Terminais rodoviários das Camélias e Asprela reabrem no Porto após obras de renovação

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

Os terminais rodoviários das Camélias e da Asprela, no Porto, reabriram esta quinta-feira ao público após obras de renovação. As infraestruturas são geridas pela STCP Serviços.

Os terminais rodoviários das Camélias e da Asprela, no Porto, reabriram esta quinta-feira ao público após obras de renovação, prontos para receber as linhas interurbanas vindas do norte e sul e retirando autocarros do centro da cidade.

De acordo com o portal oficial da Câmara Municipal do Porto, a par da renovação nas Camélias, na Asprela estão em causa terminais tanto no Hospital São João como no Polo Universitário, encerrando-se também esta quinta-feira o terminal Régulo Magauanha, junto às instalações do INEM, perto da Trindade.

Quanto ao terminal das Camélias, junto à Praça da Batalha, a renovação “passou pela criação de uma zona de embarque/desembarque, com cinco cais, e uma zona de apoio para estacionamento de longa duração dos veículos afetos ao transporte público de passageiros”.

“Incluiu a melhoria das paragens, condições de acesso e espera, sinalética, arranjo paisagístico do espaço e ainda a criação de uma sala de espera com apoio de cafetaria e WC, até agora inexistente”, refere também a autarquia, acerca da empreitada.

A mesma permite “organizar o serviço interurbano em transporte público pesado de passageiros na zona sul da cidade, de modo a reduzir o volume de circulações de autocarros no centro do Porto”.

No polo intermodal da Asprela, composto pelos terminais do São João e do Polo Universitário, “coexistirão os serviços de Metro, STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto], AMP [Área Metropolitana do Porto], CIM [Comunidade Intermunicipal] do Tâmega e Sousa, CIM do Ave e ainda alguns serviços expressos“, segundo a autarquia.

No São João, “houve um aumento do espaço de cobertura, materializando um verdadeiro interface multimodal, passando a existir um edifício com Loja Andante, cafetaria, WC’s e uma sala de descanso para os trabalhadores da Metro e da STCP, substituindo instalações provisórias há muito aí instaladas”.

Já no Polo Universitário, o terminal adjacente à estação de metro “será utilizado por operadores privados, que terão aí o términus das suas linhas, e prevê a existência de duas paragens de embarque/desembarque”.

“Também neste terminal existe um edifício com sala de espera, cafetaria, quiosque e WC’s para apoio e conforto dos passageiros”, bem como uma zona de estacionamento para pesados de passageiros “que necessitem fazer tempo de paragem mais alargado”.

A Câmara do Porto refere também além destes terminais, existirão paragens na Circunvalação e na Rua Bernardino de Almeida, no sentido de entrada no Porto, e na Rua Roberto Frias, no sentido da saída.

A consolidação do Polo da Asprela, que nos serviços interurbanos de autocarros movimentará “um número de passageiros e de autocarros interurbanos equivalente ao Terminal Intermodal de Campanhã”, vai permitir a reorganização do serviço e contribuirá “para a redução do volume de circulações” no centro do Porto e em frente ao Hospital de São João.

Todas as infraestruturas são geridas pela STCP Serviços.

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Euribor caem pela terceira sessão consecutiva em todos os prazos

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

Esta quinta-feira, as taxas Euribor desceram em todos os prazos: a três meses para 3,462%, a seis meses para 3,721% e a 12 meses para 3,875%.

As taxas Euribor a três, seis e 12 meses voltaram esta quinta-feira a descer, pela terceira sessão consecutiva, depois de terem iniciado a semana em máximos desde novembro de 2008.

Apesar desta inversão de tendência nas últimas três sessões, as taxas médias de maio continuaram a subir nos três prazos, mas a um ritmo mais lento do que em abril, principalmente nos dois prazos mais curtos.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta quinta-feira, pela terceira sessão consecutiva, para 3,875%, menos 0,064 pontos, depois de ter subido em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, também recuou esta quinta-feira, ao ser fixada em 3,721%, menos 0,025 pontos, contra o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,781%, verificado em 29 de maio. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu esta quinta-feira, ao ser fixada em 3,462%, menos 0,001 pontos, depois de ter subido em 29 de maio até 3,483%, um novo máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 4 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Alexandre Fonseca critica “decisões erráticas” que inibem investimento em Portugal

Antigo líder da Altice Portugal criticou o que disse serem "decisões erráticas" que prejudicam o investimento.

