Yunit Consulting aposta em Andreia Jotta para liderar direção de desenvolvimento de negócio

  • + M
  • 6 Fevereiro 2024

Andreia Jotta já desempenhava o cargo de diretora de marketing e parcerias da consultora, que aposta agora na convergência entre estratégia de negócio e de marketing.

A direção de desenvolvimento de negócio da Yunit Consulting – departamento que inclui as equipas de marketing e comercial – passa a ser assumida por Andreia Jotta, que já desempenhava desde 2021 o cargo de diretora de marketing e parcerias da consultora. A Yunit Consulting aposta assim na convergência entre estratégia de negócio e de marketing.

“Acreditamos que este é o caminho que vai diferenciar-nos e posicionar-nos num ambiente cada vez mais competitivo. A nossa missão não é apenas apoiar as empresas na tomada de melhores decisões, mas também trabalhar conjuntamente em estratégias integradas e personalizadas, partilhando a responsabilidade pelo seu ciclo de vida. No fundo, criar um sentido de comunidade e propósito”, diz Andreia Jotta, citada em comunicado.

A agora responsável pela direção de desenvolvimento de negócio da Yunit Consulting acrescenta que com a criação desta nova área “pretendemos a curto prazo passar de um cenário em que o marketing já colabora com o departamento comercial no contacto com clientes e identificação de potenciais clientes, para uma convergência total de esforços, determinante para continuarmos a evoluir no mercado”.

Formada em relações internacionais, Andreia Jotta esteve durante quase uma década à frente do departamento de marketing e comunicação da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. Passou ainda por instituições com a UNESCO e o Ministério das Finanças.

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Agricultores do Baixo Mondego dizem que reunião com ministra “correu bem”

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

À saída, os agricultores disseram que irão analisar, com o restante grupo, o que foi debatido na reunião, na qual foi "tudo devidamente esclarecido".

Os agricultores do Baixo Mondego consideraram esta terça-feira que a reunião com a ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, correu bem, deixando ainda a garantia de que tudo foi devidamente conversado e esclarecido.

Foi uma reunião de muito trabalho, muito técnica. Uma reunião que correu bem”, disse João Monteiro Grilo, da Comissão Independente de Agricultores do Baixo Mondego.

A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, reuniu-se esta manhã, na Direção Regional de Agricultura do Centro, em Coimbra, com a Comissão Independente de Agricultores do Baixo Mondego.

Os cinco elementos da comissão, que marcaram presença na reunião que durou mais de duas horas e meia, levaram consigo simbolicamente alguns sacos de arroz do Baixo Mondego.

À saída, os agricultores disseram ainda aos jornalistas que irão analisar, com o restante grupo, o que foi debatido na reunião, na qual foi “tudo devidamente esclarecido”. “Conversámos sobre tudo”, acrescentou João Monteiro Grilo.

Já a ministra da Agricultura escusou-se a fazer declarações, deixando apenas a indicação de que foi “uma reunião muito produtiva”.

Os agricultores do Baixo Mondego manifestaram-se a semana passada na Baixa da cidade de Coimbra, interrompendo o trânsito na avenida Fernão de Magalhães durante dois dias. A exigência de construção da nova barragem de Girabolhos, em Seia, foi uma das especificidades do protesto dos agricultores em Coimbra.

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Alentejo abre concurso para investimentos “verdes” nas empresas

Programa destina-se a micro, pequenas e médias empresas do Alentejo Litoral que invistam nos setores das energias renováveis, agroalimentar e turismo.

As micro, pequenas e médias empresas dos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines podem candidatar-se ao concurso “Investimento Empresarial Produtivo para uma Transição Justa”, lançado pelo Programa Alentejo 2030. O fundo tem uma dotação máxima de 20.000 euros e serão elegíveis investimentos produtivos enquadráveis nos setores das energias renováveis, agroalimentar e turismo.

Este programa tem como objetivo “apoiar o investimento empresarial em atividades inovadoras e qualificadas, e operações que conduzam à diversificação, modernização e reconversão económicas, com foco no reforço e expansão de novas indústrias e serviços tecnologicamente avançados dirigidos à transição climática e energética“, adianta a autoridade de gestão do Programa Regional do Alentejo 2030.

Dentro das ações elegíveis estão englobados projetos que visem a criação de um novo estabelecimento; o aumento da capacidade de um estabelecimento já existente, devendo esse aumento corresponder no mínimo a 20% da capacidade instalada em relação ao ano pré-projeto e a diversificação da produção de um estabelecimento para produtos não produzidos anteriormente no estabelecimento.

A taxa de financiamento das despesas elegíveis é obtida a partir da soma das parcelas seguintes até ao limite máximo de 60%. As despesas com construção de edifícios, obras de remodelação e outras construções são elegíveis até ao limite de 35% da totalidade das despesas elegíveis da operação enquadráveis nos setores das energias renováveis e agroalimentar e até ao limite de 60% da totalidade das despesas elegíveis da operação enquadráveis no setor do turismo.

Não são elegíveis as despesas relacionadas com empreendimentos turísticos/unidades de alojamento exploradas em regime de direito de habitação periódica, de natureza real ou obrigacional.

