Morais Leitão assessora EDP em emissão de 750 milhões de euros em dívida verde

A equipa foi liderada pela sócia Maria Soares do Lago, e composta por Anna Zemskaia (associada principal) e Salvador Sampaio Fontes (associado).

A Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (Morais Leitão), através de uma equipa liderada pela sócia Maria Soares do Lago, e composta por Anna Zemskaia (associada principal) e Salvador Sampaio Fontes (associado), está a assessorar a EDP – Energias de Portugal na emissão de green bonds.

Esta emissão, no valor de 750 milhões de euros, vencerá em 2028 e destina-se ao financiamento ou refinanciamento do portfólio de projetos “Green” elegíveis do Grupo EDP.

A EDP vai pagar uma taxa de juro de 3,875% na emissão de dívida verde a cinco anos e através da qual obterá um financiamento de 750 milhões de euros. A informação consta de um comunicado divulgado nesta segunda-feira junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Com a operação encerrada, foram dadas ordens de compra de 5,3 mil milhões de euros, de acordo com o site de informação financeira IFR, sete vezes mais do que a elétrica portuguesa vai emitir.Esta manhã tinha sido indicado que a taxa de juro da operação seria de cerca de 3,96%. A elevada procura permitiu baixar a yield da operação.

Os títulos de dívida serão admitidos na Euronext Dublin, na Irlanda. A emissão “destina-se ao financiamento ou refinanciamento, no todo ou em parte”, do portefólio de projetos de energias renováveis do grupo EDP, refere a energética em comunicado.

A EDP fechou 2022 com lucros de 871 milhões de euros e uma dívida líquida de mais de 13 mil milhões, registando um rácio de 2,9 vezes o EBITDA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Patrão Estado perde atratividade junto dos jovens licenciados

Ainda assim, um trabalhador licenciado no setor público tem, face ao setor privado, um ganho em cerca de 35 p.p. no final da carreira relativamente ao ponto de entrada.

Na última década, o setor público perdeu atratividade junto dos jovens licenciados em início de carreira face ao setor privado. Na entrada para o mundo do trabalho, optar por uma carreira pública deixou mesmo de compensar em termos salariais. Os ganhos sentem-se apenas com o avançar da carreira. Um trabalhador licenciado no setor público no final de carreira tem, face ao setor privado, um ganho em cerca de 35 pontos percentuais (p.p.) relativamente ao ponto de entrada. Ainda assim, bastante abaixo do diferencial apurado em 2008-2009, apontam os dados do Boletim Económico do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta quarta-feira.

“O setor público perdeu capacidade de atração de jovens licenciados relativamente ao setor privado”, escreve o BdP no relatório. E explica porquê.

“Em 2008-09, existia um prémio em todos os escalões de experiência no setor público, o que já não se verifica para os licenciados no início da carreira, no período mais recente. (…) Não existe um prémio para os indivíduos licenciados no início da carreira (com cinco anos de experiência) ao longo da distribuição salarial.”

Um trabalhador licenciado no setor público tem, face ao setor privado, um ganho salarial superior em cerca de 35 p.p no final da sua carreira relativamente ao ponto de entrada. Entre 2008-09 e 2018-19, tal perfil crescente do diferencial manteve-se, mas verificou-se uma redução aproximadamente uniforme ao longo da carreira”, aponta o BdP.

para os que não são licenciados, “o diferencial salarial só se torna positivo após 28 anos de experiência, no caso da escolaridade igual ou inferior ao 9.º ano, e após 20 anos de experiência para os indivíduos que concluíram o 12.º ano”, pode ler-se ainda no estudo.

Vantagem salarial no público reduz à medida que salários aumentam

Considerando o conjunto dos licenciados, independentemente da experiência e nível de rendimentos, o diferencial salarial face ao setor privado era em 2018-2019 de 23%, tendo na última década recuado 14 pontos percentuais face aos dez anos anteriores. Ou seja, em mais de um terço.

“Parte do prémio dos licenciados advém da maior proporção de licenciados a ocupar profissões menos qualificadas no setor privado do que no setor público. Em todos os casos, verificou-se uma redução do diferencial salarial desde 2008-09, particularmente expressiva no caso dos licenciados”, nota o BdP.

A vantagem salarial do setor público para licenciados também se reduz à medida que os rendimentos aumentam. “Na análise à distribuição de rendimentos também associada à experiência, é possível ver, inclusivamente, um diferencial negativo nos primeiros anos de profissão para quem se encontra no topo dos rendimentos face ao setor privado, onde a oferta salarial média será mais elevada.”

Uma análise global permite, contudo, concluir que o setor público continua a pagar acima do setor privado aos seus trabalhadores. No entanto, o diferencial tem vindo a reduzir desde 2008-2009, situando-se, uma década depois, nos 11%, mostra o Banco de Portugal.

Os mais recentes dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2021, vão ao encontro desta conclusão. Segundo o gabinete de estatísticas, os trabalhadores da Administração Pública ganhavam em média mais 51,2% do que no setor privado, uma remuneração bruta mensal média de 2.019 euros face aos 1.335 euros no privado.

