Uber, regime híbrido e custos das empresas. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" leva até si, todas as quintas-feiras, tudo o que precisa saber sobre o que está a fazer mexer o mercado de trabalho nessa semana.

O que está a fazer mexer o mercado de trabalho? Todas as quintas-feiras, o podcast “Ao trabalho!” conta-lhe tudo o que precisa saber. Esta semana falamos sobre a decisão de mais um tribunal sobre a relação dos estafetas e a Uber, sobre o regime híbrido entre o teletrabalho e o trabalho presencial, sobre o aumento dos custos das empresas com salários e ainda sobre as competências que serão fundamentais para os empregos do futuro na indústria.

Ouça o episódio abaixo ou aqui.

O Tribunal do Trabalho de Vila Real decidiu não reconhecer o contrato de trabalho entre um estafeta e a Uber Eats. Enquanto isso, o regime híbrido entre o trabalho remoto e o trabalho presencial continua a conquistar fãs em Portugal.

Nas estatísticas, destaque para os custos do trabalho: os valores gastos em salários aumentaram em Portugal. Por fim, as competências. Da flexibilidade à análise de dados, explicamos que competências serão valorizadas nos empregos do futuro na indústria.

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Governo autoriza aumento de 40% no valor por hora máximo a pagar por serviços médicos

  • Lusa e ECO
  • 9:51

Governo autorizou um aumento de 40% no valor por hora máximo a pagar pela aquisição de serviço médicos. Federação Nacional dos Médicos acusa o Estado de dar continuidade à "política de remendos".

O Governo autorizou um aumento de 40% no valor por hora máximo a pagar pela aquisição de serviço médicos, o que inclui os chamados médicos tarefeiros.

Segundo um despacho de delegação de competências publicado este mês no Diário da República, os órgãos máximos dos estabelecimentos e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde podem, “em situações excecionais devidamente fundamentadas” aplicar um pagamento de valor/hora superior ao previsto, até ao limite de 40%.

Esta delegação de competências “não dispensa o parecer prévio favorável da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (…)”, é referido no diploma, assinado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

No diploma que estabelece as normas de execução do Orçamento do Estado para 2024, no que se refere à aquisição de serviços médicos e celebração de contratos-programa, está previsto que o preço a pagar pela aquisição de serviços médicos possa “ser superior ao valor hora mais elevado previsto na tabela remuneratória aplicável aos trabalhadores integrados na carreira médica ou especial médica”.

O mesmo diploma define igualmente que a celebração de contratos de aquisição de serviços com pessoal médico apenas é admissível “nos casos em que comprovadamente o serviço não possa ser assegurado por médicos do respetivo mapa de pessoal”.

O jornal Público notícia esta quinta-feira que além desta autorização para subir o valor hora, o Ministério da Saúde e a task force que está a preparar o plano do verão “pediram a todas as unidades de saúde as escalas das urgências pelo menos até ao final de setembro para antecipar eventuais problemas de falta de médicos”.

Médicos criticam “política de remendos”

“O Governo deixou saber, através da Comunicação Social, que autorizou aumentos de 40% no pagamento a médicos prestadores de serviços. Este aumento acentua o desequilíbrio que já existe entre os vencimentos dos médicos do SNS e prestadores de serviços, e vai desincentivar a fixação de médicos no SNS e contribuir para a saída de profissionais de um regime para o outro, com prejuízo dos serviços de saúde públicos e capacidade de resposta à população”, afirma a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) em comunicado às redações.

A Federação Nacional dos Médicos realça ainda que “ainda não é público o plano de verão, menos ainda o do inverno, mas por esta decisão podemos perceber que a lógica do novo Governo – que deveria passar por soluções estratégicas e de futuro para fixar médicos no SNS – passa por dar continuidade a uma política de remendos, que, procurando dar resposta a problemas no imediato, apenas contribuem para acentuar os problemas estruturais do SNS”.

“O aumento do valor hora pago a prestadores de serviços conduz ao reforço da externalização dos serviços que o SNS devia estar capaz de assegurar, sendo que um aumento desta proporção é um convite explícito para que os médicos, mal pagos e sem condições de trabalho, troquem o seu lugar no SNS pela prestação de serviços. Esta política tem provas dadas no terreno médico: equipas desfeitas e desestruturadas; desequilíbrio entre profissionais que, pelo mesmo trabalho, recebem valores muito diferentes; falta de capacidade e previsibilidade na construção das escalas, que, apesar do aumento dos custos, manterá o SNS com falta de médicos”, enfatiza a Federação Nacional dos Médicos.

