Sérgio Monteiro defende que havia alternativa a injeção na TAP que custa 75 milhões por ano aos contribuintes

O ex-secretário de Estado das Infraestruturas, que protagonizou o processo de privatização da TAP em 2015, defende que havia alternativa à injeção de 3,2 mil milhões para salvar a companhia.

Sérgio Monteiro defendeu na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP que teria sido possível intervir na companhia aérea durante a pandemia sem a injeção de 3,2 mil milhões, caso não tivesse acontecido a recompra de capital feita pelo Governo de António Costa em 2017. Nas suas contas, os contribuintes estão a suportar 75 milhões de euros por ano com o resgate da transportadora.

O antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações entre 2011 e 2015, defendeu que a privatização conduzida pelo Governo PSD/CDS continha “contratos e instrumentos legais que operariam em cenários adversos, improváveis ou extremos” como é o caso da pandemia, que o levam a afirmar que “havia alternativa” à injeção de 3,2 mil milhões de euros realizada no âmbito do plano de reestruturação.

O Estado tinha à sua disposição variáveis para intervir na pandemia”, defendeu, como a emissão de empréstimos contra garantias estatais, como fizeram outras companhias aéreas. “Os contratos de 2015 permitiam uma intervenção desse género, mediante adequadas contragarantias”, como ativos detidos pela empresa ou partes do capital. A TAP, recorde-se, foi privatizada em novembro de 2015 com a venda de 61% do capital à Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa.

“Mesmo numa intervenção mais musculada e intrusiva não teria de ser pago qualquer valor ao acionista pela sua saída. Os contratos permitiam o direito potestativo de aquisição pagando 10 milhões e ficando o Estado com toda a capitalização, bem como todo os ativos e passivos”.

Para o antigo secretário de Estado da equipa de Pires de Lima, isso não foi possível devido à recomposição do capital levada a cabo pelo Governo de António Costa, que alterou as condições impostas ao acionista privado. Cumprindo a promessa eleitoral, o Executivo socialista procedeu à recompra parcial do capital da companhia pelo Estado, de modo a ficar com 50% do capital da TAP SGPS. A operação foi aprovada em maio de 2016, mas só ficou fechada em junho do ano seguinte.

Na sua opinião, o relatório do Tribunal de Contas sobre a privatização e recompra do capital, publicado em 2018, “expõe aos olhos de todos os riscos do acordo de recomposição acionista” e apontava “riscos que se materializaram”.

Nas contas de Sérgio Monteiro, os portugueses estão a pagar 75 milhões de euros em juros pela dívida pública contraída para a pagar a injeção na TAP, ou 200 mil euros por dia. Para o antigo secretário de Estado, o Governo “pagou ao acionista privado para se livrar de um problema que tinha, ficando para nós”.

O ex-governante abordou também a reprivatização que o Governo tem em marcha. “Espero que o Governo seja bem-sucedido nesse processo e que o montante a encaixar sirva para pagar a dívida contraída” para a injeção de 3,2 mil milhões, afirmou, desejando também que a TAP “possa ver-se livre da intervenção politica tão negativa para os objetivos que prossegue”. Sérgio Monteiro, congratulou o facto de o pensamento político do Governo de que fez parte ainda seja dominante: “a necessidade de contas certas e hoje é absolutamente consensual, bem como a necessidade de libertar a TAP dos constrangimentos da gestão pública”.

O antigo governante considerou ainda que agora é mais fácil privatizar a TAP, porque já não tem o negócio de manutenção e engenharia no Brasil e vai ainda receber cerca de 700 milhões de euros no âmbito da recapitalização prevista no plano de reestruturação.

“TAP precisa de condições para ter papel crescente”

Quando questionado sobre o que terá levado o Estado a tentar privatizar a TAP, depois da renegociação de 2016 e do resgate de 2020, Sérgio Monteiro recorda o que se passou enquanto era secretário de Estado das Infraestruturas. “O Estado sente o mesmo constrangimento que nós sentíamos quando éramos Governo: a TAP, proibida de receber auxílios, precisa de condições para ter um papel crescente na economia. Daí compreender a necessidade de a vender agora”, referiu.

Sérgio Monteiro lembrou que, sem a privatização, a empresa teria de pedir um novo empréstimo de emergência, tal como tinha acontecido em 2013, que não podia durar mais de seis meses. “Em 2015, inevitavelmente, aconteceria a mesma coisa. A emergência de tesouraria seria a mesma, com custos mais elevados. Os relatos eram de uma tesouraria depauperada: ou havia privatização ou a necessidade de auxílio público. Não me parece que havia terceira via”, sinalizou.

No âmbito do atual processo de privatização, Sérgio Monteiro fixa como valor mínimo de encaixe 1,1 mil milhões de euros, dos quais 700 milhões são verba de recapitalização e os restantes 400 milhões estão relacionados com créditos fiscais passados. “É um ponto de partida”, notou o economista.

Tendo em conta o valor calculado por Sérgio Monteiro, “não deverá haver empresários nacionais para uma operação com esta grandeza“. Ainda assim, o ex-secretário de Estado diz que “traria conforto para o Estado” se o antigo acionista Humberto Pedrosa (ex-sócio da Atlantic Gateway e dono da Barraqueiro) fizesse parte de um dos consórcios. “É um empresário responsável”, elogiou.