Uma vantagem salarial justificada, contudo, com diversos fatores, entre os quais as qualificações mais elevadas, idades mais avançadas, menor fosso salarial entre homens e mulheres, menor peso de setores com salários mais baixos, benefícios extra salariais e ainda a força sindical, apontavam os economistas ouvidos na altura pelo Trabalho by ECO.

Segundo a entidade liderada por Mário Centeno, a redução do prémio salarial do público face ao privado entre 2008-2009 e 2018-2019 pode ser explicada pelas alterações legislativas de 2007 e 2008 — com a revisão das carreiras da Administração Pública e a introdução da tabela remuneratória única –, e pelas medidas do programa de ajustamento da troika, com cortes salariais temporários na Função Pública e o congelamento das carreiras com impactos mais duradouros.

Aproximar os salários do setor público e do setor privado “pode contribuir para um mercado de trabalho mais equilibrado e eficiente, desde que a capacidade do setor público para atrair e reter funcionários qualificados não seja comprometida”, conclui o Banco de Portugal.

(Notícia atualizada com mais informação pela última vez às 16h35)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Serena Cabrita Neto e Sofia Gomes da Costa são as novas sócias da Cuatrecasas

Serena Cabrita Neto era sócia da PLMJ e coordenadora da área de Fiscal e da Italian Desk da PLMJ. E Sofia Gomes da Costa era sócia na área de Imobiliário e Turismo na PLMJ.

Serena Cabrita Neto e Sofia Gomes da Costa são as novas sócias da Cuatrecasas.

Serena Cabrita Neto era sócia da PLMJ e coordenadora da área de Fiscal e da Italian Desk da PLMJ. Conta com mais de 20 anos de experiência, tendo o reconhecimento da especialidade em direito fiscal pela Ordem dos Advogados. Especificamente dedicada ao contencioso fiscal, representa várias empresas nacionais e internacionais em casos junto dos tribunais fiscais.

Licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pós-graduada em fiscalidade pelo Instituto Superior de Gestão, é árbitro em matéria tributária do Centro de Arbitragem Administrativa.

É docente convidada da Universidade Católica Portuguesa, tendo lecionado direito fiscal na licenciatura em Direito e é, desde 2009, responsável pelas cadeiras de Temas Avançados de IRS e de Processo Tributário, na Pós-Graduação em Fiscalidade, e corresponsável pela cadeira de Contencioso e Arbitragem, no Mestrado Fiscal.

É autora de vários artigos e publicações na área, com relevo para a coautoria do Manual de Contencioso e Arbitragem editado em 2017.

Sofia Gomes Costa era também sócia da PLMJ, na área de Imobiliário e Turismo . Com mais de 20 anos de experiência, tem-se focado em operações de investimento transfronteiriças, aquisição, financiamento e subsequente gestão de ativos de grandes carteiras de imóveis, fusões e aquisições.

 

Tem experiência na estruturação de operações relacionadas com grandes carteiras imobiliárias, nomeadamente forward funding e forward purchase, aquisições com rendimento garantido, sale and lease back, contratos chave na mão, arrendamento e outras formas de exploração de projetos de escritórios, turismo e lazer, centros comerciais, retail parks e outlets, aconselhando investidores e promotores durante as fases de planeamento, financiamento de transações imobiliárias e na estruturação e implementação de estruturas de investimento, incluindo fundos de investimento imobiliário e outros investidores institucionais. A advogada tem ainda experiência na estruturação de investimentos regulados pela lei Shari’ah.

Tem participado em aquisições e transações imobiliárias realizadas tanto em Portugal como em vários outros países, na prestação de assessoria jurídica nos diversos modelos de investimento imobiliário.

“Estas incorporações têm como objetivo consolidar o posicionamento estratégico da Cuatrecasas em ambas as áreas”, segundo comunicado da Cuatrecasas.

Em Portugal, a equipa de Fiscal da Cuatrecasas passa assim a contar com seis sócios e a equipa de Imobiliário e Urbanismo da Cuatrecasas passa a contar com quatro sócios.

Nuno Sá Carvalho, managing partner da Cuatrecasas em Portugal, e sócio coordenador da área de Imobiliário e Urbanismo, comenta: “Estas integrações, juntamente com a recente contratação de Hugo Nunes, vêm reforçar a nossa capacidade de assessoria jurídica nas áreas de prática de Fiscal e de Imobiliário e Urbanismo, em linha com o Plano Estratégico”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Razão da escassez de talento? As expectativas salariais, dizem 42% dos recrutadores

IT/Tecnologia continua a ser o perfil mais difícil de recrutar, seguido de managers e recém-licenciados, aponta estudo da Michael Page.

Cerca de metade dos recrutadores (42%) consideram que o aumento das expectativas salariais é o principal responsável pela escassez de talento na respetiva área de atividade, enquanto 30% apontam a falta de perfil dos candidatos para a função. Uma larga maioria (72,9%) admite que recrutar perfis de IT/Tecnologia é mais difícil do que há 24 meses, mostram os dados do estudo “Escassez de Talento em Portugal”, da Michael Page.

“Quando olhamos para um processo de recrutamento, e numa altura de pleno emprego para algumas áreas de negócio como a que vivemos, é importante alinhar as expectativas dos dois lados da decisão. Do lado do candidato é importante haver um enquadramento e clareza das suas expectativas não só quanto ao projeto como quanto à empresa, as expectativas salariais e o que procura numa nova empresa”, diz Filipa Silva, associate manager da Michael Page, citada em comunicado.