“Não deixamos de assinalar uma gritante contradição. Não obstante a argumentação de que não há condições para reforçar e valorizar os profissionais do SNS, é anunciado este aumento de 40% do valor hora no pagamento a prestadores de serviços. Ora, se há capacidade financeira, a aposta deve passar pelas propostas que a FNAM já deixou à nova Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, com uma aposta séria em fixar médicos, em pleno, no SNS. Todas as vias alternativas são atalhos, que não só não resolvem o problema no imediato como o vão agravar no futuro”, conclui a Federação Nacional dos Médicos.

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Xi Jinping promete a Putin continuar a ser “bom vizinho e bom amigo”

  • Lusa
  • 8:15

"Apesar de alguns altos e baixos, as nossas relações têm vindo a fortalecer-se e resistido ao teste das transformações no cenário internacional", disse o presidente chinês ao homólogo russo.

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse esta quinta-feira ao homólogo russo, Vladimir Putin, em Pequim, que a China e a Rússia vão “preservar a justiça no mundo”, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

“Somos um bom exemplo para outras potências em termos de respeito e abertura. O desenvolvimento dos nossos laços é propício à paz, estabilidade e prosperidade na região e no mundo”, afirmou Xi, durante uma reunião à porta fechada, no Grande Palácio do Povo.

“Apesar de alguns altos e baixos, as nossas relações têm vindo a fortalecer-se e resistido ao teste das transformações no cenário internacional”, observou o líder chinês, segundo a nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “Vamos continuar a consolidar a nossa amizade e a defender a justiça no mundo”, realçou.

Putin foi recebido com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar. Os dois líderes passaram em revista a guarda de honra antes de iniciarem o encontro à porta fechada, segundo imagens transmitidas em direto pela televisão estatal chinesa CGTN. O líder russo chegou depois das 4 horas locais (21 horas de quarta-feira, em Lisboa) para uma visita que se prolongará até sexta-feira.

A viagem ocorre após a tomada de posse de Putin para um quinto mandato e a recente viagem de Xi Jinping à Europa, onde o líder chinês enfrentou renovada pressão para persuadir o homólogo russo a pôr fim à ofensiva na Ucrânia.

Recordando que já se encontrou com Putin “mais de quarenta vezes”, o líder chinês referiu que mantém com o homólogo russo uma “comunicação estreita” e que ambos partilham “orientações estratégicas” que “asseguram o desenvolvimento sólido, estável e harmonioso dos laços bilaterais”.

“A relação entre China e Rússia é hoje uma relação duramente conquistada e as duas partes devem valorizá-la e promovê-la”, afirmou. Xi disse que a China está disposta a trabalhar com a Rússia “para continuar a ser um bom vizinho, bom amigo e bom parceiro”.

A visita ocorre também um dia depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter anunciado em Kiev um montante adicional de dois mil milhões de dólares (1,83 mil milhões de euros) para ajudar a Ucrânia a adquirir armas e a aumentar a capacidade de produção da sua própria indústria militar.

Trata-se da segunda visita de Putin a Pequim em menos de um ano, após a sua participação no Fórum da Iniciativa Faixa e Rota, em outubro de 2023.

Para o líder chinês, a visita será uma oportunidade de mostrar que a afinidade com Putin não comprometeu a sua capacidade de manter relações com o Ocidente, especialmente depois de Washington ter pedido a Pequim que não fornecesse componentes que pudessem ser utilizados na guerra.

A China, que não condenou a invasão, negou ter laços militares com a Rússia, mas apelou à realização de uma conferência “reconhecida por todas as partes” para retomar as negociações de paz.

O comércio entre China e Rússia registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3%, para 240 mil milhões de dólares (223 mil milhões de euros). Pequim tornou-se o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, incluindo bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho.

Nos últimos meses, a secretária do Tesouro e o secretário de Estado norte-americanos, Janet Yellen e Antony Blinken, visitaram a China e advertiram os dirigentes e instituições financeiras chinesas para a imposição de sanções contra todos os bancos que facilitarem pagamentos à máquina de guerra russa.

China e Rússia vão cooperar no setor automóvel

Rússia e China vão continuar a trabalhar em conjunto para desenvolver as suas indústrias automóveis, face ao aumento das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos sobre carros elétricos chineses, afirmou esta quinta-feira o Presidente russo, Vladimir Putin.

