BCE pede aos bancos europeus para saírem “rapidamente” da Rússia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Junho 2023

Alguns bancos europeus, como o austríaco Raiffeisen Bank International e o italiano UniCredit, continuam em atividade na Rússia. Supervisor do BCE apela a que "saiam rapidamente".

Os bancos da Zona Euro presentes na Rússia devem sair rapidamente, disse esta terça-feira o principal supervisor do Banco Central Europeu (BCE), num raro apelo aos credores para encerrar as operações naquele país, mais de um ano após o início da invasão russa na Ucrânia.

“Penso que é importante que os bancos continuem muito concentrados em reduzir ainda mais as suas exposições e, idealmente, em sair do mercado o mais rapidamente possível“, disse Andrea Enria, o principal supervisor do BCE, durante numa conferência.

Passado mais de um ano desde que Moscovo invadiu a Ucrânia, alguns bancos europeus, incluindo o austríaco Raiffeisen Bank International e o italiano UniCredit, continuam a ganhar dinheiro na Rússia.

Embora reconheça que os bancos já não concedem novos empréstimos na Rússia e que é difícil vender devido à pressão de Moscovo, incluindo a exigência de aprovação presidencial, Enria sublinhou, citado pela Reuters, a necessidade de adotar novas ações.

“Este é um processo que não só elogiamos, como pressionamos fortemente os bancos a realizarem, porque há um enorme risco de reputação (envolvido) em continuar a operar na Rússia“, disse o responsável.

O Raiffeisen e o UniCredit, que garantem estar a reduzir a sua atividade na Rússia, desempenham um papel importante na economia russa, que enfrenta sanções da União Europeia e aliados. O Raiffeisen, o mais importante banco ocidental na Rússia, anunciou que está a examinar uma cisão ou venda.

VTB vai vender grande retalhista de cereais

Entretanto, o VTB, o segundo maior banco da Rússia, vai vender a sua participação num dos maiores comercializadores de cereais da Rússia, a Demetra, estando em negociações com compradores russos e estrangeiros, disse o CEO, Andrei Kostin, em entrevista à Reuters.

A Demetra possui uma rede de elevadores de cereais, grandes terminais de cereais em alto mar e a sua própria logística. O VTB detém uma participação de 45% na holding.

Estamos a sair de lá. Está decidido. Estamos fora de controlo há muito tempo e vamos sair completamente“, reiterou Kostin, assinalando que a participação da VTB será vendida ainda este ano. Questionado se já tinham interessados, respondeu que “até, talvez, não sejam apenas russos”. Sem detalhar, afirmou apenas que são de “países amigos”, expressão utilizada pelo Kremlin para descrever os países que não impuseram sanções à Rússia.

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Feira do Alvarinho de Monção pode gerar até 1,6 milhões de euros

  • ECO e Lusa
  • 13 Junho 2023

Câmara Municipal de Monção calcula um retorno financeiro de 1,6 milhões de euros na Feira do Alvarinho que, este ano, ocupa uma área de maior dimensão.

“Os indicadores recolhidos pela autarquia permitem estimar que, durante os três dias da Feira do Alvarinho de Monção, só no recinto, no Parque das Caldas, o retorno financeiro para os expositores possa ser multiplicado, no mínimo, três ou quatro vezes, entre os 1,2 e os 1,6 milhões de euros“, calculou esta terça-feira o presidente da Câmara Municipal local, António Barbosa.

“Sem contar com tudo o que tem a ver com a restauração fora da feira, com a hotelaria, cafés, comércio local. O investimento do município é replicado por muitas vezes nos três dias”, de 30 de junho a 2 de julho, sublinhou o autarca social-democrata. A autarquia vai investir 400 mil euros na realização do certame que já vai na 26.ª edição.

Os indicadores recolhidos pela autarquia permitem estimar que, durante os três dias do evento, só no recinto da feira, no Parque das Caldas, o retorno financeiro para os expositores possa ser multiplicado, no mínimo, três ou quatro vezes, entre os 1,2 e os 1,6 milhões de euros.

António Barbosa

Presidente da Câmara Municipal de Monção

O edil referiu ainda que, em 2022, a feira “ultrapassou, em três dias, os 100 mil visitantes”; um número que espera manter e até aumentar, no último dia, 2 de julho, com a atuação dos Xutos e Pontapés.