Visões diferentes sobre as cartas conforto

Pedro Marques, ex-ministro das infraestruturas, deixou na véspera uma visão completamente oposta, acusando o Governo de Passos Coelho de através das cartas de conforto enviadas aos credores da TAP, na privatização de 2015, ter colocado todo o risco da companhia nas mãos do Estado.

Para aceitarem manter o financiamento à TAP na privatização de 2015, os bancos credores (CGD, Millennium BCP, BPI, Novo Banco e Santander) exigiram uma carta de conforto que garantisse que o Estado recompraria o capital (o chamado direito potestativo) e asseguraria o pagamento da dívida caso a empresa, já detida maioritariamente pela Atlantic Gateway, entrasse em incumprimento.

“Passamos de 100% do risco para 50% do risco com controlo estratégico da empresa”, argumentou Pedro Marques, defendendo a operação de recompra. “Defendemos o interesse público no sentido em que eliminámos uma situação em que o risco futuro caia todo sobre o Estado sem ter o controlo estratégico”.

Sérgio Monteiro trouxe uma visão diferente. O antigo secretário de Estado rejeitou que as cartas de conforto fossem para a dívida toda, porque o Acordo Relativo à estabilidade Economia e Financeira da TAP, assinado com a Atlantic Gateway, “evitava que o Estado tivesse de exercer o direito potestativo em condições piores do que na privatização”.

O ex-governante assinalou que a TAP tinha de depositar numa conta o valor das prestações dos empréstimos a pagar com 30 dias de antecedências, sendo esse um sinal de alarme caso os fundos não fossem lá colocados. Além disso, estava previsto um controlo mensal da situação financeira da empresa.

O mencionando acordo estabelecia que a TAP SGPS estava obrigada a manter capitais próprios consolidados equivalentes aos que tinha no dia anterior à privatização, acrescidos de 35 milhões. “O Estado tinha sempre um buffer de 35 milhões” caso exercesse o direito potestativo, apontou.

Além disso, a TAP estava também obrigada a manter uma dívida financeira líquida não garantida igual à que tinha no dia antes da privatização, menos 25 milhões. “Não acompanho quem diga que é a dívida toda, passada e futura”, afirmou Sérgio Monteiro, reiterou. A Atlantic Gateway estava ainda obrigada a cumprir os compromissos estratégicos, caso contrário podia ser exercido o direito potestativo.

Carlos Guimarães Pinto, da IL, questionou se as cartas de conforto não introduziam um risco assimétrico, porque se as coisas corressem mal o Estado tinha que recomprar a participação dos privados. “A realidade comprovou que isso não era verdade”, contestou Sérgio Monteiro. A dívida aos bancos “foi reembolsada a ritmo acelerado, porque o exercício do direto potestativo significaria perderem toda a capitalização”. Em 2020, dois terços dos empréstimos estavam reembolsados, acrescentou.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se até 23 de julho.

(notícia atualizada às 21h49 com declarações adicionais sobre processo de privatização de 2023)

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Parlamento Europeu vota pelo bloqueio da presidência húngara do Conselho da UE

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Junho 2023

A resolução que quer impossibilitar a presidência húngara do Conselho da União Europeia no segundo semestre de 2024 foi aprovada por 442 votos a favor em Estrasburgo.

O Parlamento Europeu aprovou esta quinta-feira a resolução que apela à Comissão Europeia e ao Conselho Europeu para que impossibilitem a Hungria de assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia na segunda metade de 2024.

A proposta foi aprovada por 442 votos a favor e 144 contra. Apenas os eurodeputados que pertencem à Aliança dos Reformistas e Conservadores Europeus (ECR, na sigla em inglês) e ao Identidade e Democracia (ID) votaram maioritariamente contra, enquanto os eurodeputados dos Socialistas e Democratas (S&D), Renovar Europa (liberais), Partido Popular Europeu (PPE), Esquerda e Verdes apoiaram a iniciativa.

Para além de pressionar a Comissão e o Conselho a reprimirem com maior rigor as alegadas violações do Estado de direito por parte da Hungria, o documento “questiona a forma como a Hungria poderá cumprir de forma credível [as suas obrigações enquanto presidente do Conselho] em 2024, tendo em conta o seu incumprimento da legislação da UE e dos valores [europeus]“, especialmente tendo em conta o importante papel da presidência na condução da legislação da UE, na representação do organismo nas relações com outras instituições e na “garantia da continuidade da agenda da UE”.

Além disso, a resolução “solicita ao Conselho que encontre uma solução adequada o mais rapidamente possível [e] recorda que o Parlamento poderá tomar medidas adequadas se essa solução não for encontrada”.

“Os defensores da europeização e do Estado de direito estão agora a tentar retirar a presidência do Conselho à Hungria. No entanto, ao fazê-lo, são eles que estão a violar de forma flagrante o direito comunitário e os tratados”, afirmou o eurodeputado húngaro Balázs Hidvéghi, durante o debate em plenário. “Não gostam quando a Hungria segue o seu próprio caminho e se atreve a dizer ‘não’ a Bruxelas quando uma proposta é incorreta ou prejudicial”, acrescentou.

O Parlamento Europeu não tem força legislativa, apenas pode fazer recomendações, que podem ser adotadas ou não pela Comissão Europeia e pelo Conselho Europeu.