Saudamos a cooperação com os amigos chineses no domínio da produção automóvel, onde as empresas chinesas estão a alcançar um sucesso claro e muito óbvio“, disse Putin, numa declaração conjunta aos órgãos chineses e russos, após ter reunido com Xi Jinping, em Pequim.

“Vamos continuar a desenvolver esta cooperação”, acrescentou, sublinhando “o impacto negativo de várias sanções e restrições ilegais” no setor.

O apoio do líder russo à indústria automóvel chinesa surge depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter acusado Pequim de fazer batota. Esta semana, Biden quadruplicou as taxas alfandegárias sobre veículos elétricos oriundos da China, de 25% para 100%.

O Ministério do Comércio da China condenou a medida e advertiu que estas novas barreiras comerciais “afetarão seriamente” a cooperação entre as duas potências.

Também a Comissão Europeia lançou uma investigação sobre os subsídios atribuídos pelo Estado chinês aos fabricantes de veículos elétricos, para determinar se o setor está a beneficiar de ajudas ilegais e se isso está a causar ou pode causar prejuízos económicos aos fabricantes do bloco comunitário.

A Rússia tornou-se cada vez mais dependente economicamente da China, uma vez que as sanções ocidentais cortaram o seu acesso a grande parte do sistema comercial internacional.

Pequim é agora o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, que incluem bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho.

(Notícia atualizada às 12h14)

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Arranca novo sistema de controlo aéreo da NAV que pode reduzir atrasos em Lisboa

  • Lusa
  • 8:06

Novo sistema Point Merge vai permitir uma gestão mais eficiente do tráfego aéreo, poupanças de combustível e redução de emissões poluentes e do ruído.

O novo sistema da NAV de reorganização do tráfego aéreo em Lisboa, Point Merge, que pode reduzir atrasos, entrou em operação esta quinta-feira, após negociações com a Força Aérea e um investimento de dois milhões de euros.

À meia-noite (Tempo Universal Coordenado), o controlo do espaço aéreo de Lisboa, que inclui Cascais e as bases militares do Montijo, Sintra e Alverca, começou a ser feito com uma nova ferramenta — o Sistema Point Merge –, um investimento que ascende a perto de dois milhões de euros e que vai permitir uma gestão mais eficiente do tráfego, poupanças de combustível, redução de emissões poluentes e do ruído, explicou a NAV Portugal.

Devido ao aumento de tráfego e face às crescentes exigências ambientais, a NAV iniciou em 2016 a maior reestruturação do espaço aéreo que alguma vez tinha feito e, mais tarde, numa resolução do Conselho de Ministros (RCM) de junho de 2019, foi mandatada pelo governo liderado por António Costa a celebrar uma Carta de Operação com a Força Aérea, para a cedência do espaço aéreo de Sintra, por forma a viabilizar a operacionalização do Point Merge a partir de 23 de abril de 2020.

A pandemia de Covid-19 alterou os prazos previstos e só agora estão reunidas as condições para a implementação do novo sistema (PMS, na sigla inglesa), após quase cinco anos de negociações com a Força Aérea para cedência de espaço aéreo militar para a aviação civil, sobretudo em Sintra, mas também em Monte Real, no concelho de Leiria.

O PMS é um sistema de sequenciação para aproximação a aeroportos, em que, em caso de acumulação de tráfego, os aviões em espera pela sua vez de aterrar são alinhados em dois arcos e encaminhados para uma sequência de aterragem a partir desses arcos, a uma velocidade constante.

Já no modelo utilizado anteriormente, os aviões tinham de fazer esperas circulares em torno do mesmo ponto e, quando tinham autorização para aterrar, passava-se a um procedimento de descida por patamares, exigente do ponto de vista de comunicação entre o controlo de tráfego aéreo e os pilotos.

Substituindo as esperas circulares por esperas lineares a maior altitude, permite-se uma gestão mais eficiente, organizada e segura do tráfego aéreo, contribuindo para maiores poupanças de combustível, uma redução de emissões poluentes e do impacto do ruído nas populações.

Adicionalmente, com a cedência de espaço aéreo militar de Sintra, que inclusivamente incluiu a transferência da escola de pilotagem para Beja, passa a ser possível criar de rotas de saída do aeroporto de Lisboa para Oeste, o que faz com que os aviões que se dirijam para esses destinos possam virar diretamente logo após descolar, sem mais delongas, e também a criação de uma segunda rota de saída para as aeronaves com destino para a Europa, que passam agora a ter à disposição duas rotas de saída segregadas.

