“Porto, O Nosso Movimento” acusa governo de ter ignorado municípios

  • ECO e Lusa
  • 9 Março 2023

"Porto, O Nosso Movimento" diz que o programa Mais Habitação "enferma de um pecado capital" ao ter ignorado os municípios e defende que algumas medidas criaram "instabilidade e desconfiança".

“O programa [Mais Habitação] enferma de um pecado capital. Achamos inaceitável que os municípios tenham sido ignorados neste processo pela larga experiência de décadas, como o Porto, mas também de manutenção dessa própria habitação”, afirmou à Lusa o presidente da associação cívica “Porto, O Nosso Movimento”, Filipe Araújo.

Para Filipe Araújo, esta é uma “postura de puro centralismo de um Governo que queria descentralizar”. Dizendo que o powerpoint foi apresentado pelo Governo “de forma atabalhoada e sem detalhe”, o presidente do movimento defendeu que as medidas criaram “uma enorme confusão e instabilidade”.

“O mercado de habitação exige uma tomada de posição efetiva e a realização por parte do setor público, mas exige também uma igual participação do setor privado. A solução está em ter os setores público e privado completamente alinhados”, frisou o também número dois da câmara do Porto liderada por Rui Rio. E que recentemente também defendeu que o programa do Governo Mais Habitação deve ser “afinado”, considerando que, em “boa parte”, o pacote é “irrealizável” e ficará “muito aquém dos resultados pretendidos”.

“Quando temos uma apresentação deste género, de medidas irrealizáveis, o que estamos a criar é, à partida, uma desconfiança dos intervenientes perante o problema“, referiu Filipe Araújo. Para o presidente desta associação cívica, ainda existirem “alguns problemas” no programa, tais como medidas que “mexem” com impostos cobrados pelos municípios e que são a sua receita, como o IMI, mas também medidas que ficam concentradas na administração central.

“É difícil perceber e acreditar que vamos ter a realização por parte dos institutos e da administração central que, até agora, foi incapaz de fazer cumprir os desígnios e programas que o Governo lançou”, observou.

Destacando que o pacote integra também “aspetos positivos”, como a simplificação dos processos, Filipe Araújo defendeu, no entanto, que a “única possibilidade de criar mais habitação” é através de políticas que aumentem o stock disponível.

Sem construir mais casas, sem criar medidas de incentivo e de natureza fiscal que realmente promovam a diminuição dos custos da construção, ou ajudem que mais pessoas se sintam motivadas a pôr o seu imóvel em arrendamento, diminuindo o risco dos senhorios, não vamos conseguir degolar este problema, porque sem mais casas não vai ser possível reduzir o preço das que estão disponíveis”, sublinhou.

O movimento independente organiza esta quinta-feira um debate sobre as medidas anunciadas pelo Governo e no qual vai participar o vereador da Habitação da Câmara do Porto, Pedro Baganha, o presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos, o diretor executivo da Fundação Mestres Casais e professor da Universidade do Minho, José Mendes, e o professor catedrático na Católica Porto Business School, Alberto Castro.

O programa Mais Habitação foi aprovado em Conselho de Ministros e ficará em discussão pública durante um mês. As propostas voltarão a Conselho de Ministros para aprovação final, a 16 de março. Algumas medidas ainda terão depois de passar pela Assembleia da República.

Entre as medidas anunciadas estão alterações no setor do alojamento, inclusive a proibição de novas licenças e a decisão de que as atuais licenças “serão sujeitas a reavaliação em 2030” e, depois dessa data, periodicamente, de cinco em cinco anos.

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Fim de PPP na Saúde ajudou a compensar subida dos encargos com autoestradas

Encargos do setor público com as PPP subiram 3% no primeiro trimestre de 2022. Parcerias rodoviárias deram maior contributo para aumento, que foi parcialmente compensado pela Saúde.

Os encargos com as parcerias público-privadas (PPP) rodoviárias subiram 26,9 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, fazendo aumentar os custos do Estado com as PPP. Mas o fim das parcerias com privados nos hospitais de Vila Franca de Xira e de Loures ajudaram a compensar esta evolução, adianta a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP).

Os dados referentes ao primeiro trimestre do ano passado, publicados este mês pela UTAP, mostram que os encargos líquidos do setor público com as PPP atingiram os 481,5 milhões de euros, representando um crescimento face ao homólogo de 14,7 milhões (+3%). O setor rodoviário é o que tem mais peso, representando uma grande fatia dos custos com estas parcerias.

