamos dar tempo a esta nova geração“, resume em conversa com o +M.

Galp, Telecel, TAP, Multibanco, Yorn, RTP, CTT, Sonae, Sogrape ou Fidelidade são algumas das marcas desenhadas pela Ivity ao longo dos últimos 15 anos.

 

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Investimento de fundo da Segurança Social no Credit Suisse não correu bem, assume Costa

O investimento no banco suíço "não deu lucro. Pelo contrário. Embora no conjunto do mercado suíço a rendibilidade já obtida desde 2018 totalize 81 milhões de euros", disse Costa.

António Costa admitiu esta quarta-feira, durante o debate na Assembleia da República, que a aposta do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) no Credit Suisse não correu bem. O investimento no banco suíço “não deu lucro. Pelo contrário. Embora no conjunto do mercado suíço a rendibilidade já obtida desde 2018 totalize 81 milhões de euros”, disse.

Em resposta a uma pergunta do PSD, o primeiro-ministro avançou também que “em 2023, o fundo já teve uma valorização da carteira de ações em 120 milhões de euros”. Antes de recordar que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) só pode investir 20% da carteira em ações, Costa adiantou que “há investimentos que rendem mais e outros que rendem menos”, como “todo o investimento em ações”.

Como o ECO noticiou esta semana, o fundo, que é a reserva da Segurança Social para o pagamento de pensões no futuro, tem uma perda potencial de quase todo o montante investido no banco suíço, adquirido no domingo pelo rival UBS, depois de uma semana de forte turbulência na banca (os 2,7 milhões de euros investidos estarão a valer pouco mais de 200 mil).

O PSD, durante o debate, insistiu várias vezes em confrontar o Governo com a exposição exata do FEFSS ao Credit Suisse. Em resposta, António Costa deu também mais dados sobre o desempenho financeiro do fundo. Segundo o governante, a rendibilidade geral do fundo foi de 50% desde 2018, o que se traduz numa valorização em absoluto de dois mil milhões de euros.

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Patrões estão “profundamente desiludidos” com aprovação das alterações à lei laboral

O Presidente da República promulgou esta quarta-feira a Agenda do Trabalho Digno. Confederações patronais mostram-se preocupadas com "efeitos negativos" na vida das empresas.

O Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) manifestou a sua “profunda desilusão” com a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de promulgar as alterações à lei laboral, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno. Os patrões dizem ainda estar preocupados com o “efeitos negativos” que daí surgirão e que “prejudicarão gravemente a competitividade e a vida das empresas nos diversos setores económicos”.

“Além de uma profunda desilusão com esta decisão e posição do Senhor Presidente da República e após a aprovação pela maioria do Partido Socialista na Assembleia da República desta medidas, o CNCP está seriamente preocupado com os efeitos negativos para a vida das empresas que irão surgir, tanto a curto como a médio prazo, em particular numa altura tão desafiante e vulnerável para as empresas como aquela que enfrentamos”, lê-se numa nota enviada às redações.

O Presidente da República promulgou esta quarta-feira a Agenda do Trabalho Digno, sublinhando os “numerosos aspetos positivos” do diploma, mas que, ao mesmo tempo, este se afasta, em alguns aspetos, do acordo assinado entre o Governo e os parceiros sociais.

“Embora o decreto aprovado pela Assembleia da República se afaste, nalguns aspetos, do acordo assinado pelo Governo com os parceiros sociais e consagre certas soluções que podem porventura vir a ter, no mercado de trabalho, um efeito contrário ao alegadamente pretendido, mas tendo em consideração os numerosos aspetos positivos do diploma, bem como que contou com a viabilização de uma larga maioria do Parlamento, que votou a favor ou se absteve, designadamente o maior partido da oposição, o Presidente da República promulgou o decreto da Assembleia da República que altera o Código do Trabalho e legislação conexa, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno”, lê-se na página oficial da internet da Presidência da República.