Embora espere que o novo sistema contribua para a redução dos atrasos no aeroporto de Lisboa, a NAV realçou que isso não depende apenas do espaço aéreo, mas sobretudo da infraestrutura, salientando que, em 2023, o contributo do controlo de tráfego aéreo para os atrasos nos voos foi de 10%.

O PMS foi apenas testado para Lisboa e esteve a ser trabalhado numa altura em que se perspetivava uma solução aeroportuária dual com Portela + Montijo, para se aumentar gradualmente a capacidade do sistema aeroportuário de Lisboa de 44 para 72 movimentos por hora (46 em Lisboa, dois em Cascais e 24 no Montijo).

A localização Montijo foi, entretanto, considerada inviável pela Comissão Técnica Independente (CTI) responsável pela avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto e o Governo liderado por Luís Montenegro anunciou, na terça-feira, a decisão de construir um novo aeroporto em Alcochete e desmantelar a Portela, seguindo a recomendação da CTI.

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Europeias. ERC vai ter sistema de alerta sobre “desinformação” nas redes sociais

  • Lusa
  • 8:01

Entidade Reguladora para a Comunicação Social vai "monitorizar e identificar ações de desinformação nas plataformas digitais", como Facebook, Instagram ou TikTok, relacionadas com as eleições.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) vai ter um sistema para identificar e dar o alerta para situações de desinformação até às eleições europeias de 9 de junho.

Em declarações à Lusa, Telmo Gonçalves, membro da ERC, afirmou que o regulador tem uma parceria com o Labcom, unidade de investigação de comunicação da Universidade da Beira Interior, na Covilhã (Castelo Branco), para “monitorizar e identificar ações de desinformação que surjam nas plataformas digitais”, como o Facebook, Instagram ou TikTok, relacionadas com as eleições europeias, “mas com impacto em Portugal”.

Segundo explicou, será “criado um sistema de alertas para sinalizar e também atuar sobre situações de desinformação”.

A nível externo, disse Telmo Gonçalves, está ainda prevista a cooperação da ERC com o Grupo de Reguladores Europeus do Audiovisual (ERGA e “apoiar a Comissão Europeia na identificação de situações de desinformação”.

Uma das ações é o “desenvolvimento de uma base de dados partilhada a nível internacional para reportar conteúdos como ilegais à luz do regulamento dos serviços digitais sobre situações que ocorram nos motores de busca de grande dimensão ou nas plataformas digitais de grande dimensão”.

Paralelamente, estão em curso campanhas públicas de sensibilização dos cidadãos, no âmbito da literacia mediática, através de um spot de informação pública que “visa alertar os cidadãos para a importância de se protegerem contra a desinformação”, contando com a colaboração dos canais de televisão portuguesas.

As campanhas “pretendem alertar os cidadãos para três aspetos fundamentais”, nas palavras de Telmo Gonçalves, da ERC. A primeira é “desenvolver uma atitude crítica relativamente à informação que consomem por via das plataformas digitais”, a segunda é “privilegiar fontes de informação reconhecidamente credíveis e que reconheçam como credíveis” e a terceira “desenvolverem uma atitude criteriosa e atenta na partilha de informação”.

Além de verificadores (fact checkers), no início de maio a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa assinaram um protocolo para “monitorizar e despistar desinformação política” na campanha eleitoral para as europeias de 9 de junho.

O ISCTE, através do MediaLab, já tinha feito um projeto idêntico, com a agência Lusa, para as legislativas de 10 de março em que, pela primeira vez, foram detetados “indícios de interferência externa” em anúncios online.

Um dos objetivos do projeto do MediaLab e da Lusa era identificar os conteúdos desinformativos atribuídos aos partidos ou candidatos pelos fact-checkers nacionais credenciados pela International Fact-Checking Network (IFCN), Polígrafo, Observador Fact Check e Público – Prova dos Factos, e avaliar o impacto nas redes sociais, medido em interações e visualizações.

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2.ª Conferência ECO Saúde e Economia já tem programa fechado. Inscreva-se aqui

Pelo segundo ano, o ECO organiza a Conferência Saúde e Economia. Inscreva-se aqui.