Alexandre Fonseca, antigo presidente executivo da Altice Portugal, que atualmente lidera o grupo Altice a nível internacional, criticou esta quinta-feira o que considerou serem “decisões erráticas que não dão estabilidade” e que inibem o investimento no país. O gestor português criticou ainda a atual legislação laboral.

Historicamente, enquanto líder da Meo, o responsável foi sempre muito crítico das medidas regulatórias da Anacom, que, entende, prejudicaram o setor. Mas a declaração desta quinta-feira também pode ser vista à luz da recente decisão do Estado português de impedir o uso de equipamentos e serviços de empresas como a chinesa Huawei nas redes 5G.

Para Alexandre Fonseca, o país deve “valorizar quem investe”, assim como os gestores e os empresários. “É preciso tratar melhor as empresas”, rematou.

Numa intervenção na cerimónia do sétimo aniversário da Altice Labs, que decorre esta quinta-feira em Aveiro, o gestor, que disse estar muito satisfeito por “voltar a Portugal”, também fez mira à legislação laboral portuguesa: “o atual Código do Trabalho não funciona, é preciso dizê-lo.” Uma declaração que se enquadra no contexto da entrada em vigor das medidas que resultaram da Agenda do Trabalho Digno.

Alexandre Fonseca mostrou-se preocupado com a “dificuldade” que existe em “atrair e reter talento” e disse que o grupo quer “atrair para os quadros” jovens profissionais, retendo-os, mas não “à força” — “reter porque se sentem bem a trabalhar connosco”, esclareceu. “Estes são alguns dos desafios que temos hoje enquanto gestores”, declarou, num “mundo em que os novos paradigmas do trabalho” estimulam a rotação dos trabalhadores.

Na mesma ocasião, o gestor falou ainda em “decisões políticas” que levaram à descontinuação das Parcerias Público-Privadas (PPP) na Saúde, com “consequências diretas para os utentes” do Serviço Nacional de Saúde (SNS). E falando deste setor, denunciou a “falta de interoperabilidade entre setor público e privado”, e, em alguns casos, “mesmo dentro do setor público”.

(Notícia atualizada às 13h25 para clarificar que Alexandre Fonseca não se referiu diretamente à recente decisão do Governo)

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Alunos da Faculdade de Engenharia do Porto vencem competição universitária da Siemens

O prémio é um estágio remunerado de um ano na Siemens e uma viagem à Madeira para conhecer um projeto-referência da multinacional germânica na área da energia

Uma equipa da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), composta pelos alunos Rui Brito e Nuno Ferreira, foi a vencedora do Accelerate Challenge, o novo desafio estudantil da Siemens, que convida os jovens portugueses a refletir sobre a transição energética.

Os alunos da equipa vencedora ganharam um estágio profissional remunerado de 12 meses numa das áreas de negócio da Siemens Portugal e a uma viagem à Madeira para conhecer a solução de armazenamento de energia que a Siemens e a Fluence instalaram a pedido da Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM).

“Iniciativas como esta contribuem para que os alunos entrem em contacto com conceitos e tecnologias que serão muito úteis no seu percurso académico e na sua vida profissional. Esta é também uma forma de estarmos perto dos melhores talentos, os quais poderão vir a integrar as nossas equipas, que estão em constante crescimento”, afirma Fernando Silva, o novo presidente executivo da Siemens Portugal e responsável pela unidade de negócio Smart Infrastructure.

Fernando Silva, presidente executivo da Siemens Portugal, com os alunos vencedores.Siemens

Além do prémio arrecadado pelos estudantes, indica a empresa no mesmo comunicado, a FEUP vai receber soluções da Siemens da área das infraestruturas inteligentes, para equipar os seus espaços letivos, contribuindo para o enriquecimento dos planos curriculares.

O Accelerate Challenge contou com a participação de 17 equipas de dez instituições de ensino: Nova School of Science and Technology, Universidade de Coimbra, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Universidade Lusófona, Instituto Superior de Engenharia do Porto, Politécnico de Leiria, Instituto Superior Técnico e Instituto Politécnico de Viseu.

