5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 16 Novembro 2023

Dia marcado pela divulgação dos dados do INE e dos resultados da Altri. Ministro da Economia e do Mar na sessão de encerramento da Web Summit e António Costa na sua última visita de Estado.

Esta quinta-feira fica marcada pelo discurso do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, na sessão de encerramento da Websummit e pelo que deve ser a última visita ao estrangeiro de António Costa enquanto primeiro-ministro. Destaca-se ainda o conjunto de dados a ser divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativamente à demografia e aos transportes e comunicação do ano passado e também pela divulgação pela Altri dos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2023.

António Costa Silva encerra Web Summit 2023

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, subirá ao palco da Web Summit na sessão de encerramento do evento. A última sessão do evento será sobre “Portugal no mundo”, espaço que o ministro irá partilhar com Katherine Maher, CEO da Web Summit.

Altri divulga os resultados do 3.º trimestre de 2023

A Altri apresenta esta quinta-feira os resultados financeiros relativos ao terceiro trimestre de 2023. A empresa de produção de papel e pasta faturou 201,9 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, menos 25,9% do que no mesmo período em 2022. Quanto aos lucros da empresa, estes situaram-se em 8,4 milhões no segundo trimestre de 2023, menos 79% em termos homólogos.

Transportes e comunicações em ano de guerra na Europa

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quinta-feira as estatísticas dos transportes e comunicações de 2022, um ano marcado pelo conflito bélico em território europeu. Em 2021, o INE revelou o número de passageiros aumentou comparando com o ano anterior, marcado pela pandemia da COVID-19, exceto os passageiros por metropolitano.

Como evoluiu a população portuguesa?

Esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga as estatísticas demográficas referentes a 2022. Em 2021, a população estimada era de 10.421.117 residentes, terceiro ano consecutivo marcado pelo aumento da população. A subida não se relacionou com o aumento da taxa de natalidade, mas com a subida do saldo migratório.

Costa e Marcelo juntos na última visita de Estado do primeiro-ministro

O primeiro-ministro português, António Costa e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa participam nas comemorações dos 50 anos da declaração de independência da Guiné-Bissau. Esta será provavelmente a última viagem ao estrangeiro de António Costa enquanto líder do executivo, título que preservará até as eleições legislativas antecipadas marcadas para dia 20 de março de 2024.

 

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Ainda são poucas as empresas que reportam as suas emissões. E a Europa não lidera

Um estudo da Boston Consulting Group e a CO2 AI indica que apenas 10% das empresas reportam as emissões libertadas ao longo de toda a cadeia de valor. A nível regional, a Europa surge em último.

O número de empresas que reporta o nível de emissões libertadas nas suas operações ainda é residual. E, embora a Boston Consulting Group (BCG) antecipe que esse valor possa vir a evoluir de forma positiva até ao final da década, certo é que o ponto de partida não é o mais promissor, nem em particular numa Europa que se diz comprometida em liderar a transição energética.

As conclusões surgem na terceira edição de um estudo conduzido pela BCG e a CO2 AI, uma empresa parceira de análise de dados, e que têm por base as respostas de 1850 empresas provenientes de 23 países e 18 indústrias diferentes e que, no seu conjunto, representam cerca de 40% das emissões libertadas a nível mundial.

No estudo, a dupla apurou que apenas 10% das empresas inquiridas a nível mundial fazem um reporte completo das emissões que são libertadas ao longo de toda a sua operação. Ou seja, as emissões de scope 1 e 2, consideradas as emissões diretas, e as de scope 3, isto é, emissões libertadas ao longo de toda a cadeira de abastecimento.

Os dados mudam no que toca ao reporte parcial. Aos jornalistas, durante a apresentação do estudo, Diana Dimitrova, especialista em clima da BCG, revelou que apenas 72 empresas que participaram no inquérito reporta unicamente as suas emissões do scope 1, valor que se manteve estável entre 2021 e 2023. “Não são boas notícias”, comentou Dimitrova. Por sua vez, o número de empresas que faz o reporte das emissões no segundo nível aumentou de 65 empresas para 73, no mesmo período.

o reporte das emissões do scope 3, consideradas como as mais desafiantes uma vez que ocorrem fora da gestão direta da empresa, a BCG e a CO2 AI indicam que estas subiram 19% face a 2021. Em 2023, 53 empresas estavam comprometidas em dar conta desse reporte. “São dados muito animadores, ainda que abaixo do desejável“, indicou a responsável.

Cerca de 35% das empresas estão a definir metas e a procurar trabalhar com a cadeia de fornecimento para reduzir estas emissões e isso é um bom sinal“, indicou a responsável da BCG, destacando os setores da saúde, bens industriais, tecnologia e telecomunicações como os que “tendem a ter mais metas definidas” neste âmbito.

Tanto a nível de reporte completo e parcial, a BCG e a CO2 AI revela que as empresas da Ásia Pacífico e das Américas que responderam ao inquérito é que estão a liderar esse trabalho. A Europa surge em último lugar nas quatro regiões que foram avaliadas neste estudo, seja a nível do reporte parcial ou completo.

“Why Some Companies Are Ahead in the Race to Net Zero”, Boston Consulting Group e CO2 AI"Why Some Companies Are Ahead in the Race to Net Zero", Boston Consulting Group e CO2 AI

 

Segundo o estudo, das empresas europeias inquiridas, apenas 22 (mais uma face a 2021) confirmaram reportar as suas emissões de scope 1 e 2, ao passo que no que toca ao reporte das emissões de scope 3, apenas 54 das organizações estavam comprometidas com esse trabalho (eram 36 em 2021). Já as empresas europeias que fazem o reporte completo diminuíram: em 2021, eram 12 e no estudo de 2023, eram apenas 10.