Perante a promulgação, os patrões reagem com desilusão. “A afirmação do Senhor Presidente da República de que estas alterações terão no mercado de trabalho um efeito contrário ao pretendido pelos legisladores vai de encontro aos avisos enviados pelo CNCP ao próprio Presidente da República, ao Governo e aos partidos com assento parlamentar”, comenta ainda o Conselho Nacional que reúne a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e a Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

Alterações “feridas de inconstitucionalidade”

As alterações aprovadas no Parlamento no Código de Trabalho, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, tem gerado forte preocupação junto dos patrões que consideram que algumas das medidas estão “feridas de inconstitucionalidade”. E elencaram quais numa carta endereçada a Marcelo Rebelo de Sousa.

Uma delas é não ter havido uma apreciação na Concertação Social, nem ter havido uma apreciação pública, em várias das alterações.

É o caso do “regime de teletrabalho (artigo 168.0/3); a impossibilidade de extinção dos créditos laborais por via da remissão abdicativa (artigo 337.0/3); alterações ao procedimento de despedimento coletivo (artigos 360° a 363.0); aumento dos números de dias de faltas justificadas por falecimento do cônjuge, de cinco para 20 dias consecutivos de trabalho (artigo 251.0/1,a)”, elencaram as confederações nessa mesma carta.

Outros dos pontos destacados foi o impedimento do recurso ao outsourcing (artigo 338.°-A). Para as confederações trata-se uma “violação inadmissível da liberdade de iniciativa económica, por se revelar desadequada, desnecessária e desproporcional face ao propósito pretendido (art. 18.º da Constituição)”.

“Sendo o objetivo pretendido a diminuição da precariedade, não se vislumbra como é que a proibição do recurso a entidades externas prestadoras de serviços pode influir nesse propósito, já que as entidades prestadoras de serviços estão sujeitas às mesmas regras laborais que o beneficiário da atividade, designadamente, quanto à celebração de contratos de trabalho (em regra, vínculos permanentes), à proibição dos despedimentos sem justa causa, a regras limitadas quanto ao recurso à contratação a termo, entre outras”, apontam.

“Os empregadores passam a ficar impedidos de externalizar um serviço ou atividade que não desejam já desenvolver, ficando impossibilitados de modelar a sua atividade como lhes aprouver, no exercício da sua liberdade de iniciativa económica e do seu direito de propriedade”, alertam ainda. Por isso, dizem, “além de inconstitucional”, a solução mostra-se “completamente desalinhada com a tendência global de especialização da atividade das empresas na busca de maior eficiência e qualidade”.

A irrenunciabilidade dos créditos laborais dos trabalhadores, salvo por meio de decisão judicial (artigo 337.°, N.° 3), é outra das alterações referidas pelas confederações. “É, porventura, uma das mais significativas da presente reforma, representando um retrocesso inaceitável no que respeita ao reconhecimento da autonomia das partes na relação laboral, assentando num paternalismo injustificado e em preconceitos infundados, desconsiderando a realidade das empresas, dos trabalhadores e do mercado de trabalho como um todo”, consideram.

Como esta regra, “é desincentivado o recurso ao mecanismo dos acordos de revogação, antevendo-se que o efeito prático seja o recurso massivo aos despedimentos, contra o pagamento, em exclusivo, dos valores legalmente exigíveis”.

Antes ainda da promulgação de Marcelo Rebelo de Sousa, o CNCP já tinha anunciado que iria requerer audiências aos diferentes grupos parlamentares para dar conta no que, no seu entender, reside a inconstitucionalidade das alterações das normas.

As alterações laborais da Agenda do Trabalho Digno foram aprovadas em fevereiro, em votação final global com os votos favoráveis apenas do PS, a abstenção do PSD, Chega, PAN e Livre e votos contra do BE, PCP e IL.

(Notícia atualizada às 17h32)

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Finsolutia vendida a private equity britânico

Pollen Street compra participação maioritária na Finsolutia, um servicer que gere ativos imobiliários e crédito malparado. Investimento vai ajudar na expansão do negócio em novas geografias.

A portuguesa Finsolutia, um servicer que gere ativos imobiliários e crédito malparado, foi vendida a uma sociedade de capital de risco britânica, a Pollen Street Capital. Não foram divulgados valores da operação.