O Impacto da Saúde na Economia Nacional é o tema da 2.ª Conferência ECO Saúde e Economia que se realiza na tarde do próximo dia 28 de maio, no Estúdio ECO. Estará em análise a contribuição do setor da saúde para a economia portuguesa, nomeadamente a sua importância direta (postos de trabalho, contribuição para o PIB..) como indireta, ao prevenir e tratar atempadamente patologias, evitando menor produtividade e mais custos em sede de SNS.

O setor da saúde como motor de crescimento económico é o pano de fundo deste evento que reunirá todo o ecossistema do setor da saúde bem como decisores e investigadores. O evento é aberto ao público e com entrada gratuita, mas sujeita a inscrição aqui.

2.ª Conferência Anual Saúde e Economia

PROGRAMA (em atualização)

15h15 – Abertura

Diogo Agostinho, Chief Operating Officer

15h30 – 16h15 – Inovação em Saúde: Portugal está na vanguarda?

Guy Villax, Health Cluster Portugal
Fabíola Costa, Diretor of Clinical Research da Sword Health
Pedro Garcia da Silva, Scientific coordinator da Fundação Champalimaud
Filipa Mota e Costa, Diretora Geral da Johnson&Johnson Innovative Medicine
Moderação: André Veríssimo, Director-adjunto do ECO

16h15 – 16h30 – Coffee-break

16h30 – 17h15 – Os riscos operacionais (e legais!) da IA na Saúde

Francisco Neto Nogueira, Cofundador da Glooma
António Vaz Carneiro, Professor Universitário da Faculdade Medicina de Lisboa
Moderação: Claúdia Pinto, Jornalista e autora Newsletter ECO Saúde

17h15 – 18h00 – Os desafios do setor privado

Bruno Gomes, CEO da Trofa Saúde
Luís Drummond Borges, Chief Commercial Officer da Lusíadas Saúde
Moderação: André Veríssimo, Director-adjunto do ECO

18h00 – Encerramento

Cristina Vaz Tomé, Secretária de Estado da Saúde

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Hoje nas notícias: PPP, função pública e autarquias

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Além da Douro Litoral, outras quatro concessões já entregaram ao Estado pedidos de reequilíbrio dos contratos pelas medidas tomadas na pandemia. O ganho médio mensal dos trabalhadores do setor público aumentou 6,6% em janeiro, em termos homólogos, superando pela primeira vez os 2.000 euros brutos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Cinco concessionárias de PPP rodoviárias pedem reequilíbrio de contas

Além da Autoestradas do Douro Litoral (AEDL), mais quatro concessionárias — a da Litoral Centro e da Litoral Oeste, ambas da Brisa; a da Beira Interior, da Globalvia; e da Douro Interior, controlada pela Mota-Engil através da Líneas — formalizaram pedidos de reposição do equilíbrio financeiro dos contratos por causa do impacto que as medidas decretadas pelo Governo durante a pandemia de Covid-19 tiveram nas suas receitas, que quantificam em quase 46 milhões de euros. As extensões de prazo vão dos 79 dias a mais de três anos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Ganho médio na função pública supera os 2.000 euros pela primeira vez

O ganho médio dos trabalhadores da administração pública teve um aumento homólogo recorde de 6,6% no arranque do ano e ultrapassou, pela primeira vez, os 2.000 euros brutos, de acordo com as estatísticas divulgadas pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). O ganho médio mensal (que inclui suplementos e subsídios regulares) foi de 2.043,5 euros brutos, mais 3,7% do que no trimestre anterior, em resultado do “aumento da remuneração base média mensal e das restantes componentes do ganho, como subsídios e suplementos regulares”. Já o salário-base teve o aumento nominal (6,4%) mais elevado desde 2011 (ano em que se iniciou a recolha de dados).

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Quase 40% das câmaras demoram mais tempo a pagar a fornecedores

Quase 40% das autarquias pioraram e estão a demorar mais tempo a saldar as dívidas, enquanto 42% melhoraram o desempenho em relação a 2022, de acordo com os dados da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) sobre o prazo médio de pagamento no final de 2023. Havia 56 câmaras que demoravam mais de 30 dias a pagar aos fornecedores (18%), 13 precisavam de mais de 100 dias e 25 demoravam, pelo menos, 60 dias. Freixo de Espada à Cinta está no topo da lista, já que precisava de mais de meio ano (193 dias) para pagar aos fornecedores.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Portugal tem mais de mil hotéis à venda

