Reforma dos licenciamentos é “andar para trás”, critica associação arquitetos paisagistas

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

O presidente da APAP alerta ainda para o perigo de "se perder o sentido da qualidade da paisagem como espaço de vida".

A Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas (APAP) considera que a reforma dos licenciamentos do urbanismo, ordenamento do território e indústria será “andar para trás no tempo” e que tem riscos de criar “caos na gestão do território”.

Num comunicado enviado esta quinta-feira, o presidente da APAP, João Ceregeiro, refere que a medida “coloca em risco décadas de trabalho de planeamento e os mecanismos base do ordenamento do território”, alertando ainda para o perigo de “se perder o sentido da qualidade da paisagem como espaço de vida”.

Sublinhando que a escassez de solo para habitação em áreas metropolitanas não é uma novidade, o presidente da APAP refere que a resolução do problema da habitação “não pode nem deve” ser feita “à custa do mosaico” que sobreviveu à mancha construída.

“O solo rústico não deverá ser entendido como reserva sine die para a construção, como temos assistido na progressão de muitos planos”, refere, aproveitando para questionar o Governo sobre como vai ser “tramitada” esta reclassificação face aos instrumentos de gestão territorial (IGT) vigentes.

A reforma dos licenciamentos do urbanismo, ordenamento do território e indústria integra o leque de medidas do Simplex e visa, segundo o Governo, “simplificar e racionalizar a atividade administrativa com a contínua eliminação de licenças, autorizações, atos e exigências administrativas desproporcionadas que criem custos de contexto, sem uma mais-valia para o interesse público, que se pretende prosseguir”.

Como resposta ao problema concreto da “escassez de solos urbanos e edifícios para habitação”, o Governo aponta, entre outras medidas, para a possibilidade de “reclassificação de solo rústico para solo urbano nas zonas contíguas a este”, bem como para a “possibilidade de cedência de terrenos para habitação e de reserva de solos para habitação; manutenção da classificação como solo urbano de solos urbanizáveis ou com urbanização programada, exclusivamente públicos e com uso predominante habitacional ou venda sem licença de utilização”.

Para a APAP, esta reforma põem também a atual “estrutura verde urbana, consagrada nos PDM, do suporte ao desenho das novas mobilidades, do espaço da agricultura urbana e do lazer, neutralizando as medidas de coesão social em curso nas cidades e periferias”.

Neste contexto, João Ceregeiro defende: “Em lugar da alienação ou anexação do solo rural ou rústico, precisamos exatamente de inverso do que é proposto”, sublinhando a necessidade de “haver coragem e conhecimento dos decisores e técnicos para promover políticas públicas de revalorização territorial, envolvendo as macroeconomias agrícolas, através de instrumentos e processos de planeamento de gestão e financiamento”.

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CTT vendem 30% de novo veículo imobiliário por 42 milhões. Sierra vai gerir o património

Empresa revelou estratégia para rentabilizar património, com a venda de 3,6% de um novo veículo imobiliário à Sierra por cinco milhões de euros e de 26,5% a outros investidores por 37 milhões.

Os CTT desvendaram, finalmente, o negócio por detrás da “estratégia imobiliária” que vai permitir aos Correios rentabilizarem o seu vasto património. A companhia liderada por João Bento prepara-se para vender 30,1% de um portefólio de imóveis por 42 milhões de euros no total, mas o processo está dividido em várias fases e sujeito a várias condições.

Para já, a empresa assinou um contrato com a Sierra que prevê a venda de uma posição de 3,6% num novo veículo imobiliário, por cinco milhões de euros, ficando esta última a gerir o portefólio. O acordo prevê também que “investidores adicionais” paguem 37 milhões de euros por 26,5% do referido veículo.

Num comunicado aos mercados, no dia em que apresentou os resultados trimestrais, os CTT explicam que um conjunto de 398 ativos, compreendendo 240 mil metros quadrados de área bruta locável, avaliados em 139 milhões de euros nos termos do acordo fechado esta quinta-feira com a Sierra, vão ser transferidos para uma empresa chamada CTT IMO Yield.

“O portefólio inclui ativos imobiliários de diversas tipologias, como retalho, logística, escritórios e outros, em localizações prime e secundárias em Portugal, estando mais de 50% do seu valor concentrado nos distritos de Lisboa e Porto. Estes ativos fazem parte das atuais e futuras redes de logística e de retalho dos CTT”, detalha a companhia.