Note-se, por outro lado, que a posição do Parlamento Europeu ganha eco nas capitais europeias. Esta semana, a ministra alemã da Europa, Anna Lührmann, pôs em dúvida a capacidade da Hungria para liderar o processo de decisão política da UE no próximo ano.

“Tenho dúvidas sobre até que ponto a Hungria será capaz de liderar uma presidência bem-sucedida do Conselho”, afirmou a governante alemã, referindo-se às alegadas violações do Estado de direito por parte da Hungria e à sua posição hesitante em apoiar a Ucrânia na sua guerra contra a Rússia.

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Preço da gasolina em Angola duplica com retirada gradual dos subsídios

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

As tarifas dos taxistas e mototaxistas vão ser subvencionadas, continuando os mesmos a pagar 160 kwanzas o litro da gasolina, cobrindo o Estado a diferença.

O Governo angolano anunciou esta quinta-feira a retirada gradual de subsídios à gasolina, que vai passar dos atuais 160 kwanzas para 300 kwanzas/litro (de 0,25 euros para 0,48 euros), mantendo a subvenção ao setor agrícola e à pesca.

De acordo com o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, as tarifas dos taxistas e mototaxistas vão ser subvencionadas, continuando os mesmos a pagar 160 kwanzas o litro da gasolina, cobrindo o Estado a diferença. A medida entra em vigor à 01:00 (mesma hora de Lisboa) desta sexta-feira.

Manuel Nunes Júnior disse que a subvenção aos derivados de petróleo tem criado grandes problemas não só à Sonangol, petrolífera estatal, mas também às finanças públicas. “A Sonangol compra os derivados de petróleo ao preço do mercado internacional e vende-o nas bombas ao preço subvencionado, e não tem recebido, por dificuldades de tesouraria por parte do tesouro nacional, o valor desta subvenção“, argumentou.

Em 2022, a subvenção aos preços dos combustíveis ascendeu cerca de 1,98 biliões de kwanzas, o correspondente ao câmbio atual a 3,8 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros). “É uma medida necessária”, vincou Manuel Nunes Júnior, salientando que os seus efeitos vão ser vistos paulatinamente.

O Governo angolano vai liberalizar os preços dos combustíveis, de forma faseada, até 2025, começando pela remoção parcial dos subsídios à gasolina, cujo preço será “livre e flutuante” já no próximo ano. Segundo um comunicado de imprensa do Ministério das Finanças de Angola (Minfin), a Estratégia do Governo para a Reforma dos Subsídios aos Combustíveis visa realocar estes recurso, acabando com a sua atribuição indiscriminada e privilegiando a subsidiação direta para os segmentos de maior impacto social, reforçando os apoios às famílias com menores rendimentos, bem como os setores da Agricultura, Pescas, Transportes e Logística.

“Vai ocorrer a remoção parcial do subsídio ao preço da gasolina, e a remoção parcial e progressiva do subsídio dos preços do gasóleo e do petróleo iluminante, de forma faseada a partir de 2024, até à sua liberalização em 2025”, adianta a nota de imprensa. Mantêm-se inalterados, até ao final deste ano, os subsídios dos restantes produtos, como o gasóleo, o gás de cozinha e o petróleo iluminante.

Esta reforma enquadra-se num conjunto de outras medidas políticas e económicas “destinadas a fortalecer as finanças públicas, numa lógica de sustentabilidade das gerações futuras, e melhoria do ambiente de negócios tendo em vista a dinamização da produção interna e a distribuição da exportação”, salienta o mesmo documento.

Ministra angolana rejeita pressões externas para redução de subvenção aos combustíveis

A ministra das Finanças angolana rejeitou esta quinta qualquer pressão externa para reduzir a subvenção aos combustíveis, medida que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vinha apelando há vários anos, garantindo que foi “uma decisão do Estado angolano soberano”.

“O programa com o Fundo Monetário Internacional já terminou, Angola é um país soberano, percebe quais são as necessidades de reforma que tem que implementar, percebe que a subvenção nos termos em que está é um subsídio cego, que beneficia indiscriminadamente ricos e pobres, todos têm acesso ao mesmo benefício da mesma forma”, disse Vera Daves de Sousa, no anúncio da redução gradual do subsídio à gasolina a partir de sexta-feira.

A ministra frisou que o Governo angolano entendeu que precisava “transformar um subsídio cego, num subsídio direcionado”.

“Por isso é que queremos, com essa poupança fiscal que resultar dessa remoção, destinar mais valor ao Kwenda [programa de transferências monetárias para famílias vulneráveis] para poder aumentar o valor mensal, para manter as famílias mais tempo no programa, por isso é que queremos apostar ou proteger as pessoas que utilizam táxis, mototáxis e gira bairros [táxis no interior dos bairros], que são as pessoas que efetivamente precisam de proteção, não quem tem carros de grande cilindrada”, salientou.

A titular da pasta das Finanças avançou que o Governo desembolsou com as subvenções 551 mil milhões de kwanzas (896,1 milhões de euros), em 2020, 1,2 biliões de kwanzas (1,9 mil milhões de euros), em 2021, 1,98 biliões de kwanzas (3,2 mil milhões de euros), em 2022, e estimava para este ano, sem a remoção da subvenção à gasolina, 2,03 biliões de kwanzas (3,3 mil milhões de euros).