O período de candidaturas arrancou a 22 de janeiro e decorre em quatro fases, sendo que a data de encerramento de cada fase decorre a 12 de abril, 31 de julho, 18 de outubro e 16 de dezembro. As candidaturas são apresentadas online no Balcão dos Fundos e são analisadas 60 dias úteis após o fecho de cada fase e notificada ao candidato no prazo máximo de cinco dias, a contar da data da sua emissão, conjuntamente com o respetivo termo de aceitação.

O formulário de candidatura e documentos anexos, será analisada pelo Instituto do Turismo de Portugal para os projetos do setor do turismo e pela Agência para a Competitividade e Inovação para os restantes projetos. As listas de candidaturas aprovadas serão publicadas no site do Programa Regional Alentejo 2030 e no Portugal 2030.

Em relação aos pagamentos aos beneficiários serão efetuados a título de adiantamento (adiantamento inicial até 10%, adiantamento contra fatura e adiantamento contragarantia), reembolso e/ou pagamento final, nos termos definidos em norma da Autoridade de Pagamento.

O Programa Regional Alentejo 2030 é um dos principais instrumentos financeiros colocado à disposição do Alentejo para promover a competitividade da economia, a sustentabilidade ambiental e a valorização do território e das pessoas na região.

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“As empresas portuguesas colaboram pouco entre si”, critica Augusto Mateus

O ex-ministro Augusto Mateus considera que para aumentar a competitividade e a produtividade é crucial uma maior colaboração das empresas, mas também uma política económica construtiva e ambiciosa.

Portugal enfrenta há largos anos um problema de baixos níveis de produtividade e de competitividade, que tem sido acompanhado por uma queda do investimento público, particularmente nos últimos anos.

Para Augusto Mateus, ex-ministro da Economia e ex-professor do ISEG, grande parte desse quadro é justificado pela ausência de uma política económica capaz de promover uma colaboração eficaz entre o setor público e o privado, e entre as próprias empresas, como mostra o estudo “O Comércio e Serviços na Competitividade e Internacionalização da Economia Portugal”, desenvolvido pelo ex-governante com o apoio da Confederação do Comércio e Serviços, que foi apresentado esta terça-feira em Lisboa.

Para contornar este quadro pouco recomendável para a economia nacional, Augusto Mateus recomenda, por exemplo, “a valorização económica e a gestão integrada e sustentável de fileiras de produção e cadeias de valor, combinando bens e serviços baseados em recursos endógenos e ativos específicos, localizados e não transferíveis”, lê-se no estudo.

Para o ex-governante, a promoção da competitividade da economia nacional requer assim a “construção de plataformas colaborativas geradoras de sinergias”, tanto no plano empresarial, através de colaborações entre empresas nacionais, como “no plano do relacionamento entre o setor público e o setor privado”, defendeu durante a sua apresentação para uma plateia de duas centenas de pessoas.

Além disso, Augusto Mateus chamou a atenção para os baixos níveis de servitização da produção, fazendo com que grande parte das empresas deixe de lado o potencial de valorizarem a sua operação adicionando à venda dos seus produtos ou serviços outros serviços.

Augusto Mateus explica que isso acontece não por uma decisão unilateral das empresas, mas “porque os fatores competitivos são pouco desenvolvidos, insuficientemente importantes”.

O ex-governante defende assim um alongamento e aprofundamento das cadeias de valor por forma a haver “uma maior articulação entre a produção de bens e serviços e a produção de serviços”, para que as empresas possam oferecer um maior valor acrescentando à sua operação.

Se os desafios colocados às empresas são muitos, Augusto Mateus salienta que nada será verdadeiramente eficaz sem o papel do Governo através de uma política económica construtiva e ambiciosa que, segundo considera, tem sido esquecida, como é visível pela “situação calamitosa do investimento”, destacando a passagem de um investimento público equivalente a 3,6% do PIB entre 2004-2008 para um nível de investimento de 1,9% entre 2014 e 2018.

“Não chega melhorar as empresas, é preciso melhorar a política económica”, defendeu Augusto Mateus no decorrer da sua apresentação, apontando o dedo ao facto de “Portugal continuar com dificuldade em financiar aquilo que é o seu Estado social, aquilo que é a ambição da sua população, aquilo que são as possibilidades dos seus recursos”.

E também não deixa de criticar o discurso político de “contas certas” que tanto se tem ouvido por parte do Governo, notando que “as contas certas fazem-se com investimento, não é sem investimento” e que “as contas certas fazem-se com serviços públicos melhores, não é com serviços públicos piores”.

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Mais de um terço dos portugueses gasta mais de 30% do rendimento com a casa

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

Em novembro, houve uma diminuição de 4,5 pontos percentuais dos portugueses que dedicam 31% a 50% do seu rendimento a gastos com renda ou prestações da casa em relação a julho.

Mais de um terço (36,4%) dos inquiridos num estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa refere gastar mais de 30% do rendimento do agregado familiar com arrendamento ou pagamento de prestações de casa.

O estudo decorreu entre julho e novembro de 2023 e teve como objetivo avaliar as perceções dos portugueses relativamente a temas atuais, entre os quais a crise na habitação.

