Novobanco demite Carlos Brandão e apresenta queixa à PGR
O Novobanco demitiu o administrador Carlos Brandão por causa de operações financeiras suspeitas "na sua esfera pessoal", e fez participação ao Ministério Público.
O Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco aprovou a destituição com justa causa de Carlos Brandão do cargo de membro do Conselho de Administração Executivo e Chief Risk Officer (CRO), com efeitos imediatos. “Esta decisão foi tomada no seguimento da identificação, através de processos internos do Banco, de operações financeiras suspeitas realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades“, lê-se no comunicado enviado à CMVM.
Carlos Brandão entrou no Novobanco em julho 2017 e é board member e CRO desde setembro de 2022. “As operações em causa não estão relacionadas nem envolvem, de forma alguma, o Banco e, como tal, não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes, na posição financeira ou na atividade do Banco, nas suas operações comerciais, no sistema de gestão de riscos nem nos seus colaboradores”, garante o Novobanco no mesmo comunicado.
“Após deteção da situação, o Banco iniciou uma investigação interna e apresentou uma denúncia junto do Ministério Público, o que levou ao início de uma investigação que está agora em curso. De igual modo, o Banco reportou o assunto ao regulador e à autoridade de supervisão competente nesta matéria“, acrescenta o banco liderado por Mark Bourke.
O CEO do Novobanco vai, aliás, assumir interinamente o cargo de administrador com o pelouro do risco. O plano de sucessão foi ativado pelo Comité de Nomeações do Conselho Geral e de Supervisão, e os respetivos desenvolvimentos serão anunciados oportunamente, logo que concluído o processo”, esclarece o Novobanco.
Carlos Brandão é licenciado em Economia, tem um Mestrado em Gestão Comercial e Marketing e um Programa Avançado de Gestão. Integrou o Novobanco como diretor coordenador da área de Risco em julho de 2017 e, em agosto de 2022, foi promovido a administrador executivo do Conselho de Administração. Antes, em 2016, tinha sido nomeado country manager do Barclays Bank com os pelouros de Risco, Retalho e Controlo Interno.
De acordo com o relatório e contas de 2023 do Novobanco, Carlos Brandão recebeu em setembro de 2023 de forma antecipada 75 mil euros de Prémio de Desempenho de 2023. Em 2023 tinha um salário de 320 mil euros brutos, que foi acrescido de 72,5 mil euros de remuneração variável de 2022, totalizando 392,5 mil euros.
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