Os autores do estudo admitem não estar otimistas quanto à realidade Europeia, no entanto ressalvam que, em contrapartida, cada vez mais empresas do Médio Oriente e de África estão interessadas em aumentar o seu reporte, ainda que o número seja reduzido. “Vemos uma trajetória [nestas regiões] que nos deixa esperançosos”, disse a CEO of CO2 AI Charlotte Degot.

Uma das soluções apontadas para aumentar a capacidade de reporte das empresas, prende-se com a otimização e digitalização dos processos. Segundo o estudo, a recolha de dados através de soluções digitais e inteligentes poderá permitir que as empresas consigam medir as suas emissões com uma eficiência quase três vezes superior àquela que tem por base os métodos mais tradicionais.

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Investimento do BEI em Portugal já atingiu 1.500 milhões de euros. Pode superar 2022

Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, mostra-se confiante de que os projetos que estão a financiar vão continuar mesmo com a crise política.

O investimento do Banco Europeu de Investimento (BEI) em Portugal já atingiu os 1.500 milhões de euros este ano, pelo que pode acabar por superar os valores de 2022, adiantou o vice-presidente do banco, Ricardo Mourinho Félix, ao ECO. Ex-governante sinaliza que a crise política não vai afetar os investimentos no país.

No ano passado “o financiamento foi de 1.700 milhões de euros, este ano já assinámos 1.500 milhões e, portanto, vamos seguramente fechar o ano com um valor que pode até ser ligeiramente superior”, salientou, em entrevista durante a Web Summit, onde o BEI aproveitou para assinar um projeto, apoiado pelo InvestEU, com uma empresa que está a desenvolver a tecnologia para um avião solar que seja auto-pilotado.

Mourinho Félix, que já foi secretário de Estado das Finanças no Governo de António Costa, mostra-se confiante de que a crise política que atualmente se vive não irá afetar os investimentos do banco no país. “Portugal é uma democracia madura, tem quase 50 anos, tem instituições robustas e diversos países da União Europeia, por diversas vicissitudes da vida comum têm, a certa altura, processos eleitorais, mudanças de governo e, portanto, isso é perfeitamente normal”, reiterou.

O responsável acrescentou ainda que o que se espera “é que haja também aqui a continuação dos projetos que estamos a financiar e a isso temos assistido e continuaremos a assistir”.

Por outro lado, admite que as tensões geopolíticas, nomeadamente com a invasão da Ucrânia pela Rússia e agora o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza, “não beneficiam seguramente o investimento. Há incerteza e o pior que existe para um investidor, que vai aplicar os seus recursos num projeto que tem retorno a médio prazo, é que haja incerteza e que não saiba exatamente que retorno é que vai ter”.

Ainda assim, destacou que o papel do BEI nesta situação é “contra cíclico: o que fazemos é em períodos de maior incerteza, utilizar de uma forma mais expressiva os nossos instrumentos precisamente para partilhar o risco e para tomar uma parte desse risco, de forma a que os investidores ainda assim tenham interesse em investir”.

O BEI tinha também sinalizado disponibilidade para financiar projetos do Plano de Recuperação e Resiliência para os quais não existe financiamento a 100% devido à escalada da inflação, no entanto ainda não existem movimentações significativas neste sentido. É uma hipótese que continua a existir, assegurou, mas “tudo depende sempre de os promotores dos projetos entenderem que há um gap do financiamento decorrente do aumento dos preços e de contactarem [o banco] no sentido de olharmos para o projeto”.

“Não tenho ideia de que isso tenha sido algo muito relevante ou mesmo que existam muitos projetos que temos, quer financiados para este ano, quer para o ano que vem”, indicou.

Já no que diz respeito ao Banco Português de Fomento, que é um dos bancos promocionais nacionais com quem o BEI trabalha, Mourinho Félix não quis comentar as mudanças na gestão, mas destacou que desenvolvem “um conjunto de projetos, nomeadamente Portugal Growth e o Portugal Tech”.

“São projetos que estão a ter ainda uma grande importância em Portugal e o Portugal Tech financiou três dos sete unicórnios portugueses e, portanto, isso diz bem da qualidade dos gestores de fundos que foram escolhidos e daquilo que foi o sucesso que esse programa está a ter”, acrescentou.

“Continuamos a trabalhar com o Banco Português de Fomento e a olhar para as oportunidades, no futuro, de colaborações”, assegurou.

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McKinsey antecipa vaga de industrialização em Portugal à boleia da revolução verde

Consultora considera que baixo custo das energias renováveis na Península Ibérica permitirá atrair fábricas de setores intensos em carbono e baterias. Investimento pode chegar aos 200 mil milhões.

“Portugal e Espanha têm vantagens competitivas que os tornam capazes de liderar a transformação industrial pela primeira vez em muitos anos”, considera José Pimenta da Gama, managing partner da McKinsey para a Península Ibérica. Segundo a consultora, os recursos naturais dos dois países colocam-nos na linha da frente para atrair investimento nas energias renováveis mas também nas indústrias intensivas em carbono, como o aço e alumínio. Valor pode chegar aos 200 mil milhões até 2030.