Comparando estes resultados aos obtidos em julho de 2023, verificou-se em novembro do ano passado uma diminuição de 4,5 pontos percentuais (p.p.) dos inquiridos cujo agregado familiar dedica 31% a 50% do seu rendimento a gastos com renda ou prestações da casa.

Por outro lado, aumentou ligeiramente tanto o número de participantes que dizem alocar 0% dos seus rendimentos como os que dizem destinar entre 11% a 20% do rendimento do seu agregado familiar a este tipo de gasto (+1,3 p.p. e +3,4 p.p., respetivamente).

A análise do Observatório de Sociedade Portuguesa da Católica-Lisbon refere também que 16,2% dos inquiridos indica não ter qualquer encargo com renda ou prestações de crédito à habitação.

“Verifica-se, portanto, uma diminuição da taxa de esforço dos agregados familiares portugueses entre julho de 2023 e novembro de 2023, que poderá ser explicada por diferentes apoios estabelecidos pelo Estado, como por exemplo o apoio extraordinário à renda, a moratória do crédito à habitação ou a bonificação temporária de juros”, salienta.

Questionados se os preços das habitações na localidade de residência subiram no último ano, 95,4% consideram que sim, com 30,6% a afirmarem que aumentaram bastante e 64,8% a dizer que aumentaram muito.

Apenas 0,1% dos inquiridos consideram que os preços não têm aumentado, aponta o estudo, assinalando ainda um aumento de 1,8 pontos percentuais em novembro de 2023 dos que consideram que os preços na sua localidade aumentaram muito no último ano.

A grande maioria (91,1%) revela preocupação com a situação habitacional em Portugal, enquanto 59,9% dos inquiridos demonstram estar muito preocupados e 3,7% pouco ou nada preocupados.

As conclusões do estudo apontam ainda que 62,6% dos inquiridos indicam residir em casa própria, 27,1% em casa arrendada e 10,3% estão noutra situação.

A amostra contou com a participação de 1.000 inquiridos, com idades entre os 20 e os 75 anos, que, em comparação com proporções nacionais recolhidas no Censos 2021, “está bastante semelhante, apenas com uma proporção superior de indivíduos entre 50 e 59 anos e uma proporção inferior de adultos entre 60 e 69 anos, dadas as características de recolha do painel de estudos online“.

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Turismo do Algarve vai formar 1.800 profissionais do setor

Com o objetivo de capacitar os profissionais do setor, o Turismo do Algarve e o Turismo de Portugal lançaram o Programa “Competências do Futuro Algarve.

O Turismo do Algarve e o Turismo de Portugal apresentaram um programa de formação para os profissionais do setor para fazer frente aos desafios da indústria, nomeadamente a escassez de mão-de-obra e do reforço de competências. O programa “Competências do Futuro Algarve” contempla 440 horas de formação e envolve 1.800 profissionais.

Serão 440 horas de formação online, com recurso às escolas de Hotelaria e Turismo de Faro, Portimão e Vila Real de Santo António, nas áreas de liderança e gestão de equipas, competências de gestão, marketing e literacia digital, serviço de excelência no setor turístico, além de gestão sustentável dos recursos e eficiência hídrica.

“Este programa surge como resposta às necessidades identificadas pelas principais associações setoriais e tem como objetivo primordial apoiar os empresários do turismo na sua atividade, proporcionando um conjunto abrangente de ações de capacitação em áreas cruciais para o setor”, explicou o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, durante o lançamento do programa, na sede da Região de Turismo do Algarve (RTA).

“A excelência no serviço prestado é um compromisso inegociável para o Algarve, e a capacitação dos profissionais é um pilar essencial para alcançar esse desiderato neste setor fundamental para a economia regional”, completou.

Em comunicado, o Turismo do Algarve detalha que o programa “Competências do Futuro Algarve” contemplará dois intakes, a decorrer de fevereiro a maio e de outubro a dezembro – fora da época alta de atividade turística –, e quatro bootcamps presenciais nas escolas de Hotelaria e Turismo de Faro, Portimão e Vila Real de Santo António, um por cada área temática. No final das ações online decorrerá uma sessão presencial envolvendo todos os participantes.

Perante os desafios da personalização, da escassez de recursos humanos, do desajustamento das competências face ao mercado e da sustentabilidade, o Turismo do Algarve avançou com o levantamento das necessidades de formação junto do setor empresarial para identificar as áreas de competência prioritárias, tendo sido também analisadas as tendências no setor.

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Relação anula medidas de coação de Armando Pereira e arrasa decisão de Carlos Alexandre

Decisão da Relação defende que a decisão de Carlos Alexandre, de julho de 2023, "é, de todo, absoluta e rigorosamente nada". Agora, a questão será de novo decidida por outro juiz do chamado Ticão.

O Tribunal da Relação anulou o despacho do (à data) juiz de instrução criminal, Carlos Alexandre, que aplicou a prisão domiciliária, ou, em alternativa, o pagamento de uma caução de dez milhões de euros, ao cofundador da Altice, Armando Pereira.

“Importa afastar qualquer equívoco, pelo que é fundamental, ao aplicar uma medida de coação, que o juiz de instrução criminal o faça por decisão sua e não por se ter deixado ‘arrastar’ pelo requerimento do Ministério Público nesse sentido. É essencial que a decisão surja aos olhos do cidadão, efetivamente, como uma decisão pessoal do juiz”, diz a juíza relatora do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL).