A transferência dos ativos para a nova empresa acontecerá em duas fases. A primeira fase, cuja conclusão está prevista para o segundo semestre, prevê a transferência de ativos avaliados em 75% dos 139 milhões acordados para a CTT IMO Yield. “A fase dois está prevista para ocorrer até 12 meses após a conclusão da fase um”, com a transferência dos restantes imóveis. Segundo os Correios, “a Sierra e os investidores irão adquirir ações” desse veículo nessas duas fases.

Depois, “os CTT irão celebrar contratos de arrendamento para os ativos que integram a sua operação de retalho e logística”. Deste modo, a empresa postal vai ser o principal arrendatário da CTT IMO Yield, é assumido na mesma nota. Feito isto, está previsto que a CTT IMO Yield seja convertida numa sociedade de investimento de capital fixo imobiliário (SICAFI), momento em que a Sierra será nomeada gestora do património.

É então que deverão entrar novos investidores. O acordo com a Sierra prevê a aquisição de 26,5% num investimento de 37 milhões de euros “por parte de investidores, tanto institucionais como family offices, e de uma participação de 3,6% pela Sierra”, por cinco milhões de euros.

O negócio depende ainda das autorizações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e da Autoridade da Concorrência. “Após a conclusão da transação, os CTT irão consolidar integralmente a CTT IMO Yield”, refere a cotada da bolsa de Lisboa.

A empresa divulgou ainda uma apresentação da nova estratégia imobiliária, na qual assume um “potencial de venda adicional até um máximo em que os CTT detenham uma participação de controlo até 50,1%”.

Além deste portefólio, os CTT têm um conjunto de dez outros ativos, avaliados em 26 milhões de euros, incluindo terrenos e ativos logísticos “que podem ser realocados, em centros urbanos com forte potencial de desenvolvimento”. Para estes, a empresa admite “transações futuras a serem avaliadas ativo a ativo”.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h33)

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Audiências: SIC e TVI separadas por uma décima em abril

No prime-time, entre as 20h e as 24h, a distância entre o canal da Impresa e o canal da Media Capital foi no último mês de duas décimas.

 

A SIC e a TVI fecharam o mês de abril separadas por uma décima, com vantagem para a estação da Impresa que termina o mês com um share 15,6%, uma quebra de cinco décimas em relação ao mês anterior. A TVI, apesar da descida de três décimas em relação ao último mês, ganha vantagem em relação ao concorrente direto, situando-se agora nos 15,5%. A estação da Impresa registou uma audiência média de 3,6%, idêntica à da estação da Media Capital. Em termos absolutos, a estação foi vista em média por 306,3 mil pessoas, mais 1,7 mil pessoas do que audiência média da TVI.

A RTP1 fechou o último mês com um share de 11,5% e uma audiência média de 2,6%, percentagem que se traduz em cerca de 224,9 mil indivíduos.

O Total Cabo é visto em média por 826,3 mil pessoas. Estamos, no entanto, a olhar para um canal virtual e a sua audiência é diluída pelos muitos canais que o constituem, como podemos constatar no ranking de canais, realça a Dentsu/Carat, que elabora mensalmente esta análise para o +M/ECO.


Analisando por períodos horários, a RTP lidera entre as 7h30 e as 12h e a SIC das 12h às 18h. É no início da tarde, entre as 12h e as 14h, que a estação consegue a sua melhor média, com 21,7%. No acesso ao prime-time, das 18h às 20, a liderança passa para a TVI, com 15,6%, seguida pela RTP1, com 14,4%.

A SIC retoma, com vantagem de duas décimas, a liderança entre as 20h e as 24h. Em março, esta distância era de 1,2 pontos. Este slot é, neste mês, aquele no qual a TVI obtém a sua melhor performance, com 17,9%. Nas duas horas e meia seguintes a liderança continua com a estação da Impresa, agora já separada por dois pontos da estação da Media Capital, que recupera a dianteira durante a noite.

O top dos programas é encabeçado pela TVI, com o Inter de Milão x Benfica, para a Liga dos Campeões. Segue-se a SIC com o Sporting x Juventus, para a Liga Europa. A RTP surge pela primeira vez na sexta posição, com o Famalicão x FC Porto, para a Taça Portugal Placard. No total, dos 15 programas mais vistos sete são da SIC, cinco da TVI e três da RTP. No cabo, dos 15 programas mais vistos, 14 são da CMTV.