“Por parte das empresas a recrutar, é muito importante alinhar as suas expectativas com as circunstâncias e realidade do mercado. Muitas são as vezes em que as empresas procuram o candidato perfeito, que não existe, e ainda com um desfasamento salarial grande face à realidade do mercado. De forma a alinhar expectativas, é importante o papel dos recursos humanos para ajudarem os line managers e administradores e gerir expectativas, que levará, principalmente, a uma gestão de tempo e recursos desde logo”, refere ainda.

E o que revela o inquérito realizado pela Michael Page junto de 150 recrutadores de empresas? Na hora de recrutar, o principal obstáculo são as expectativas salariais dos candidatos face a anos anteriores (42,67%); seguindo-se o perfil desadequado do candidato (30%); o facto de os candidatos não se candidataram às vagas apresentadas (12,67%); os candidatos não parecem adequar-se à cultura da empresa (9,33%); ou os candidatos não querem mudar de emprego (1,33%).

 

Mais de um terço (36%) dos inquiridos considera que o respetivo setor de atividade não perdeu atratividade nos últimos 24 meses, com 32% a admitirem que perdeu um pouco e 22,6% que nada mudou. “Apenas 9,33% concorda com a questão e afirma que o seu setor se tornou menos desejado o que demonstra que o mercado do recrutamento continua em grande atividade para todos os setores”, aponta a Michael Page.

Apesar dos grandes movimentos de cortes de pessoal nas tecnológicas — que, em alguns casos, também afetaram o mercado nacional –, o setor IT/Tecnologia continua a ser o perfil mais difícil de recrutar, com 72,9% dos recrutadores a admitirem que contratar esses perfis está mais complicado do que há 24 meses. Managers (49,32%) e recém-diplomados (43,24%) completam o “top 3”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Leo Burnett traz de Cannes mais um bronze para Portugal

A Leo Burnett, com "Golden Dates", para a AMP, vai trazer mais um leão de bronze do Festival Cannes Lions para Portugal, sabe o +M. Dentsu Creative e This is Pacifica são as outras premiadas.

A Leo Burnett, com “Golden Dates”, para a AMP – Associação Mais Proximidade, vai trazer mais um leão de bronze do Festival Cannes Lions para Portugal, sabe o +M. O trabalho vai ganhar prémio na categoria PR, na qual tinha chegado a shortlist em Use of Events & Stunts e em Cultural Insight.

Em PR, Portugal conseguiu este ano a cinco shortlists. Para além de Golden Dates, também a FCB Lisboa com “(Re)Constitutição Portuguesa”, para a Penguin Random, chegou a shortlist em Cultural Insight e Corporate Purpose & Social Responsibility. A Lola Normajean com “Unnoticed Fashion Show”, para a TLOVET, chegou à final em Consumer Goods.

Os vencedores desta categoria vão ser conhecidos na noite desta quarta-feira.

Entretanto, e tal como o +M tinha avançado na segunda-feira, a campanha “Não esquecemos os Direitos Humanos”, da Dentsu Creative para a Meo e Amnistia Internacional, ganhou um ouro e também um bronze em Entertainment Lions For Sport.

A This is Pacifica, com o trabalho Livro de [Tijolo], para a Primosfera, ganhou um leão de prata em Design, em Books. Com este prémio, é o segundo ano consecutivo em que o estúdio de Filipe e Pedro Mesquita ganha leões em Cannes, recorde-se.

O The Unimaginable Return, da Dentsu Creative para o Jardim Sonoro, trouxe um bronze em Poster.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fiscalização insiste que SIS não usou meios que lhe estivessem vedados para recuperar computador

  • Lusa
  • 21 Junho 2023

O Conselho de Fiscalização sustenta que o SIS não usou meios que lhe estivessem vedados na recuperação do computador levado do Ministério das Infraestruturas pelo ex-assessor Frederico Pinheiro.

O Conselho de Fiscalização do Sistema de Informação da República Portuguesa (CFSIRP) sustenta que o Serviço de Informações e Segurança (SIS) não usou meios que lhe estivessem vedados na recuperação do computador levado do Ministério das Infraestruturas pelo ex-assessor Frederico Pinheiro.

Esta posição consta de um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo CFSIRP, após os três elementos deste conselho terem estado presentes numa audição da Comissão de Assuntos Constitucionais, que durou cerca de duas horas e meia.

No comunicado, entre outros pontos, refere-se a forma como o SIS procedeu à recuperação do computador, supostamente com informação classificada, que foi levado do Ministério das Infraestruturas por Frederico Pinheiro, que horas antes, no dia 26 de abril, tinha sido demitido do cargo de assessor pelo ministro João Galamba. O CFSIRP não detetou nessa ação qualquer ilegalidade ou coação por parte dos agentes do SIS.

“O SIS não usou meios que lhe estivessem vedados. O dr. Frederico Pinheiro manteve uma conversa telefónica com o funcionário do SIS e disponibilizou-se para lhe entregar voluntariamente o computador, na via pública, como o próprio afirmou em declarações públicas nos dias 28 e 29 de abril”, refere-se no comunicado.