“Uma vez que não estamos a mexer no produto que tem mais peso que é o gasóleo, estamos apenas a mexer na gasolina, cujo peso ronda perto dos 40% do peso total das subvenções e uma vez que também não estamos a fazer remoção total, estamos a fazer uma remoção parcial – ainda existirão custos com a subvenção à gasolina – estaríamos a falar de uma poupança que estaria perto de 400 mil milhões de kwanzas (650,5 milhões de euros)”, frisou.

A ministra referiu que a Sonangol, petrolífera estatal, há alguns anos que não paga impostos ao Estado, havendo acertos contabilísticos, para cobrir a dívida do Governo. “De modo que, nós dizemos, ok, nós vos devemos esse valor pelos subsídios e vocês nos devem este valor pelos impostos. Então vamos compensar, fica ela por ela e não há fluxos de tesouraria. Contabilisticamente fica acertado, do ponto de vista de tesouraria não fica, a Sonangol continua numa situação de tesouraria periclitante”, realçou.

“Diminuindo-se este ‘gap’ e podendo assim reduzir o compromisso do Estado com a Sonangol, pelo montante dos subsídios que teria que pagar, é expectável que a Sonangol e todas as outras distribuidoras que existam no mercado comecem a ter receita normal, comecem a pagar os seus impostos de forma normal”, acrescentou.

Vera Daves de Sousa descartou uma possível especulação de preços ou subida de preços dos alimentos, atendendo ao facto de não ter havido alteração ao preço do gasóleo, “que toca não só pela via dos fretes, mas também pela via dos custos de energia”.

Ainda temos bastantes províncias e municípios a usar energia de centrais termoelétricas que funcionam a diesel, de modos que o custo de energia podia aumentar, e se os custos de energia aumentassem as indústrias, as fazendas, iriam fazer refletir os preços nos seus produtos e serviços e em alguns casos nos bens alimentares”, sublinhou.

A governante destacou que as medidas de mitigação para esse segmento e para evitar uma possível especulação de preços ainda não estão totalmente pensadas, por isso a decisão de “não mexer, justamente para proteger os bens alimentares e a cesta básica”.

“Ainda assim haverá quem se aproveite? Sim, há sempre, infelizmente, mas para isso queremos manter diálogo permanente com as associações, com os grandes distribuidores e contamos com o apoio do Ministério da Indústria e Comércio, da Autoridade Nacional de Inspeção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) e todas as instituições públicas e com a sociedade civil no geral”, apontou.

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Governo aprova diploma que revê regime do cadastro predial

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

Conselho de Ministros aprova decreto-lei que estabelece o regime jurídico do cadastro predial, incluindo o Sistema Nacional de Informação Cadastral e a Carta Cadastral,

O estabelecimento e revisão do regime jurídico do cadastro predial foi esta quinta-feira aprovado em Conselho de Ministros através de um diploma que simplifica, agiliza a moderniza os respetivos procedimentos.

A informação consta do comunicado divulgado após a reunião semanal do Governo em que é referido que foi aprovado o decreto-lei que estabelece o regime jurídico do cadastro predial, “procedendo à revisão do regime atualmente em vigor com vista à simplificação, agilização, desmaterialização e modernização dos respetivos procedimentos”.

Este regime, adianta a mesma informação, estabelece, igualmente, o Sistema Nacional de Informação Cadastral (SNIC) e a Carta Cadastral, enquanto registo único e universal de prédios cadastrados.

Este diploma enquadra-se na Reforma do Plano de Recuperação e Resiliência que prevê a “Reorganização do sistema de cadastro da propriedade rústica e do Sistema de Monitorização de Ocupação do Solo (SMOS)”.

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Nova campanha da Solero interpretada por Gipsy Kings

A música conta com a interpretação do próprio vocalista da banda Gipsy Kings, Nicolas Reyes, que dá voz ao jingle em conjunto com o trio de humoristas Francisco Vistas, Jaime Baeta e João Maria.

“Olhó Picolero” é o mote da nova campanha da Solero, que apresenta as novidades da marca tendo por base de inspiração a música “Bamboléo”, dos Gipsy Kings.

A letra que acompanha o spot foi criada especialmente para a Solero pela agência WYcreative, e a música conta com a interpretação do próprio vocalista da banda Gipsy Kings, Nicolas Reyes, que dá voz ao jingle em conjunto com o trio de humoristas Francisco Vistas, Jaime Baeta e João Maria, do grupo O Último Andar, que personificam os “Los Picoleros” nos anúncios.

Making of da música da campanha, com Nicolas Reyes, da banda Gipsy Kings

Nos três spots lançados, “Los Picoleros” aparecem de repente, ao primeiro raio de sol, para promover os novos gelados da Solero, o Picolero de morango com cobertura de chocolate negro crocante e o Picolero de abacaxi com notas frescas de Hortelã. Ambos os gelados são produzidos em Portugal, sendo vegan, feitos à base de fruta, livres de corantes, aromas e conservantes e glúten.

“Esta campanha surge com o objetivo de dar a conhecer os novos gelados da Solero e continuar a construir a plataforma da fruta, através da marca que, dentro do portfólio da Olá é a que melhor dá resposta a esta tendência. Sabemos que existe uma procura cada vez maior por gelados, que, sendo mais saudáveis, não descurem o sabor, e os novos Picolero oferecem isso mesmo”, afirma, citado em comunicado, Bernardo Mello, diretor de marketing de gelados na Unilever Fima.