A abundância de sol e vento, as reservas de lítio, o potencial para a produção de hidrogénio verde e a existência de infraestruturas dão a Portugal e Espanha uma vantagem competitiva num mundo em que “o novo petróleo é a energia verde barata”, defende José Pimenta da Gama, numa apresentação aos jornalistas que decorreu, esta sexta-feira, em Frankfurt. Segundo as contas da consultora, a Península Ibérica consegue produzir energia que, em média, custa menos 20% do que no resto da Europa.

O que, para a consultora, cria uma oportunidade para uma reindustrialização dos dois países, “com a relocalização de indústrias intensivas em carbono em Portugal e Espanha”, assinala Maria João Ribeirinho, sócia sénior para as áreas de Energia e Infraestruturas. São exemplos o aço verde, o alumínio verde, a amónia verde, o plástico verde ou as baterias para carros elétricos. Setores que para conseguirem atingir as metas de descarbonização terão de utilizar fontes de energia renováveis. Para José Pimenta da Gama, há um ganho em localizar as fábricas perto destas fontes.

Contas da McKinsey indicam que já foram anunciados para os próximos anos investimentos de 20 mil milhões na reindustrialização da Península Ibérica e de 90 mil milhões na Energia. Segundo o cenário traçado pela consultora até 2030, a soma pode crescer até aos 200 mil milhões, estimando a construção de 1.500 projetos de energias renováveis e biogás, a criação de 15 a 20 hubs de produção de hidrogénio, e 20 a 25 fábricas nos setores industriais.

Investimentos que vão criar certa de um milhão de postos de trabalho e “acelerar a convergência económica da Península Ibérica com o resto da Europa”, acredita Maria João Ribeirinho.

Necessidades de capital sem precedentes desde a II Guerra Mundial

Chegar a estes números exige, no entanto, superar vários obstáculos. Uma citação de Ayrton Senna, antigo piloto de fórmula 1, serviu de mote: “Não se consegue ultrapassar 15 carros se estiver bom tempo, mas consegue-se se estiver a chover”. Um dos desafios será conseguir o acesso níveis de capital sem precedentes desde a II Guerra Mundial, refere o managing partner para a Iberia. Sendo ainda incerto de onde virão tão grandes somas, aponta que o investimento do capital de risco neste setor não baixou, ao contrário de outros, e que a consultora recebe regularmente contactos de investidores interessados.

Novos investimentos em tecnologia, o reforço do talento nestas áreas através da formação, a excelência na execução dos projetos e a colaboração entre as diferentes partes interessadas, incluindo empresas e governos, são outros fatores de sucesso apontados.

Os dois responsáveis foram também questionados sobre a situação política difícil de Portugal e Espanha, que não quiseram comentar. A instabilidade “não afeta porque as vantagens naturais estão lá, o talento está lá, as infraestruturas estão lá”, afirmou Maria João Ribeirinho, acrescentando que “as condições para capturar a oportunidade já existem”.

Outro desafio poderá ser o apoio das populações a projetos que têm impactos considerados negativos nas comunidades, de que são exemplo as minas de lítio. “Temos de clarificar nos nossos países a noção de que estas indústrias podem transformar o nosso mundo para melhor e tornar o processo inclusivo”, diz José Pimenta da Gama.

O jornalista viajou a convite da McKinsey

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Recuperação do tempo de serviço dos professores fora do radar “orçamental” do PS

A par do PS, apenas a IL e o PAN não apresentaram nenhuma proposta de alteração no âmbito do OE, tendo em vista recuperar os 6 anos, 6 meses e 23 dias que ainda estão congelados dos professores.

Da esquerda à direita, os partidos ouviram o repto lançado pelo secretário-geral da Fenprof e voltaram a apresentar propostas que visam a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, de forma faseada, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024). No entanto, a medida continua a estar fora do radar do PS, que não apresentou nenhuma medida nesse sentido.

Em causa estão os 6 anos 6 meses e 23 dias de tempo de serviço dos professores que ainda estão congelados e que, nas contas do Governo, teriam um impacto de 331 milhões de euros anuais de despesa permanente para o Estado. Além disso, o Executivo insiste que não o pode fazer, dado que teria de aplicar o mesmo princípio a todas as carreiras da Função Pública, o que custaria 1,3 mil milhões “todos os anos”. Ainda assim, para colmatar os efeitos assimétricos gerados pelos dois períodos de congelamento das carreiras dos docentes, avançou com um “acelerador de carreira”.

Este é, aliás, um dos principais motivos da contestação vivida nas escolas desde o final do ano passado e uma medida que tem vindo a ser defendida pelos vários partidos, à exceção do grupo parlamentar PS – ainda que não sejam um tema consensual no partido. Por exemplo, Pedro Nuno Santos admitiu taxativamente essa hipótese, enquanto Alexandra Leitão defendeu que “se poderia dar uma atenção a esta ou a outras carreiras da Administração Pública e que pode haver algumas cedências”.

Nesse sentido, e dado que o PS tem disciplina de voto em matérias estruturantes, como é o Orçamento de Estado, das moções de confiança e de censura e nos programas de Governo, a medida deverá ficar na gaveta. Contudo, da esquerda à direita, foram vários os partidos que “recuperaram” as respetivas propostas tendo em vista a recuperação integral do tempo de serviço de professores, de forma faseada.

À direita, o PSD propõe um pagamento faseado de 20% por ano, já a partir de 2024 e ao longo de cinco anos. De notar, que os social-democratas pediram à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) para fazer o cálculo, mas o coordenador da entidade, Rui Baleiras, revelou que a análise não ficará concluída a tempo das votações em comissão e no plenário sobre propostas de alteração à proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano.