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Montepio vende Finibanco Angola este mês e admite saídas nas seguradoras

"Tudo está a correr bem" na venda do Finibanco Angola, que ficará fechada este mês, antecipou Virgílio Lima, admitindo ajustamentos de pessoal da área seguradora.

A venda do Finibanco Angola aos nigerianos do Access Bank ficará concluída este mês, antecipou o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), Virgílio Lima, que admitiu que, tal como aconteceu no seu banco, também o negócio segurador poderá passar por um processo de ajustamento do quadro de pessoal.

Sobre a alienação do banco angolano, iniciada no ano passado, Virgílio Lima indicou que “tudo está a correr bem” e há a expectativa de que o closing se possa fechar até final deste mês.

Mas, questionado sobre a confusão na estrutura acionista do Finibanco Angola, como o ECO revelou em primeira mão quando noticiou o acordo de venda o grupo nigeriano há um ano, Virgílio Lima não quis comentar. “A ideia é uma efetiva negociação, no sentido de deixarmos de acompanhar este ativo. A situação do negócio não permite responder” à pergunta sobre qual a participação do Montepio na instituição angolana.

A estrutura acionista do Finibanco Angola ainda não é clara, pelo menos à luz do que apontam os relatórios e contas da AMMG – que diz deter uma participação de 80,22% — e do banco angolano – que indica que o Montepio tem apenas 51% e que Mário Palhares, com 35% e outros acionistas detêm o restante capital, no âmbito do acordo feito em 2015 com Tomás Correia.

Perdas de quatro milhões com venda russa

Quanto ao negócio dos seguros, Virgílio Lima adiantou que, além da venda da exposição da Gazprom, a Lusitania Vida também já vendeu as obrigações da companhia estatal de metalomecânica Novolipetsk Steel. As duas exposições valiam 18 milhões.

“Vendemos com uma perda de cerca de quatro milhões, conseguimos libertar imparidades e deixamos de ter estes ativos”, referiu o presidente da mutualista na apresentação dos resultados consolidados do grupo, que atingiram os 91 milhões de euros.

Tanto a Lusitania Vida como a Lusitania – como todo o setor segurador mundial – passaram por momentos tensos no ano passado por conta da turbulência nas bolsas que se gerou com o início da guerra na Ucrânia e com as sanções aplicadas pelo Ocidente à Rússia.

Virgílio Lima revelou que, “à semelhança do banco”, também o negócio segurador está a fazer um “esforço de reestruturação da oferta, da distribuição, dos processos, tecnologias de informação, e naturalmente poderá haver algum ajustamento em termos de pessoas”.

As saídas ocorrerão “com a observação dos interesses recíprocos, saem se o desejarem fazer”, assinalou o gestor, observando que este tipo de ajustamentos são processos “genéricos e sistémicos” e necessários para garantir a concorrência e o emprego.

Licença do BEM atrai interessados, participações minoritárias à venda

Sobre a venda da licença bancária do Banco Empresa Montepio, que acabou de ser absorvido pelo Banco Montepio, Lima deu conta da existência de interessados no processo, mas escusou-se a adiantar mais detalhes.

Seguindo a estratégia de simplificação da estrutura do grupo, e depois da venda da posição de 27% na empresa de medicina no trabalho Sagies, o Montepio deverá vender as participações minoritárias noutras empresas associadas e consideradas não estratégicas. De acordo com o Montepio, a lista de associadas onde o grupo não tem posição maioritária inclui a Novacâmbios (30%), a Clínica CUF Belém (30,17%) ou a sociedade de capital de risco Bem Comum (32%).

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Capacidade de produção das renováveis deverá triplicar este ano, estima AIE

Segundo a AIE, a capacidade global de energias renováveis deverá aumentar em 107 gigawatts (GW), o maior aumento absoluto de sempre, para mais de 440 GW, em 2023.

A capacidade mundial de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis deverá multiplicar-se por três este ano face ao aumento dos preços dos combustíveis fósseis e as preocupações com a segurança energética, dois fatores que, segundo a Agência Internacional de Energia “impulsionam uma forte implantação da energia solar fotovoltaica e eólica“.