Esta versão do Conselho de Fiscalização confirma a da secretária-geral do SIRP, embaixadora Graça Mira Gomes, mas contraria a tese apresentada por Frederico Pinheiro perante a comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP. Frederico Pinheiro disse que foi coagido e ameaçado pelo SIS para devolver o computador.

No comunicado agora divulgado pelo CFSIRP, também se mantém a versão de que foi a chefe de gabinete do ministro das Infraestruturas que “reportou ao SIS que um computador portátil com documentos classificados, em especial relativos ao plano de reestruturação da TAP, tinha sido levado do Ministério das Infraestruturas por um adjunto acabo de ser demitido“.

“Tendo em consideração um contexto preexistente e os dados naquele momento disponíveis, o diretor do SIS concluiu que se impunha desenvolver diligências tendentes a prevenir o risco de comprometimento de documentos classificados do Estado e a salvaguardar a sua confidencialidade”, lê-se no comunicado do CFSIRP.

Neste contexto, os elementos do Conselho de Fiscalização das “secretas” concluem “não existirem indícios de uma atuação ilegal do SIS”.

“Cumpre salientar que a atuação do Conselho de Fiscalização se situa fora dos modelos típicos de um processo judicial ou disciplinar, não estando vocacionado pera fazer acareações e outros atos similares ou para confrontar terceiros com as suas declarações”, ressalva-se logo a seguir neste texto.

No final da reunião, a presidente do CFSIRP apenas disse aos jornalistas que a reunião com os deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais “foi esclarecedora” e remeteu tudo para o teor do comunicado.

Nesse comunicado, o Conselho de Fiscalização esclarece o seguinte “para evitar desinformação e observando os limites do seu dever de reserva”.

“Sempre que o SIS tenha conhecimento de um facto relevante para a sua missão legal, que se pode ser reportado por qualquer pessoa, deve acionar os meios técnicos e humanos de que tenha sido dotado”, competindo ao seu diretor emitir ordens de serviço e instruções que se julgue convenientes”, refere-se, citando-se os artigos 33º e 36º da lei orgânica dos serviços.

Também de acordo com o CFSIRP, “o comprometimento de informação classificada é suscetível de lesar os interesses do Estado Português, risco que o SIS cumpre avaliar e prevenir”.

Ainda citando a legislação em vigor, salienta-se que “a missão do SIS de salvaguarda da segurança interna e de prevenção de ameaças aos interesses nacionais, inclusive na sua dimensão económica, delimita positivamente a atividade de produção de informações”. “Incluem-se aqui as atividades necessárias para aferir e prevenir riscos e ameaças aos interesses do Estado e a realização de diligências, como contactos com pessoas, mas também, por exemplo, o recurso a identidades alternativas”, salienta-se, aqui numa alusão ao artigo 12º da lei orgânica sobre o âmbito da atuação dos agentes.

O Conselho de Fiscalização, por outro lado, realça igualmente, que os agentes do SIS não podem praticar atos ou desenvolver atividades do âmbito ou competência específica dos tribunais ou das entidades com funções policiais”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

+M

Eleições para ERC adiadas para o final de junho

  • Lusa
  • 21 Junho 2023

Foram igualmente adiadas as eleições para a Comissão de Acessos aos Documentos Administrativos (CADA) e Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida.

As eleições pelo parlamento de elementos para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Comissão de Acessos aos Documentos Administrativos (CADA) e Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida foram adiadas esta quarta-feira para 30 de junho.

As eleições para estes órgãos externos deveriam realizar-se na próxima sexta-feira, mas a porta-voz da conferência de líderes, a deputada do PS Maria da Luz Rosinha, anunciou no final da reunião este adiamento “para serem cumpridos os prazos para as audições parlamentares” das pessoas que irão a votos.

As eleições para a ERC já estiveram marcadas por diversas ocasiões mas foram sendo sucessivamente adiadas pela falta. O atual Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), presidido por Sebastião Póvoas, assumiu funções em 14 de dezembro de 2017, num mandato de cinco anos que terminou no final do ano passado.

Na reunião, que se estendeu por cerca de hora e meia, houve também uma discussão sobre a forma de votação na especialidade do diploma do Governo que altera os estatutos de 12 ordens profissionais, incluindo a dos médicos e a dos advogados, que foi aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira e que já deu entrada no parlamento.

Ao contrário do que é habitual, o PSD pretendia que a discussão e votação na especialidade se fizesse de forma conjunta entre várias comissões. O PS defendeu que essa discussão deve decorrer no grupo de trabalho sobre Ordens Profissionais no âmbito da Comissão de Trabalho, tendo ficado os serviços jurídicos do parlamento de analisar a questão até à próxima conferência de lideres, no dia 5 de julho.

Na reunião, a Iniciativa Liberal informou ainda da realização de jornadas parlamentares nos dias 10 e 11 de julho.

Foi também fixada a agenda do plenário suplementar que se realizará no dia 4 de julho, uma terça-feira, e que devido aos muitos diplomas arrancará às 14h00, uma hora mais cedo do que o habitual.