A Feira do Alvarinho de Monção “volta a bater, pelo segundo ano consecutivo, novo recorde no número de expositores, com a presença de 36 produtores da sub-região Monção e Melgaço”.

António Barbosa realçou ainda o aumento, quase para o dobro da área do evento, com um total de 20 mil metros quadrados, para permitir melhor fruição e “circulação do público no espaço da feira, montado na zona ribeirinha de Monção. A ampliação do recinto “tem como finalidade reforçar as condições aos expositores e garantir novos espaços de lazer e descanso, assegurando, também, uma circulação mais fluida dos milhares de pessoas esperadas”.

Além dos produtores de Alvarinho da sub-região Monção e Melgaço, a 26.ª edição da Feira do Alvarinho vai contar com a presença de 20 tasquinhas, uma zona para os expositores de fumeiro, doçaria tradicional, artesanato e zona de restauração.

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Casar está mais caro. Metade dos noivos já gasta acima de 20 mil euros

Inquérito do ISAG mostra aumento nas despesas com o casamento em Portugal, com a maioria dos noivos a convidar entre 101 a 150 pessoas. Maldivas e Tailândia são os destinos preferidos na lua-de-mel.

Os casamentos em Portugal estão cada vez maiores e mais dispendiosos. Quase 30% dos noivos já estima gastar mais de 30 mil euros na cerimónia, de acordo com um estudo elaborado pelo Instituto Superior de Administração e Gestão (ISAG) e do Centro de Investigação de Ciências Empresariais e de Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC).

Apenas 18,5% dos noivos tenciona gastar até 10 mil euros no casamento. Quase 30% prevê gastar entre 10 e 20 mil euros e percentagem idêntica entre 20 e 40 mil euros. Com um budget superior surge uma percentagem mais reduzida (11,1%) que conta com um orçamento entre 40 a 50 mil euros. Por outro lado, 11,1% dos noivos preveem gastar mais de 50 mil euros com o casamento.

Estes resultados foram apresentados esta terça-feira durante a Porto Wedding Summit, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda. Mais de metade dos inquiridos (51,8%) deseja convidar entre 101 a 150 convidados. Uma em cada quatro festas tem mais de 150 pessoas, com apenas 7,4% a esperar ter menos de 60 participantes. Entre os envolvidos neste inquérito, 85,1% querem casar nos próximos três anos e têm uma média de idade de 30,5 anos.

Portugal é o destino preferido para a realização do casamento. Em relação ao tipo de cerimónia, 44,4% prefere o casamento civil, enquanto o casamento religioso conquista 55,56% das preferências. Entre os 44 destinos mais populares para a lua-de-mel, a escolha recai sobre as Ilhas Maldivas e a Tailândia (8,70%).

Coordenado por Elvira Vieira e Ana Pinto Borges, para o estudo “O noivado: experiências e emoções” foram recolhidas respostas via Internet, entre abril e junho 2023. Até ao momento da divulgação tinham sido recebidas 107 respostas completas ao questionário.

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Eurodeputado do PCP questiona Bruxelas sobre ligações de Neeleman à Airbus

  • Lusa
  • 13 Junho 2023

Eurodeputado João Pimenta Lopes, do PCP, questiona Comissão Europeia sobre a ligação do empresário David Neeleman à Airbus, que alegadamente terá lesado a TAP Air Portugal em 444 milhões de euros.

O eurodeputado João Pimenta Lopes, do PCP, perguntou esta terça-feira à Comissão Europeia que avaliação faz do processo de privatização da TAP e ao acordo que o empresário David Neeleman fez com a Airbus, ao abrigo de qual o fabricante europeu de aviões, diz, terá entregado “226,75 milhões de dólares [209,94 milhões de euros ao câmbio atual] a outra sociedade de Neeleman, dinheiro depois canalizado para a Atlantic Gateway”.

A verba foi depois usada “para a injeção de capital que garantiu a privatização” da TAP, argumenta ainda o eurodeputado, concluindo que “Neeleman comprou a TAP com dinheiro da TAP“.

O negócio — segundo a pergunta enviada à Comissão Europeia — “envolveu a desistência do leasing de 12 aeronaves A350 e a assinatura de um contrato para adquirir 53 novos aviões“, pelos quais a TAP terá pago cerca de 254 milhões de dólares (230 milhões de euros) acima do valor de mercado no leasing dos novos aviões.