Armando Pereira está indiciado pelo Ministério Público de 11 crimes, entre os quais seis de corrupção ativa e um de corrupção passiva no setor privado, além de quatro de branqueamento de capitais e crimes não quantificados de falsificação de documentos na Operação Picoas. Neste processo está em causa uma “viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência” que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva e para crimes de fraude fiscal e branqueamento. Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.

Armando Pereira esteve em prisão domiciliária desde julho – sem qualquer vigilância, eletrónica ou policial – até outubro. A 30 de outubro pagou uma caução de dez milhões de euros (a mais alta de sempre aplicada a um arguido) e ficou em liberdade. Agora, os juízes desembargadores da Relação deram razão ao arguido e a questão terá de baixar de novo ao chamado Ticão, para aplicação de novas medidas de coação.

“Cremos resultar evidente, ostensivo mesmo, que o que aqui consta, desde logo reportado ao arguido Armando Pereira, em termos de enunciação dos elementos do processo que indiciam os factos imputados, não tem a virtualidade de poder integrar, ainda que de forma imperfeita e insuficiente, a noção contida na lei”, diz o acórdão a que o ECO teve acesso. “O que aqui consta – mais que decisivamente insuficiente em termos de satisfazer a mencionada exigência legal – é, de todo, absoluta e rigorosamente nada”, escreve a juíza relatora. E acrescenta que “nem se diga que a este propósito, em sede de matéria de facto, se faz a remissão para a promoção do MP, (que não se faz, de resto) sendo certo, contudo, que também ela diz rigorosamente o mesmo. Nada mais.”

Relembrando ainda que se exige e compete ao juiz de instrução nesta fase de inquérito uma apreciação, tendo como base o despacho do MP, sobre a existência de suficientes ou de fortes indícios, da prática pelo detido dos factos que lhe são imputados, para afinal concluir, ou não, pela verificação dos pressupostos de que depende a aplicação de uma medida de coação. Ao invés, diz o acórdão, este despacho de Carlos Alexandre é, em suma, um mero “comprovar a decisão do MP de lhe submeter o arguido detido para interrogatório e para aplicação de medida de coação”.

Carlos AlexandreLusa

O que diz então a decisão da Relação de Lisboa?

  • “A questão aqui não está na remissão para o despacho da acusação mas sim em saber se perante a reprodução do que nele consta, a remissão efetuada primeiro pelo MP e depois pelo juiz, não para um documento, não para uma pasta de documentos, não para um apenso – o que já seria, porventura, problemático – mas sim para a prova dos autos, em que o destinatário terá de adivinhar o que releva, qual a leitura e interpretação feita pelo juiz”;
  • “A aplicação das medidas de coação não está motivada nem fundamentada, neste preciso e concreto segmento, de modo a permitir ao arguido, primeiro, suscitar e a este Tribunal, depois, efetuar, a sua efetiva defesa em recurso”;
  • E, “não se trata de motivação concisa e sintética, ainda assim, completa. Nem de sumária fundamentação. Trata-se de absoluta omissão de fundamentação”;
  • “O dever de fundamentação das decisões judiciais é a forma conseguida pelo legislador de fazer sobrepor a lógica e a verdade decisórias ao capricho e ao arbítrio do seu autor, constituindo, assim, um instrumento de racionalização técnica da atividade decisória do tribunal”;
  • “Importa afastar qualquer equívoco, pelo que é fundamental, ao aplicar uma medida de coação, que o juiz de instrução o faça por decisão sua e não por se ter deixado ‘arrastar’ pelo requerimento do MP, nesse sentido”;
  • “É essencial que a decisão surja aos olhos do cidadão, efetivamente, como uma decisão pessoal do juiz.”;
  • “Doutra forma, fica uma fundamentação em abstrato que apenas em abstrato pode ser combatida e que apenas em abstrato este tribunal pode apreciar, avaliar e julgar”;
  • Neste contexto “o arguido não beneficiou, muto longe disso, de resto, de uma mínima concretização quanto à identificação das provas que o juiz de instrução teve presentes, na afirmação indiciária dos factos que lhe imputa. Aliás aquele forma de expressão “volumes 1 a 26, apensos listados de fls. 11.729 a 11.736 e apensos bancários nas caixas 3 a 10”, deixa transparecer, mesmo, a ideia de que nada disto, afinal, foi consultado pelo juiz de instrução” Carlos Alexandre;
  • “Do que foi feito, seguramente – e este é que é o ponto – não é possível, a ninguém ficar a saber, a perceber, a entender, a compreender, de todo e muito menos, com a suficiência e clareza exigidas, que meios de prova, que meios de obtenção de prova, de entre as espécies enumeradas, sustentam a afirmação dos fortes indícios”;
  • E, assim, pode-se afirmar, com total segurança, que a decisão recorrida assenta em elementos probatórios que não lhe foram comunicados”;
  • “Nem o arguido conhece os elementos do processo que indiciam os factos indiciariamente imputados – apenas tem a noção de que se trata da prova dos autos. Nem o Tribunal de recurso, os conhece e tão pouco, de forma alguma a eles pode ter acesso. Donde o despacho é inequívoca e incontornavelmente nulo por falta do apontado requisito de fundamentação de facto”;