No âmbito da operação, os britânicos ficam com uma participação maioritária na Finsolutia, num investimento que se enquadra “no plano ambicioso de crescimento da empresa ibérica, fortalecendo a sua trajetória de crescimento, além de permitir a expansão para novas geografias e a diversificação da base de clientes”, segundo o comunicado divulgado esta quarta-feira.

A equipa de gestão liderada por Nuno Espírito Santo Silva, fundador da empresa, continuará na liderança. “É com grande entusiasmo e ambição que acolhemos a Pollen Street como acionista chave. O conhecimento e experiência da Pollen Street em serviços financeiros e negócios que envolvem tecnologia será uma grande alavanca para reforçar as nossas capacidades e, ao mesmo tempo, expandir rapidamente a nossa oferta na Península Ibérica e para novas geografias”, sublinha o responsável português.

“O capital e os recursos agora disponibilizados pela Pollen Street permitir-nos-ão desenvolver ainda mais a nossa oferta comercial para instituições financeiras, proprietários de carteiras de ativos e fundos de investimento”, acrescenta.

Com mais de 350 trabalhadores, Finsolutia é uma sociedade que presta serviços de gestão e recuperação de créditos. Tem sob a sua gestão uma carteira de ativos da ordem dos seis mil milhões de euros. Nasceu em 2007, em resultado de uma joint-venture entre o UBS Investment Bank, o Espírito Santo Investimento e a Ongoing Strategy Investments. Nuno Espírito Santo Silva é primo de Ricardo Salgado, ex-presidente do BES.

Já a Pollen Street, fundada em 2013, é um fundo gestor de ativos de capital privado de rápido crescimento, com mais de 3,7 mil milhões de euros em ativos sob gestão.

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Governo reúne com o setor da produção, transformação e distribuição alimentar

  • Mariana Marques Tiago e Lusa
  • 22 Março 2023

Governo quis aprofundar o diálogo com os representantes dos vários setores da cadeia de abastecimento sobre a conjuntura e os motivos que levaram ao aumento do preço dos alimentos.

A Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar (PARCA) reuniu-se durante a manhã desta quarta-feira com o Governo. O objetivo foi estabelecer um diálogo entre os setores envolvidos na cadeia de abastecimento alimentar e os responsáveis pelas tomadas de decisão.

O encontro contou com a presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, da ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, do Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, e do Secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, e foram ouvidos os representantes dos setores da produção, transformação e distribuição de produtos agroalimentares.

Em comunicado, a plataforma esclarece que o objetivo da reunião foi “aprofundar o diálogo com os representantes dos diversos setores da cadeia de abastecimento sobre a conjuntura, bem como os motivos, que conduziram ao aumento do preço dos bens alimentares”.

Da parte do Governo – que saúda o encontro – foi assegurado que haverá uma continuidade da promoção do diálogo entre os vários envolvidos no processo da cadeia agroalimentar para que todas as decisões tomadas pelo Executivo de Costa reúnam o máximo consenso possível.

CCP defende análise detalhada para descobrir origem do aumento dos preços

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, cujo presidente esteve presente na reunião, avançou: “Resolveu-se que iríamos avançar mais rapidamente e com mais frequência a ouvir estes interlocutores [dos setores da produção, transformação e distribuição], fazer uma análise mais detalhada em profundidade da cadeia de valor para ver onde é que estão, neste momento, os pontos mais fracos e os pontos mais fortes que levam ao aumento dos preços”.

Para João Vieira Lopes, é de lamentar que “só agora” se estejam a tratar estes assuntos, “porque muitas destas situações eram completamente previsíveis“. O presidente espera ainda que haja um esforço para que seja “fácil e rápido demonstrar à opinião pública e aos consumidores se algum dos setores da cadeia está a tirar mais partido desta situação económica difícil”. Tudo depende da análise que será feita daqui para a frente.

Segundo o responsável deverá haver novas reuniões entre a PARCA e o Governo, podendo estas ter uma ocorrência, “eventualmente, mensal”.