O setor hoteleiro português registava um total de 1.038 unidades disponíveis para venda no primeiro trimestre deste ano, mais 31% em relação aos 791 hotéis que se encontravam à venda no mercado no período homólogo de 2023, segundo dados da proptech Casafari. Miguel Velez, CEO da Unlock Boutique Hotels, justifica este aumento de hotéis para vens com dois fatores: um preço de venda que pode ser rentável a longo prazo, mas no curto/médio já não é tão atrativo; e investidores que apenas detêm uma unidade hoteleira para venda.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Santa Casa dá garantias de 14 milhões sem Governo autorizar

A auditoria forense realizada à Santa Casa Global Portugal revelou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) atribuiu garantias para o financiamento de 14,1 milhões de euros ao projeto de internacionalização dos jogos sociais sem ter obtido a respetiva autorização do Governo. De acordo com os auditores, esta prestação de garantias pela SCML representam “um alargamento da responsabilidade patrimonial” da Santa Casa de Lisboa e “um risco de prejuízo financeiro” para esta, “em caso de incumprimento pelas participadas das obrigações garantidas”. Simultaneamente, a SCML não respeitou o limite do risco de prejuízo definido num despacho da ex-ministra Ana Mendes Godinho.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de maio

Ao longo desta quinta-feira, 16 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

Dos salários às taxas de juro, passando pelo desemprego. O dia ficará marcado pela divulgação de alguns indicadores económicos relevantes.

Dos salários às taxas de juro, passando pelo desemprego. O dia ficará marcado pela divulgação de alguns indicadores económicos relevantes. Lá fora, Vladimir Putin faz a sua primeira visita oficial ao estrangeiro desde o início do novo mandato presidencial.

Salários e taxas de juro

A manhã desta quinta-feira começa com a divulgação de um par de indicadores: a remuneração bruta mensal média por trabalhador, referente ao primeiro trimestre, e a evolução das taxas de juro no crédito à habitação, relativamente ao mês de abril. No mês passado, assistiu-se a uma segunda descida consecutiva das taxas de juro, para 4,613%.

Como evolui o emprego na OCDE?

À semelhança do mês anterior, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) volta a dar nota da evolução do emprego dos Estados-membros da organização. Em março, a OCDE dava nota que o ano de 2023 fechou com níveis históricos de emprego e que a taxa de desemprego se manteve estável.

Putin visita a China

O presidente da Rússia Vladimir Putin vai viajar até à China para se encontrar com o homólogo Xi Jinping na sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início do novo mandato presidencial.

Navigator apresenta resultados

A continuar o ciclo de divulgação de resultados, segue-se, esta quinta-feira, a Navigator com a apresentação das contas referentes ao primeiro trimestre. A papeleira fechou o ano de 2023 com uma queda de 30% nos lucros para 275 milhões de euros.

Emissão de obrigações da Vista Alegre

Esta quinta-feira decorrerá uma sessão especial de apresentação dos resultados da oferta pública de subscrição de obrigações da Vista Alegre. A gigante de cerâmica aumentou o valor da sua emissão de obrigações em 15 milhões de euros, para os 60 milhões de euros, e vai pagar uma taxa de juro fixa bruta de 5,3%.

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Critical Manufacturing abre as primeiras vagas para estágios remunerados em marketing

Critical Manufacturing abre as primeiras vagas para estágios remunerados em marketing. Os estudantes ou recém-licenciados em engenharia informática também podem concorrer. Recebem 500 euros mensais.

Pela primeira vez, a portuguesa Critical Manufacturing, com sede na Maia, tem vagas de estágios de verão remunerados (500 euros) para estudantes ou recém-licenciados em marketing que se somam a mais algumas destinadas a alunos de engenharia informática, num total de 16. As candidaturas à 11.ª edição decorrem até 31 de maio deste ano e os estágios “Summer Internships – Dive into Industry 4.0” arrancam em julho.

Para Liliana Macedo, People Operations Manager da empresa de desenvolvimento e comercialização de software de apoio à indústria, trata-se de uma “experiência bastante enriquecedora” tanto para os estudantes ou recém-licenciados como para a Critical Manufacturing. Os participantes têm a oportunidade de ter contacto direto com o mercado de trabalho e de adquirem algum know-how na área nesta tecnológica “de referência” no país.