O grande desafio passava por fazer esta comunicação de uma forma diferenciadora, fresca e marcante. Afinal, é isso que queremos que Solero seja para os consumidores“, acrescenta.

Já Carlos Pontes e Tiago Varino, diretores criativos na WYcreative, referem que este “é exatamente o tipo de trabalho que nos dá gosto criar. Algo fora da caixa, que diferencie a marca a que está associada. Para nós tem sido impossível não cantarolar esta música desde o primeiro momento em que surgiu. A nossa esperança é que o público receba esta campanha com o mesmo entusiasmo com que a desenvolvemos”.

A campanha, que contou com a produção da produtora STILL, por intermédio da Filmbrokers, marca presença em televisão, digital e outdoors.

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Morreu Christopher de Beck, antigo vice-presidente do BCP

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

Christopher de Beck, ex-vice-presidente do BCP, morreu esta madrugada, aos 77 anos. Miguel Maya destaca "contributo da maior relevância" de de Beck para o desenvolvimento do banco.

Christopher de Beck, ex-vice-presidente do BCP, morreu esta madrugada, aos 77 anos, adiantou à Lusa Filipe Pinhal, antigo administrador do banco. “Estava doente há algum tempo”, acrescentou a mesma fonte.

A morte de Christopher de Beck, que integrou a administração do BCP no tempo de Jorge Jardim Gonçalves, é conhecida no dia que faleceu o empresário Manuel Fino, acionista do mesmo banco. Fino foi um dos protagonistas na guerra pelo controlo do poder no BCP, sendo aliado de Paulo Teixeira Pinto, que era presidente executivo do banco e que se incompatibilizou com o fundador Jardim Gonçalves.

Christopher de Beck, que nasceu em março de 1946, entrou no BCP em 1985, altura em que a instituição foi criada, juntando-se aos fundadores. De acordo informação recolhida, de Beck vinha do Banco Português do Atlântico (BPA), tal como o fundador do BCP, Jardim Gonçalves.

Três anos depois ascende à administração do BCP, instituição considerada na altura disruptiva, e no ano em que arranca a Expo’98 assume o cargo de vice-presidente do BCP, onde desempenhou funções importantes na internacionalização e ligado a operações na Grécia, Polónia e Roménia.

O gestor estava no BCP quando eclodiu o diferendo entre os acionistas, em que um lado estava Jardim Gonçalves e, do outro, Paulo Teixeira Pinto, numa disputa que terminou em tribunal com acusações de manipulação de mercado.

Em 2 de maio de 2014, enquanto Jardim Gonçalves era condenado pelo crime de manipulação de mercado, Christopher de Beck era absolvido de todas as acusações do Ministério Público. “Do meu ponto de vista, foi feita justiça”, afirmou aos jornalistas o ex-vice-presidente do BCP, o único dos quatro arguidos neste processo a ser totalmente absolvido no processo-crime.

Após a leitura do acórdão, o alívio era bem patente na cara de Christopher de Beck, que não quis falar acerca da condenação dos seus antigos colegas.

Maya destaca contributo da “maior relevância” para desenvolvimento do BCP

Em reação à morte de de Beck, o CEO do BCP destacou o seu contributo “da maior relevância” para o desenvolvimento do banco, nomeadamente por ter sido “pioneiro na intensa integração de tecnologia”. “Teve um contributo da maior relevância para a construção e desenvolvimento do BCP”, afirmou Miguel Maya, numa declaração publicada no portal interno do banco.

“De entre os muitos contributos relevantes nas múltiplas áreas do banco que coordenou, destacaria especialmente, pelo facto do seu trabalho se fazer sentir ainda hoje de uma forma indelével na cultura do BCP, ter sido pioneiro na intensa integração de tecnologia nos modelos e processos de negócio, com vista a alargar a oferta e a simplificar as interações dos clientes com o banco”, prosseguiu o gestor

Aliás, “muitos dos que com ele tiveram a oportunidade de trabalhar diretamente, como foi o meu caso, recordam certamente a presciência na leitura da evolução das tendências, a importância que atribuía à inovação, a capacidade de provocar, ouvir e potenciar as equipas e a determinação que incutia na implementação dos planos de ação”, relata.

A par das qualidades profissionais, “destacaria, no plano pessoal, a densidade humana, a sua vasta cultura, a profundidade das suas reflexões e a atenção que sempre dispensava aos que se relacionavam com ele”, sublinha Miguel Maya.

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Ministro da Saúde assegura que DGS está em plenas funções

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

Um dia depois da demissão do sub-diretor da DGS, o ministro da Saúde diz que não se deve confundir "os acontecimentos que têm a ver com uma ou outra pessoa" com "uma visão das instituições".

O ministro da Saúde assegurou esta quinta-feira, um dia depois de o subdiretor-geral da Saúde ter apresentado a demissão, que a DGS está em “plenas funções” e que o concurso para o novo diretor-geral da Saúde deverá abrir nos “próximos dias”. O subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, demitiu-se na quarta-feira do cargo para o qual tinha sido nomeado em agosto de 2020, não sendo conhecidas as razões da sua decisão.

