Falido Douro Atlantic Garden paga mais 2,4 milhões ao Novobanco

Liquidação do fundo imobiliário do GES criado para um megaprojeto em Gaia vai entregar mais 2,4 milhões ao Novobanco, que ficará com mais de 20 milhões por recuperar de uma dívida de quase 60 milhões.

O administrador de insolvência do fundo imobiliário do Grupo Espírito Santo (GES) criado para desenvolver o Douro Atlantic Garden, em Vila Nova de Gaia, fez as últimas contas e vai entregar 2,4 milhões de euros ao Novobanco, de acordo com a proposta de rateio final que apresentou esta semana no tribunal.

Ainda assim, o banco liderado por Mark Bourke, que é o principal credor do Invesfundo III, ficará com 23,6 milhões de euros por recuperar de uma dívida de 58 milhões que herdou do BES, que colapsou há dez anos.

A conta bancária da massa insolvente do fundo apresenta um saldo ligeiramente superior a 2,4 milhões de euros. E é esse valor que o administrador do processo de insolvência, Bruno da Costa Pereira, pretende entregar aos credores. São apenas três credores que vão receber dinheiro: o Novobanco (2,4 milhões), a Autoridade Tributária (16 mil euros) e a Gesfimo (252 euros).

O Invesfundo III entrou em insolvência em 2019, depois de nunca ter conseguido erguer o megaprojeto imobiliário nos terrenos gaienses da Antiga Seca do Bacalhau para o qual foi criado em 2006. Promovido pela Espírito Santo Property, o fundo contou com financiamento a 100% do BES desde a primeira hora, anunciou o projeto em 2013, que não veio a sair do papel.

Nos últimos anos, em resultado da venda de terrenos, o Novobanco foi recuperando gradualmente a exposição junto do fundo imobiliário (como demos conta aqui, aqui e aqui, por exemplo), mas já sabendo que dificilmente recuperaria os quase 60 milhões de euros na sua totalidade.

Feitas estas últimas contas, o banco vai conseguir recuperar 34,4 milhões de euros da insolvência, ficando por pagar cerca de 40% da dívida que herdou do BES.

O Invesfundo III faz parte de uma “família” de fundos criados na década de 2000 no seio do Grupo Espírito Santo (GES) para diversas apostas no setor imobiliário.

Eram nove os Invesfundos ao todo, a maioria dos quais já foram fechados ou estão em vias de fechar, incluindo este que arrancou em 2006 com os ativos imobiliários adquiridos pela Dulivira – sociedade ligada a Duarte Lima e Vítor Raposo, ex-deputados do PSD – à empresa pública Estamo, por 28 milhões de euros.

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