BCP resiste à descida de juros com lucro a subir quase 9% até setembro
Banco liderado por Miguel Maya registou lucros de 775,9 milhões de euros nos primeiros nove meses, mais 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
O BCP BCP 3,21% continua a resistir à descida das taxas de juro. O banco liderado por Miguel Maya viu o lucro subir 8,7% para 775,9 milhões de euros até setembro, segundo anunciou esta quarta-feira.
“Tem sido nove meses complexos, com um enquadramento mais complexo do que tínhamos antecipado, marcado pela incerteza de duas guerras. Apesar de tudo, o banco tem vindo, trimestre após trimestre, a apresentar uma evolução muito favorável”, disse Miguel Maya na apresentação das contas.
Em Portugal, o resultado da atividade teve um aumento de 8% para 654,5 milhões de euros. Mas também o negócio internacional deu um forte contributo, liderado pela operação polaca, cujos lucros ascenderam a 202 milhões de euros – isto apesar dos encargos de 380 milhões associados à carteira de empréstimos em francos suíços.
Embora a descida das taxas de juro esteja a pressionar as margens dos bancos, no caso do BCP ainda há sinal positivo na rubrica: foram mais 2,6% para 2,166 mil milhões de euros. Em Portugal praticamente estabilizou, mas há um crescimento de mais de 5% nas operações internacionais, segundo o líder do BCP.
As comissões subiram 4% para 628,8 milhões e deram também um contributo para o crescimento de 5% do produto bancário, que ascendeu a 2,8 mil milhões.
Outro fator que ajudou no resultado foi o adicional de solidariedade, que foi declarado inconstitucional. Miguel Maya adiantou que o banco já contabilizou 18,6 milhões de euros nestas contas. “Faltam 12 milhões que contabilizaremos quando houver decisões finais dos tribunais”, disse ainda.
Quanto aos custos, superaram a fasquia dos mil milhões de euros, crescendo mais de 9% em termos homólogos sobretudo por conta do aumento dos encargos com o pessoal. Esta evolução teve impacto negativo no cost-to-income: o rácio subiu dois pontos percentuais para 37% – a meta do banco passa por manter-se abaixo dos 40%.
Quase metade do novo crédito da casa é para jovens
No que toca ao balanço, os recursos a nível do grupo somaram 8,6% para 109,5 mil milhões de euros, sendo que 88 mil milhões correspondem a depósitos. Na operação doméstica, os depósitos aumentaram 4,8% para 56,1 mil milhões.
Já a carteira de crédito cresceu 5% a nível do grupo, atingindo os 61,5 mil milhões, sendo que em Portugal ascende a 42,6 mil milhões, mais 7,2% em termos homólogos. O banco registou aumentos em todos os segmentos.
Na habitação, o aumento foi de 8% para 20,9 mil milhões. Miguel Maya adiantou que a linha de garantia pública dos jovens “tem tido importância para o crescimento do crédito da casa. “Os jovens pesam cerca de 47% na nova produção”, revelou.
“À data de hoje, temos 44% do nosso plafond [da linha estatal] utilizado, ainda temos plafond para chegar ao final do ano, depois veremos como as coisas se poderão processar”, afirmou ainda.
(notícia atualizada às 17h59)
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