O Chega insta o Executivo a reunir com as organizações sindicais e em 2024 a elaborar “um plano de pagamento com o objetivo de liquidar os valores que não foram pagos aos professores em virtude do congelamento do tempo de serviço”, sendo que este “não pode exceder os três anos”.

Já à esquerda, o Bloco de Esquerda (BE) defende a recuperação faseada dos “2.393 dias, que correspondem ao tempo de serviço prestado e ainda não recuperado pelos docentes abrangidos pelo Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário”, também ao longo de três anos e a contar a partir de 2024.

Para o efeito, os bloquistas propõem que. em cada um dos primeiros dois anos (em 2024 e 2025), sejam “recuperados 798 dias de serviço para todos os docentes a quem falta recuperar os 2.393 dias ou 33% do tempo de quem não perdeu a totalidade daqueles dias”, enquanto que em 2026 sejam “recuperados 797 dias de serviço para todos os docentes a quem falta recuperar os 2.393 dias ou 34% do tempo de quem não perdeu a totalidade daqueles dias”, lê-se.

Por sua vez, o PCP tem uma proposta que visa a “contabilização integral de todo o tempo de serviço das carreiras e corpos especiais“, onde se incluem os professores e onde propõe que a recuperação se inicie “obrigatoriamente em 2024” e que não possa “ultrapassar o período máximo de três anos”.

Por fim, o Livre insta o Executivo a elaborar, no próximo ano, “o plano de posicionamento no escalão remuneratório e a progressão na carreira correspondentes a todo o tempo de serviço docente prestado de acordo com o Estatuto da Carreira Docente, assegurando a recuperação integral dos 6 anos, 6 meses e 23 dias de tempo cumpridos entre 2011 e 2017 mas não contabilizados”, sublinhando que este “deverá estar cumprido até 2026”.

A par com o PS, apenas a Iniciativa Liberal e o PAN não apresentaram nenhuma proposta de alteração em sede do Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024), tendo em vista recuperar o tempo de serviço congelado, apesar de este último partido já ter apresentado uma proposta neste sentido.

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Vinho do Porto, Pescanova e futebol: os negócios do Abanca, o novo dono do Eurobic

Novos donos do Eurobic são um verdadeiro conglomerado com interesses que vão do vinho do Porto ao turismo no Douro, do futebol ao negócio da pesca e imobiliário.

O Abanca dedica-se sobretudo à atividade financeira, banca, seguros e outros serviços financeiros. Mas os galegos, que se preparam para reforçar a sua presença na banca em Portugal com a compra do Eurobic (que deverá ficar concluída em junho do próximo ano), são um conglomerado com investimentos e interesses que vão desde o vinho e turismo, imobiliário e peixe, até ao futebol.

Aposta no vinho do Porto e no turismo no Douro

O Abanca é o dono da Sogevinus, que comercializa as caves e os vinhos mais famosos da região do Douro como Cálem, Velhotes, Barros, Burmester, Kopke e Quinta da Boavista. E, por via disto, o grupo também aposta na atividade turística no Douro. Por exemplo, as caves Cálem – as mais visitadas de toda a região – têm mais de 235 mil visitantes anuais.

A Sogevinus obteve lucros de 3,9 milhões de euros em 2021 (últimas contas disponíveis no portal Informa DB), depois dos prejuízos de de 22 mil euros em 2020, ano marcado pela pandemia. A sua situação líquida é confortável, com capitais próprios de quase 40 milhões.

Ainda no turismo, o Abanca detém a Espacios Termolúdicos, com sede na Corunha, e que se dedica à atividade termal, e Natur Spa Allaríz.

Dono do Deportivo de la Coruña

Ao contrário da banca portuguesa, que cortou completamente a ligação ao futebol, o banco galego controla o clube Deportivo de la Coruña, que milita na Segunda División B, a terceira divisão do futebol espanhol. Apesar de estar longe do sucesso do passado, é o grande clube da região da Corunha, onde o banco mais está implementado.

O clube atravessa tempos conturbados a nível financeiro. Em julho de 2020, no âmbito de uma operação de capitalização por via da conversão de dívida de 35 milhões de euros, o Abanca tornou-se no maior acionista do emblema com 76,66% do capital. A operação “foi concretizada com o objetivo de participar na gestão e reestruturação” do Depor, “restaurando o seu valor no mais curto prazo possível, e preparar um plano de alienação para admitir novos acionistas e recuperar o investimento”, segundo revela o banco nas contas de 2022.

Nueva Pescanova

Tal como no clube, o investimento na Nueva Pescanova, com sede em Vigo, representa a ligação do banco à comunidade. O Abanca detém 97,8% da empresa de congelados de pescado, depois de ter adquirido as posições aos outros bancos, incluindo a Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas o objetivo é vender a companhia.

Com 12 mil trabalhadores em quatro continentes, a Nueva Pescanova esteve prestes a ser vendida este ano ao grupo canadiano Cooke – oferecia 150 milhões por 80% (mais dívida). As negociações não chegaram a um bom porto e, em outubro, o Abanca anunciou que se prepara para dar um novo rumo à empresa.

Outros negócios

Para lá destas empresas, o Abanca tem investimentos noutras atividades, sobretudo no ramo imobiliário, segundo as contas de 2022: Cidade Tecnolóxica de Vigo, Parque Tecnolóxico de Galicia, Laborvantage – Investimentos Inmobiliários e Turísticos, Obenque (imobiliário) e Raminova (Imobiliário).

O banco chegou a ter uma participação de 5% na Media Capital, dona da TVI. Mas acabou por alienar a sua posição em 2021, aquando da OPA de Mário Ferreira ao grupo de media português.