“É muito importante dar-lhes a oportunidade de conhecerem um ambiente real de trabalho e esperamos que voltem para trabalhar connosco no final da licenciatura/mestrado”, refere Liliana Macedo. Cinco dos 20 estagiários no verão de 2023 ficaram a trabalhar na Critical Manufacturing, avança a responsável.

Os alunos que estagiaram em 2023 eram maioritariamente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

É muito importante dar-lhes a oportunidade de conhecerem um ambiente real de trabalho e esperamos que voltem para trabalhar connosco no final da licenciatura/mestrado.

Liliana Macedo

People Operations Manager da Critical Manufacturing

“Product Development”, “Deployment Services”, “Managed Services”, “Quality” e “People Operations” são as cinco aéreas onde os alunos têm à disposição os estágios remunerados com 500 euros, com a duração mínima de dois meses. Os projetos são depois apresentados a um júri interno.

O processo de recrutamento decorre durante três fases: a triagem curricular, o desafio de criação de um vídeo de apresentação do candidato e, por fim, um Open Day na empresa, onde os participantes escolhem o projeto que vão desenvolver durante o estágio.

Critical Manufacturing for Living Offices © André Henriques www.ahphoto.pt

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Mais de mil trabalhadores “ganham” competências digitais com formação da AIP

AIP promoveu 121 ações de formação na área digital para mais de mil trabalhadores de Lisboa e Vale do Tejo. Ao ECO, diz que essas competências são fundamentais para a competitividade.

Numa altura em que tanto se fala sobre como a tecnologia está a mudar o mercado de trabalho, mais de mil trabalhadores de empresas da região de Lisboa e Vale do Tejo estiveram a atualizar as suas competências digitais em mais de cem de ações de formação promovidas pela Associação Industrial Portuguesa (AIP). O marketing digital, as ferramentas de produtividade e a análise de dados foram alguns dos temas com maior procura por parte das empresas e dos trabalhadores, avançou ao ECO a AIP.

“Realizou-se ao longo das duas edições um total de 121 ações de formação pensadas para a promoção da literacia e a inclusão digital, bem como para uma utilização proficiente de nível profissional e avançado das tecnologias digitais. As mais de 2.000 horas de formação ministradas por profissionais da AIP contaram com a participação de um total de 1.189 formandos“, indica a associação.

Questionado sobre os temas concretos abordados nessas ações, Benvinda Catarino, diretora da área de formação da AIP, explica ao ECO que os temas mais populares foram, além do marketing digital (“com destaque para a gestão das redes sociais“), as vendas online, a criação de lojas, a otimização deste canal de vendas, as ferramentas de produtividade e a colaboração e análise de dados.

“A maioria dos formandos tem idades compreendidas entre os 25 e 44 anos, mas também temos representatividade do escalão entre os 45 e 55 anos (34%). Exercem, maioritariamente, funções técnicas e administrativas, tendo-se verificado no projeto uma boa adesão de executivos, que representaram 23% dos formandos”, descreve a mesma responsável.

Estas ações foram dinamizadas no âmbito do programa Emprego+Digital do Instituto do Emprego e Formação Profissional, que tem como objetivo reforçar as competências digitais dos trabalhadores portugueses. Ao ECO, Benvinda Catarino sublinha que programas como este têm uma “importância determinante” para a requalificação dos trabalhadores e, à boleia, para a sua empregabilidade.

O reforço permanente das competências digitais deve ser encarado enquanto fator fundamental de competitividade, mas também de sustentabilidade económica e social do país“, defende a responsável, que refere que o estudo “Digital Decade Country Report 2023” mostrava que Portugal só conta com 2,5% de licenciados na área das tecnologias de informação, “muito abaixo da média europeia”.

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APA sustenta com preços da luz o ‘ok’ dado a megacentral após travão do MP

APA defende-se das acusações de "ilegalidade" em relação à licença que atribuiu a uma megacentral solar, invocando estudos desenvolvidos, o "interesse público" do projeto e eventual efeito nos preços.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) rejeita a impugnação, avançada em tribunal pelo Ministério Público, da Declaração de Impacto Ambiental que a APA emitiu em relação ao projeto de uma central solar no Alentejo, a qual seria a maior da Europa. A APA argumenta apontado os estudos desenvolvidos mas também o interesse público do projeto, que passa pelo provável impacto positivo na descida dos preços da eletricidade.