Nesse dia, serão debatidas propostas de lei do Governo para criar uma comissão contra a discriminação racial e outra que estabelece um perdão de penas e amnistia de crimes e infrações praticadas por jovens entre os 16 e 30 anos, a propósito da vinda do Papa a Portugal.

No mesmo plenário, irão ainda debate vários projetos-lei dos partidos, como um do PS para fixar a comparticipação dos tratamentos termais, do PSD sobre o regime jurídico contra o tráfico de estupefacientes, da IL para alterar o Código do Imposto sobre Veículos, do BE sobre paridade no Tribunal Constitucional, do PCP para alterar o regime de reposição de freguesias e uma resolução do Chega sobre bombeiros.

Foram também confirmadas várias interpelações e agendamentos potestativos dos partidos para as últimas semanas de trabalhos parlamentares antes das férias, incluindo um do PSD sobre saúde (6 de julho) e outro do BE sobre reforço de proteção de jovens e crianças (29 de junho).

Já o PCP confirmou a sua interpelação ao Governo, anunciada nas jornadas parlamentares, sobre o agravamento das condições de vida (28 de junho), tendo o BE também agendado uma interpelação para 5 de julho e os comunistas um novo agendamento potestativo para dia 7, ambos ainda sem tema.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Isabel dos Santos diz que Tribunal da Holanda não sabe como funcionam as empresas

  • Lusa
  • 21 Junho 2023

Isabel dos Santos considerou que o tribunal da Holanda tem "falta de conhecimento do normal funcionamento empresarial", ao anular decisões por a ata não ser assinada no dia da reunião.

A empresária angolana Isabel dos Santos considerou esta quarta-feira que o tribunal da Câmara de Comércio da Holanda tem “falta de conhecimento do normal funcionamento empresarial”, ao anular decisões por a ata não ser assinada no dia da reunião.

“O Tribunal baseou a sua decisão no facto de a ata dessa Assembleia Geral não ter sido assinada no mesmo dia em que a mesma ocorreu”, salienta a empresária num comunicado enviado à Lusa, no qual argumenta que, “como é prática da gestão empresarial, comum e corrente em várias empresas, as atas são sempre redigidas após a realização das reuniões e as assinaturas das diferentes partes e pessoas envolvidas são recolhidas nos dias seguintes, constando na ata a data em que ocorreu a reunião”.

O tribunal, assim, demonstra “falta de conhecimento do normal funcionamento empresarial”, pelo que, conclui, “será interposto recurso desta decisão”.

De acordo com o comunicado oficial da empresária angolana, o tribunal “decidiu anular as deliberações tomadas na Assembleia Geral de acionistas da Esperaza, realizada no dia 14 de novembro de 2017, que aprovaram a distribuição dos dividendos aos acionistas da Esperaza, incluindo a Sonangol”.

Não é prática empresarial que constem nas atas as datas em que foram recolhidas as assinaturas das partes, pelo que o facto das assinaturas serem posteriores à data da realização da reunião não pode levar a classificar uma ata como tendo uma “data falsa””, argumenta a empresária, salientando que, “aliás, como é natural, o que importa é que a ata demonstre e expresse a vontade das partes envolvidas no dia da realização da reunião, o que foi inequivocamente o caso”.

Na Sonangol, vinca, “as atas das reuniões não são redigidas nem assinadas no mesmo dia em que as mesmas ocorrem. Muitas das atas da Sonangol são até assinadas nas reuniões seguintes e isto jamais constituiu um ato de má gestão (seria até estranho que assim fosse considerado)”.

Além dos argumentos já apresentados na terça-feira à noite, Isabel dos Santos diz ainda que a Sonangol “alegou falsamente ao Tribunal da Holanda que os membros do Conselho de Administração da Sonangol, no dia 26 de setembro de 2017, se encontravam na tomada de posse do Presidente da República de Angola, João Lourenço, e que, por essa razão, estavam fora da empresa e não se reuniram nesse dia, pedindo assim ao Tribunal que considerasse como falsa a ata da reunião do Conselho de Administração de 26 de setembro de 2017″.

No entanto, segundo a empresária, “a verdade é que os membros do Conselho de Administração da Sonangol não foram convidados para a tomada de posse do Presidente João Lourenço no dia 26 de setembro de 2017, e nesse dia encontravam-se na Sonangol, na sede da empresa, reuniram-se e estiveram a trabalhar e a cumprir o seu dever, pela importância estratégica da empresa, bem como a garantir as suas operações”.

Em causa está a decisão de um tribunal neerlandês que concluiu que a empresária desviou ilegalmente, com recurso a documentos falsificados, 52,6 milhões de euros da petrolífera estatal angolana Sonangol, para uma empresa sua.

A decisão foi ditada pela Câmara Empresarial, um departamento especial do Tribunal de Recurso de Amesterdão que concluiu que o dinheiro foi desviado da Sonangol através de sociedades anónimas neerlandesas para beneficiar Isabel dos Santos e o seu marido, SindikaDokolo (que morreu em 2020, no Dubai, devido a um acidente quando mergulhava).

A sentença é citada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês) que esteve na origem do caso que ficou conhecido como “Luanda Leaks” e teve acesso ao documento — ainda não publicado – através do jornal neerlandês NRC.