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António Guterres pede a Governos acesso equitativo à água

  • Lusa
  • 22 Março 2023

O secretário-geral da ONU apelou para que os Governos garantam o acesso equitativo à água e recordou o "orgulho" de assinar a Convenção de Albufeira como primeiro-ministro português.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou esta quarta-feira para que os Governos garantam o acesso equitativo à água e recordou o “orgulho” de assinar a Convenção de Albufeira como primeiro-ministro português.

Perante o plenário da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, na abertura da Conferência da Água 2023, Guterres indicou que quase três em cada quatro desastres naturais estão ligados à água; uma em cada quatro pessoas vive sem serviços de água geridos com segurança ou sem água potável; mais de 1,7 mil milhões de pessoas carecem de saneamento básico; 500 milhões de pessoas defecam a céu aberto; e três milhões de mulheres e meninas gastam horas todos os dias à procura de água.

A água está em apuros. Estamos a drenar o sangue vital da humanidade através do consumo excessivo vampírico e uso insustentável, e evaporando-o através do aquecimento global. Quebramos o ciclo da água, destruímos ecossistemas e contaminamos as águas subterrâneas“, frisou o secretário-geral das Nações Unidas.

Perante este cenário, e apelando para a ação, António Guterres delineou quatro áreas para acelerar os resultados em relação à gestão hídrica.

Em primeiro lugar, o secretário-geral pediu aos Governos que desenvolvam e implementem planos que garantam o acesso equitativo à água para todos os cidadãos, mas de forma a que o precioso recurso seja preservado.

Apelou ainda para o trabalho entre países, através das fronteiras, para uma gestão conjunta da água e exortou todos os Estados-Membros da ONU a aderirem e implementarem a Convenção da Água da ONU.

“Uma das realizações de que mais me orgulho como primeiro-ministro de Portugal foi a assinatura da Convenção de Albufeira sobre a gestão da água com Espanha, há 25 anos. A Convenção ainda está em vigor hoje”, recordou.

Em segundo lugar, Guterres pediu que se invista em massa em sistemas de água e saneamento e apelou para que as instituições financeiras internacionais desenvolvam “formas criativas” de estender o financiamento e acelerar a redistribuição dos Direitos Especiais de Saque, e para que os bancos multilaterais de desenvolvimento continuem a expandir os seus portfolios em água e saneamento para apoiar os países com mais necessidades.

A terceira área apontada pelo líder da ONU é o investimento em tubagens resistentes a desastres, nas infraestruturas de distribuição de água e estações de tratamento de águas residuais.

“Não podemos administrar esta emergência do século XXI com infraestruturas de outra época. (…) E isso significa explorar novas parcerias público-privadas”, frisou.

Por último, Guterres defendeu uma abordagem às alterações climáticas, advogando que a ação climática e um futuro hídrico sustentável “são dois lados da mesma moeda”.

“Isto é mais do que uma conferência sobre a água. É sobre o mundo de hoje visto a partir da perspetiva do seu recurso mais importante. Esta conferência deve representar um salto quântico na capacidade dos Estados-Membros e da comunidade internacional de reconhecerem e agirem sobre a importância vital da água para o nosso mundo”, disse.

A partir de hoje e até sexta-feira, na Conferência da Água, a primeira do género desde 1977, a ONU procurará alcançar compromissos de todo o mundo para uma transformação radical na forma como a água é gerida.

Além das sessões plenárias, o encontro contará com diálogos sobre temas específicos como “Água e Saúde”, “Água e Desenvolvimento Sustentável” ou “Água e Mudanças Climáticas” e cerca de 550 eventos paralelos, tanto no complexo da ONU quanto em outras zonas de Nova Iorque.

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EUA reconhecem que a China ainda não entregou armas à Rússia

  • Lusa
  • 22 Março 2023

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, admitiu hoje que a China ainda não "cruzou a linha" de entregar armas letais à Rússia, na guerra na Ucrânia.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, admitiu esta quarta-feira que a China ainda não “cruzou a linha” de entregar armas letais à Rússia, na guerra na Ucrânia. “Até ao momento, não os vimos cruzar essa linha”, disse Blinken, respondendo a uma pergunta durante uma audiência no Senado dos EUA, em Washington.