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Inspetores da ACT denunciam “pressões internas” para abrirem ações para reconhecimento de contratos de estafetas

Inspetores da ACT dizem-se muito pressionados para abrir ações para reconhecimento de contratos entre estafetas. Plataformas digitais garantem estar a cumprir "escrupulosamente" a lei.

A ministra do Trabalho foi ao Parlamento anunciar que já foram abertas mil ações para o reconhecimento de contratos entre os estafetas e as plataformas digitais, mas os inspetores responsáveis por fiscalizar no terreno essas situações avisam que “na sua maioria” esses autos foram elaborados “devido às pressões internas” na Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), mesmo não havendo confiança técnica e jurídica.

“De mais de 3.000 estafetas identificados nas intervenções inspetivas, somente terão sido elaborados, segundo o que disse a ministra do Trabalho, cerca de 1.000 autos de inadequação do vínculo que titula a prestação de uma atividade em condições correspondentes às do contrato de trabalho. E mesmo estes, na sua maioria, foram elaborados devido às pressões internas a que os inspetores estiveram sujeitos na ACT“, relata o Sindicato dos Inspetores do Trabalho (SIT), em declarações ao ECO.

Essa pressão, acrescenta o sindicato, sentiu-se especialmente nas “duas últimas semanas“, sendo que até esse momento “somente tinham sido efetuado nove“. Isto uma vez que os inspetores “não se sentiam confortáveis técnica e juridicamente para o fazerem“, assinala o SIT.

“A pressão constante surgiu porque foi afirmado, nomeadamente, que a ação nas plataformas é uma das bandeiras da Agenda do Trabalho Digno e que seria objeto de acompanhamento diário pelo Gabinete da Ministra do Trabalho, visando a apresentação dos resultados no Parlamento“, atira ainda o Sindicato dos Inspetores do Trabalho.

Perante este cenário, o SIT fala “num dos ataques mais flagrantes à autonomia técnica dos inspetores do trabalho por parte da direção da ACT e dos dirigentes dos serviços desconcentrados“.

Questionada pelo ECO sobre esta denúncia, a ACT realça que a ação nacional nas plataformas digitais arrancou em junho, “com várias intervenções inspetivas, em dias aleatórios, em diferentes pontos do território nacional continental“. “Em novembro, foram efetuadas cerca de 1.000 notificações para regularização do vínculo que titula a prestação de atividade. Os processos encontram-se em curso, ficando concluídos após regularização voluntária ou decisão judicial“, salienta fonte oficial.

“Formação insuficiente e superficial”

Em maio entrou em vigor um pacote de alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, que abre a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores das plataformas digitais, caso sejam identificados indícios de subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixar a retribuição ou tiver poder disciplinar, pode estar em causa um laço de subordinação.

A lei prevê que, no primeiro ano de aplicação destas novas regras, deve ser feita uma “campanha extraordinária de fiscalização deste setor“, pelo que desde o início do verão os inspetores da ACT têm estado atentos ao trabalho nas plataformas digitais.

O ECO pediu por diversas vezes um balanço dessa fiscalização à ACT, mas não obteve resposta. Já o sindicato que representa os inspetores adianta que as ações inspetivas têm decorrido semanalmente desde junho e já envolveram, gradualmente, os 32 serviços desconcentrados da entidade em causa.

Essa campanha de fiscalização arrancou, contudo, sem que todos os inspetores tivessem à data recebido formação relativamente às novas regras, frisa o STI. Entretanto, tal já foi resolvido, mas a formação que foi garantida realizou-se via Teams (isto é, remotamente) e de modo “insuficiente e superficial (cerca de uma hora)“.

Plataformas “têm contestado” existência de contratos com estafetas

Depois de notificadas, as plataformas digitais têm dez dias para regularizar a situação dos estafetas ou pronunciar “o que tiverem por conveniente“, explica ao ECO o Sindicato dos Inspetores do Trabalho, que adianta que a “quase totalidade” dos processos ainda se encontra nesta fase. Já nas situações em que as plataformas já reagiram, estas “têm contestado a existência de contratos de trabalho com estafetas, defendendo que são prestadores de serviços”, assegura o SIT.

Tal fica em linha com o comentário enviado ao ECO pela Associação Portuguesas das Aplicações Digitais (APAD), que junta a Bolt, a Glovo e a Uber: “Reforçamos que cumprimentos escrupulosamente a lei em vigor e que esta não impede o trabalho independente“.

A APAD mostra-se, assim, disponível para o “diálogo construtivo e aberto com todos os interveniente” e para colaborar com as autoridades, mas assevera que está a cumprir a legislação.

“Segundo um estudo do ISCTE – ‘Impacto social e laboral das plataformas digitais de entrega em Portugal’ –, nove em cada dez estafetas preferem manter a sua atividade de estafeta num regime de freelancer. Os estafetas indicam que a flexibilidade e os rendimentos são exatamente as características que mais valorizaram no trabalho através de plataformas. Sendo este o modelo desejado pela esmagadora maioria de estafetas, deve ser preservado e melhorado, não eliminado“, frisa a APAD.

Eventuais desejos dos estafetas à parte, o Sindicato dos Inspetores do Trabalho adianta ao ECO que findo os tais dez dias, a ACT remete em cinco dias a participação dos factos para os serviços do Ministério Público (MP) junto do tribunal do lugar da prestação da atividade, “acompanhada de todos os elementos de prova recolhidos, para fins de instauração de ação de reconhecimento da existência de contrato de trabalho.”