Questionado sobre este assunto à margem do Congresso Nacional das Misericórdias que está a decorrer em Lisboa, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, agradeceu o trabalho de Rui Portugal na Direção-Geral da Saúde (DGS), mas não explicou os motivos da sua decisão. “Isso deve dirigir-se a ele. Seria até indelicado ser eu a comentar isso. Posso dizer é que nós, Estado português, nós, Ministério da Saúde, agradecemos ao senhor doutor Rui Portugal todo o trabalho que ele fez, toda a sua dedicação à causa, nomeadamente nos anos de pandemia”, declarou.

Questionado sobre as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, que disse que o Ministério da Saúde está a tentar esvaziar a DGS, o governante afirmou: “Evidentemente que não”. “A DGS é a estrutura superior da saúde pública no nosso país. E a promoção de uma profunda reforma na saúde pública, que valorize a saúde pública, é mesmo um dos objetivos do programa do Governo e está a ser tratado num plano de absoluta normalidade”, vincou.

Manuel Pizarro defendeu ainda que não se deve confundir “os acontecimentos que têm a ver com uma ou outra pessoa, mesmo que se trate de pessoas com posições muito relevantes, como é o caso, com aquilo que é uma visão das instituições”. “A instituição DGS está em pleno funcionamento”, garantiu, sublinhando que “a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, está plenamente em funções” e que “a Direção-Geral da Saúde está a funcionar: não há nenhuma intranquilidade nessa matéria”.

Sobre se reconhece que situações como esta demissão são fatores de instabilidade na instituição, Manuel Pizarro reconheceu que “é sempre melhor não acontecerem do que aconteçam”. “Acontecendo, o meu papel é resolvê-los, como é que se resolve? Lançando o mais depressa possível os procedimentos concursais que espero que seja já nos próximos dias”, salientou, explicando que o procedimento concursal está dependente da CRESAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública).

O pedido de renúncia ao cargo de Rui Portugal acontece numa altura em que está a decorrer o processo de substituição da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que, no final de 2022, manifestou a vontade junto do Ministério da Saúde de não renovar a nomeação, mas assegurou que permaneceria no cargo até ser substituída.

Mas o processo de substituição de Graça Freitas tem sido tudo menos expedito. Apesar de a responsável ter anunciado publicamente em dezembro que ia deixar a liderança da DGS, só no início de maio o Ministério da Saúde enviou à CRESAP o pedido de abertura de concurso. Desde essa altura está no seu site a indicação de “procedimento concursal a abrir em breve”.

Em abril, o ministro da Saúde tinha dito que a decisão sobre quem vai substituir Graça Freitas à frente da DGS seria tomada até meio do ano, garantindo que não havia qualquer descontinuidade de funções. Numa entrevista ao jornal Público em fevereiro, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, manifestou-se disponível para apresentar uma candidatura à CRESAP: “Tenho currículo, experiência local, regional, nacional e internacional que mo permite (…) acho que posso dar um contributo muito significativo quer no discurso quer na agenda”.

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Hipoges muda-se para escritório na Torre do Oriente do Edifício Colombo

O novo escritório conta com 2.085 metros quadrados, que acolhem cinco salas de reuniões, seis phone booths, cinco espaços de coworking, uma sala de formação e uma copa.

A Hipoges tem agora uma nova ‘casa’. A empresa mudou-se para um novo e maior escritório na Torre Oriente do Edifício Colombo. Os cerca de 300 colaboradores trabalharão agora num open space num único piso, que a companhia acredita ser capaz de oferecer um maior dinamismo, comunicação e proximidade.

“Mais moderno e bem preparado, é uma fonte de inspiração para o trabalho que produzimos no dia a dia, já para não falar dos acessos e ofertas em nosso redor”, afirma Madalena Marques Camacho, responsável de marketing & m communication, em comunicado.

Com 2.085 metros quadrados, este novo escritório conta com cinco salas de reunião internas com diferentes dimensões e que, ao todo, permitem uma ocupação de até 46 pessoas, seis phone booths, cinco espaços de coworking, uma sala de formação para 16 pessoas, uma copa com capacidade para 60 pessoas e ainda dois espaços de café.

“O outro escritório fez sentido durante muito tempo e cumpriu o seu propósito. Com o constante crescimento do grupo, precisamos de condições físicas e geográficas que vão ao encontro do que é esperado e exigido à Hipoges, que tem crescido continuadamente. É necessário que nos adaptemos à nova realidade de evolução célere, às nossas pessoas e aos nossos clientes”, explica a direção da Hipoges.

Percorra a fotogaleria e fique a conhecer melhor o novo escritório da plataforma que atua no setor de asset management:

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Presidente da associação de médicos de saúde pública admite candidatar-se a diretor-geral da Saúde

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

"DGS precisa de ser protegida, precisa de ser fortalecida e se, de facto, eu puder ser um elemento que faz esse trabalho, assim farei. É algo que ainda não está decidido", afirmou Gustavo Tato Borges.

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) admitiu esta quinta-feira candidatar-se ao cargo de diretor-geral da Saúde, manifestando “imensa preocupação” com o “desinvestimento” do Governo na instituição. “Não digo que não me posso candidatar, é uma coisa que tem de ser avaliada com pés e cabeça”, adiantou Gustavo Tato Borges à agência Lusa.