Pimenta Lopes questiona também o executivo comunitário sobre o “envolvimento e responsabilidades da Airbus”.

A Atlantic Gateway — consórcio de Neeleman e Humberto Pedrosa (Grupo Barraqueiro) — foi selecionada para a privatização da TAP, em junho de 2015, tendo adquirido o controlo de 45% do capital da transportadora aérea de bandeira portuguesa.

A privatização foi revertida em 2016 pelo Governo de António Costa, com a nacionalização da TAP, que, entretanto, vai ser novamente privatizada.

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Tesla abre lojas temporárias em shoppings de Leiria e Loulé durante o verão

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Junho 2023

A marca norte-americana de veículos elétricos inaugurou duas novas lojas temporárias em Portugal. No Leiria Shopping e no centro comercial MAR de Almancil estão em exposição o Model 3 e o Model Y.

A Tesla anunciou esta terça-feira a abertura de duas lojas temporárias em Portugal, uma em Leiria e outra em Loulé, no distrito de Faro. O Model Y está exposto no centro comercial MAR, em Almancil, enquanto o Model 3 ficará em exposição no Leiria Shopping.

Em ambas as cidades portuguesas, os visitantes podem realizar test drives do SUV Modelo Y e do sedan Modelo 3, salienta a conhecida empresa de veículos elétricos fundada pelo multimilionário Elon Musk, em comunicado enviado às redações.

No mês de abril, a Tesla anunciou uma descida do preço de entrada do Model 3 em Portugal, na versão apenas com tração traseira, para 39.990 euros. “Estamos a tornar o Model 3 mais acessível em Portugal para acelerar a massificação da mobilidade elétrica. Estamos a fazer isto sem comprometer o que tornam especiais os nossos carros”, referiu na altura a empresa norte-americana.

Em Portugal, a Tesla já vendeu mais de 2.000 viaturas desde o início deste ano, praticamente o quádruplo do que no mesmo período de 2022. Lidera o mercado de veículos elétricos no país e ocupa a 11.ª posição entre as marcas mais vendidas no mercado nacional de ligeiros de passageiros.

Já este mês, um porta-voz do Governo regional da região espanhola de Valência disse que a marca está em negociações para construir uma fábrica de automóveis naquela cidade. Em causa poderá estar um investimento de 4,5 mil milhões de euros, que contará com a ajuda do plano de incentivos do Governo de Espanha.

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Preço do gás cai mais de 7% e volta a negociar abaixo dos 30 euros/MWh

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Junho 2023

Os preços do contrato de gás de referência na Europa desvalorizam mais de 7% esta terça-feira, depois de uma semana em que subiram 35%.

Depois de os futuros do gás natural europeu terem aumentado 35% na última semana, a maior subida desde agosto do ano passado, o contrato de referência inverteu a tendência e está a tombar mais de 7% na manhã desta terça-feira, devido a um aumento no consumo na Noruega e na Rússia.

Pelas 11h05, o contrato de gás TTF para entrega em julho, negociado em Amesterdão e que serve de referência para o mercado europeu, está a desvalorizar 7,69% para 28,65 euros por megawatt-hora (MWh), de acordo com a base de dados Barchart. Nos últimos cinco dias, acumula ganhos de 15,27%.

Evolução do preço do gás nos últimos três meses

Fonte: Barchart

A Energy Aspects prevê que os preços do TTF para o verão atinjam os 23,20 euros por MWh, o que se deve às revisões em baixa das projeções de consumo de gás para a produção de eletricidade e à fraca procura industrial.

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Taxas Euribor sobem a 12 meses e batem novo máximo a três e seis meses

  • Lusa
  • 13 Junho 2023

A taxa Euribor a 12 meses subiu 0,048 pontos para 3,526%, a seis meses, a taxa Euribor ascendeu 0,041 pontos para 3,794%, um novo máximo e Euribor a três meses foi fixada em 3,526%, mais 0,048 pontos.

As taxas Euribor subiram esta terça-feira a 12 meses e bateram um novo máximo a três e seis meses, em comparação com segunda-feira.