 

Nota Técnica para a produção da análise evolutiva e mensal
Dados: Yumi / Caem_TV Fonte: Mediamonitor/ GFK Análise Dentsu/Carat para o +M/ECO
Outros: Vídeo, DVD, VHS, Blu-Ray, satélite, consolas, unmatch (além dos 150 canais medidos e o time-shift com um delay de 7 dias), plataforma dos operadores (vídeo clube, jogos)
Aud. Total: Percentagem de indivíduos que contactaram um canal, pelo menos uma vez.
Aud. Média: Audiência provável que contacta com o canal em qualquer momento do período respetivo.
Tempo médio despendido: Média do tempo que cada indivíduo contactado despendeu com um canal num determinado período.
Share Aud.: Percentagem de tempo que é despendido a ver um dado canal relativamente ao tempo total de visão do meio (Televisão) num determinado período.
Top produzido para programas “Net” (TeleReport), com duração superior a 3 minutos. Audiência corresponde à média ponderada das partes do programa. Não são considerados como programas: Sorteios e Tempo de Antena.

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Lucros dos CTT triplicam para 16 milhões no primeiro trimestre

Negócio das cartas continua a cair, mas foi compensado pelas encomendas, subscrição de certificados e pelo banco. CTT triplicam lucros no arranque do ano.

Os CTT [eco_stocklabel=”CTT” index=”22931489,51,814″ type=”inline”] tiveram o triplo dos lucros no primeiro trimestre, com o resultado a ascender a 16,1 milhões de euros. Apesar de o negócio das cartas continuar a cair, os Correios compensaram com mais faturação nas encomendas, nos serviços financeiros (à boleia da subscrição de Certificados de Aforro nos seus balcões) e no banco.

O Correio foi o único negócio em que as receitas caíram no trimestre, apesar de contarem para metade de toda a faturação dos CTT: foram menos 14,3% para 114,4 milhões de euros.

Há algum tempo que a empresa se vem preparando para o declínio do Correio, nomeadamente ao apostar nos segmentos do Expresso e Encomendas e Banco CTT como alavanca de crescimento. No primeiro caso, as receitas subiram 5,4% para 64,7 milhões. Já o banco gerou receitas de 34,1 milhões, mais 21,4%.

Mas houve outro negócio que teve uma ascensão meteórica: os Serviços Financeiros e Retalho, cuja faturação disparou 141,6% para 28,7 milhões. Os CTT falam mesmo em “perspetivas sólidas” neste segmento, depois de os seus balcões terem colocado 7,5 mil milhões de euros de dívida pública (sobretudo Certificados de Aforro) entre janeiro e março, disparando 550% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A empresa lembra ainda que vai deixar de vender raspadinhas e outros produtos de retalho.

Em relação ao banco, conseguiu contrariar as dinâmicas do setor no que diz respeito ao crédito e aos depósitos: tanto um como outro aumentaram. O stock de crédito automóvel cresceu 16,7% para 784 milhões e de crédito à habitação aumentou 9,2% para 672 milhões. As poupanças (depósitos e recursos fora de balanço) aumentaram 5,7% para 3,1 mil milhões. A margem financeira disparou 34,5% para 22 milhões e as receitas com comissões subiram 6,2% para 11,2 milhões.

Ao todo, as receitas do grupo aumentaram 3% para 241,8 milhões, com os CTT a lembrarem a “comparação desfavorável” com o primeiro trimestre do ano passado, em que teve receitas extraordinárias com a venda de computadores (21,5 milhões) e com as eleições (3,5 milhões).

Na parte mais financeira, os CTT adiantam que a forte geração de fluxo de caixa permitiu reduzir a dívida.

Paralelamente ao anúncio dos resultados, o grupo desvendou o negócio por detrás da “estratégia imobiliária” que vai permitir rentabilizar o seu vasto património. Os CTT preparam-se para vender 30,1% de um portefólio de imóveis por 42 milhões de euros no total, mas o processo está dividido em várias fases e sujeito a várias condições.

(Notícia atualizada às 19h22)

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Reestruturação da TAP “não foi decisão ideológica”. Privados recusaram pôr dinheiro, diz Frasquilho

O antigo presidente do conselho de administração da TAP afirmou na comissão parlamentar de inquérito que acionistas privados rejeitaram injetar dinheiro na TAP na pandemia.

“Não se tratou de um decisão ideológica, mas de uma operação de emergência” que permitiu salvar a TAP e milhares de empregos. Foi assim que Miguel Frasquilho, antigo presidente do conselho de administração descreveu esta quinta-feira o financiamento público à companhia em 2020 e o plano de reestruturação submetido a Bruxelas.