O especialista de saúde pública reconheceu que, para o lugar de Graça Freitas, “há pessoas mais capazes, no sentido de terem mais tempo de trabalho, mais experiência e uma boa visão da saúde pública que poderiam e deveriam chegar-se à frente nesta altura”.

No entanto, Tato Borges, que foi também presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia nos Açores, admitiu a possibilidade de avançar com uma candidatura a diretor-geral da Saúde, que é também por inerência Autoridade de Saúde Nacional.

Não posso dizer que não àquela instituição que eu mais defendo neste momento em Portugal e que é alvo do maior ataque. A DGS precisa de ser protegida, precisa de ser fortalecida e se, de facto, eu puder ser um elemento que faz esse trabalho, assim farei. É algo que ainda não está decidido”, afirmou Gustavo Tato Borges.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde confirmou que o subdiretor-geral da DGS, Rui Portugal, apresentou a sua renúncia ao cargo, sem adiantar as razões, numa altura em que está a decorrer o processo de substituição de Graça Freitas, que, no final de 2022, manifestou a sua vontade de não renovar a nomeação como diretora-geral.

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, assegurou esta quinta que a DGS está em “plenas funções” e que o concurso para o novo diretor-geral da Saúde deverá abrir nos “próximos dias”. “A instituição DGS está em pleno funcionamento”, garantiu o governante, sublinhando também que “Graça Freitas está plenamente em funções”.

À Lusa, o presidente da ANMSP manifestou-se, porém, “muito preocupado com o que se está a passar”, ao adiantar que já teve oportunidade de expor à secretária de Estado, Margarida Tavares, a “preocupação com o rumo que a DGS está a tomar” nos últimos meses de “falta de investimento e de retirada de competências”.

“O facto de o subdiretor-geral ter renunciado ao cargo mostra o quão fundo chegou a DGS, pois era o único profissional que tinha mostrado publicamente a intenção de se candidatar, considerando que era uma opção válida, preparada e capaz” para suceder a Graça Freitas, referiu Tato Borges, para quem Rui Portugal seria “até quase uma sucessão natural” na instituição.

Segundo referiu, a circunstância de atualmente a diretora-geral “estar em gestão, faz com que todo o trabalho de planeamento e de organização para o futuro fique todo bloqueado”. “Toda esta organização e estrutura entre diferentes níveis está comprometida, até porque há vários delegados regionais de saúde pública que, neste momento, não estão nomeados para o seu cargo, estando em substituição ou em gestão”, alertou o presidente da ANMSP.

Além disso, recentemente houve “notícia que faltam algumas vacinas nos cuidados de saúde primários”, avançou ainda Tato Borges, ao salientar que já se começou a “assistir no terreno à falta de materiais e equipamentos que são essenciais e que eram assegurados pela DGS”. Após a fase mais crítica da pandemia, muitos países europeus “têm estado a reforçar e a reorganizar a saúde pública” na sequência das lições aprendidas nos últimos anos no combate à covid-19, mas “em Portugal estamos parados”, lamentou o médico.

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Tem carta de condução anterior a 2008? Vai poder renovar sem exame

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Junho 2023

Os titulares de carta de condução emitida antes de 1 de janeiro de 2008 poderão revalidá-la sem serem submetidos a um exame especial.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a criação de um regime extraordinário de renovação das cartas de condução em que as pessoas com títulos de condução emitidos antes de 2008 podem revalidar a carta sem fazer um exame.

“Foi aprovado o decreto-lei que cria um regime extraordinário de revalidação de títulos de condução. Desta forma, será possível aos titulares de título de condução caducado por via legal proceder à sua revalidação sem submissão a exame especial“, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O regime previsto aplica-se aos títulos de condução emitidos antes de 1 de janeiro de 2008, cujos prazos de validade constantes dos respetivos documentos físicos não correspondem ao prazo legalmente previsto e em vigor, e que habilitem à condução de veículos das categorias AM, A1, A2, A, B1, B, BE e de veículos agrícolas.

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Decisão que expulsa Huawei do 5G é “bastante ampla”. Altice Portugal está em “fase de entendimento”

CEO da Altice Portugal diz que a empresa está numa "fase de entendimento" da deliberação que expulsa tecnologia chinesa das redes 5G. Para já, desconhece a dimensão do impacto.

A presidente executiva da Altice Portugal disse desconhecer qual é o prazo para a exclusão de equipamentos da Huawei do 5G no país, mas deu como exemplo o caso de França, em que “foi dado um prazo de dez anos e, neste momento, já vai até 2031”.

De qualquer modo, a líder do grupo que detém a Meo confirma ter tido “conhecimento” da recente deliberação que expulsa a tecnológica chinesa do mercado das redes de quinta geração, a qual está a analisar, encontrando-se numa “fase de entendimento”.

“Se olharmos para outros países, vemos que o que tem sido feito nos outros países é um prazo alargado”, comentou. O ECO noticiou esta quinta-feira que o Governo terá dado até cinco anos às operadoras para excluírem das redes 5G equipamentos de fornecedores considerados de “alto risco”, incluindo da chinesa Huawei. “Não sei de onde vem o tema dos cinco anos”, reagiu Ana Figueiredo.