“Era relevante saber quantos destes processos recebidos pelo Ministério Público irão seguir para julgamento, no âmbito da ação de reconhecimento de contrato de trabalho e quantos serão logo arquivados pelo MP, por falta de prova, sabendo, afinal, em relação a quantos estafetas foi reconhecido como tendo um contrato de trabalho”, remata o SIT.

Notícia atualizada às 10h11 com resposta da ACT

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Encontro Energia e Território debateu agenda do setor energético em Portugal

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  • 16 Novembro 2023

2ª edição do evento realizou-se a 10 de novembro, nas instalações da Universidade de Évora.

Organizado em parceria entre a E-REDES e a RNAE (Associação das Agências de Energia e Ambiente – Rede Nacional), o Encontro Energia e Território teve como principal objetivo discutir os temas atuais relacionados com o setor elétrico, sobretudo os desafios da transição energética em Portugal.

O dia começou com a participação de Teresa Pinheiro Alves (Departamento de Arquitetura da Universidade de Évora), Pedro Palma (CENSE) e Manuel Casquiço (ADENE), num painel moderado por Susana Camacho (RNAE) sob o tema “Eficiência na construção como forma de mitigação da pobreza energética”. Durante o debate houve consenso entre os intervenientes sobre a adoção de soluções energéticas adaptadas a cada cidade, a cada local, a cada rua e sobre a importância da literacia no combate à pobreza energética.

"A sensibilização e a ética são o caminho. A ADENE faz formação pelo país inteiro e muitas outras atividades, com particular enfoque nas escolas.”

Manuel Casquiço, ADENE

"Existem alguns aspetos que diferenciam Portugal: a baixa eficiência do edificado, os preços elevados da energia e os baixos salários fazem com que milhões de pessoas se encontrem em pobreza energética no nosso país. ”

Pedro Palma, SENCE

Os oradores salientaram também a chamada “pobreza energética escondida” e a vulnerabilidade no aquecimento e no arrefecimento. Quando questionados sobre se conseguem ou não antever um cenário de erradicação da pobreza energética, os palestrantes referiram ser “muito difícil, até porque a própria burocracia não ajuda”.

Seguiu-se o painel sob o tema “Comunidades e Energia”, no qual participaram Pedro Fonseca (E-REDES), Ana Rita Antunes (Coopérnico), Francisco Duarte (BrightCity) e Luís Fialho (POCITYF), com a moderação de Rui Pimenta (RNAE). Durante o debate, falou-se sobre a necessidade de trabalhar em rede no que diz respeito aos projetos de autoconsumo coletivo, para que sejam mais claros e transparentes, e destacou-se a falta de conhecimento como o principal entrave para a transição energética.

A tarde começou com a participação de Carlos Zorrinho, que também salientou a importância das sinergias e do trabalho em rede para o sucesso de Portugal em termos energéticos.

"É esta a linha de abordagem que pode fazer a diferença: considerar cada consumidor uma pessoa que tem a capacidade de fazer escolhas. As suas opções, cruzadas com as das empresas, podem fazer match. Este é o processo que, na área digital e na área da transição energética, eu defendo: sistemas distribuídos, sistemas participativos, em que as pessoas contam para decidir, escolher, pagar e viabilizar.”

Carlos Zorrinho, ex-Secretário de Estado da Energia e da Inovação

 

Zorrinho destacou a forma como a União Europeia respondeu ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia no que respeita à dependência energética dos 27 face ao governo de Moscovo: “A arma mais poderosa que a Rússia entendia que tinha quando invadiu a Ucrânia era a arma do corte de energia e a verdade é que a nossa resposta, da UE, foi muito forte: isso levou à aposta reforçada nas renováveis, às compras conjuntas, aos mercados alternativos, à aposta na eficiência e na inovação”.

Seguiu-se o painel sobre “Energia e Digitalização”, com a participação de Luís Tiago Ferreira (E-REDES) e Orlando Paraíba (ENA), que destacaram a importância do registo de dados para a elaboração de planos energéticos.

"Temos uma fonte de dados muito importante. Cabe à comunidade, às Universidades e às empresas transformar esses dados em mapas, em conhecimentos e em ações que impulsionem a transição energética.”

Luís Tiago Ferreira, E-Redes

Orlando Paraíba, por seu lado, revelou que a ENA já está a receber dados da E-REDES e a “trabalhar com a própria AML e com o IPMA para receber dados ambientais de uma forma automatizada para poder avaliar o desempenho energético de um determinado edifício em função da sua envolvente climatérica”.

"Tem de se analisar o desempenho energético e não apenas o consumo de energia.”

Orlando Paraíba, ENA

No último painel do encontro, estiveram em debate os “Planos Municipais de Ação Climática”, com a participação de Inês Cândido Silva (E-REDES), Luís Silva (ADENE) e Rui Dinis (Agência de Energia Lisboa E-Nova). Os palestrantes consideraram imperativo haver uma abordagem que permita que os municípios saibam o que devem fazer em termos de planos energéticos e que existam recursos para coordenar esses mesmos processos. Foi também dado destaque às Renováveis, que não devem, de acordo com os intervenientes, ser “minimizadas”.

O “2º Encontro Energia e Território” terminou com a assinatura de dois protocolos. Um primeiro Protocolo de Colaboração Open Data entre a E-REDES e a Universidade de Évora, e um segundo Protocolo de Colaboração Open Data entre a E-REDES e a RNAE.