Armando Pereira, cofundador da Altice, pagou dez milhões de euros de caução e ficou assim em liberdade, deixando de estar em prisão domiciliária em outubro. A caução foi paga através de um depósito bancário. Dinheiro esse que teve de ser transferido do estrangeiro para Portugal antes de ser entregue à Justiça. A caução foi prestada numa conta da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Armando Pereira, cofundador da AlticeHenrique Casinhas/ECO

O responsável ficou também proibido de contactar os outros arguidos do processo e colaboradores de empresas ligadas ao também arguido Hernâni Antunes (conhecido como braço direito de Armando Pereira) e o grupo Altice, bem como de viajar para o estrangeiro sem autorização.

Até aqui, o primeiro lugar de cauções elevadas pertencia a Manuel Pinho, com o valor de seis milhões. Porém, o ex-ministro não conseguiu pagar esse valor e, por isso, ficou em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica.

Meses antes – em 2021 – foram aplicadas a dois dos arguidos mais mediáticos da história recente da Justiça portuguesa — o ex-presidente do SL Benfica, Luís Filipe Vieira e o empresário madeirense, Joe Berardo — o pagamento de cauções de três milhões e cinco milhões de euros, respetivamente.

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Jornalismo nos EUA enfrenta “tempestade” com centenas de despedimentos desde o início do ano

Os media norte-americanos têm enfrentado um início de ano complicado, com sucessivas vagas de despedimentos. Só em janeiro foram 528 os postos de trabalho cortados na indústria do jornalismo.

A crise do jornalismo – que levou os jornalistas portugueses a juntarem-se em congresso e que encontrou o seu “expoente máximo” na crise que tem assolado a Global Media – não é exclusiva a Portugal. Do outro lado do Atlântico, também os Estados Unidos da América (EUA) se deparam com um setor marcado pela instabilidade e despedimentos.

O panorama, que já não estava favorável, tem sido catastrófico para os meios de comunicação nos EUA na entrada em 2024, com sucessivas vagas de despedimentos, greves e manifestações de trabalhadores. Só em janeiro foram 528 os postos de trabalho cortados na indústria do jornalismo norte-americana, segundo um relatório da Challenger, Gray and Christmas.

O jornal digital The Messenger foi um dos mais recentes órgãos de comunicação norte-americanos vítima desta crise, com os seus trabalhadores a serem apanhados no meio das sucessivas ondas de despedimento desde o início do ano.

Depois de terem sido investidos cerca de 50 milhões de dólares (46,6 milhões de euros), o The Messenger fechou abruptamente na semana passada após apenas oito meses de operação. A notícia foi dada aos funcionários pelo próprio fundador Jimmy Finkelstein através de email, onde anunciou a paralisação imediata da empresa e o despedimento dos cerca de 300 trabalhadores, incluindo jornalistas experientes que vieram de publicações como a Reuters, Politico ou NBC News, refere o The New York Times.

Também no início deste mês de fevereiro, o The Wall Street Journal restruturou a sua redação em Washington, demitindo cerca de 20 funcionários, segundo a Axios. Poucos dias antes, no final de janeiro, o The New York Daily News e a Forbes viram a sua estrutura abanada depois dos seus trabalhadores terem abandonado os seus postos de trabalho e saído à rua em protesto.

Ambas as paralisações foram históricas, tendo sido a primeira em mais de um século da revista e a primeira em mais de três décadas do jornal sediado em Nova Iorque.

A 23 de janeiro foi o jornal Los Angeles Times (LAT) que anunciou que ia despedir mais de um quinto da sua redação depois de perdas anuais de 30 milhões a 40 milhões de dólares, implicando o despedimento de pelo menos 115 jornalistas. Já em junho de 2023 tinham sido eliminados 70 postos de trabalho no jornal californiano que soma 51 Prémios Pulitzer.

No mesmo dia, também a revista Time anunciou o despedimento de cerca de 15% da sua força de trabalho, afetando cerca de 30 trabalhadores de diferentes departamentos da empresa, entre os quais se encontravam 13 jornalistas, segundo a publicação na rede social X (ex-Twitter) de uma das jornalistas afetadas.

Ainda no dia 23 de janeiro, 400 jornalistas e trabalhadores do grupo Condé Nast (que integra a Vanity Fair, Vogue ou GQ) fizeram uma greve de 24 horas em protesto contra as condições de um plano de despedimentos no grupo, que previa inicialmente um corte em 5% da sua força de trabalho. Este plano foi depois revisto pela empresa, que divulgou então que iria demitir 94 trabalhadores.

Poucos dias depois, a Business Insider também comunicou o despedimento de 8% dos seus trabalhadores, afetando cerca de 50 colaboradores. Em abril do ano passado a Business Insider já tinha comunicado aos trabalhadores que iria dispensar cerca de 10% dos funcionários.

Antes destes, outro anúncio chocante e simbólico aconteceu junto do jornalismo desportivo norte-americano, com o anúncio do despedimento da maioria da redação da revista Sports Illustrated pela sua editora, Arena Group.