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta terça-feira 0,004 pontos para 3,942%, depois de ter aumentado em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados referentes a abril de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 40,9% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a seis e a três meses representam 33,9% e 22,8%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor ascendeu 0,041 pontos para 3,794%, um novo máximo, depois de ter atingido 3,781% em 29 de maio. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
  • Já a Euribor a três meses foi fixada em 3,526%, mais 0,048 pontos do que na sexta-feira, um novo máximo, sendo que o anterior tinha sido atingido em 05 de junho (3,493%). A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras devido ao acréscimo da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 04 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Inflação força autarquias a reduzir planos de investimento

Inquérito da Eurocities para medir o pulso aos autarcas europeus mostra impacto do aumento dos preços, preocupação com o clima e incómodo com regras europeias que dificultam as políticas locais.

Mais de 86% dos responsáveis políticos europeus a nível local afirmam que a inflação está a afetar a capacidade das autarquias fazerem investimentos estratégicos a longo prazo. A primeira edição do Eurocities Pulse Survey, publicada esta terça-feira, indica que a crise energética foi o maior desafio em 2022, enquanto o clima é, de longe, a principal prioridade para este ano.

Pressionados pelo aumento dos preços, os autarcas estão a ser forçados a reduzir investimentos, sobretudo na área cultural e dos equipamentos desportivos, nos transportes públicos, na mobilidade sustentável e na manutenção rodoviária. O desinvestimento nestas áreas, alertam, irá causar um impacto negativo na qualidade dos serviços.

Fonte: Eurocities Pulse Eurocities Pulse

As alterações climáticas são a prioridade apontada pelos responsáveis municipais, tendo em conta o compromisso da União Europeia em atingir a neutralidade climática até 2050. Os países da União Europeia “têm de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55% até 2030, com o objetivo de atingir a neutralidade climática da UE até 2050”, de acordo com Conselho Europeu.

A mobilidade, relacionada de perto com o primeiro objetivo de reduzir as emissões de carbono, ocupa o segundo lugar na lista das prioridades. A recuperação económica fecha o pódio, com um em cada cinco autarcas europeus a apontar a revitalização das economias locais como prioridade máxima, de acordo com o estudo do Eurocities Pulse Survey.

Combater as desigualdades sociais, um aspeto acentuado por causa da pandemia de Covid-19, surge igualmente entre as prioridades. Outro destaque é a presença nesta lista do tema da habitação. No caso de Portugal, o mercado à habitação vive uma tempestade perfeita alimentada por uma subida contínua dos preços das casas, das rendas e pela escalada das taxas de juro.

Fonte: Eurocities Pulse Eurocities Pulse

 

Energia e regras europeias desafiam cidades

Para os autarcas europeus, o maior desafio em 2022 foi a crise energética (28,5%), seguida das mudanças climáticas (26,3%) e da recuperação económica (23%). A crise migratória, a guerra na Ucrânia, os efeitos da inflação, a mobilidade, o orçamento municipal, a pandemia e a crise na habitação completam os dez maiores desafios que os inquiridos dizem ter enfrentado o ano passado.

Por outro lado, os responsáveis autárquicos são críticos das regras da União Europeia (UE), com mais da metade dos entrevistados a afirmar que essas regras dificultam o alcance de objetivos locais.Quase 53% dos autarcas das maiores cidades do Velho Continente consideram mesmo que as instituições e políticas da UE não têm suficientemente em conta as necessidades e potencialidades específicas das cidades.

No mesmo estudo é ainda destacado como os autarcas estão cada vez mais envolvidos na diplomacia económica até a nível internacional, tanto no que toca às interações diretas com outros níveis de governação, como no contacto e coordenação com outras cidades europeias. “Entendem que, se quiserem ter uma hipótese de resolver os desafios locais, precisam de ganhar o apoio e cooperar com todos os níveis de governo, inclusive os supranacionais”, lê-se ainda no relatório.

 

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Salários no Reino Unido crescem 7,2% e pressionam novo aumento das taxas de juro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Junho 2023

Apesar do aumento dos salários no trimestre entre fevereiro e abril, os rendimentos continuam a cair em termos reais. Banco de Inglaterra deve aumentar as taxas de juro na reunião da próxima semana.

Os salários no Reino Unido continuaram a crescer no trimestre terminado em abril, o que deixa o Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) mais perto de novos aumentos das taxas de juro diretoras. No entanto, em termos reais, os rendimentos caíram, uma vez que a taxa da inflação homóloga britânica se situou em 8,7% em abril.