O aumento reflete assim também a subida nos encargos líquidos do setor público com o setor rodoviário, que no primeiro trimestre de 2022 foram de 422,3 milhões de euros, mais 7% (26,9 milhões) face ao mesmo período de 2021. “Esta evolução é justificada pelo incremento dos encargos brutos (32,6 milhões de euros) mitigado parcialmente pelo incremento ao nível da receita de portagem (+5,7 milhões de euros)”, explica a UTAP.

Assim, registaram-se mais receitas das portagens nas autoestradas em causa devido ao aumento do tráfego diário, após a pandemia, ainda que estas tenham sido limitadas devido aos descontos em algumas ex-Scut que entraram em vigor em julho de 2021.

A subida do Estado nos encargos com as PPP do setor rodoviário “foi compensada parcialmente pelo decréscimo que ocorreu com os encargos do setor da Saúde em 10,3 milhões de euros”, indica a UTAP.

A despesa com as parcerias da Saúde caiu então 16% para 53,8 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, uma redução que está relacionada com o fim de duas PPP nesta área: Vila Franca de Xira em junho de 2021 e Loures em janeiro de 2022.

Este decréscimo nos encargos com as parcerias na Saúde não foi maior porque o Estado teve de pagar a algumas das gestoras devido a decisões arbitrais, nomeadamente pelo tratamento de doentes com Hepatite C no hospital de Braga e pelo tratamento de VIH/SIDA em Loures.

Quanto aos restantes setores, os encargos líquidos com as parcerias na ferrovia ascenderam a 13,1 milhões de euros, menos 9% que no período homólogo. Já no setor portuário, a receita auferida subiu 11% para 7,4 milhões de euros, enquanto no Oceanário a receita manteve-se em linha com o período do ano anterior.

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Custos de construção sobem 11,2% em janeiro, mas preços dos materiais abrandam

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Março 2023

Custos de construção de habitação nova subiram 11,2% em janeiro face ao mês homólogo, acelerando pelo segundo mês consecutivo. Preços dos materiais de construção abrandaram para 10,4%.

Os custos de construção de habitação nova voltaram a acelerar em janeiro, pelo segundo mês consecutivo, mas houve um abrandamento no aumento dos preços dos materiais.

De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), construir uma casa nova era 11,2% mais caro no primeiro mês de 2023 do que um ano antes, taxa que é 0,3 pontos percentuais (p.p.) superior à de dezembro.

Evolução da taxa homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

No sentido inverso, os preços dos materiais de construção registaram um crescimento homólogo de 10,4%, abrandando 3,7 p.p. relativamente ao mês anterior. Com um peso global de 6,0 p.p. no cálculo do índice, também um decréscimo face a dezembro, os materiais que mais contribuíram para esta variação foram o cimento, cujo preço teve uma subida homóloga de cerca de 30%; as madeiras e derivados, com variações acima de 20%; e o betão pronto, com um aumento perto dos 20%.

Já o custo da mão-de-obra disparou 12,4% em janeiro quando comparado com o mesmo mês do ano passado, o que representa uma aceleração de 5,7 p.p. face a dezembro. Sobre o “significativo aumento” deste componente — cuja contribuição para o cálculo do índice passou de 2,9 p.p. em dezembro para 5,2 p.p. no mês seguinte –, o gabinete estatístico nota que “não pode ser dissociado do aumento do salário mínimo (7,8%)” no início do ano.

Ainda de acordo com o INE, a taxa de variação mensal do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) foi de 1,4% em janeiro, enquanto o custo dos materiais se manteve inalterado e o custo da mão-de-obra aumentou 3,5%.

(Notícia atualizada às 11h55)

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NERLEI aposta no e-commerce para internacionalizar empresas

  • BRANDS' ECO
  • 9 Março 2023

A associação empresarial de Leiria tem apoios para a internacionalização das empresas portuguesas, nos mercados do Reino Unido, França, Suécia e Polónia, garantido apoio de 50% nas despesas elegíveis.

A NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria tem disponíveis um conjunto de ações, que possibilitam o apoio à internacionalização das empresas portuguesas, para os mercados do Reino Unido, França e Suécia, através de abordagens inovadoras ao nível do marketing e organização dos processos de venda, com recurso às novas tecnologias e canais digitais, nomeadamente e-commerce e marketplaces.

Além desta tipologia de ações de apoio à internacionalização de empresas, a NERLEI tem também abertas inscrições para uma Missão Empresarial Virtual à Polónia, que decorrerá entre 17 de abril e 17 de maio de 2023. O objetivo das missões empresariais virtuais é possibilitar às empresas participantes reunir remotamente com potenciais parceiros de negócio, criando uma experiência digital dinâmica, em que as empresas conseguem demonstrar o seu valor acrescentado, junto dos potenciais parceiros internacionais. Para cada empresa participante é preparada uma agenda de reuniões individuais, de acordo com o perfil por esta definido aquando da inscrição.