Não tenhamos ilusões se o objetivo era salvar a TAP não havia outra alternativa”, garantiu o antigo chairman na comissão parlamentar de inquérito (CPI), referindo que os acionistas privados, a Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa. “A nossa primeira opção foi recorrer ao auxílio dos acionistas privados. Quando confrontados com necessidade premente da entrada de financiamento a resposta dos acionistas privados foi negativa”, disse Miguel Frasquilho, que liderou o conselho de administração entre junho de 2017 e junho de 2021, na sua intervenção inicial.

O antigo chairman foi questionado pelo deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, sobre a razão da opção por apoios no âmbito de um processo de resgate e reestruturação da TAP em vez de recorrer às ajudas europeias no âmbito da pandemia. Miguel Frasquilho afirmou que “foi a Comissão Europeia que não aceitou que a TAP ficasse só nos auxílios covid”, segundo lhe relatou o Governo, porque não esteve nas reuniões em que essa decisão foi transmitida.

O ex-administrador explicou que o Governo insistiu que o auxílio fosse para a TAP SA, dona da companhia aérea, que tinha um balanço equilibrado, e não para a TAP SGPS, que estava em falência técnica. Bruxelas não aceitou porque a TAP SA tinha créditos de 900 milhões de euros sobre a SGPS, pelo que se esta última entrasse em falência o mesmo aconteceria com a primeira. A transportadora portuguesa acabaria por receber apenas uma pequena parte da injeção de 3,2 mil milhões em auxílios covid.

O “buraco” de 900 milhões foi em grande parte provocado por transferências da companhia aérea para a SGPS para esta cobrir as perdas da M&E Brasil, a empresa de manutenção e engenharia naquele país. Reconhecendo os prejuízos recorrentes daquela operação, desde a aquisição em 2006, Miguel Frasquilho sublinhou, no entanto, a importância do negócio para o crescimento da TAP no Brasil.

Nunca saberemos qual teria sido a evolução da TAP sem esta compra [da M&E Brasil] em 2006. Foi a partir daí que a operação da TAP no Brasil cresceu muitíssimo.

Miguel Frasquilho

Antigo chairman da TAP

“Nunca saberemos qual teria sido a evolução da TAP sem esta compra em 2006. Foi a partir daí que a operação da TAP no Brasil cresceu muitíssimo. Não lhe sei dizer no fim do dia se impacto foi positivo ou não”, apontou o antigo chairman. Miguel Frasquilho sublinhou a importância de a companhia aérea voar atualmente para 11 destinos naquele país, a única transportadora europeia a fazê-lo, considerando que atribui à empresa um grande valor na privatização.

Questionado por Hugo Carneiro, do PSD, o antigo responsável afirmou que a M&E Brasil era acompanhada por vários membros da comissão executiva em função dos respetivos pelouros. Miguel Frasquilho explicou que em 2019 foi decidido vender as instalações em Porto Alegre, ficando apenas as do Rio de Janeiro, o que atenuou os prejuízos, que voltaram a agravar-se com a pandemia. Só em 2021 é que a comissão executiva determinou que a companhia aérea iria deixar de fazer a manutenção de aeronaves na M&E Brasil, para avançar para a venda ou liquidação. Esta última avançou no ano passado.

O administrador foi ainda confrontado com o desejo da Comissão Europeia de que houvesse uma partilha dos custos de reestruturação com os credores da TAP. “Mesmo antes dos cortes de salários que foram implementados para tentar salvar o maior número de postos de trabalho, começámos a trabalhar com os lessors que são quem financia a compra dos aviões. Conseguimos benefícios financeiros de 1,3 mil milhões até 2025″, referiu Miguel Frasquilho. Os obrigacionistas não foram envolvidos, porque a Comissão Europeia considerou que “teria um impacto negativo em Portugal”, uma vez que na emissão feita em 2019 tinha participado um grande número de pequenos acionistas. Bernardo Blanco assinalou que é a própria Comissão que questiona o facto de os credores não terem sido chamados a participar no esforço.

“Não houve algoritmo nenhum”

O antigo presidente do conselho de administração confirmou que “nunca” a Comissão Europeia exigiu um corte dos salários, mas que “havia metas para a massa salarial”. Miguel Frasquilho sublinhou que “os salários foram cortados porque isso permitiu salvar milhares de empregos na TAP”. O antigo administrador disse que sem a redução salarial teriam sido eliminados 3.000 postos de trabalho e não 1.200.