Num relatório publicado esta quinta-feira, a agência liderada por Fatih Birol antecipa que o crescimento verificado este ano deverá manter a tendência de crescimento também no próximo, fazendo com que a capacidade mundial de produção de energia renovável aumente para 4.500 gigawatts (GW). Este valor é “o que equivale à produção total de eletricidade da China e dos Estados Unidos em conjunto”, lê-se na publicação.

Desta forma, a capacidade global de energias renováveis deverá aumentar em 107 gigawatts (GW), o maior aumento absoluto de sempre, para mais de 440 GW em 2023. Esta expansão dinâmica está a ocorrer nos principais mercados mundiais, no entanto, a AIE destaca o papel da China que está a consolidar a sua posição de liderança e deverá representar quase 55% das adições globais de capacidade de energia renovável em 2023 e 2024.

“A energia solar e a energia eólica estão a liderar a rápida expansão da nova economia energética global. Este ano, o mundo deverá adicionar uma quantidade recorde de energias renováveis aos sistemas de eletricidade — mais do que a capacidade total de energia da Alemanha e da Espanha juntas”, indica o diretor-executivo da AIE.

Solar vai impulsionar crescimento

As adições de energia solar fotovoltaica serão responsáveis por dois terços do aumento da capacidade de produção de energia renovável este ano e deverão continuar a crescer em 2024, de acordo com o relatório.

Ao mesmo tempo, prevê-se que a capacidade de fabrico de todos os segmentos de produção de energia solar fotovoltaica mais do que dupliquem, atingindo os 1.000 GW até 2024, liderada pela China e pela crescente diversificação da oferta nos Estados Unidos, na Índia e na Europa. Com base nestas tendências, a entidade prevê que o mundo terá capacidade de fabrico de energia solar fotovoltaica suficiente em 2030 para satisfazer confortavelmente o nível de procura anual previsto no cenário de emissões zero líquidas, até 2050 da AIE.

a aposta nas eólicas deverá crescer 70% em 2023, face ao ano anterior, devido à conclusão da construção de projetos que ficaram parado por causa do ano da pandemia da Covid-19.

Em contraste com a energia solar fotovoltaica, as cadeias de abastecimento de turbinas eólicas não estão a crescer suficientemente depressa para acompanhar a aceleração da procura a médio prazo. Isto deve-se principalmente ao aumento dos preços das matérias-primas e aos desafios da cadeia de abastecimento, que estão a reduzir a rentabilidade dos fabricantes.

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“Ainda é necessário um aperto considerável” nas taxas de juro, avisa líder do BCE

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

Christine Lagarde afirmou na Alemanha que ainda há um longo caminho a percorrer para colocar as taxas de juro em níveis "suficientemente restritivos".

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse esta quinta-feira que a instituição deve aumentar ainda mais as taxas de juros porque a inflação está muito alta.

A inflação é demasiado alta hoje e continuará a sê-lo durante muito tempo“, afirmou Lagarde, num discurso proferido numa conferência de caixas económicas alemãs em Hannover, na Alemanha. “Estamos determinados a reduzi-la atempadamente para o nosso objetivo de médio prazo de 2%”, acrescentou a presidente do BCE.

É por esta razão, explicou Lagarde, que o BCE começou em julho do ano passado a aumentar as taxas de juro ao ritmo mais rápido até à data e deixou claro que ainda há um longo caminho a percorrer para colocar as taxas de juro em níveis suficientemente restritivos.

“Estes aumentos já estão a repercutir-se fortemente nas condições de crédito bancário, incluindo aqui na Alemanha” e “ainda é necessário um aperto considerável“, segundo Lagarde. No entanto, é incerta a intensidade com que a política monetária do BCE será transmitida à economia real, referiu Lagarde.

“Por isso, precisamos de continuar o nosso ciclo ascendente até estarmos confiantes de que a inflação está no bom caminho para regressar ao nosso objetivo a tempo”, disse Lagarde na 27.ª Conferência das Caixas Económicas Alemãs 2023, intitulada “Porque é mais do que dinheiro”.

Lagarde afirmou que o limite máximo até ao qual o BCE irá aumentar as suas taxas de juro dependerá da sua avaliação dos dados económicos, que são as perspetivas de inflação, a tendência da inflação subjacente e a força com que a política monetária é transmitida.