Estas ações, de caráter multissetorial, estão integradas no projeto International Business 2021-2023 cofinanciado pelo COMPETE, em 50% das despesas elegíveis. Os interessados podem pedir mais informações podem no Departamento de Apoio à Internacionalização da NERLEI ou através do e-mail internacional@nerlei.pt.

A NERLEI é a associação empresarial que representa o tecido empresarial da região de Leiria e que tem como missão principal apoiar e prestar serviços que contribuam para a criação de valor das empresas suas associadas, ao mesmo tempo que fortalece o tecido empresarial e promove o desenvolvimento económico e social da região de Leiria.

Na área da internacionalização, a NERLEI tem uma experiência de mais de 20 anos na organização de feiras internacionais e missões empresariais, tendo apoiado, até à atualidade, mais de 1767 empresas de todo o País na abordagem a mercados externos.

O projeto International Business 2021-23, promovido pela NERLEI, tem como objetivo promover o desenvolvimento da competitividade e capacidade exportadora num conjunto de PME, através da implementação de um programa estruturado de ações de capacitação das empresas para a internacionalização e de ações promocionais e de marketing em mercados internacionais identificados como prioritários para o reforço das exportações destas mesmas empresas. É financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, no montante de 2.451.005,38 euros, dos quais 1.388.829,95 euros são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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Futuro CEO da TAP vai acumular cargo de “chairman” até à privativação

Luís Rodrigues vai deixar a SATA até ao final do ano para liderar a TAP. Rejeita que exista um conflito de interesses, defendendo que a relação entre as companhias tem trazido vantagens para ambas.

O ainda presidente executivo da SATA diz que o convite do Governo para ir liderar a TAP era “irrecusável”. Rejeita que exista um conflito de interesses na aceitação do cargo, considerando que a relação “fantástica” entre as duas companhias aéreas vai continuar. Espera acumular o cargo de CEO e chairman até a privatização.

Luís Rodrigues ficará na companhia aérea açoriana até ao final do mês, assumindo em abril a liderança da TAP. “Pensei muitas vezes e era irrecusável”, diz sobre o convite feito pelo Governo, que anunciou o novo CEO da transportadora aérea nacional na passada segunda-feira, na apresentação das conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças que ditaria o afastamento da atual presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, e do presidente do conselho de administração, Manuel Beja.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, afirmou na altura que Luís Rodrigues iria acumular os dois cargos que ficaram vagos. O futuro CEO e chairman da TAP disse, em entrevista à RTP Açores, que essa circunstância irá manter-se, pelo menos, até à concretização da venda parcial do capital da empresa pelo Estado.

“O que está a ser gizado é um processo de privatização e pelo que percebi do Governo, o que se pretende é que ela se concretize em 2023. Isso vai alterar de alguma forma as regras. Até lá o objetivo é acumular as funções. Depois desse momento acontecer, logo se vê”, afirmou Luís Rodrigues.

Mantemos hoje uma relação de ‘coopetição’ [entre a TAP e a SATA], concorremos numas coisas e cooperamos noutras. Temos muitos acordos em tráfego, “code share” e manutenção. E concorremos onde temos de concorrer.

Luís Rodrigues

CEO da SATA

O gestor recusou que existam conflitos de interesse na passagem de uma transportadora aérea para outra. “Nos últimos três anos temos tido uma relação fantástica com a TAP e essa relação vai continuar, não há nenhuma razão para a interromper. Os dois têm vantagens a tirar disso. Mantemos hoje uma relação de ‘coopetição’, concorremos numas coisas e cooperamos noutras. Temos muitos acordos em tráfego, code share e manutenção. E concorremos onde temos de concorrer”, argumentou.

De resto, o futuro CEO não quis fazer mais comentários sobre a transportadora que vai liderar. “Ninguém me vai ouvir fazer um comentário sobre a TAP até ao dia em que tomar posse. Por um lado devo respeito aos que me estão a pagar hoje, que é a SATA, e por outro devo respeito aos que ainda estão à frente da TAP”, justificou.

Luís Rodrigues rejeitou que a mudança de presidente executivo possa atrasar a privatização da SATA, considerando que a companhia está bem entregue com a nomeação de Teresa Gonçalves, até aqui administradora financeira, para o seu lugar. “Eu tenho por hábito rodear-me de pessoas melhor do que eu. Tenho a certeza que a coisa fica bem entregue”, afirmou.