Enquanto alguns dos trabalhadores receberam um email a dar conta do seu despedimento imediato, muitos dos trabalhadores que ficaram estão também sem saber o que os espera, na medida em que lhes foi dito que iriam manter os seus empregos por “pelo menos 90 dias”, referia o The New York Times. À data dos despedimentos, a Sports Illustrated contava com cerca de 100 jornalistas.

No início de janeiro, também foi revelado que a NBC News ia despedir entre 50 a 100 dos seus funcionários, segundo o Deadline.

A imprensa norte-americana encontra-se assim num momento “catastrófico” para o setor, com vagas de despedimentos a sucederem-se e a afetar centenas de trabalhadores, numa tendência que parece que se tem vindo a agravar nos últimos anos.

Ainda segundo um outro relatório divulgado no início de dezembro pela Challenger, Gray and Christmas, foram suprimidos 2.681 empregos nas redações norte-americanas em 2023, depois de 1.808 em 2022 e 1.511 em 2021.

E as dificuldades parecem afetar também os meios de comunicação que já foram pensados para um mundo totalmente digital e com uma forma de organização “supostamente adequada às novas vigências do jornalismo”, tal como sublinhou a ex-diretora da Visão Mafalda Anjos na Conversas +M – Jornalismo, as notícias e o negócio.

Exemplo disso – além do já referido The Messenger, são a Vice que declarou falência em maio passado, e o BuzzFeed que anunciou em abril o fecho do seu site BuzzFeed News, despedindo 15% da sua força de trabalho, ou seja 60 pessoas.

No meio da tempestade ainda é possível vislumbrar alguns raios de sol

Ainda assim, nem tudo é negativo e ainda é possível vislumbrar alguns raios de sol no meio da tempestade que afeta o setor. Depois de um jornal semanário publicado em Engene, cidade do estado de Oregon, ter sido obrigado a despedir a redação inteira, uma angariação de fundos e o apoio da comunidade vai permitir o relançamento do jornal.

O Eugene Weekly foi obrigado a despedir a totalidade dos seus 10 funcionários funcionários depois dos seus fundos terem sido desviados por um ex-trabalhador. No entanto, seis semanas após o desfalque, o semanário vai conseguir voltar às bancas no dia 8 de fevereiro com uma tiragem de 25 mil exemplares, graças a campanhas de angariação de fundos e de contribuições por parte da comunidade, refere a Fortune.

O semanário foi fundado em 1982 e é distribuído gratuitamente numa das maiores cidades norte-americanas do estado de Oregon. Pouco antes do Natal, foi descoberto que um ex-trabalhador tinha desviado cerca de 90 mil dólares e que o jornal devia cerca de 100 mil dólares.

Desde dezembro até ao final de janeiro, o Eugene Weekly conseguiu recolher cerca de 150 mil dólares, com grande parte do montante a ter origem numa campanha online através da plataforma GoFundMe, onde já alcançou mais de 90 mil dólares. Parte do apoio financeiro também surgiu de empresas, artistas e leitores locais.

Depois de deixar de sair para as bancas, o website do jornal ainda continuou a funcionar através de trabalho voluntário, em particular através do trabalho de estudantes de jornalismo da universidade local e de jornalistas freelancers que ofereceram histórias ao jornal.

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Uber diz que “não foi ouvida” no processo que reconhece contrato com estafeta

Plataforma garante não ter sido notificada ou ouvida no âmbito do processo que acabou por reconhecer um contrato de trabalho entre um estafeta e a plataforma. Decisão histórica em risco.

Muito provavelmente” a decisão histórica do Tribunal do Trabalho de Lisboa de reconhecer um contrato de trabalho entre um estafeta e a plataforma digital Uber Eats “não terá efeito“. Isto porque a Uber garante não ter sido notificada, nem ouvida, no âmbito deste processo, indicou esta terça-feira fonte oficial da plataforma.

“A Uber não foi notificada nem ouvida em relação a este caso, o que significa que o direito de defesa não lhe foi garantido e que a decisão muito provavelmente não terá efeito“, sublinha fonte oficial da plataforma.

A sentença do Tribunal do Trabalho de Lisboa, à qual o ECO teve acesso, indica que a ré foi citada e não contestou, mas a Uber garante que tal não aconteceu.

Ao que o ECO conseguiu apurar junto de várias fontes ligadas aos processos em curso para o reconhecimento de contratos de trabalho entre os estafetas e as plataformas digitais, a notificação foi enviada, por engano, não para a Uber, mas para outra plataforma, daí esta discrepância.

Importa notar que, de acordo com o balanço mais recente da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), já chegaram ao Ministério Público quase 900 ações para o reconhecimento de contrato de trabalho entre os estafetas e as plataformas, que são relativas a 16 plataformas.

Além deste caso, há, portanto, centenas de outros processos em curso nos tribunais portugueses, alguns dos quais já com julgamento marcado.

Por outro lado, de forma independente, vários estafetas também já avançaram para tribunal contra as plataformas, no sentido de verem reconhecidos vínculos de trabalho. Para março está marcado o julgamento de uma dessas ações (neste caso, contra a Glovo), conforme já escreveu o ECO.