O BCE começou a aumentar suas taxas de juros em julho do ano passado e, desde então, já as elevou sete vezes consecutivas até ao nível atual de 3,75%.

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Centros Via Outlets celebram mês do orgulho LGBTQIA+

"Be Proud. Be You" é a assinatura da iniciativa que está presente em Portugal mas também nos restantes nove outlets do grupo na Europa. 

Os centros Freeport Lisboa Fashion Outlet e Vila do Conde Porto Fashion Outlets estão a celebrar o mês do Orgulho LGBTQIA+. Be Proud. Be You” é a assinatura da iniciativa, que está presente em Portugal mas também nos restantes nove outlets do grupo na Europa.

O mês é assinalado com uma exposição de ilustrações exclusivas criadas por artistas locais nos mercados onde o grupo opera e uma edição limitada de tote bags com ilustrações dos nove artistas europeus. E Portugal foi escolhido Júlio Dolbeth, através de uma parceria com a agência de ilustradores Illustopia, que apoiou a Via Outlets na iniciativa. A ilustração representa uns olhos do arco-íris, símbolo da diversidade e inclusão da comunidade LGBTQIA+, explica a Via Outlets.

“Foi com muita satisfação que aceitei fazer parte desta iniciativa, colaborando para poder celebrar o orgulho na diversidade, com todos os que visitam os centros em causa” afirma Júlio Dolbeth. “Os olhos na ilustração transmitem força, resiliência e desafio diante da adversidade. São uma representação visual do que é fazer parte da comunidade LGBT: é algo a ser celebrado e abraçado, não escondido. A cor e a diversidade de cores inspiram a olhar para um mundo que é multicor e não a preto e branco”, prossegue, citado em comunicado.

O tote bag desenhado por Júlio Dolbeth está à venda nos outlets de Alcochete e Vila do Conde e os lucros revertem para a Ilga Europa, organização sem fins lucrativos que trabalha com ativistas LGBTI em 54 países na Europa e Ásia Central. A exposição decorre em simultâneo, a partir do próximo dia 6 e durante um mês, em Portugal, nos Países Baixos, Alemanha, República Checa, Noruega, Polónia, Espanha, Suécia e Suíça.

“Temos uma responsabilidade concreta perante todos os colaboradores, marcas parceiras, visitantes e comunidades locais nas quais nos inserimos, que passa pela criação de um ambiente inclusivo e que celebre a diversidade”, diz Catarina Tomaz, diretora de marketing da Via Outlets em Portugal

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Dívida pública aumenta 0,2% em abril para 280 mil milhões de euros

Há quatro meses seguidos que a dívida pública não para de subir. No entanto, em abril, o ritmo de crescimento da dívida foi o mais modesto desde janeiro, mas está a aproximar-se do crescimento do PIB.

A dívida pública continua a crescer. De acordo com dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, a dívida pública aumentou 670 milhões de euros em abril, ou 0,2% face a março, para cerca de 280 mil milhões de euros. “Esta evolução refletiu o crescimento das responsabilidades em depósitos (1,1 mil milhões de euros), com as emissões de Certificados de Aforro a ascenderem a 1,7 mil milhões de euros”, refere o Banco de Portugal.

Em sentido contrário, o banco central revela que se observaram amortizações líquidas de títulos de dívida de longo prazo num montante de 300 milhões de euros, e de 100 milhões de euros de empréstimos.

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Apesar de em abril a subida da dívida registada ter sido a mais modesta desde o início do ano, foi o quarto mês de subidas consecutivas. Só este ano, a dívida pública nacional na ótica de Maastricht acumula um aumento de 7,4 mil milhões de euros, mais 0,3% face a abril de 2022.

Apesar dessa evolução, os dados do Banco de Portugal revelam que, no primeiro trimestre, a dívida pública teve um crescimento homólogo de 1,2%, que compara com um crescimento do PIB de 2,5% no mesmo período.

As últimas previsões do Governo apontam para que as contas públicas terminem o ano com mais uma queda do rácio da dívida pública face ao PIB. Depois de uma redução de quase 12 pontos percentuais para 113,8% do PIB em 2022, Fernando Medina espera terminar 2023 com uma dívida pública abaixo da fasquia dos 110% do PIB.