Numa reação ainda na terça-feira à noite, a empresária angolana justificou o recurso realçando que o tribunal não analisou “documentos relevantes submetidos pela defesa, documentos estes que poderiam alterar, de forma significativa e substancial, a decisão proferida, demonstrando de forma inequívoca a veracidade material dos factos em questão”.

“No recurso serão apresentados estes documentos, demonstrando a verdade e a existência das atas da Sonangol, incluindo as correspondentes e reais deliberações que, por razões que se desconhece, foram ignoradas”, frisou Isabel dos Santos numa publicação na rede social Instagram.

A decisão do tribunal neerlandês vai ao encontro da investigação do ICIJ e valida um relatório condenatório de um diretor nomeado pelo tribunal para a Esperaza Holding BV — um veículo usado pela Sonangol para comprar ações na portuguesa Galp.

O relatório concluiu que a venda, em 2006, de 40% da Esperaza à Exem Energy BV, uma empresa detida por Sindika Dokolo, tinha resultado de um “ato de corrupção” e deveria ser anulada.

No final de 2006, a Sonangol vendeu 40% das ações que detinha na Esperaza e entregou-as à Exem, empresa cujos beneficiários finais eram Isabel dos Santos e o seu marido.

O ICIJ aponta que Isabel dos Santos e os seus parceiros beneficiaram de negócios lucrativos ligados ao petróleo, diamantes, telecomunicações, bancos e imóveis sob o governo de José Eduardo dos Santos, que permaneceu no poder quase 40 anos.

Após o pai ter saído da presidência, cargo assumido pelo seu sucessor João Lourenço, atualmente no segundo mandato, a Sonangol contestou em tribunal a legalidade da aquisição da participação de 40% da Exem na Esperaza, disputa resolvida a favor da Sonangol, em 2022, por uma instância arbitral neerlandesa, que anulou a aquisição por ser “contrária à ordem e aos bons costumes públicos”.

Em 15 de novembro de 2017, o recém-eleito Presidente angolano João Lourenço demitiu Isabel dos Santos do cargo de presidente da Sonangol, no âmbito do combate à corrupção que assumiu como bandeira eleitoral.

A pedido da Sonangol, em 2020, a câmara empresarial ordenou uma investigação dos negócios da Esperaza a partir de 1 de janeiro de 2017.

O tribunal concluiu que a empresária assinou falsas deliberações para canalizar 52,6 milhões de euros em dividendos da Esperaza Holding BV para sua própria empresa e que tentou ocultar essas transferências ilegais, com datas anteriores à demissão.

O tribunal disse que ficou estabelecido que “todas as pessoas que assinaram um ou mais decretos sabiam que estes eram retroativos” e que os diretores da empresa deveriam ter percebido que Isabel dos Santos estava a tentar fazer um pagamento rápido de dividendos, através de resoluções forjadas e retroativas.

“A decisão é um passo intercalar na longa tentativa da estatal Sonangol para recuperar os milhões roubados”, acrescenta o ICIJ.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Famílias apostam mais 2,2 mil milhões nos Certificados de Aforro antes de Governo baixar taxa de juro

Certificados de Aforro tiveram nova corrida em maio, antes de Governo cortar as taxas de juro: as aplicações aumentaram 2,2 mil milhões de euros no mês passado.

Maio trouxe uma nova corrida aos Certificados de Aforro por parte das famílias portuguesas. As aplicações neste produto de poupança do Estado aumentaram mais de 2,2 mil milhões de euros no mês passado, justamente antes de o Governo ter decidido acabar com a Série E e lançar uma nova série com taxas de juro mais baixas já nos primeiros dias de junho.

De acordo com os dados do IGCP, a agência que faz a gestão da dívida pública, registou-se um aumento líquido de 2,23 mil milhões de euros no stock destes certificados em maio, mostrando uma aceleração da procura após o abrandamento registado em abril (aumento de apenas 1,7 mil milhões).

Contas feitas, as famílias portuguesas já têm mais de 32,5 mil milhões de euros aplicados nos Certificados de Aforro, um valor recorde que surge depois de um aumento de quase 13 mil milhões de euros em relação ao final do ano passado.

Corrida aos certificados acelerou em maio

Fonte: IGCP

Estes certificados tornaram-se muito atrativos nos últimos meses devido à taxa de juro de 3,5%, uma remuneração que não tinha comparação com outras alternativas de poupanças seguras no mercado, nomeadamente os depósitos bancários.

Contudo, no início deste mês, o Governo decidiu descontinuar a Série E que se encontrava em vigor, lançando novos certificados com uma remuneração base que não vai além dos 2,5%.

A decisão gerou polémica, com a oposição a acusar o Executivo de ter cedido à banca, que estava a ser pressionada com a fuga de depósitos para os Certificados de Aforro, uma tese que as Finanças rejeitam.

Ainda esta quarta-feira, falando no Parlamento sobre este tema, o secretário de Estado João Nuno Mendes revelou que a decisão de cortar a remuneração dos certificados foi tomada em abril, antes das declarações públicas de alguns responsáveis bancários, afastou qualquer influência dos bancos e justificou a medida com a necessidade de alinhar as condições deste produto com as outras alternativas de financiamento do Estado.