Entre fevereiro e abril deste ano, os salários base (excluindo os bónus) aumentaram 7,2% face ao mesmo período de 2022, contra uma subida de 6,6% no trimestre de novembro a janeiro, revelam os dados divulgados esta terça-feira pelo Office for National Statistics (ONS).

Se excluirmos o período da pandemia de Covid-19, trata-se da taxa de crescimento mais rápida registada para os salários base, que foi impulsionada pelo aumento de 9,7% do salário mínimo britânico em abril, para 1.667,20 libras por mês.

O salário total, incluindo bónus, cresceu 6,5% por ano no trimestre de fevereiro a abril. No setor privado, o crescimento médio regular dos salários foi de 7,6% — mais uma vez a maior taxa de crescimento registada fora do período da pandemia.

Com um aumento de 5,6%, o crescimento dos salários do setor público foi mais fraco, mas ainda assim foi a taxa de aumento mais rápida desde o trimestre de agosto a outubro de 2003 (quando aumentou 5,7%).

Face a este cenário, os analistas esperam que o BoE volte a aumentar as taxas de juro na reunião da próxima semana, agendada para 22 de junho, naquela que deverá ser a 13.ª subida consecutiva. Na reunião anterior, o banco central do Reino Unido colocou a taxa de referência nos 4,5%.

Se ainda houvesse alguma dúvida sobre a direção da política monetária, estes dados deveriam solidificar outro aumento da taxa de juro do Banco de Inglaterra na próxima semana, e provavelmente mais nos próximos meses.

Yael Selfin

Economista-chefe da KPMG UK

Citado pelo The Guardian, Yael Selfin, economista-chefe da KPMG UK, afirma que a “força contínua do crescimento dos salários” do Reino Unido justificará taxas de juro mais elevadas. “Se ainda houvesse alguma dúvida sobre a direção da política monetária, estes dados deveriam solidificar outro aumento da taxa de juro do Banco de Inglaterra na próxima semana, e provavelmente mais nos próximos meses”, acrescentou.

Isto porque, justificou Selfin, “a recuperação do crescimento regular dos salários é o mais recente sinal de que a inflação está a fazer aumentar as exigências salariais, o que, por sua vez, está a tornar a inflação mais rígida”. Além disso, “com um crescimento negativo da produtividade, estes valores estão muito acima dos níveis compatíveis com o objetivo de 2%”.

Obrigações do Tesouro a dois anos acima dos níveis do governo de Liz Truss

As expectativas de que as taxas de juro do Reino Unido continuem a subir estão a fazer aumentar as obrigações a curto prazo do Governo britânico, as chamadas gilts, acima dos níveis registados no breve mandato da ex-primeira-ministra Liz Truss.

As obrigações do Tesouro a dois anos do Reino Unido atingiram 4,73% esta manhã, acima dos 4,62% da noite de segunda-feira. Este valor é ligeiramente superior ao pico registado durante a turbulência que se seguiu ao mini-orçamento de outono passado, quando o plano do ex-chanceler Kwasi Kwarteng de redução de impostos não financiados assustou os mercados.

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Toyota introduz baterias de estado sólido em 2027 para melhorar autonomia dos veículos elétricos

  • Lusa
  • 13 Junho 2023

Líder mundial do setor automóvel em volume de vendas desenvolveu tecnologia própria para baterias de estado sólido que vai substituir atuais baterias de iões de lítio utilizadas nos modelos híbridos.

O fabricante japonês de automóveis Toyota Motor anunciou esta terça-feira que pretende começar a comercializar entre 2027 e 2028 baterias de estado sólido, para melhorar a autonomia dos veículos elétricos.

A iniciativa faz parte de uma estratégia de descarbonização futura, anunciada pelo líder mundial do setor automóvel em volume de vendas, a par de outras iniciativas como a manutenção do compromisso com o desenvolvimento de veículos com baterias de hidrogénio.

A Toyota Motor desenvolveu uma tecnologia própria para baterias de estado sólido, atualmente na fase de protótipo, e, quando atingir a produção em grande escala no horizonte previsto, vai substituir as atuais baterias de iões de lítio utilizadas nos modelos híbridos.

Na apresentação da estratégia, a empresa afirmou ter conseguido melhorar a capacidade das atuais baterias utilizadas, resolver o problema de durabilidade dos novos protótipos e atingir um certo nível de aplicabilidade.