O deputado Bruno Dias questionou Miguel Frasquilho sobre o algoritmo usado pela TAP para os despedimentos na companhia. O antigo chairman negou a sua existência: “Não houve algoritmo nenhum”. “Dá a ideia que houve uma coisa que se pôs a correr e que as pessoas foram escolhidas sem intervenção humana. Tivemos critérios para a saída”, acrescentou.

O antigo administrador referiu que foram usados critérios de experiência, produtividade, limitações, habilitações e custo salarial, definidos pela gestão. “Pessoas da mesma família nunca foram ambas embora. No fim do processo chegaram-nos casos pessoais, de dramas pessoais, doença prolongada, morte de familiares. Essas pessoas foram retiradas da lista”, garantiu, reiterando que “não houve nenhum algoritmo automático”. Filipe Melo, do Chega, questionou se não havia algoritmo quem foi então o responsável pelos despedimentos. “Foram os responsáveis da TAP e eu era um dos responsáveis”, respondeu Miguel Frasquilho.

Tivemos de fazer um plano conservador que fosse considerado credível pela Comissão Europeia para ser aprovado. Sem plano aprovado a TAP tinha acabado em junho ou julho de 2020.

Miguel Frasquilho

Antigo chairman da TAP

Bruno Dias, do PCP, confrontou por várias vezes o antigo presidente do conselho de administração com o facto de os despedimentos na TAP terem sido excessivos, argumentando que há data da aprovação do plano de reestruturação já existiam perspetivas mais otimistas para a evolução do tráfego aéreo. “É como se estivéssemos a preencher o totobola à segunda-feira depois dos jogos ao sábado e domingo”, retorquiu o antigo secretário de Estado do Tesouro. “Nós vivemos os tempos mais arriscados da aviação. Pior do que o 11 de Setembro. Acha que algum gestor fica satisfeito em fazer despedimentos”, acrescentou.

“Tivemos de fazer um plano conservador que fosse considerado credível pela Comissão Europeia para ser aprovado. Sem plano aprovado a TAP tinha acabado em junho ou julho de 2020”, garantiu o ex-chairman.

Contactos com ministérios “sem limitações”

Tal como outras personalidades que passaram pela comissão de inquérito, o responsável foi questionado por Mariana Mortágua se tinha conhecimento de pedidos da Presidência da República para alteração de voos. “Nunca tive pedidos desse género”, foi a resposta.

Ao contrário da CEO da TAP, que referiu que tinha indicações para que os contactos fossem feitos com a tutela setorial, o Ministério das Infraestruturas, e não com a tutela financeira, o Ministério das Finanças, o antigo chairman afirmou que teve sempre uma boa relação com ambas. “Nunca tive limitações de contacto com as Infraestruturas ou as Finanças”, garantiu.

Miguel Frasquilho salientou, em resposta ao PS, a importância que o plano de reestruturação teve na preservação do hub da TAP. “A grande mais-valia da TAP diz respeito ao modelo de hub and spoke e à ligação entre o médio curso e o longo curso. No ponto a ponto nunca será competitiva com as low-cost. Mas estas também não fazem longo curso. Não voam para o Brasil ou para África. O papel da TAP é fazer a ponte entre diversas paragens e distribuir os passageiros”, explicou.

[Sem o hub] íamos passar a apanhar os voos intercontinentais em Madrid, Paris ou Londres. Talvez passados muitos anos viesse uma companhia tomar o lugar da TAP. Mas os danos seriam enormes.

Miguel Frasquilho

Antigo chairman da TAP

Sem o hub, “íamos passar a apanhar os voos intercontinentais em Madrid, Paris ou Londres. Talvez passados muitos anos viesse uma companhia tomar o lugar da TAP. Mas os danos seriam enormes”, apontou.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

(notícia atualizada às 21h45)

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Iniciativa Liberal vai propor comissão de inquérito à atuação do SIS no “caso Galamba”

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

"Há ainda questões por esclarecer" sobre este caso, apesar das "declarações públicas já dadas e comunicados" feitos por membros do Governo, diz o líder parlamentar do partido.

A Iniciativa Liberal vai propor uma comissão parlamentar de inquérito à atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, anunciou o líder parlamentar do partido.