Há várias semanas que a diplomacia norte-americana exerce intensa pressão diplomática sobre a China para impedi-la de entregar equipamentos militares a Moscovo. “Considero que o apoio diplomático, político e, até certo ponto, material (da China) à Rússia é, obviamente, contra os nossos interesses, que queremos ver esta guerra terminar”, indicou Blinken ao Congresso.

Blinken defendeu ainda a necessidade de o seu país regressar à UNESCO para contrariar a influência que a China tem na organização. O Governo do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021) retirou-se em 2018 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O chefe da diplomacia norte-americana justificou agora a intenção de reverter esta posição, alegando que “a China é atualmente o maior contribuinte da UNESCO”, pelo que os EUA devem procurar contrariar a hegemonia de Pequim nesta organização.

Por outro lado, Blinken sublinhou que este organismo está a tratar importantes regulamentações sobre inteligência artificial ou sobre planos de educação em todo o mundo, dizendo que os Estados Unidos não se podem alhear destas discussões.

Acredito firmemente que devemos voltar à UNESCO. Não para dar um presente (à organização), mas porque as coisas que estão a acontecer na UNESCO realmente importam”, explicou Blinken. O secretário de Estado propôs ainda ao Congresso aumentar o orçamento dos EUA para a região do Indo-Pacífico em 18% para “fortalecer as políticas para superar a China”.

Nesse sentido, Blinken disse ser necessário realizar novos investimentos para aumentar a presença dos Estados Unidos na região em questões de segurança marítima, energia limpa e novas tecnologias. Blinken reconheceu que os Estados Unidos enfrentam dois grandes desafios de política externa: a contínua invasão russa da Ucrânia e “o desafio de longo prazo” representado por Pequim.

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Reconstrução da Ucrânia pode custar mais de 380 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 22 Março 2023

As necessidades de financiamento concentram-se em primeiro lugar no setor dos transportes, da habitação e da energia, que representam cerca de 50% dos danos sofridos pela Ucrânia.

A Ucrânia precisará de 411 mil milhões de dólares (cerca de 381 mil milhões de euros) para a reconstrução, após um ano de conflito, segundo uma estimativa divulgada esta quarta-feira pelo Banco Mundial, ONU, União Europeia e governo ucraniano.

As organizações e instituições antecipam uma necessidade imediata de 14 mil milhões de dólares a partir deste ano para realizar “investimentos críticos e prioritários” que permitam lançar a reconstrução. A soma total de 411 mil milhões de dólares representa mais de duas vezes o Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia em 2021, segundo dados do Banco Mundial (BM). A anterior estimativa feita em finais de outubro apontava para uma necessidade de 350 mil milhões de dólares.

“Agradecemos ao Banco Mundial a sua análise que será um instrumento importante, para nós e para os nossos parceiros, no lançamento de futuros projetos de recuperação, que já começou”, considerou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmyhal, citado no comunicado. O Governo ucraniano indicou que a avaliação de gastos não abrange as regiões atualmente ocupadas por tropas russas, que invadiram a Ucrânia em fevereiro de 2022.

Segundo o estudo realizado, as necessidades de financiamento concentram-se em primeiro lugar no setor dos transportes, da habitação e da energia, que representam cerca de 50% dos danos sofridos pela Ucrânia no primeiro ano de conflito. Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que chegou a acordo com o Governo ucraniano com vista à concessão de um programa de ajuda no montante de 15,6 mil milhões de dólares em quatro anos.

O acordo terá ainda de ser validado pelo conselho de administração do FMI.

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Parlamento britânico aprova acordo de Windsor

  • Lusa
  • 22 Março 2023

A legislação foi aprovada por 515 votos a favor e apenas 29 contra, num total de 650 deputados. Boris Johnson e Liz Truss declararam nos últimos dias que iriam votar contra.