A empresa está a par da decisão que foi tornada pública na semana passada: “Tivemos conhecimento de uma deliberação por parte do [Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço]. Estamos a analisá-la”, confirmou, mesmo assim, a gestora. “A deliberação que define critérios para a classificação dos chamados high risk vendors. Nós estamos a olhar para essa deliberação, porque a deliberação é bastante ampla. Ampla no âmbito e ampla na definição de critérios de exclusão”, considerou.

“Neste momento, o que procuramos é entender e, obviamente, analisar. Estamos a analisar e tomaremos as decisões estratégicas e operacionais que acharmos mais convenientes. Adicionalmente, a Altice Portugal vai cumprir com todos os requisitos legais que forem impostos”, declarou.

Questionada sobre eventuais custos, acrescentou: “Qualquer alteração tem que ser equacionada e procuraremos as melhores soluções possíveis, sempre numa lógica de colaboração e numa lógica de diálogo com as entidades envolvidas. Estamos numa fase de entendimento, de clarificação, porque a informação ainda é escassa. Em função disso, fazemos a nossa análise tecnológica, operacional e só aí poderemos estar em condições de estimar se há ou não algum impacto e, depois, procurar soluções para colmatar esse impacto.”

A responsável lembrou ainda que existem fornecedores que, apesar de estarem sedeados na NATO, na União Europeia ou na OCDE, “dependem também de cadeias de abastecimento fora destas geografias”. A deliberação determina que fabricantes sedeados em países que não pertençam a esses blocos ficam excluídos do mercado.

Contudo, Ana Figueiredo confirmou que a Altice Portugal também usa tecnologia da Huawei na periferia das suas redes: “Usamos todos os fabricantes que existem no mercado.” Momentos antes, já tinha dito que a empresa “recorre a vários players e a vários fabricantes”: “Trabalhamos com vários parceiros tecnológicos de forma diversificada”, disse.

Por fim, a gestora deixou uma mensagem aos clientes: “Escolhemos os nossos fornecedores com base em critérios tecnológicos, técnicos, fiabilidade e, em cima disso, desenhamos redes que são resilientes também do ponto de vista de segurança. Os clientes Meo podem estar seguros de que temos a rede resiliente.”

Na semana passada, a Comissão de Avaliação de Segurança, inserida no Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, deliberou excluir das redes 5G em Portugal equipamentos ou serviços de fornecedores ou prestadores considerados de “alto risco”. Para este efeito, define critérios, incluindo todos aqueles que estejam sedeados fora da União Europeia, da NATO ou da OCDE.

A decisão abrange as partes core e não-core das redes de quinta geração e vai levar a que as operadoras tenham de substituir todos os equipamentos de marcas como a Huawei. O ECO noticiou esta quinta-feira que o prazo será de até cinco anos.

(Notícia atualizada às 16h39 com mais informação)

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Governo aprova novas regras para exames nacionais. Passam a ser três e Português é obrigatório

A partir do próximo ano letivo e de forma "gradual", os alunos terão que realizar três exames para concluir o ensino secundário, sendo que o de Português é obrigatório. 

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que visa alterar as regras para o acesso ao ensino anterior. Na prática, os alunos terão que realizar três exames para concluir o ensino secundário, sendo que o de Português é obrigatório.

“Foi aprovado o decreto-lei que estabelece as condições para a conclusão do ensino secundário e que também introduz uma alteração ao regime jurídico da educação inclusiva”, anunciou o ministro da Educação, no final do Conselho de Ministros, desta quinta-feira.

Com as novas regras para a conclusão do ensino secundário, ” a partir do próximo ano”, os alunos vão passar a realizar três exames, sendo que “todos farão o de Português”, no 12.º ano de escolaridade e “poderão escolher mais quaisquer outros dois exames em função do seu percurso formativo“. O objetivo é introduzir uma maior “flexibilidade”, elencou João Costa.

Nesse sentido, os “exames passam a ponderar 25%” na classificação final da disciplina, sendo que será também feita “uma correção na formula de cálculo da média”, ponderando as disciplinas para a média final “em função do seu caráter anual, bianual ou trianual”. “Até agora todas as disciplinas ponderam da mesma forma, ou seja, uma disciplina trianual como Português vale tanto na média final como uma disciplina de opção anual do 12.º ano”, mas com esta alteração as disciplinais trianuais passam a pontuar “três vezes, as bianuais duas vezes e as anuais uma vez”, elencou o governante.

Com esta alteração à ponderação pretende-se, por um lado, trazer uma solução mais “equilibrada” e, por outro, “reverter alguns comportamentos inflacionistas” de notas. As novas regras, quer as que dizem respeito à escolha dos exames, quer ao nível da ponderação da média, vão entrar em vigor “de forma gradual”, pelo que este ano letivo o modelo irá manter-se inalterado, continuando a vigorar as regras que foram definidas durante a Covid-19.

Ao mesmo tempo, este diploma prevê ainda “o pagamento e a atualização do pagamento” aos professores que estão no júri nacional de exames, dado que estes “estavam ainda abrangidos por uma penalização introduzida do tempo da troika“, que será corrigida, destacou ainda João Costa.

No que toca às alterações do regime jurídico da educação inclusiva, bem aos princípios orientadores da avaliação das aprendizagens, na prática vai significar que as “condições especiais” tidas em conta na correção das provas e exames passem a abranger “todos os alunos que têm perturbação especifica da linguagem” e não apenas os alunos com dislexia.

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