Referindo que quer a Azores Airlines quer a SATA Açores (que faz os voos interilhas) vão ter receitas recorde em 2022, o ainda CEO revelou que a primeira irá ter um “EBITDA positivo pela primeira vez em muitos anos”. As perspetivas para 2023 dão também razões para otimismo. “O mais interessante é que as reservas que estamos a verificar indicam que estamos a crescer 40%. Isso é saudável e ótimo para a região, para o turismo, para a SATA e para o processo de privatização”.

“A companhia para não morrer tem de crescer, tem de ser integrada numa coisa maior. Espero bem que isso se concretize. Daquilo que eu puder ajudar, estou cá para o fazer”, disse o gestor.

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Taxas Euribor renovam máximos desde novembro de 2008

  • Lusa
  • 9 Março 2023

Taxas que são usadas no cálculo da prestação da casa continuam a subir. Euribor renovam máximos de mais de 14 anos.

As taxas Euribor — que são usadas no cálculo da prestação da casa — subiram a três, seis e 12 meses para novos máximos desde novembro de 2008.

  • A taxa Euribor a 12 meses, a mais utilizada em Portugal nos novos créditos à habitação com taxa variável, avançou para 3,978%, mais 0,034 pontos, um novo máximo desde novembro de 2008. Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,338% em janeiro para 3,534% em fevereiro, mais 0,196 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho, também avançou para 3,461%, mais 0,010 pontos do que na quarta-feira e um novo máximo desde novembro de 2008. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,864% em janeiro para 3,135% em fevereiro, mais 0,271 pontos.
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu para 2,948%, mais 0,004 pontos e um novo máximo desde novembro de 2008. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,354% em janeiro para 2,640% em fevereiro, ou seja, um acréscimo de 0,286 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 2 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Fundos florestais e mercado voluntário de carbono

  • BRANDS' ADVOCATUS
  • 9 Março 2023

A indústria de gestão de ativos assiste com atenção à iniciativa do Governo de discussão, através de consulta pública, de um projeto que visa regular o mercado voluntário de créditos de carbono.

A título preliminar, importa salientar que o projeto de decreto-lei integra os projetos de sequestro florestal, e em especial os integrados em territórios vulneráveis, como prioritários no mercado voluntário de carbono.

Diversos motivos levam a considerar que os fundos florestais virão a desempenhar um papel central no futuro mercado voluntário de carbono. De um lado, os fundos florestais são uma figura regulada em Portugal desde há muitos anos, sendo enquadrados como organismos de investimento coletivo imobiliários, não apenas ao abrigo do atual Regime Geral de Organismos de Investimento Coletivo, mas também no futuro Regime de Gestão de Ativos, na versão proposta conhecida. Além disso, gozam de um tratamento favorável no Estatuto dos Benefícios Fiscais.

De outro lado, estes fundos têm o condão de estabelecer a ligação entre, de um lado, os projetos florestais e, de outro lado, a comunidade de investidores. À atração pelo investimento florestal subjaz não apenas um racional financeiro, mas também o interesse na utilização dos créditos de carbono para a convergência no sentido da neutralidade carbónica. Por este motivo, na comercialização de produtos financeiros, os testes de adequação em caso de gestão de carteiras e consultoria para investimento devem igualmente considerar as preferências dos investidores em matéria de sustentabilidade.

Mas é importante frisar que os fundos florestais promovem a gestão de ativos vivos, o que obriga a uma interpretação adaptada das regras sobre gestão de organismos de investimento coletivo. Em última análise, em causa estão veículos privilegiados na conservação dos patrimónios florestais, o que apresenta uma função relevante de rentabilização dos patrimónios e, designadamente, na prevenção de fogos, com relevo crítico entre nós.

Assim, apesar de a proposta legislativa agora apresentada sobre o mercado voluntário de créditos de carbono representar um estímulo muito positivo no desenvolvimento do mercado de bens associados à conservação do capital natural, que se saúda, a verdade é que, de um ponto de vista institucional, a atividade da gestão de ativos conta já com a intervenção de diversos players que veem no setor florestal um elemento fundamental na composição dos portfólios e integram na respetiva política de investimentos objetivos de sequestro e consequente transação de carbono.

Com efeito, a gestão de ativos florestais emerge de um contexto de aposta generalizada numa estratégia de investimento sustentável, que contribui para a diversificação dos portfólios existentes, a mitigação do risco ambiental e, em última análise, a criação de valor sustentável a longo prazo na esfera dos respetivos participantes. Para tanto, este setor vem florescendo tanto numa lógica de offset direto, como de offset indireto, consoante a atividade se encontre concebida para a compensação de Gases com Efeito de Estufa (“GEE”) do emitente, ou de alguém com ele relacionado, ou para transação e compensação de GEE de terceiros, respetivamente.