Resta saber se a decisão de cortar a taxa de juro dos Certificados de Aforro vai abrandar a procura da parte dos aforradores nacionais, dados que só serão conhecidos daqui a um mês.

Quanto aos certificados do Tesouro, continuaram em quebra pelo 19.º mês seguido. Em maio, as aplicações neste instrumento recuaram cerca de 500 milhões de euros, atingindo os 12,5 mil milhões, o valor mais baixo desde 2017.

Os certificados do Tesouro estiveram na moda nos últimos anos, graças às boas condições oferecidas pelo Estado em termos de remuneração. Basta ver o exemplo dos Certificados do Tesouro Poupança Mais, já descontinuados e que chegaram a oferecer uma taxa de juro acima de 9%, à boleia do disparo da economia após a pandemia.

Com o tempo, o Governo foi baixando a taxa de juros dos novos produtos que foi lançando. Os certificados que estão atualmente em comercialização, os Certificados do Tesouro Poupança Valor, já só rendem uma taxa média de 1% nos sete anos de maturidade (acrescida de um prémio no terceiro ano que corresponde a 20% da média de crescimento da economia), uma remuneração que não tem convencido as famílias.

45 mil milhões confiados ao Estado

Portugal é já dos países onde as famílias têm maior peso no financiamento do Estado, em resultado da recente corrida para os Certificados de Aforro, que está a compensar as perdas nos certificados do Tesouro.

De resto, as aplicações nestes dois produtos do Estado aumentaram 1,7 mil milhões de euros em maio. E, tudo somado, as famílias portuguesas nunca confiaram tanto dinheiro às mãos do Estado, com mais de 45 mil milhões de euros aplicados nos certificados.

Apenas Itália tem mais dívida pública nas mãos das famílias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Uma em cada quatro vacinas da Covid compradas por Portugal foi doada ou revendida

  • Lusa
  • 21 Junho 2023

Até terça-feira, Portugal recebeu 43.484.000 vacinas contra a Covid-19, tendo sido administradas 27.075.000. Mais de dez milhões foram doadas ou revendidas.

Mais de uma em cada quatro vacinas contra a Covid-19, do total das 43.484.000 recebidas em Portugal, foram doadas ou revendidas a outros países, revelou esta quarta-feira o responsável do Núcleo Coordenador de Apoio ao Ministério da Saúde.

Segundo dados avançados pelo coronel Carlos Penha Gonçalves na comissão parlamentar de Saúde, Portugal recebeu até terça-feira 43.484.000 vacinas, tendo sido administradas 27.075.000 vacinas, e mais de dez milhões foram doadas ou revendidas por diferentes mecanismos a outros países.

Citando dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), o coronel Penha Gonçalves realçou que Portugal é o país europeu com mais doses administradas por 100 habitantes (275), seguido da Dinamarca, Irlanda e da Bélgica que administraram 257 doses por 100 habitantes.

“É uma diferença grande e eu diria que é uma boa medida da eficácia do processo”, disse o responsável, observando que, segundo os dados do ECDC, Portugal nem é dos países que recebeu mais vacinas por 100 habitantes através do processo de compra centralizada conduzido pela Comissão Europeia.

Em primeiro lugar está a Áustria, com 583 doses por 100 habitantes, seguida da Letónia, com 484, e da Espanha, com 444. Portugal aparece em 11.º lugar, com 344 doses por 100 habitantes, disse Penha Gonçalves na comissão de Saúde, onde foi ouvido a pedido do PS “sobre o ponto de situação do processo de vacinação em curso, designadamente sobre o contributo deste processo para o número de mortes evitáveis e sobre as estratégias para a garantir o sucesso da vacinação no futuro”.

Questionado pelo deputado do Chega Pedro Frazão sobre os 3,5 milhões de vacinas contra a Covid-19 que foram inutilizadas por ter passado o prazo de validade, o responsável explicou que as vacinas são utilizadas de acordo com os parâmetros técnicos e científicos que balizam a sua utilização, sendo que há constrangimentos desta ordem que “determinam o modo como são utilizadas as vacinas e às vezes isso tem um impacto na ultrapassagem dos prazos de validade”.

Fazendo uma análise da situação atual, o coronel Penha Gonçalves afirmou que as autoridades estão “a vacinar a um ritmo muito baixo”, estando o processo a ser feito nos centros de saúde. “Temos 700 pontos de vacinação e uma capacidade de 70.000 vacinas por semana, portanto, estamos mesmo entre fases de campanha”, disse, lembrando que a campanha de vacinação tem um dispositivo de 300 a 400 pontos de vacinação, com uma capacidade de administrar cerca de 100.000 vacinas por dia.

“Aquilo que nós conhecíamos como dispositivo de vacinação para vacinação massiva foi desmantelado e toda a vacinação recuperou para os cuidados de saúde primários”, comentou, adiantando que o mecanismo de marcação que está a ser utilizado é o agendamento local.

Penha Gonçalves disse ainda que as autoridades continuam “a monitorizar tudo o que se está a passar”, mas referiu que o mecanismo que existia, de contacto semanal e às vezes bissemanal com todos os agentes que estavam a operar, não se justifica neste momento.