Numa declaração política no parlamento, Rodrigo Saraiva considerou que “há ainda questões por esclarecer” sobre este caso, apesar das “declarações públicas já dadas e comunicados” feitos por membros do Governo, responsáveis de forças de segurança ou pelo Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP).

“Como atuou efetivamente o SIS? Foi por iniciativa própria? E de onde e quem partiu essa ordem se não foi por iniciativa própria? São questões essenciais”, afirmou. O líder parlamentar da IL sublinhou que, no dia em que se soube dos acontecimentos, o seu partido “submeteu formalmente perguntas” ao primeiro-ministro, e houve vários partidos que requereram audições ao diretor do SIS e à secretária-geral do SIRP.

“Outras audições irão ocorrer deveriam trazer informações sobre o sucedido. Mas já se percebeu que não irá haver clarificação das perguntas que coloquei há poucos segundos atrás”, considerou. Rodrigo Saraiva frisou que a atuação dos serviços de informações, e a “utilização desses mesmos serviços de forma indevida e fora do quadro legal”, é um tema “demasiado sensível”.

“Tão sensível que justifica a constituição de uma comissão de inquérito parlamentar nesta casa, cuja proposta a Iniciativa Liberal irá apresentar”, anunciou.

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EDP lucra 303 milhões de euros até março

A EDP iniciou 2023 com um resultado líquido positivo, depois de no ano passado ter registado prejuízos de 76 milhões no primeiro trimestre.

A EDP obteve 303 milhões de euros em lucro no primeiro trimestre deste ano, que comparam com o prejuízo de 76 milhões registado entre janeiro e março do ano passado.

Se, no primeiro trimestre do ano passado, o resultado líquido da elétrica liderada por Miguel Stilwell foi afetado pela fraca produção hídrica, este ano, “a recuperação em termos homólogos foi impulsionada pela normalização da produção hidroelétrica em Portugal no inverno 2022-2023”, lê-se no comunicado, publicado esta quinta-feira na página da Comissão do Mercado e de Valores Mobiliários. “No início de maio, as albufeiras da EDP em Portugal mantêm-se a uma quota agregada acima da média histórica para este período do ano”, acrescenta a elétrica.

O EBITDA atingiu os 1,4 mil milhões de euros no primeiro trimestre, praticamente o dobro em relação aos primeiros três meses de 2022. Em paralelo, a margem bruta da EDP disparou 84% para 2,1 mil milhões de euros.

A recuperação face ao período homólogo está não só relacionada com as melhorias na produção hídrica no mercado Ibérico, mas também com o desempenho da EDP Renováveis, “que apresentou um crescimento de EBITDA de 14% em termos homólogos”, resultante da contribuição positiva das quatro regiões em que atua: Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia Pacífico.

Nesta quarta-feira, a subsidiária de energias da EDP, a EDP Renováveis, já havia divulgado um resultado líquido de 65 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, “em linha” com os 66 milhões obtidos no período homólogo, com o crescimento dos resultados operacionais a ser “anulado pelo aumento dos custos financeiros”.

A EDP destaca ainda o papel da expansão da atividade de redes de eletricidade no Brasil na subida do EBITDA. O EBITDA do segmento de redes de eletricidade apresentou um crescimento de 5%.

No que diz respeito a Portugal, o EBITDA cresceu para os 127 milhões de euros, mais 2 milhões que no ano anterior.

Já o investimento bruto totalizou 1,2 mil milhões no trimestre, dos quais 98% em energias renováveis e redes de eletricidade. A capacidade de energias renováveis em construção atingiu um recorde de 5 gigawatts (GW), mais 1GW face a dezembro de 2022, abrangendo projetos em 15 mercados na Europa, Américas e na Ásia.

A dívida líquida atingiu os 13,1 mil milhões de euros, uma diminuição ligeira face aos 13,2 mil milhões do trimestre anterior, uma evolução justificada pela aceleração do investimento em renováveis e redes de eletricidade, a par do encaixe dos dois aumentos de capital realizados pela EDP e pela EDP Renováveis.

(Notícia atualiza pela última vez às 18:47, com mais informação)

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Dona do Meo está à procura de 130 jovens talentos

Desde o arranque do programa Darwin "já foram recrutados mais de 120 trainees, integrados em diferentes direções da Altice Portugal." Candidaturas decorrem até junho.

A Altice quer recrutar 130 jovens talentos, no âmbito do programa de estágios da empresa. A edição deste ano do Programa Darwin triplica o número de vagas disponíveis face a anos anteriores. As candidaturas decorrem até junho.