O desenvolvimento deste mercado tem alguns marcos importantes que importa assinalar. A comercialização de produtos financeiros associados a ativos florestais confrontou-se, num primeiro momento, com uma dificuldade de classificação. Este cenário beneficiou, contudo, de uma evolução salutar. É, desde logo, o que se verifica com a promoção de regulação sobre a taxonomia e divulgação de informações relacionadas com a sustentabilidade no setor dos serviços financeiros, que sucessivamente enformam o setor de uma calibração mais fina, estabelecendo critérios para a determinação se uma atividade contribui para a mitigação ou adaptação das alterações climáticas e se essa atividade não prejudica o cumprimento de outros objetivos ambientais (“do no significant harm”).

Além disso, impõe-se às instituições financeiras um dever de divulgar o modo como estas integram nas suas decisões de investimento riscos e fatores em matéria de sustentabilidade. Assim, a sujeição dos fundos florestais às regras sobre instrumentos financeiros ao abrigo do SFDR assegura a padronização europeia na sua classificação em termos de promoção ou assunção de objetivos ambientais.

Outro eixo que preocupa tanto as autoridades reguladoras como os investidores finais relaciona-se com a integridade e a credibilidade deste mercado. Os casos recentes de alegada dupla contabilização de créditos de carbono sequestrados reforçam a ideia de que as estruturas de negociação de créditos de carbono não podem ser pensadas exclusivamente sob o ponto de vista dos agentes da procura e da oferta, mas devem envolver igualmente os certificadores e as autoridades reguladoras e de supervisão.

Neste contexto, é expectável um acompanhamento cada vez mais atento às atividades e aos negócios subjacentes ao mercado e gestão de ativos carbónicos, incidindo especialmente sobre os métodos de quantificação da redução de emissões de GEE. Este mercado deve operar sob princípios de qualidade e confiabilidade de informação, deste modo a evitar disfunções informativas. Por este motivo, a Comissão Europeia propôs recentemente o estabelecimento de um quadro uniforme de certificação relativo às remoções de carbono.

Soma-se que, segundo o anteprojeto em consulta pública, o princípio da credibilidade se inclui entre os princípios sob que se deverá reger o mercado voluntário regulado de carbono. Refira-se, aliás, que os fenómenos de greenwashing não se confinam apenas à prestação de informações falsas, como refere o anteprojeto, mas também incluem informações exageradas, ambíguas, tendenciosas ou não objetivas: o documento de consulta pública das autoridades de supervisão europeias de 2022 demonstra-o claramente.

Em suma, o estabelecimento de um mercado voluntário de carbono representa um passo decisivo na transição para uma neutralidade carbónica, o que antecipa diversas virtualidades nos ciclos económicos vindouros, entre os quais a diversificação das fontes de financiamento de projetos sustentáveis. Não é de estranhar, neste contexto, que os projetos de sequestro florestal de carbono, enquanto sumidouros terrestres, surjam identificados como prioritários na prossecução dos compromissos relativos ao êxito de uma economia neutra em carbono.

A reformulação do quadro normativo pode, assim, potenciar a continuada afirmação dos organismos de investimento coletivo como estruturas preferenciais de compensação carbónica e de criação de valor sustentável a longo prazo. A expectativa, agora, é a de que estes possam desenvolver-se, num quadro regulatório, económico e de supervisão equilibrado e integrado.

Paulo Câmara, Sócio da Sérvulo & Associados

José Eduardo Oliveira, Advogado Estagiário da Sérvulo & Associados

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Câmara do Porto arrisca perder mais de sete milhões com novas regras do alojamento local

  • Ana Petronilho
  • 9 Março 2023

Em causa está a norma proposta pelo Governo no Mais Habitação que prevê que os condóminos, por maioria, podem opor-se ao AL em frações autónomas de edifícios ou em partes dos prédios urbanos.

A Câmara do Porto pode perder, no limite, cerca de 7,4 milhões de euros em receitas com as regras previstas no pacote Mais Habitação para o alojamento local. O número traduz quase metade do total das receitas da autarquia com a taxa turística.

Em causa está a norma proposta pelo Governo que prevê que os condóminos, por maioria, podem opor-se ao alojamento local em frações autónomas de edifícios ou em partes dos prédios urbanos, a menos que o título construtivo preveja essa utilização.

Ao ECO, a autarquia liderada por Rui Moreira revela que tem registadas 8.670 licenças de alojamento local em apartamentos da Invicta, que traduzem 7.380.088,96 euros em receitas com a taxa turística. E “num cenário hipotético, caso todas as assembleias de condomínio pretendam opor-se à atividade de alojamento local pode, no pior cenário, significar uma perda de receita para o município” desse valor, adiantou o município.