"Um exemplo paradigmático da relação entre a academia e o tecido empresarial, que permitirá agilizar todo o processo de acesso a dados Open Data e abrir caminho a novos trabalhos de inovação, permitindo novas investigações sobre dados.”

Paulo Quaresma, Vice-Reitor da Universidade de Évora

"É fundamental para o trabalho das Agências de Energia a disponibilização de informação sobre dados (consumos, mobilidade, rede elétrica, entre outros.”

Carlos Santos, Presidente da RNAE

 

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Medina e Santos Silva apoiam candidatura de José Luís Carneiro

  • ECO
  • 15 Novembro 2023

Augusto Santos Silva deve anunciar o apoio ao atual ministério da Administração interna. José Luís Carneiro conta ainda com o voto de Fernando Medina e do ex-ministro Vieira da Silva.

José Luís Carneiro é apoiado para assumir a liderança do PS pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, avançou o jornal Público. O antigo ministro socialista, José Vieira da Silva, também votará no atual ministro da Administração Interna.

O jornal também revelou que o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, deve revelar o seu apoio a José Luís Carneiro na corrida à sucessão de António Costa na noite desta quarta-feira durante a Grande Entrevista da RTP3.

Até agora, também o ex-ministro Pedro Nuno Santos juntou-se à corrida para ocupar o cargo de secretário-geral socialista. Cargo que será preenchido mediante os resultados das votações das eleições diretas que deverão ser marcadas para os dias 15 e 16 de dezembro, mediante a formalização das datas na comissão nacional do PS a ser realizada no próximo sábado, escreve o Público.

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Progressões mais rápidas no Estado vão custar 98 milhões de euros em 2025

Governo antecipa a medida que irá beneficiar 60% dos trabalhadores, mas atira a fatura para novo Executivo. Tutela espera ainda avançar na valorização de técnicos superiores antes da demissão.

O Governo estima gastar 98 milhões de euros em 2025 com a revisão do sistema de avaliação (SIADAP) da Função Pública que vai permitir que mais trabalhadores (60% em vez de 25%) progridam na carreira e com menos pontos (oito em vez de 10), adiantou esta quarta-feira aos jornalistas a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, no final das reuniões com os sindicatos que marcaram o fim deste processo negocial.

O Executivo está agora em condições de aprovar o diploma antes da publicação do decreto da demissão, em inícios de dezembro. Mas a fatura de 98 milhões de euros só começará a ser paga daqui por dois anos pelo novo Governo que sair das eleições antecipadas de 10 de março.

A partir de 2026, quando o novo sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP) for totalmente implementado, abrangendo também os serviços e dirigentes e não apenas os trabalhadores, a despesa global irá ascender a 150 milhões de euros por ano, indicou Inês Ramires.

O custo das medidas terá de ser suportado pelo futuro Executivo, e não o atual, mas a governante salientou que “o Governo não está a dar um passo maior do que a perna” nem a tomar medidas que não tomaria sem eleições à vista. “Estamos a falar de passar para 2025, não estamos a falar de 2024. Considerar isto eleitoralista é desgarrado da realidade”, sublinhou.

Num esforço de aproximação às reivindicações dos sindicatos, a tutela decidiu antecipar para 2025, ou seja, em um ano, a produção de efeitos da revisão do SIADAP, que, inicialmente, estava previsto ter impacto em 2026.

“Este processo foi muito dialogado e foi possível, nesta fase, chegarmos a uma proposta final em que o atual ciclo avaliativo 2023/2024 já terá os efeitos do novo regime de avaliação que vai permitir acelerar as progressões”, afirmou a governante.

As quotas de trabalhadores que podem ter notas mais altas vão ser alargadas no processo avaliativo em curso em vez de apenas serem aplicadas em 2025. Neste momento, apenas 25% dos trabalhadores podem ter ‘bom’ e ‘excelente’, ou seja, mais do que um ponto. Com o novo sistema, esse rácio aumenta para 60%.

Os 60% de funcionários públicos, abrangidos pelo SIADAP, o que corresponde a cerca de 286 mil que vão progredir mais rápido, incluem os 30% que podem ter ‘bom’, que dá 1,5 pontos, e 30% elegíveis para ‘muito bom’, que atribui dois pontos. A percentagem de funcionários elegíveis para ‘excelente’ (três pontos) passa de 5% para 10% do universo dos 30% que podem ter ‘muito bom’. Para além disso, o número de pontos necessário para avançar na carreira desce de 10 para oito.

Como resultado destas alterações, a secretária de Estado antecipa que “muitos mais trabalhadores vão conseguir progredir na carreira”. “Por exemplo, com o atual SIADAP apenas 5% dos assistentes operacionais chegavam ao topo da carreira, com esta proposta 60% desses trabalhadores vão poder chegar à última posição. No caso dos assistentes técnicos, 5% conseguiam atingir a última posição e agora 31% destes trabalhadores vão conseguir chegar ao topo”, detalhou Inês Ramires.

Na carreira de técnico superior, a situação é mais dramática, porque nenhum trabalhador consegue chegar ao topo da carreira. Mas, com o novo SIADAP, “30% poderão atingir as últimas posições remuneratórias”, indicou a governante.

De salientar que o SIADAP não abrange professores, militares (incluindo GNR), magistrados e oficiais de justiça.

Trabalhadores dos serviços excelentes progridem mais rápido a partir de 2026

Relativamente à avaliação dos serviços e dirigentes, o novo SIADAP só avança em 2025, quando o ciclo avaliativo passar de bianual para anual, com produção de efeitos em 2026.

