Goldman Sachs vê EDP a subir dividendos novamente. E a reforçar na EDP Renováveis
A EDP acabou de vender seis barragens no Douro por 2,2 mil milhões. Depois deste negócio, o Goldman Sachs vê elétrica portuguesa com margem para subir dividendos e a reforçar na EDP Renováveis.
Depois da venda das barragens no Douro no final do ano passado, por cerca de 2,2 mil milhões de euros, a EDP tem margem para voltar a aumentar os dividendos e para reforçar a sua posição na EDP Renováveis, dizem os analistas do Goldman Sachs em duas notas de investimento separadas a que o ECO teve acesso e onde recomendam a compra dos dois títulos.
Em relação à EDP EDP 1,94% , o banco de investimento americano atribui um preço alvo de 4,40 euros, abaixo da anterior avaliação de 4,50 euros. Ainda assim, apesar da redução do preço alvo, a EDP continua a apresentar um potencial de valorização de quase 15% face à cotação da passada sexta-feira.
Para a EDP Renováveis EDPR 4,27% , detida em cerca de 83% pela casa-mãe EDP, os analistas do Goldman melhoraram a avaliação dos títulos dos 11,00 euros para os 11,30 euros, antevendo ganhos na casa dos 10% nos próximos 12 meses.
As novas avaliações do Goldman Sachs para as duas elétricas portuguesas surgem depois de a EDP ter fechado a venda de seis barragens no Douro a um consórcio liderado pela Engie, num negócio avaliado em 2,2 mil milhões de euros e que se encontra à espera das autorizações regulatórias para que se concretize. A EDP fechou o ano de 2019 com uma valorização anual de 26,73%, enquanto a EDP Renováveis acumulou ganhos de 35% ao longo dos 12 meses. As subidas podem não ficar por aqui e, por isso, o banco recomenda comprar os dois títulos portugueses.
Segundo o banco, a EDP poderá agora voltar a aumentar os dividendos — atualmente distribui um dividendo de 0,19 euros por ação. “Estimamos que — em 2021 — o crescimento dos resultados permitam à EDP começar a aumentar o dividendo por ação outra vez; a aprovação da venda dos ativos hídricos poderá acelerar este cenário, dependendo da extensão do crescimento do capex. Atualmente estimamos que a EDP distribua cerca de 25% da sua capitalização bolsista durante 2020-2024”, escrevem os analistas do Goldman Sachs.
EDP perde em Lisboa
Também na sequência da alienação dos ativos hídricos no Norte de Portugal, o Goldman Sachs acredita que a reestruturação em curso do portefólio da EDP poderá levar a companhia liderada por António Mexia a reforçar a sua posição na EDP Renováveis, isto depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) falhada em 2017. Isto seria benéfico para os acionistas de ambas as elétricas.
“Acreditamos que a reestruturação do portefólio em curso na EDP poderá envolver a EDP Renováveis, tendo em conta o foco da administração na reestruturação do portefólio e o contexto da OPA de 2017 para os acionistas minoritários”, sublinha o banco americano na nota sobre a EDP Renováveis.
“Uma movimentação como esta seria benéfica para a EDP, dado que: 1) aumentaria a exposição da EDP às atividades eólicas e solares que estão em rápido crescimento; 2) aumentaria o valor patrimonial da ação criado pela adição de MW da EDP ao reduzir/eliminar o “vazamento minoritário”; e 3) melhoraria as métricas de cash flow/crédito da empresa”, referem os analistas do Goldman.
“Para os acionistas da EDP Renováveis, acreditamos que qualquer reestruturação que leve a uma exposição direta à EDP iria dar-lhes exposição a uma ação mais líquida e com taxa de retorno de dividendos mais elevada“, acrescentam.
De acordo com as projeções do banco, a EDP terá registado um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 3.567,2 milhões de euros em 2019, um aumento de 7,5% face a 2018. Quanto à EDP Renováveis, o EBITDA da empresa liderada por Manso Neto terá subido 26% para os 1.641,8 milhões de euros.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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