O número traduz praticamente a totalidade das receitas arrecadadas pelo município. No ano passado, através do alojamento local, incluindo os apartamentos, quartos, as moradias e os hostel, a autarquia encaixou de 8.431.347,31 de euros. Mais de metade (56%) do total de 15 milhões das receitas da autarquia com a taxa turística.

A autarquia diz ainda ao ECO que deram entrada nos serviços “58 pedidos de registo de alojamento local que estão em análise”, não sendo ainda possível aferir se existe, ou não, um aumento desde que o Governo anunciou o pacote legislativo que prevê a suspensão de novas licenças até 31 de dezembro de 2030.

Desde o início de fevereiro que a autarquia da Invicta está a discutir alterações ao regulamento municipal do alojamento local e a proposta em cima da mesa pretende “valorizar projetos que acrescentem valor à cidade”, determinando a criação de “áreas de crescimento sustentável” e estabelece “áreas de contenção” nas freguesias com mais pressão urbanística.

Segundo a proposta, os territórios que apresentem um rácio de pressão igual ou superior a 15% são considerados “áreas de contenção”, enquanto os territórios com um rácio de pressão inferior a 15% são considerados “áreas de crescimento sustentável”.

Rui Moreira tem sido um dos autarcas que teceu duras críticas ao pacote Mais Habitação considerando que “boa parte” das medidas propostas é “irrealizável” e ficará “muito aquém dos resultados pretendidos”.

Para o presidente da Câmara do Porto, “maior do que o risco de o pacote ser pouco consequente é o de as suas medidas mais estatizantes e centralistas terem efeitos gravosos para o problema da habitação em Portugal”, refere, dando o exemplo da proibição de novas licenças de alojamento local, do arrendamento coercivo e do limite à atualização das rendas.

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Pedidos de licença para alojamento local mais que quadruplicam em Lisboa desde anúncio de medidas para habitação

  • Ana Petronilho
  • 9 Março 2023

Desde que o Governo anunciou o pacote legislativo para a habitação, ou seja, em três semanas, entraram na autarquia 58 pedidos de registo de AL. No final de 2022, o número mensal era entre "8 e 13".

Os pedidos de novas licenças para alojamento local em Lisboa mais que quadruplicou nas últimas semanas, desde que o Governo anunciou as novas medidas para a habitação onde está prevista a suspensão de licenças nas zonas urbanas até 31 de dezembro de 2030.

A Câmara de Lisboa revelou ao ECO que desde o anúncio das medidas propostas pelo Governo no pacote Mais Habitação, a 16 de fevereiro, que se registou “um aumento significativo” do número de pedidos de novas licenças para alojamento local.

Segundo os dados cedidos pela autarquia, em menos de três semanas, entre 16 de fevereiro e 7 de março, “foram submetidos 58 pedidos”. O número é mais que quatro vezes superior face aos processos que deram entrada nos serviços do município entre junho e dezembro de 2022. Nesse período, em média foram registados “três pedidos semanais, com totais mensais entre oito e 13 pedidos”.

Esta tendência de “aumento súbito dos pedidos” já tinha sido registada anteriormente, “em momentos em que foram anunciadas publicamente restrições ou limitações ao alojamento local em Lisboa”, refere ainda ao ECO a Câmara de Lisboa, presidida por Carlos Moedas.

De acordo com a proposta legislativa, em discussão pública até 10 de março, o Governo quer suspender até 31 de dezembro de 2030 a aprovação de novas licenças de estabelecimento de alojamento local “com exceção das zonas para alojamento rural, nos termos a definir por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da economia, habitação e coesão territorial”. As regiões autónomas da Madeira e Açores estão fora desta regra.

O documento do Executivo refere ainda que os registos válidos à data da entrada em vigor da lei caducam a 31 de dezembro de 2030 passando a ser “renováveis por cinco anos”. As juntas de freguesia passam a trabalhar em conjunto com as câmaras municipais e com a ASAE ganhando competências de fiscalização passando a poder “aplicar coimas e sanções acessórias” em casos de incumprimento das regras de segurança ou de saúde pública.

Outra das alterações previstas no documento é que os condóminos, por maioria, podem opor-se ao alojamento local em frações autónomas de edifícios ou em partes dos prédios urbanos, a menos que o título construtivo preveja essa utilização, esclareceu o Governo.

A oposição dos moradores implica a “imediata cessação” da atividade depois de a deliberação da assembleia de condóminos ser comunicada ao presidente da respetiva autarquia.