Na base destes processos, está a alteração ao Código do Trabalho, que entrou em vigor a 1 de maio e veio abrir a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores por conta de outrem das plataformas digitais, desde que sejam reconhecidos indícios de subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixar a retribuição ou tiver poder disciplinar, pode estar em causa um laço de subordinação.

No entender da Uber, as alterações à lei do trabalho “não beneficiam os estafetas“. “Em vez disso, estão a gerar incerteza em todo o setor e entropia junto dos tribunais“, atira fonte oficial da plataforma.

Os estafetas já deixaram claro que querem manter a sua independência e a liberdade para usarem as plataformas digitais quando, como e onde quiserem. Do nosso lado, continuaremos a defender que a flexibilidade que os estafetas procuram deve ser preservada e que é compatível com direitos e proteções a que todos os trabalhadores, independentemente do seu estatuto, devem ter acesso”, realça a Uber.

Entre os estafetas, há, sim, quem prefira continuar a passar recibos verdes às plataformas digitais. Mas há também quem esteja a lutar pelo reconhecimento de um vínculo de trabalho dependente. Entre estes últimos, o movimento Estafetas em Luta tem estado em destaque, e o seu porta-voz, Marcel Borges, chegou a dizer-se contente perante a decisão do Tribunal do Trabalho de Lisboa, que agora está em risco.

Numa mensagem publicada na rede social Instagram, o porta-voz referiu estar em causa um “marco histórico“, que serviria de “divisor de águas contra a precarização dos estafetas e de todos que trabalham com as plataformas digitais“.

Notícia atualizada às 13h05

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Taxas Euribor sobem a três, seis e 12 meses pela terceira sessão seguida

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

A Euribor subiu esta terça-feira, pela terceira sessão consecutiva, a três, a seis e a 12 meses, face a segunda-feira e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos.

A Euribor subiu esta terça-feira, pela terceira sessão consecutiva, a três, a seis e a 12 meses, face a segunda-feira e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos.

Com as alterações desta terça-feira, a Euribor a três meses, que avançou para 3,932%, ficou acima da taxa a seis meses (3,922%) e da taxa a 12 meses (3,667%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, subiu esta terça-feira para 3,667%, mais 0,034 pontos que na segunda-feira, depois de ter avançado em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do ‘stock‘ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 36,1% e 23,9%, respetivamente.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, também subiu esta terça-feira, para 3,922%, mais 0,017 pontos que na véspera, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses avançou esta terça-feira face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,932%, mais 0,010 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor em janeiro voltou a cair nos três prazos, mas menos acentuadamente do que em dezembro.

A média da Euribor em janeiro desceu 0,010 pontos para 3,925% a três meses (contra 3,935% em janeiro), 0,035 pontos para 3,892% a seis meses (contra 3,927%) e 0,070 pontos para 3,609% a 12 meses (contra 3,679%).

Em dezembro, a média da Euribor baixou 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 25 de janeiro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro de referência pela terceira vez consecutiva, depois de dez aumentos desde 21 de julho de 2022.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 7 de março.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Acionista diz que solução para Global Media ainda está longe

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

O acionista Kevin Ho não confirmou a compra do Jornal de Notícias, O Jogo e TSF e referiu que os atuais acionistas pretendem "continuar fortemente envolvidos nas marcas" do Global Media Group.

A solução para as dificuldades financeiras do Global Media Group (GMG), que inclui o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e a TSF, ainda está longe, disse esta terça-feira o acionista Kevin Ho King Lun.

Um acordo “está ainda numa fase muito prematura“, disse Kevin Ho aos jornalistas em Macau, à margem de um evento público.

Estivemos muito perto de assinar um memorando de entendimento, mas ainda estamos longe de um acordo“, explicou o empresário.

Na sexta-feira, o empresário Diogo Freitas, da Officetotal Food Brands, disse que o acordo para a compra de alguns jornais e revistas do GMG e da rádio TSF “está fechado”, mas que faltava ainda ser assinado.

Diogo Freitas lidera um grupo de investidores e empresários de Portugal que tinha manifestado interesse em 12 de janeiro em comprar o Jornal de Notícias (JN), O Jogo, JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta do Mundo, assim como a maioria do capital da Sociedade Notícias Direct, bem como a TSF.

Kevin Ho não confirmou esta informação, sublinhando que “há muitas diferentes opções” em cima da mesa, que serão discutidas “ao longo das próximas semanas”. O empresário garantiu, no entanto, que os atuais acionistas pretendem “continuar fortemente envolvidos nas marcas” do GMG.

Por outro lado, Ho não garantiu que os salários em atraso seriam pagos até quarta-feira, 7 de fevereiro. “Esperamos até amanhã”, disse o empresário.

Na sexta-feira, Ho e os outros acionistas do GMG, Marco Galinha, Mendes Ferreira e José Pedro Soeiro tinham dito que estava “previsto o pagamento dos salários até ao dia 7 de fevereiro, estando a ser avaliados mecanismos para a regularização do subsídio de Natal”.

Na sexta-feira, a assembleia de trabalhadores da TSF discutiu a “possibilidade da suspensão dos contratos de trabalho” caso o pagamento dos salários não for efetuado nos prazos previstos.