O programa visa “integrar jovens universitários no mercado de trabalho para potencial carreira de futuro na empresa”, procura “recém-licenciados, dinâmicos, e com formação nas áreas de Engenharia, Tecnologias da Informação, Gestão, Economia e outras similares”. Os jovens talento recebem uma bolsa, cujo valor a empresa não divulgou.

A “aposta no rejuvenescimento é o mote deste ano”, refere a empresa, com o número de ofertas a triplicar face às vagas de outras edições. O novo plano estratégico da empresa, conhecido em fevereiro, coloca no pilar “pessoas” o rejuvenescimento do talento da companhia.

“Queremos atrair para Portugal talento internacional”, garantia na época Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, durante a apresentação da estratégia da empresa até 2030 CEO, mas também reforçar a diversidade e paridade na companhia. “Queremos que 40% dos cargos de liderança sejam ocupados por mulheres. Atualmente, estamos com cerca de 30%”, contabilizou.

A empresa tem cerca de nove mil colaboradores diretos em Portugal, 75% com mais de 40 anos. A CEO apontava o programa Darwin como uma das ferramentas para atingir esse rejuvenescimento.

Desde o arranque do programa, “já foram recrutados mais de 120 trainees, integrados em diferentes direções da Altice Portugal.

Com duração de 12 meses, o programa Darwin prevê o “acompanhamento personalizado e contínuo através do envolvimento de orientadores com feedback permanente, reuniões de counseling regulares e momentos de formação que reforçam as competências de cada jovem, promovendo a partilha de conhecimento que proporciona crescimento pessoal de cada um”, refere a operadora em comunicado.

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Tiago Lopes Duarte nomeado partner da multinacional Stratesys

O português, que integra a equipa da Stratesys desde 2010, vai acumular a função com a liderança do Global Technology Hub da multinacional.

Tiago Lopes Duarte foi nomeado partner da Stratesys Portugal. O português, que integra a equipa da Stratesys desde 2010, vai acumular a função com a liderança do Global Technology Hub da Stratesys.

“Estou muito satisfeito com a nomeação para partner da Stratesys Portugal. Fazendo parte desta equipa há mais de uma década, este reconhecimento é o reflexo do crescimento da empresa e da sua relevância no mercado nacional”, afirma Tiago Lopes Duarte, em comunicado.

O mais recente partner da multinacional considera, ainda, que “é bastante gratificante integrar uma empresa que investe no desenvolvimento pessoal e profissional das suas pessoas, valorizando e promovendo os seus recursos desde a formação à nomeação de quadros”.

Antes de juntar-se à Stratesys, o profissional desenvolveu a sua carreira em empresas de consultoria como a Accenture Technology Solutions ou a ROFF, com funções nas áreas de desenvolvimento e implementação de soluções de gestão de talento e recursos humanos.

Licenciado em Engenharia Informática pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Tiago Lopes Duarte conta também com um executive master in Management com especialização em Liderança na Católica Lisbon School of Business & Economics.

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Ordem dos Advogados marca AG extraordinária para discutir estatutos

Ordem convoca assembleia-geral dos advogados para discutir as alterações ao Estatuto da Ordem dos Advogados, no âmbito da Lei das Associações Públicas profissionais.

A Ordem dos Advogados (OA) anunciou a marcação de uma Assembleia-Geral extraordinária, de forma a que a classe se possa pronunciar sobre as alterações ao seu estatuto, necessárias para a concretização da Lei das Associações Públicas Profissionais, que entrará em vigor nos próximos meses.

“Esta Ordem pública profissional também não aceitará qualquer ingerência do Estado na sua autorregulação, bem como não compactuará com qualquer solução que belisque o sigilo profissional ou possa pôr em causa a relação de confiança entre advogado e cliente“, disse Fernanda de Almeida Pinheiro, em conferência de imprensa que decorreu esta quinta-feira, no Largo de São Domingos, em Lisboa. Uma comunicação que, segundo a bastonária dos advogados, tem o apoio do Conselho Geral e de todos os Conselhos Regionais, de Deontologia, Conselho Superior e Conselho Fiscal da Ordem dos Advogados.