No entanto, a proposta do Governo diz que esta regra não se aplica caso o título construtivo do imóvel preveja a utilização da respetiva fração para esse fim ou se a assembleia de condóminos tiver autorizado expressamente a atividade.

Travão da Câmara

Desde o final de 2021 que a Câmara de Lisboa já tem vindo a aplicar medidas para reduzir as licenças de alojamento local, sobretudo nas zonas históricas da capital, e estão a ser discutidas alterações ao regulamento municipal do alojamento local.

Em cima da mesa está a possibilidade de a autarquia reduzir os rácios entre estabelecimentos de alojamento local e imóveis disponíveis para habitação, passando as zonas de contenção relativa para 5%, em vez de “igual ou superior a 10% e inferior a 20%”.

Esta alteração traduz que as freguesias “passam a estar em contenção relativa quando existirem cinco ou mais títulos de AL por cada 100 alojamentos familiares clássicos”, anunciou a autarquia no início deste mês.

Na alteração dos rácios inclui-se as zonas de contenção absoluta, em que se propõe que passem para 15%, quando o atual regulamento estabelece que são “as zonas turísticas homogéneas que apresentem um rácio entre estabelecimentos de AL e número de fogos de habitação permanente que seja superior a 20%”. Ou seja, “entram em contenção absoluta quando se atingir um total de 15 títulos de AL por cada 100 alojamentos familiares clássicos”, apontou a câmara.

Entretanto, em outubro de 2022, a Assembleia Municipal aprovou, por maioria, a proposta de PS, BE e Livre para prorrogar a suspensão de novos registos de alojamento local na cidade “por novo prazo de seis meses.” Esta suspensão está em vigor em 15 das 24 freguesias da cidade de Lisboa, ou seja, apenas nove podem acolher novos estabelecimentos.

O alojamento local é, através da taxa turística, uma das fontes de receita das autarquias. Em 2022, a Câmara de Lisboa arrecadou um total de 33,1 milhões de euros com o pagamento da taxa turística, dos quais 14,422 milhões resultaram do pagamento dos hóspedes em alojamento local.

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Associação Começar Hoje cria bootcamp para preparar jovens líderes

Trata-se de um treino de alto rendimento físico e mental que inclui exercícios numa base militar, workshops, mentoria e formação em liderança.

A associação Começar Hoje, em parceria com o Centro de Recrutamento da Força Aérea, prepara-se para lançar a primeira edição do Bootcamp Escola de Líderes, dirigido a jovens entre os 17 e os 24 anos. Trata-se de um treino de alto rendimento físico e mental que inclui exercícios numa base militar, workshops, mentoria e formação em liderança.

“Esta Escola de líderes é um sonho da Começar Hoje que estava guardado há anos na gaveta. Depois de mais de dois anos de grandes desafios, conseguimos finalmente tirar do papel e pôr em prática esta formação intensiva na base da Força Aérea, que será uma forma de os jovens conseguirem perceber que serem donos da sua carreira desde os primeiros dias depende da existência e da prática de ferramentas tão importantes como o foco, a resiliência e a mentoria”, conta Miguel Frade, fundador e presidente da Associação Começar Hoje.

O bootcamp pretende assim formar jovens portugueses em liderança, oferecendo o contacto direto com líderes empresariais e recrutadores, de forma a desenvolverem competências de liderança, resiliência e empatia, num mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Profissionais da AskBlue, BPI, Doutor Finanças e Zome serão alguns dos mentores e formadores.

A primeira edição da iniciativa está marcada para os dias 17 a 19 de março, e decorre no Aeródromo de Manobra n.º 1, em Ovar. As inscrições têm um custo de 120 euros e podem ser feitas aqui.

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Regresso do limite de 3% do PIB para défice “não é problema” para Portugal, diz Medina

Ministro das Finanças português defende que as metas para a dívida pública devem ser diferenciadas entre os Estados-membros, sendo que há níveis muito diferentes entre a União Europeia.

O ministro das Finanças defende que Portugal está preparado para o regresso da regra da União Europeia (UE) que define que o défice não deve ultrapassar os 3% do PIB. No entanto, Fernando Medina reitera que os limites da dívida a 60% devem ser revistos no âmbito da reforma das regras orçamentais da UE, que vão regressar em 2024 depois de terem sido suspensas devido à pandemia e à guerra na Ucrânia.

O debate sobre o novo quadro de metas para os orçamentos dos Estados-membros “é um desafio difícil”, nomeadamente quando “não sabemos quanto tempo vai demorar para ultrapassar esta crise”, assume Medina na conferência EU Economic governance framework reformfinding consensus to ensure sustainability and growth, que decorre na Eslovénia.