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As dúvidas que persistem depois da resposta de António Costa ao PSD

O primeiro-ministro foi rápido a responder às questões enviadas pelos social-democratas, mas deixa alguns temas por esclarecer e noutros foge a uma resposta direta.

O prazo era de 30 dias mas o primeiro-ministro não perdeu tempo a responder às 15 perguntas endereçadas na quarta-feira pelo PSD. As respostas, muitas delas curtas, não esclarecem tudo, nomeadamente se António Costa falou com o seu secretário de Estado Adjunto sobre a intervenção do SIS na noite dos incidentes no Ministério das Infraestruturas.

O grupo parlamentar do PSD entregou esta quarta-feira um requerimento com 15 perguntas ao primeiro-ministro sobre a sua eventual participação no acionamento do Serviço de informações de Segurança (SIS) para recuperar o computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, na noite de 26 de abril.

As primeiras questões prendiam-se com o contacto telefónico feito por João Galamba a António Costa, “entre a uma e as duas da manhã”, revelado pelo ministro das Infraestruturas na audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP, em que reportou ao primeiro-ministro que foi acionado o SIS. Bem como as conversas tidas naquele dia com o secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, António Mendonça Mendes, em que este sugeriu a João Galamba que acionasse o SIS, após ouvir o relato dos incidentes.

Na respostas divulgadas em vários meios de comunicação, António Costa confirma o contacto com João Galamba, sem precisar horas, e a natureza do relato. “Como já foi repetidamente explicado, o ministro das Infraestruturas contactou-me telefonicamente na noite de 26 para 27 de abril, tendo-me informado resumidamente do ocorrido e tranquilizando-me que já havia sido comunicado às autoridades competentes, nomeadamente ao SIS”.

Mas não confirma a versão do ministro sobre a existência das conversas com Mendonça Mendes, nem o conteúdo das mesmas. “De acordo com o exposto pelo ministro das Infraestruturas e confirmado pela sua chefe do gabinete, a iniciativa de contactar o Serviço de Informações de Segurança partiu da própria chefe do gabinete do ministro das Infraestruturas, não tendo resultado de sugestão do secretário de estado adjunto do Primeiro-Ministro”, responde.

O chefe do Governo também não esclarece um tema que parece tabu: se falou ou não com o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro naquela noite. O próprio Mendonça Mendes tem-se recusado a esclarecer essa questão. O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro vai ser ouvido na Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento no dia 6 de janeiro, no âmbito de um pedido potestativo apresentado pela Iniciativa Liberal.

António Costa garante, ainda assim, que não foi informado previamente de qualquer ação do SIS nem foi “chamado a conceder qualquer autorização“.

Os parlamentares social-democratas pedem também que o primeiro-ministro indique “a base legal, concreta e precisa, em que se fundamentou a intervenção do SIRP/SIS?”. O chefe de Governo não responde diretamente. Remete para as audições da secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa e do diretor do Serviço de Informações de Segurança na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, realizadas à porta fechada.

Segundo António Costa, aqueles dois responsáveis expuseram no Parlamento “a base legal da sua atuação” e “os órgãos competentes para a fiscalização da atuação dos serviços de informações já declararam publicamente – e por unanimidade – não haver indícios de ter havido atuação ilegal por parte do Serviço de Informações de Segurança”.

Desconheço o conteúdo da documentação contida no computador, só tendo conhecimento que pelo menos alguns dos seus documentos haviam sido classificados pela entidade competente.

António Costa

Primeiro-ministro

O PSD queria também saber “que informação ou documentação guardada no computador e que tipo de riscos estavam envolvidos que justificariam, no seu entendimento, uma intervenção do SIRP/SIS?”. O primeiro-ministro não tem mais informação a dar além da que já veio a público: “Desconheço o conteúdo da documentação contida no computador, só tendo conhecimento que pelo menos alguns dos seus documentos haviam sido classificados pela entidade competente”, responde.