Assim, daqui por três anos, 20% dos serviços dos ministérios que podem ser considerados excelentes terão quotas mais alargadas para progressão dos seus trabalhadores. Deste modo, 50% vão poder receber a menção de ‘muito bom’, que dá dois pontos, enquanto no regime normal apenas 30% são elegíveis para essa nota.

E o rácio de ‘excelentes’ sobe de 10% para 15% dos ‘muito bons’. Já para a avaliação de ‘bom’, que atribui 1,5 pontos, e que está limitada a 30% de trabalhadores, deixa de haver quota assim como para a nota de regular, que dá um ponto, e que, no regime normal, tem um rácio de 40%.

Quanto à avaliação dos dirigentes, o Governo vai aumentar os prémios para os chefes de topo da Função Pública com nota máxima, que integrem 20% dos serviços considerados excelentes, em cerca de mil euros, de três mil para quatro mil euros.

Revisão da carreira de técnico superior

Há ainda um processo negocial pendente que, num último esforço, a tutela vai tentar fechar antes do decreto de demissão: a revisão da carreira de técnico superior para cerca de 68 mil trabalhadores. Como referido, estes trabalhadores não conseguem chegar, atualmente, ao topo da carreira. Com o novo SIADAP, apenas 30% poderão aspirar a alcançar as três últimas posição (12.ª, 13.ª e 14.ª).

Reconhecendo esta barreira à progressão, a secretária de Estado afirmou que o Governo “vai tentar melhorar a estruturas remuneratória da carreira de técnico superior antes de dezembro, enquanto o Governo está em plenitude de funções”.

Antes, o secretário-geral da FESAP, José Abraão, tinha alertado que, “com 14 posições é muito difícil chegar ao topo”. “Por isso, estamos a promover uma tentativa de valorização da carreira de técnico superior” que passará por “encurtar o número de posições e contemplar alguma valorização remuneratória”, adiantou.

“Saímos daqui com a expectativa de que o Governo irá fazer tudo para voltar a rever a carreira de técnico superior dentro da janela de oportunidade que tem”, reforçou.

Governo recua no aperto das regras para baixas médicas para não sobrecarregar ADSE

A reposição dos valores das ajudas de custo e o aumento da remuneração do trabalho suplementar também avançam. No entanto, o Governo deixa cair a exigência de uma junta médica para comprovar a baixa médica, ao fim de 30 dias de licença em vez dos atuais 60.

Inês Ramires esclareceu que a medida foi retirada, porque iria sobrecarregar os serviços da ADSE, o subsistema de saúde da Administração Pública, que, no próximo ano, vão assumir os encargos dos trabalhadores da autarquias.

“Uma mudança desta ordem seria um peso grande para a ADSE, que já terá um grande encargo com a transferência das responsabilidades das autarquias para a ADSE”, justificou a governante.

(Notícia atualizada às 21h37)

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Imposto sobre cigarrilhas vai subir de forma faseada

  • Lusa
  • 15 Novembro 2023

O PS defende este faseamento tendo em conta "os impactos económicos que uma subida do imposto mínimo poderá ter em produtos como as cigarrilhas".

A subida da tributação das cigarrilhas prevista no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) vai ser feita de forma faseada ao longo dos próximos três anos, segundo uma proposta de alteração do PS.

O imposto mínimo decorrente das alterações efetuadas pela presente lei à alínea b) do número 2 do artigo 104.º do Código dos IEC [Charutos e cigarrilhas] é considerado em 50%, durante o ano de 2024; 75%, durante o ano de 2025 e 100%, a partir do ano de 2026“, refere a proposta subscrita pelos socialistas.

Em causa está uma medida que visa harmonizar a tributação das cigarrilhas à dos cigarros e também penalizar pela via fiscal as cigarrilhas que foram surgindo no mercado a preços bastante mais reduzido do habitual para este tipo de produto, dissuadindo o consumo. Na nota justificativa da proposta, o PS refere a defesa deste faseamento tendo em conta “os impactos económicos que uma subida do imposto mínimo poderá ter em produtos como as cigarrilhas”.

A mesma proposta procede ainda a uma retificação relativamente ao imposto que incide sobre as cervejas de reduzido teor alcoólico considerando que estão neste patamar as cervejas entre 0,5% e 3,5% de álcool e não entre 0,5% e 1,2% como referia a proposta orçamental entregue no parlamento em 10 de outubro.

O prazo para os partidos entregarem propostas de alteração à proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) terminou esta terça-feira. A discussão e votação do documento na especialidade arranca em 23 de novembro e termina em 29, data da votação final global do OE2024.

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Biden valoriza conversas “francas” com Xi

  • Lusa e ECO
  • 15 Novembro 2023

Joe Biden disse ao seu homólogo chinês que valoriza as suas conversas "francas" "diretas" e "úteis". Xi respondeu que as relações entre a China e os EUA são as mais importantes.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse esta quarta-feira ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, que embora nem sempre estejam em concordância, valoriza as suas conversas “francas” “diretas” e “úteis”.

“Nem sempre estivemos de acordo, o que não é surpresa para ninguém, mas as nossas reuniões sempre foram francas, diretas e úteis”, disse Biden no início do seu encontro com Xi, em São Francisco, destacando o facto de haver contacto direto entre as duas potências. Em resposta, o líder chinês classificou as relações entre os dois países como “as mais importantes” e que um “confronto teria consequências insuportáveis para ambos os lados”.

A reunião é a primeira no espaço de um ano entre os dois líderes, depois daquela que mantiveram durante cerca de três horas, em novembro de 2022, em Bali, na Indonésia, à margem da cimeira do G20.

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