Nesta discussão, “a abordagem do mapa político é mais complexa do que no passado e mais desafiante”, salienta o ministro português, já que já não pode ser uma divisão entre os “frugais” (Áustria, Holanda, Dinamarca e Suécia) e os países do Sul. “Em Portugal, temos, pelo segundo ano, um défice público mais baixo que a Holanda”, destaca, sendo que os países do Norte e Leste têm agora “mais pressão nas finanças públicas dos custos de energia do que os países do Sul”, defende.

Um aspeto em que os países concordam já é de que “a regra dos 3% vai regressar”, algo que “não é problema para países como Portugal mas vai ser problema para países onde défices continuam a ser altos”, alerta Medina. No Orçamento do Estado para 2023, o Governo estimava um défice de 0,9% este ano.

a regra que limita a dívida pública a 60% do PIB é “rígida e pode ser demasiado difícil” para alguns países, admite Medina, pelo que os Estados-membros estão a discutir esta questão. “A dificuldade é que estamos numa área em que temos países com níveis de divida de 25% do PIB e outros com mais de 150%”, pelo que chegar a um quadro comum e ao mesmo tempo tratar com igualdade é um desafio.

Desta forma, um dos elementos que os países estão a considerar é ter metas específicas por país, dentro de um quadro geral, algo que já foi também sinalizado nas orientações orçamentais dadas pela Comissão esta quarta-feira para o próximo ano. “Há mais acordo na substância — temos de ter caminhos credíveis para redução da dívida no geral – mas a forma como chegamos a nova abordagem é sensível”, assume Medina.

O ministro português defende assim “o princípio da igualdade, traduzido em tratar de forma diferente o que é diferente, mas o que está na mesma circunstância é tratado da mesma forma”. “Se um país está com uma dívida de 180% tem tratamento diferente de país com 30%”, argumenta, mas quando estão no mesmo nível têm a mesma abordagem.

Respondendo a uma questão do público, Medina fala ainda sobre as mudanças nos mercados financeiros destacando que as alterações na política monetária estão a levar a “uma grande mudança na forma como os governos financiam dívida”. “Se olhar para o balanço do BCE, vê que está a reduzir a exposição à dívida”, o que “cria mais espaço para o setor privado e para o mercado estar lá”.

“O que vai acontecer é uma mudança na importância dos mercados que agora vão olhar mais para cada país”, pelo que esta é “uma área muito importante para focar”, defende. Isto num contexto em que “estamos a pagar mais nos juros do que antes por isso precisamos de ter flexibilidade orçamental para adaptar”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 11h55)

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Minsait quer contratar 12.000 pessoas até final do ano. Portugal terá 200 vagas

A previsão de contratações em Portugal faz parte de um mega processo de recrutamento a nível mundial, que pretende reforçar a equipa da companhia com a entrada de 12.000 novos colaboradores.

A Minsait, uma empresa da Indra, pretende contratar 200 profissionais em Portugal até ao final de 2023. A companhia — que, em território nacional, conta com escritórios em Lisboa, Porto e Amarante — procura perfis na área das STEM (science, technology, engineering, and mathematics). A nível global, a Minsait pretende contratar um total de 12.000 pessoas.

“Os nossos projetos contribuem para a transformação das empresas através da tecnologia, mas sem as pessoas essa transformação não seria possível. Existimos para criar impacto positivo e sustentável na sociedade, o nosso slogan ‘More Digital More Human’ fala de um futuro onde as pessoas assumem a relevância em relação à tecnologia. O nosso objetivo é uma cultura cada vez mais flexível, mas também mais humana”, refere Teresa Vicente, head of people da Minsait em Portugal.

“Acreditamos que o talento é o principal motor de desenvolvimento da sociedade e, como tal, estamos especialmente atentos às condições de trabalho, temos um modelo de trabalho flexível, formação e planos de carreira, escritórios para promover a mobilidade e medidas para que as pessoas se sintam orgulhosas de integrar as nossas equipas”, acrescenta a gestora de pessoas, em comunicado.

Na mira estão, sobretudo, perfis STEM, principalmente licenciados em Engenharia Informática, Telecomunicações e Matemática, assim como talentos com formação profissional intermédia e avançada, para satisfazer uma oferta tecnológica inovadora ligada à inteligência artificial (IA), análise avançada, metaverso, perfis SAP ou lowcode.

O mega processo de recrutamento tem como principal objetivo assegurar a continuação dos planos de crescimento e expansão da companhia. Com mais de 46.000 pessoas em todo o mundo, 800 da quais em Portugal, a Minsait atua na transição das empresas e instituições portuguesas para modelos digitais mais avançados e sustentáveis, com foco no mundo phygital e no metaverso.

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