O parlamento britânico aprovou esta quarta-feira por larga maioria o acordo-quadro de Windsor negociado pelo Governo com a União Europeia (UE) para resolver os diferendos causados pela saída britânica do bloco europeu (‘Brexit’) na Irlanda do Norte.

O executivo levou a votos na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do parlamento, legislação para implementar uma das cláusulas daquele texto, o chamado ‘travão de Stormont’. A legislação foi aprovada por 515 votos a favor e apenas 29 contra, num total de 650 deputados. Os antigos primeiros-ministros Boris Johnson e Liz Truss declararam nos últimos dias que iriam votar contra.

A medida é uma das principais novidades do acordo-quadro, negociado para resolver problemas levantados pelo Protocolo da Irlanda do Norte incluído no Acordo de Saída do Reino Unido da UE. Esta cláusula determina que o parlamento norte-irlandês pode levantar objeções à aplicação de nova legislação europeia no território, que ficou alinhado com o mercado único europeu para evitar uma fronteira física com a vizinha República da Irlanda, Estado-membro da UE.

O acordo-quadro de Windsor também elimina controlos aduaneiros para mercadorias que circulam entre o Reino Unido e a Irlanda do Norte, embora sejam mantidos para os bens que vão para a República da Irlanda. A ratificação deverá ser formalizada num encontro do Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, com o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, na sexta-feira.

O Protocolo da Irlanda do Norte é rejeitado pelo Partido Democrata Unionista (DUP) e por deputados conservadores eurocéticos por criar barreiras, como controlos e documentação aduaneira adicionais, na circulação de certos produtos, especialmente agroalimentares.

Os unionistas recusam também que a província britânica fique sujeita a leis e normas europeias, razão pela qual derrubaram o governo regional no ano passado e mantêm desde 2022 um boicote à formação da assembleia regional.

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BCP aprova aumentos salariais de 3%, abaixo dos rivais

Banco decidiu avançar com aumentos de 3% para trabalhadores e reformados com efeitos retroativos a janeiro, apesar de manter negociações com os sindicatos. Salário mínimo aumenta 10%.

O BCP decidiu avançar com aumentos 3% com efeitos retroativos a janeiro, apesar de manter negociações com os sindicatos subscritores do ACT do grupo, com quem espera chegar a um acordo “com a brevidade possível”. Esta atualização fica abaixo dos 4% de aumentos promovidos nos outros bancos.

Por outro lado, o subsídio de almoço aumenta em 9,5%, enquanto a remuneração mínima mensal, com efeitos a março, se fixará em 1.100 euros, o que representa um acréscimo de 10% face ao valor atual. A bolsa de estágio, atribuída aos estagiários profissionais, sobe para 850 euros, acrescida de subsídio de almoço.

Numa comunicação interna a que o ECO teve acesso, o banco justifica esta opção com a necessidade de uma “partilha equilibrada” entre todos os stakeholders. Refere mesmo que, depois de “um período muito difícil”, que envolveu ajudas do Estado, a instituição registou uma evolução “francamente positiva”. Porém, o esforço de recuperação “tem sido muito suportado também pelos acionistas, aos quais na última década apenas por duas vezes foram pagos dividendos, tendo em ambas as vezes o payout sido de 10%, o que é manifestamente insuficiente”.

Aos trabalhadores, a comissão executiva liderada por Miguel Maya indica que 2023 será um ano de transição e que, prevendo-se que sejam alcançados os objetivos do plano estratégico, o BCP iniciará uma “nova fase com capacidades reforçadas para gerar e partilhar mais valor” com trabalhadores e acionistas.

A gestão do banco sublinha ainda que esta decisão “não colide com, nem condiciona, o processo negocial com os sindicatos subscritores dos ACT do grupo BCP, mantendo-se empenhada em fechar esse acordo com a brevidade possível”. Os sindicatos pretendem aumentos de 8%. A última proposta do BCP foi de 2,5%, tendo evoluído agora para os 3%.