António Costa também não responde diretamente à pergunta sobre porque não foi confiada a condução do processo de recuperação do computador de Frederico Pinheiro à Polícia de Segurança Pública e à Polícia Judiciária, que também foram acionadas por membros do Governo. “A atuação do Serviço de Informações de Segurança não se confunde com a dos órgãos de polícia criminal, que agem no âmbito da investigação criminal, com os critérios próprios da sua autonomia tático-policial e sob a direção da autoridade judiciária competente”, responde.

“Tanto quanto é do meu conhecimento o Serviço de Informações de Segurança articulou-se devidamente com a Polícia Judiciária, designadamente na preservação da integridade e integralidade da informação contida no computador que lhe foi entregue pelo Dr. Frederico Pinheiro”, acrescenta, consolidando três questões numa só resposta.

Sobre o motivo para não ter sido recuperado também o telemóvel de trabalho do ex-adjunto de João Galamba, diz que não dispõe de informação que permita responder.

O primeiro-ministro deixa uma crítica ao ministro das Infraestruturas. A chefe de gabinete disse na comissão parlamentar de inquérito à TAP que não existia qualquer cópia do Plano de Reestruturação da companhia aérea no arquivo do Ministério mas apenas no computador de Frederico Pinheiro. O PSD perguntou se António Costa considerava esta uma prática normal? “Não considero uma prática normal”, respondeu.

O líder do PSD, Luís Montenegro, admitiu avançar com uma comissão parlamentar de inquérito à atuação do SIS caso o partido considerasse que o tema não ficou esclarecido. “Vamos endereçar estas perguntas ao primeiro-ministro para que ele não desperdice a oportunidade de clarificar toda esta ocorrência e de evitar uma comissão de inquérito sobre este assunto, que do nosso ponto de vista deve ser evitada. Mas não podemos excluir de todo essa possibilidade, porque se não sobrar outro instrumento de esclarecimento que não seja esse, não teremos outro remédio”, afirmou.

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Fábrica de Peniche cria marca e primeira loja para o mercado nacional

A empresa do grupo Thai Union, que emprega 850 pessoas em Peniche, estreia-se a vender no mercado português através da marca Peniche Can e inaugura a primeira loja física no país.

Fundada em 1915, a European Seafood Investment Portugal (ESIP) é a quarta maior empresa exportadora do distrito de Leiria, com um volume de exportações superior a 82,6 milhões de euros. Detida pelo grupo Thai Union, emprega mais de 850 funcionários na zona de Peniche e soma no portefólio mais 90 receitas diferentes e 16 espécies de peixe.

A unidade portuguesa acaba de se estrear também na venda de produtos no mercado nacional, através do lançamento oficial da nova marca Peniche Can, coincidindo com a inauguração de uma loja física nas instalações de Peniche. E apresentou também o site penichecan, através do qual passa a disponibilizar também os artigos para todo o território nacional.

“A nova loja de fábrica e a marca Peniche Can by Thai Union, em particular a primeira submarca Peniche Can Surf, são uma celebração de Peniche como um local de recreio para surfistas de Portugal e de todo o mundo. A nossa loja fica mesmo ao lado da praia e no coração da nossa comunidade. Estamos todos orgulhosos de viver e trabalhar aqui, e a nossa Peniche Can Store irá mostrar às pessoas de perto e de longe que estamos a produzir de forma responsável produtos do mar que chegam a todo o mundo a partir de Peniche”, comenta João Santos, diretor da fábrica da ESIP, citado em comunicado.

A ESIP é um pilar importante da economia do distrito de Leiria e é uma das nossas fábricas mais versáteis na Europa. Damos emprego a mais de 850 pessoas de Peniche e arredores.

Sven Massen

Diretor de operações para a Europa da Thai Union

Sven Massen, diretor de operações para a Europa da empresa-mãe Thai Union, declarou: “A ESIP é um pilar importante da economia do distrito de Leiria e é uma das nossas fábricas mais versáteis na Europa. Damos emprego a mais de 850 pessoas de Peniche e arredores, pelo que esta loja e a nossa nova marca Peniche Can by Thai Union são a nossa forma de partilhar a nossa paixão pela pesca e pelo mar com a comunidade e com o povo português.”

A loja, situada junto às instalações de produção da ESIP, exibe a nova criação da marca da fábrica, Peniche Can Surf, uma seleção de saladas de atum, que se dirige à comunidade de surfistas de Peniche e da região, e a todas as pessoas que mantêm um estilo de vida saudável e ativo. Em breve será também lançada outra submarca, Peniche Can Fish.