“O risco de perda de capacidade instalada de produção de energia elétrica é, face ao valor deste projeto de 1.143 MW/MVA, muito relevante”, considera a APA, na contestação face aos argumentos do Ministério Público, ao qual o ECO/Capital Verde teve acesso. Em paralelo, a perda do projeto “poderá reforçar a atual tendência crescente dos preços de energia elétrica, sendo conhecidos os impactes dos preços de energia elétrica na economia, enquanto elemento fundamental na formação de preços dos bens”, argumenta a agência.

Mais à frente na argumentação, a APA reforça que “são as energias renováveis, cujo custo de produção tem sido minorado ao longo dos últimos anos, que poderão influenciar, positivamente, os preços no sentido descendente dos mesmos”. Cita uma comunicação da Comissão Europeia, a qual indica que “a transição para as energias limpas constitui o melhor seguro contra choques de preços no futuro, devendo ser acelerada”.

Em resposta à alegação do Ministério Público de que a avaliação de impacto ambiental visa “um exame o mais objetivo e neutro da Administração Pública relativamente ao impacto ambiental, territorial e cultural de um projecto, e não a sua justificação a qualquer preço em função da magnitude ou dimensão económica”, a APA admite que a construção de infraestruturas “acarreta mudanças e causa impacto em diversos aspetos”, mas remata que “a vida em sociedade exige este sentido de prejuízo próprio (minimizado e/ou compensado) em nome de um bem maior, assim beneficiando todos da construção de
infraestruturas que visam servir a generalidade da população, sendo que, não raras vezes, estas têm mesmo que ficar “no nosso quintal” (“backyard”)”.

A “importância para o interesse público do projeto” está também relacionada, de acordo com a APA, com o cumprimento dos compromissos assumidos por Portugal no contexto das políticas europeias de combate às alterações climáticas. “Note-se que tanto o PNEC [Plano Nacional da Energia e Clima] 2030, como o RNC [Roteiro para a Neutralidade Carbónica] 2050 foram sujeitos a avaliação ambiental estratégica (AAE)”, vinca. A concretização do projeto configura um contributo aproximado de 3% para a percentagem de energia que, face aos valores de fevereiro de 2020, distanciavam Portugal dos objetivos para 2030, refere no mesmo documento.

“Consideramos que a DIA assegura a salvaguarda dos interesses ambientais, sociais e económicos associados à execução do projeto por via do cumprimento das condicionantes, das medidas de minimização e dos planos de monitorização ali definidos”, conclui a agência ambiental.

A APA defende-se ainda afirmando que a emissão da DIA resultou de um longo processo de avaliação, que teve em conta tanto uma “apreciação técnica” como o exposto em sede de “consulta pública”. Na sequência, foram impostas cinco condicionantes à concretização do projeto, identificados 22 elementos a apresentar pelos promotores, e apresentadas 100 medidas de minimização. A estas somam-se duas medidas de compensação, a defnição de três programas de monitorização e sete projetos que deverão ser desenvolvidos ou atualizados “em função do layout final do projeto”.

Não pode deixar de considerar-se que as determinações da DIA permitem minimizar, ainda que parcialmente, os impactes negativos significativos a muito significativos identificados“, aponta a agência.

O Ministério Público, tal como foi avançado pelo Público, considera que a APA não considerou devidamente “um alargado conjunto de instrumentos de gestão territorial e de regimes jurídicos de protecção de recursos naturais”. Tendo em conta os argumentos elencados ao longo das 65 páginas da contestação, a APA considera que “não se verifica qualquer violação dos instrumentos de gestão territorial” e “não se verifica qualquer ilegalidade, seja a nulidade, seja a anulabilidade“.

O Ministério Público interpôs uma ação através da qual requer a “ilegalidade do ato administrativo”, que se materializa na Declaração de Impacto Ambiental (DIA) relativa ao projeto da megacentral solar, “e a declaração da sua nulidade”.

Com uma área de implantação de cerca de mil hectares, no concelho de Santiago do Cacém, a central solar promovida pela Prosolia em parceria com a Iberdrola, implicará o abate de cerca de 1,5 milhões de árvores, sobretudo eucaliptos, tendo obtido a licença da APA em final de janeiro de 2023, concuindo um procedimento iniciado em 2020.

Acreditamos que o processo vai ser analisado com celeridade, não colocando em causa os tempos de implantação“, reagiu na altura a Prosolia, em declarações ao ECO/Capital Verde. A Iberdrola, detentora de 50% deste projeto, garante que a empresa “seguiu rigorosamente todos os processos definidos para o desenvolvimento do projeto”.

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