Antes do BCP, Santander, BPI e Novobanco decidiram aumentar os salários em 4% perante a situação de impasse nas negociações com os sindicatos. A Caixa decidiu esta semana dar aumentos de 76 euros em todos os níveis.

(Notícia atualizada às 16h14)

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Governo atira compra de comboios de alta velocidade para lançamento de obras no Porto-Lisboa

Compra de 12 comboios de alto desempenho depende do saneamento da dívida da CP, que será notificado à Comissão Europeia, segundo o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco.

A CP apenas poderá comprar comboios para a alta velocidade quando for lançado o primeiro concurso para as obras da nova linha entre Porto-Lisboa. Será preciso esperar pelo final deste ano para que a transportadora pública lance o concurso público para a compra de 12 automotoras de alto desempenho, no valor base de 336 milhões de euros, adiantou o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco.

“Esperamos lançar [o concurso para a compra de 12 comboios] mais ou menos na mesma altura em que forem lançados os concursos para a obra da linha de alta velocidade”, referiu o secretário de Estado em audição parlamentar nesta quarta-feira. Segundo o calendário da Infraestruturas de Portugal, está marcado para o último trimestre de 2023 o lançamento do concurso público para a primeira fase da obra na nova linha Lisboa-Porto.

Calendário do projeto da nova linha Porto-Lisboa, nas fases 1 e 2.

A CP apenas poderá procurar estes comboios quando for concretizada a ‘limpeza’ da dívida histórica da empresa. O saneamento do passivo financeiro da transportadora esteve previsto para o Orçamento do Estado para 2022, no valor de 1,81 mil milhões de euros. O processo foi transferido para 2023 e “muito provavelmente exigirá uma notificação à Comissão Europeia”, acrescentou Frederico Francisco, para que fique provado que não se trata de uma ajuda de Estado ilegal.

Os comboios de alta velocidade vão fazer parte do serviço comercial da CP, pelo que não podem ser comprados com financiamento do Estado. A empresa tem de recorrer a fundos próprios para pagar a encomenda.

A compra de comboios é um processo moroso e que leva vários anos. Por exemplo, a compra de 22 novos comboios regionais foi aprovada pelo Governo em setembro de 2018 mas apenas em outubro de 2021 é que a CP finalmente pôde fazer a encomenda aos suíços da Stadler. As primeiras unidades só vão chegar a partir de outubro de 2025, mais de sete anos depois da aprovação da despesa em Conselho de Ministros.

O processo de compra de comboios para a alta velocidade não está imune a estes problemas. Ou seja, se o concurso público ainda for lançado em 2023, não é expectável que as novas composições cheguem à CP antes de 2030.

Antes disso, já no final de 2028, deverá estar pronta a primeira fase da nova linha entre Porto e Lisboa, entre a cidade Invicta e Soure. A partir dessa altura, será possível viajar entre as duas cidades em 1 hora e 59 minutos (sem paragens). Em 2030 – cumprido o calendário apresentado pela Infraestruturas de Portugal em setembro de 2022 – Porto e Lisboa ficarão a 1 hora e 19 minutos de distância.

Em caso de atraso, a solução poderá vir de Espanha. Do lado da Renfe, a partir de 2023 haverá um comboio de alta velocidade, o Avril, para circular na linha entre Ourense e Santiago de Compostela a 300 km/h e em bitola ibérica. Ou seja, Espanha pode desarmar completamente a concorrência de Portugal e do resto da União Europeia, onde domina a bitola europeia e são raros os comboios de bitola variável.

Ligação Algarve a Sevilha

Frederico Francisco falou ainda sobre os estudos para a ligação de alta velocidade entre Faro e Sevilha. O secretário de Estado assumiu que a nova linha também poderá ser vista “do ponto de vista local, regional e de mercadorias”, aumentando as possibilidade de viabilidade financeira na hora de tentar captar financiamento europeu.

Desde a Cimeira Ibérica de Viana do Castelo, em novembro de 2022, que Portugal e Espanha entenderam-se sobre a possibilidade de estudar esta ligação ferroviária no sul dos dois países.

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