“E, portanto, enquanto não houver justificação na preparação da próxima campanha, não retomaremos esse contacto, mas assim que for necessário, claro que todos esses mecanismos vão ser reativados”, assegurou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bimbo “Guarda sempre os melhores momentos”, diz marca em nova campanha

O lançamento desta campanha coincide com a renovação da imagem da marca, "apresentando-se agora, mais moderna e emocional, com o objetivo de estabelecer uma maior conexão com os consumidores".

“Guarda sempre os melhores momentos” é o mote da nova campanha da Bimbo, marca que assinala 30 anos junto dos portugueses. A criatividade da campanha foi desenvolvida pela Publicis Groupe, a produção ficou a cargo da Fast Forward e o planeamento de meios da OMD.

A altura para o lançamento da campanha não foi escolhido ao acaso, tendo em conta que o novo anúncio visa precisamente “impactar as famílias num período tão especial e aguardado por todos – as férias de verão“, refere-se em nota de imprensa.

O conceito criativo da campanha relembra que, apesar de todos os imprevistos que normalmente, de uma maneira ou de outra, também acontecem durante as férias, com amor e em família, guardamos sempre e apenas as melhores memórias“, explica ainda a mesma nota.

Bernardo Caupers, diretor de marketing da Bimbo Portugal, refere que a marca acompanha as famílias portuguesas há mais de 30 anos e que, por isso, quer “relembrar que a Bimbo tem estado sempre presente nas melhores memórias. Retratamos vários momentos do dia-a-dia dos consumidores nas férias de família e acreditamos que há muitos portugueses que se vão rever nas histórias que contamos na campanha. Queremos relembrar às famílias portugueses para guardarem o melhor do verão e das férias em família”, diz citado em comunicado.

Além disso, pretendemos mostrar que o amor que colocamos na elaboração do nosso pão, é o mesmo que vivem as famílias nos seus melhores momentos”, acrescenta o diretor de marketing da marca.

A campanha marca presença, até 28 de agosto, em televisão (SIC, TVI, FOX Comedy e SIC Notícias), no ponto de venda e em digital.

O lançamento desta campanha coincide com a renovação da imagem da marca, “apresentando-se agora mais moderna e emocional, com o objetivo de estabelecer uma maior conexão com os consumidores“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Neeleman deixa claro que nacionalização da TAP foi opção ideológica e política do PS, diz PSD

  • Lusa
  • 21 Junho 2023

Após o depoimento de David Neeleman, o PSD defende que fica claro que "nacionalizar a TAP" foi "uma opção estritamente ideológica e política do PS" à custa do dinheiro dos contribuintes".

O PSD defendeu esta quarta-feira que, depois do depoimento de David Neeleman, fica claro que “nacionalizar a TAP” foi “uma opção estritamente ideológica e política do PS” à custa do dinheiro dos contribuintes, uma solução que não foi uma inevitabilidade.

“Ontem [terça-feira] recebemos depoimentos por escrito do senhor David Neeleman e do engenheiro Fernando Pinto que provam inequivocamente que, de facto, em 2020 não era absolutamente imprescindível a injeção dos 3,2 mil milhões de euros” na TAP, disse, em declarações aos jornalistas no parlamento, Paulo Moniz, coordenador do PSD na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea.

Recorrendo especificamente às respostas dadas por David Neeleman, o deputado do PSD refere que o antigo acionista da TAP, “além de criticar a posição do Governo socialista em todo o processo”, explicita que a comissão executiva “foi impedida de negociar com Bruxelas aquilo que estava identificado serem as necessidades para fazer face ao problema da Covid[-19], entre 300 a 500 milhões de euros”.

“Resulta, por isso, claríssimo desse depoimento que foi uma opção estritamente ideológica, política do PS em nacionalizar a TAP“, concluiu. Esta opção, continuou Paulo Moniz, “custou aos portugueses 3,2 mil milhões de euros”.

“A solução encontrada em 2020, ao contrário do que nos foi sempre dito, não foi uma inevitabilidade, foi uma escolha política à custa de 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses”, criticou.

O PSD, segundo o deputado, “orgulha-se do processo [de privatização] de 2015. “Se fossem cumpridas as metas em 2017, a TAP já estaria integrada num grande grupo de aviação privado, provavelmente o que irá acontecer agora, porque o PS nunca percebeu que no mundo desafiante e competitivo da aviação atual só integrando um grande grupo de aviação se pode sobreviver e criar escala e dimensão”, apontou.

O empresário David Neeleman disse que o Governo tinha uma “obsessão pela nacionalização” da TAP, acusando ainda o executivo de “inabilidade política” e “má gestão”.

O antigo acionista da companhia aérea, que respondeu a 80 perguntas enviadas pela comissão parlamentar de inquérito à TAP, documento a que a Lusa teve acesso na terça-feira, deixou críticas à forma como os governantes portugueses têm gerido a TAP.

“Obsessão pela nacionalização, inabilidade política ou má gestão do Governo, só assim se pode compreender, por exemplo, que o Ministro das Infraestruturas de então [Pedro Nuno Santos], num debate no parlamento português, tenha dito, com grande vigor, que a TAP estava falida e que não podia recorrer aos auxílios Covid, o que naturalmente foi muito prejudicial a qualquer pedido que se fizesse junto da Comissão Europeia”, destacou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.