FMI mais pessimista que Centeno: economia vai crescer 1,7% em 2024
FMI antecipa que Portugal acelere o crescimento para 2,1% em 2025. Valor é inferior aos 2,3% previstos pelo Banco de Portugal, mas superior aos 1,8% da Comissão Europeia ou aos 1,9% do CFP.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano. Um valor revisto em alta pela instituição liderada por Kristalina Georgieva, mas que fica abaixo da mais recente previsão do Banco de Portugal de 2%, mas acima da inscrita no Orçamento do Estado para 2024, de 1,5%, e que o Governo replicou no Programa de Estabilidade entregue esta segunda-feira no Parlamento.
Nas previsões de outubro, o FMI esperava que Portugal crescesse 1,5%, em linha com o Executivo, mas agora reviu em alta as previsões em duas décimas. Aponta mesmo o desempenho da economia nacional como um dos motivos para que a revisão em baixa para a zona euro não seja ainda mais pronunciada.
“Prevê-se que o crescimento na zona euro recupere da sua taxa reduzida de uns estimados 0,4% em 2023, o que refletiu uma exposição relativamente elevada à guerra na Ucrânia, para 0,8% em 2024 e 1,5% em 2025”, lê-se no World Economic Outlook publicado esta terça-feira. “O consumo mais forte das famílias, à medida que os efeitos do choque nos preços da energia diminuem e uma desaceleração da inflação apoia o crescimento do rendimento real, deverá impulsionar a retoma. O ritmo da recuperação é revisto em baixa em 0,3 pontos percentuais para a Alemanha, tanto em 2024 como em 2025, tendo em conta a persistente fraca confiança dos consumidores, embora este ajustamento seja largamente compensado por melhorias em várias economias mais pequenas, incluindo Bélgica e Portugal”, explica o FMI.
O Fundo antecipa que Portugal acelere o crescimento em 2025, apontando para 2,1%. Um valor inferior aos 2,3% previstos pelo Banco de Portugal, mas superior aos 1,8% da Comissão Europeia ou aos 1,9% do Conselho das Finanças Publicas. A instituição liderada por Nazaré Costa Cabral só vê a economia a crescer 2,1% nos anos seguintes, já depois de implementado o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Já o Governo de Luís Montenegro calcula que a “economia deverá crescer 1,5% em 2024, em linha com o previsto no OE24, ainda que com expectativas mais favoráveis para o desempenho da procura interna e menos favoráveis para a procura externa líquida”. E, nos anos seguintes, num cenário de políticas invariantes, “o crescimento do PIB tenderá a estabilizar em 1,8%, em linha com o crescimento potencial da economia”, lê-se no Programa de Estabilidade.
Para a maioria dos principais parceiros comerciais de Portugal, o cenário é de desaceleração, o que penaliza as expectativas de exportações futuras e de crescimento por essa via. Espanha, por exemplo, deverá passar de um crescimento de 2,5% em 2023 para 1,9% em 2024, mas depois recupera para 2,1% em 2025. Já para a Alemanha, o FMI projeta um crescimento de 0,2% em 2024, após a contração de 0,3% o ano passado e um crescimento de 1,3% em 2025, em ambos os casos uma revisão em baixa de três décimas face a outubro.
Quanto à inflação, o FMI aposta numa desaceleração dos 5,3% registados em 2023 para 2,2% este ano e 2% no próximo. Um valor inferior aos 3,3% inscritos no Orçamento do Estado para 2024, mas também aos 2,5% que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, inscreveu no Programa de Estabilidade. Para 2025, o Governo aponta para uma inflação de 2,1%, que desacelera para os 2% nos anos seguintes.
Também ao nível do mercado de trabalho, o FMI está mais otimista: prevê que a taxa de desemprego desça dos 6,6% de 2023 para 6,5% este ano e 6,3% no próximo. Já o Governo aponta para uma taxa de desemprego de 6,7% em 2024 e 6,5% no próximo. Só em 2026 chegará aos 6,3%, continuando depois a trajetória descendente.
Já ao nível da balança das transações correntes, o Fundo espera uma melhoria de duas décimas no excedente de 2024 (1,6%) face ao ano anterior e depois uma redução para 1,5% no ano seguinte.
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