A loja da fábrica, denominada Peniche Can Store, foi inaugurada na quinta-feira pela equipa da ESIP e contou com a presença de Khrongkanit Rakcharoen, embaixadora da Tailândia em Portugal, Supamas Yunyasit, ministro conselheiro da embaixada da Tailândia, Henrique Batista Antunes, presidente da Câmara Municipal de Peniche, Sven Massen, diretor de Operações da Thai Union para a Europa e João Santos, diretor da fábrica da ESIP, que conta com volume de negócios anual de 84 milhões de euros.

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Funcionários judiciais de Coimbra reclamam “Justiça para quem nela trabalha”

  • Lusa
  • 1 Junho 2023

Mais de 60 funcionários judiciais de Coimbra reclamaram "Justiça para quem nela trabalha", defendendo que são a linha da frente de uma "máquina" sem a qual os tribunais não funcionariam.

Mais de 60 funcionários judiciais da Comarca de Coimbra reclamaram esta quinta-feira “Justiça para quem nela trabalha”, defendendo que são a linha da frente de uma “máquina” sem a qual os tribunais de todo o país não funcionariam.

“Reivindicamos pouquinha coisa para uma carreira que já não é atrativa e em que houve progressão zero. É importante que olhem para nós e nos vejam de outra forma, pois somos a frontline da justiça em Portugal e sem nós isto não funciona“, destacou Paula Marques, oficial de justiça no Juízo Local Cível de Coimbra.

Envergando uma t-shirt preta onde se podia ler “Justiça para quem nela trabalha”, à semelhança dos colegas que a acompanhavam, a oficial de justiça disse à agência Lusa que tem cerca de 30 anos de serviço e que “em 1995 a carreira era muito aliciante”.

Segundo a funcionária judicial, depois de uma greve, em 1995, até lhes foi concedido “o suplemento de 10% que devia ser integrado no vencimento”, mas que “acabou por nunca acontecer”.

Hoje luto por mim e por quem chegou há pouco à profissão. Estou nesta luta desde o início“, acrescentou.

Pedro Gomes, do Juízo de Instrução Criminal de Coimbra, está há 15 anos numa carreira que lhe permitiu “apenas subir para o terceiro escalão, quando já devia estar no quinto”.

Eu já devia ter subido de categoria. Sou escrivão auxiliar, como se estivesse em início de carreira, quando já devia ser escrivão adjunto“, disse.

A manifestação, que decorreu ao início da manhã, na entrada do Palácio da Justiça de Coimbra, foi convocada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), que reivindica a abertura de procedimento para acesso a todas as categorias cujos lugares se encontrem vagos.

Os funcionários judiciais exigem ainda a inclusão no vencimento do suplemento de recuperação processual, com efeitos a 1 de janeiro de 2021, ou seja, o pagamento do valor mensal nas 14 prestações anuais, bem como a revisão da tabela salarial.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, António Marçal, que marcou presença em frente ao Palácio da Justiça, a Comarca de Coimbra “é uma comarca muito difícil”.

É uma comarca díspar entre o litoral e o interior, onde faltam mais de 15% dos funcionários e já estamos a falar apenas e só em relação aos funcionários colocados e que são dos mapas do pessoal. Porque se falarmos também em relação à falta dos funcionários pelas baixas prolongadas que existem, então estaremos a falar de um quinto de funcionários em falta”, vincou.

Atualmente a Comarca de Coimbra “tem cerca de três centenas de oficiais de justiça, mas eram necessários mais 50“.

Há a agravante de a média de idades ser de 59,6 anos, ou seja, aproxima-se dos 60 anos, o que quer dizer que há muitos que estão já a chegar à idade da aposentação. E se nada for feito, esta falta de funcionários vai ser cada vez maior e sentir-se cada vez mais”, sustentou.

António Marçal disse ainda que para além da falta de funcionários, Coimbra é também uma comarca onde “a falta de condições do edificado é gritante” e onde “só na cidade são pagos mensalmente mais de 60 mil euros em rendas por edifícios que não têm nenhumas condições”.

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