Face à promessa dos acionistas, os trabalhadores do Diário de Notícias suspenderam, até 7 de fevereiro, uma greve que estava marcada para a passada sexta-feira, 2 de fevereiro.

Por outro lado, Kevin Ho negou que o GMG tenha uma dívida no valor de 2,1 milhões de euros em Macau. “Temos simplesmente, como qualquer empresa, fornecedores a quem é preciso, empréstimos de acionistas”, disse.

Em 10 de janeiro, o presidente da Comissão Executiva do GMG, José Paulo Fafe, disse na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que o grupo tinha dívidas no valor de 2,1 milhões de euros em Macau e de 700 mil euros em Malta, “em empresas de jogo online que nunca funcionaram, ou melhor, de licenças de jogo online”.

Em 31 de janeiro, Fafe apresentou a demissão por considerar “estarem esgotadas” as condições para exercer as funções.

Está marcada para 19 de fevereiro uma assembleia-geral extraordinária de acionistas do GMG, a pedido da KNJ, empresa de Kevin Ho, e de José Pedro Soeiro, com cinco pontos na ordem de trabalhos, entre eles a destituição do atual Conselho de Administração e um aumento de capital de cinco milhões de euros.

O empresário Marco Galinha detém uma participação efetiva de 50,25% no GMG, através da Páginas Civilizadas (41,51%) e da Grandes Notícias (8,74%), enquanto a KNJ detém 29,35% e José Pedro Soeiro 20,4%.

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Agricultores ameaçam manter bloqueio em Valença: “Não vamos sair daqui até sermos ouvidos”

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2024

Movimento dos Agricultores do Norte reivindica que problemas da região são "diferentes" e "agravados" em relação ao resto do país e alerta que 70% a 80% das explorações correm o risco de encerrar.

O Movimento de Agricultores do Norte avisou esta terça-feira que vai manter os bloqueios em Valença até serem ouvidas reivindicações com “mais de 20 anos”, específicas da região, alertando para o risco de encerramento de 70% a 80% de explorações.

“Não vamos sair daqui até sermos ouvidos. Viemos como se vai para a guerra: viemos, mas não sabemos quando saímos. E vamo-nos fazer ouvir. Querem-nos sufocar, mas o nosso último grito vai ser muito alto”, afirmou à Lusa Fábio Viana, porta-voz do Movimento dos Agricultores do Norte, que esta terça-feira se mobilizou pela primeira vez desde o início dos protestos de agricultores para mostrar que as reivindicações e problemas do Norte são “diferentes” e “agravados” em relação ao resto do país.

Fábio Viana alertou que “o Norte não é na África Central, embora esteja um bocadinho distante”, vincando que o Governo tem conhecimento dos problemas dos agricultores da região mas não apresentou ainda qualquer resposta. “Os nossos problemas são conhecidos pelo Governo, que tem arranjado maneira de descredibilizar a região, as áreas de pastoreio e o nosso produto”, frisou.

O responsável alertou que “ninguém está a ver o problema como ele é”. “Neste momento, temos o sério risco, na região Norte, de 70 a 80% das explorações terminarem”, sublinhou, questionando: “Quem se vai responsabilizar por isso? Quem se vai responsabilizar pela gestão do nosso território? Daqui a uns anos temos um incêndio em Melgaço, vai acabar às portas de Lisboa”, avisou.

Perante os “sérios problemas para resolver” a Norte, o movimento de agricultores optou por se “separar” das manifestações do resto do país, que ocorreram de forma mais intensa na semana passada. “Sofremos os problemas que sofrem a nível nacional, mas são agravados“, vincou.

A Norte, disse, o problema é “cinco ou seis vezes” mais “agravado”, apontando o dedo ao facto de os baldios terem sido afastados dos apoios atribuídos à produção biológica. “Nem sequer temos essa ajuda [reivindicada pelos agricultores do Sul]. Já tivemos, mas saiu daqui. Posso tocar numa ferida. A nossa área de baldio é 5 a 10% elegível para pastoreio. Lá em baixo temos sobreiros classificados como culturas frutícolas. Os nossos produtos biológicos não são certificados, têm preços mais baixos no mercado e não são elegíveis para apoios“, lamentou.

Fábio Viana diz que os agricultores do Norte não tiveram “qualquer tipo de resposta”, embora o Governo e as confederações conheçam os problemas. “Os grandes núcleos de agricultura absorvem estas grandes questões para eles e nós ficamos aqui abandonados. Vivemos em zona de montanha, temos custos de entrega elevadíssimos. Este é o nosso último grito“, notou.

Esta terça-feira, os acessos à cidade de Valença estão condicionados, com a rotunda da Estrada Nacional (EN) 13 em São Pedro da Torre, Valença, e a rotunda de São Teotónio, no centro da cidade, cortadas pelo Movimento dos Agricultores do Norte. Também a circulação na A3 está condicionada entre as portagens de Valença e a ponte internacional Valença-Tui.

Contactada pela Lusa, a GNR de Viana do Castelo sugere que o acesso a Espanha e a Valença seja feito a partir de Vila Nova de Cerveira, uma vez que as outras entradas estão bloqueadas.

O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de ‘luz verde’ de Bruxelas.

A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.

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