A Toyota tinha inicialmente planeado começar, em meados desta década, a utilizar as novas baterias de estado sólido nos veículos híbridos, mas reviu esta política com base no ritmo do desenvolvimento tecnológico.

A empresa também planeia reduzir os custos de produção dos veículos elétricos e introduzir melhorias na condução autónoma e no design aerodinâmico para uma nova linha de veículos deste tipo, a ser lançada a partir de 2026.

A Toyota Motor pretende vender cerca de 1,7 milhão de veículos elétricos nesse ano e aumentar esse número para 3,5 milhões até 2030, de acordo com a estratégia da empresa agora apresentada.

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Bairro da Bica vence Marchas Populares de Lisboa

  • Lusa
  • 13 Junho 2023

O bairro da Bica venceu a edição deste ano das Marchas Populares de Lisboa. O Bairro Alto ficou em segundo lugar e Alfama em terceiro, anunciou a EGEAC. Conheça as classificações.

O bairro da Bica venceu a edição deste ano das Marchas Populares de Lisboa, anunciou a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), responsável pela organização da iniciativa. O Bairro Alto ficou em segundo lugar e Alfama em terceiro, acrescentou a EGEAC, em comunicado.

Outros 17 grupos competiram este ano: Marvila (4.º lugar), Alto do Pina (5.º), Alcântara (6.º), Madragoa (7.º), Carnide (8.º), Penha de França (9.º), Mouraria (10.º), São Vicente (11.º), Bairro da Boavista (12.º), Belém (13.º), Castelo (14.º), Olivais (15.º), Santa Engrácia (16.º), Graça (17.º), São Domingos de Benfica (18.º), Ajuda (19.º) e Lumiar (20.º).

A EGEAC deu conta de outras distinções: Alfama e Bica ganharam na categoria de Melhor Coreografia, enquanto que a Melhor Cenografia foi para Alfama e Lumiar. O Melhor Figurino foi atribuído a Alcântara, Alfama e Madragoa. A distinção de Melhor Letra foi para Alfama e Bica.

Alfama venceu também na Melhor Musicalidade e na Melhor Composição Original com “A Sina do Estivador”, juntamente com “A Vedeta é Carnide” de Carnide. O Melhor Desfile da Avenida foi para as marchas do Bairro Alto e da Bica.

A Marcha Infantil das Escolas de Lisboa abriu a 89.ª edição do desfile na Avenida da Liberdade, seguindo-se as três marchas extraconcurso: Santa Casa, “A Voz do Operário” e Mercados, indicou a EGEAC, na mesma nota.

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Governo propõe mais 228 euros de salário para atrair informáticos para o Estado

  • ECO
  • 13 Junho 2023

Na nova carreira de especialista, os trabalhadores podem ganhar mais 228 euros por mês na base da carreira e mais 340 euros no topo. Técnicos podem perder 350 euros nos níveis mais altos.

Com a extinção das carreiras de informática existentes na função pública, substituindo-as por duas novas carreiras — a de especialista e a de técnico de sistemas e tecnologias de informação –, o Governo propôs aos sindicatos uma reformulação da tabela salarial. Segundo avança o Público (acesso pago), no caso dos especialistas, significa mais 228 euros por mês na base da carreira e mais 340 euros para quem conseguir chegar ao topo, enquanto os técnicos perdem cerca de 350 euros nos níveis mais altos.

Neste momento, um especialista de informática em início de carreira tem um salário de 1.526 euros brutos e, se conseguir chegar ao topo, este valor sobe para 3.221 euros. Quem venha a ser admitido na nova carreira começa a ganhar 1.754 euros brutos, uma diferença de 228 euros, e o nível mais alto é de 3.561 euros, mais 340 euros do que atualmente. No caso dos técnicos, a diferença face ao modelo em vigor é menos expressiva e no topo da carreira poderá haver uma perda: o salário de entrada é ajustado em 10,5 euros (para 1.228 euros) e no topo em mais 140 euros (para 2.333 euros).

Estes novos valores, previstos no diploma que está em consulta pública, aplicam-se apenas aos trabalhadores que venham a ser admitidos nestas novas carreiras. Os cerca de 5.200 trabalhadores que agora estão integrados nas várias carreiras de informática transitam para as novas e são colocados numa posição remuneratória criada para o efeito. Os sindicatos da função pública têm criticado a proposta do Governo, considerando que os valores propostos não são competitivos face ao que é pago no setor privado.

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