“Entendem os órgãos nacionais e regionais da Ordem dos Advogados que o momento impõe a união da classe e, assim, numa atuação sem precedentes na história desta Instituição, unem esforços para, de forma clara, indicar ao Governo que a alteração a efetuar ao Estatuto da Ordem dos Advogados não poderá passar pela diminuição da atuação da Advocacia, não se aceitando que os atos próprios da profissão, como os conhecemos hoje, sejam alterados ou possam vir a ser prestados por outros profissionais que não licenciados em direito e inscritos nesta Ordem”, explicou a bastonária.

“Assim, daqui a 30 dias, a advocacia reunir-se-á em Assembleia Geral extraordinária, mostrando, de forma inequívoca, que não se resignará nem aceitará alterações estatutárias que coloquem em causa a essência da Advocacia e o papel do/a Advogado/a como garante dos direitos, liberdades e garantias dos/as cidadãos/ãs portugueses num Estado de Direito democrático”, concluiu.

Na sexta-feira, dia 28 de abril, a SIC Notícias avançou que estava em discussão no Parlamento uma proposta de lei que faria com que deixasse de ser obrigatória uma licenciatura em Direito para o acesso à profissão de advogado. A notícia deixava ainda claro a posição contrária da bastonária da Ordem dos Advogados à proposta em questão.

De seguida, o gabinete de imprensa da ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, desmentiram tal situação em comunicado sublinhando que o teor das notícias avançadas é “totalmente falso”.

A bastonária diz que essa ideia foi clarificada pelo Governo, mas que no que toca “a outras profissões inscreverem-se na Ordem dos Advogados, o Ministério da Justiça, antes desse desmentido, disse que essa hipótese estava em cima da mesa. E deu o exemplo dos administradores de insolvência”.

“É totalmente falso o teor das notícias avançadas dando conta que a “Licenciatura em Direito pode deixar de ser obrigatória para acesso à profissão de advogado”. Nunca tal esteve em cima da mesa no âmbito da nova Lei das Associações Públicas Profissionais, nem qualquer hipótese remotamente próxima que permita essa leitura”, leu-se no comunicado.

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Jinko Solar anuncia resultados do primeiro trimestre de 2023

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  • 4 Maio 2023

Os resultados do primeiro trimestre da Jinko Solar demonstram um crescimento de 60% nas vendas relativamente ao ano anterior.

A Jinko Solar, um dos maiores e mais inovadores fabricantes de módulos solares do mundo, anunciou os seus resultados financeiros não auditados relativamente ao primeiro trimestre, encerrado em 31 de março de 2023.

A queda nos preços do polissilício estimulou a procura por módulos no primeiro trimestre do ano. Por essa razão, as vendas trimestrais de módulos da Jinko Solar aumentaram mais de 60% em relação ao ano anterior. Também as vendas para o mercado chinês aumentaram mais de duas vezes em relação ao ano anterior.

A visibilidade da carteira de encomendas da empresa para 2023 excede os 60%, sendo as encomendas no estrangeiro o principal contributo para este número. As entregas de módulos do tipo N no primeiro trimestre foram de aproximadamente 6 GW, tendo mantido um prémio competitivo em relação aos módulos do tipo P. A eficiência da produção em massa de células TOPCon do tipo N atingiu 25,3%.

A Jinko Solar Co., Ltd. (“Jiangxi Jinko”), principal subsidiária operacional da empresa, emitiu títulos conversíveis no valor de RMB10 bilhões para apoiar a expansão da capacidade para o tipo N avançado.

Destaques operacionais e financeiros do primeiro trimestre de 2023

As vendas trimestrais foram de 14.490 MW (13.038 MW para módulos solares e 1.452 MW para células e wafers), o que denota uma queda de 12,8% sequencialmente e um aumento de 72,7% ano a ano. Já a receita total foi de RMB23,33 bilhões (US$3,40 bilhões), uma queda sequencial de 22,2% e um aumento de 58,0% em relação ao ano anterior. A diminuição sequencial foi atribuída, principalmente, a uma diminuição no envio de módulos solares. O aumento ano a ano foi atribuído, principalmente, a um aumento na venda de módulos solares devido à crescente procura do mercado global.

O lucro bruto foi de RMB4,04 bilhões (US$588,4 milhões), com uma queda de 4,0% sequencialmente e um aumento de 81,5% em relação ao ano anterior. A margem bruta foi de 17,3%, em comparação com 14,0% no quarto trimestre de 2022 e 15,1% no primeiro trimestre de 2022.

O lucro líquido atribuível aos acionistas ordinários da JinkoSolar Holding Co., Ltd foi de RMB788,7 milhões (US$ 114,8 milhões), em comparação com RMB665,0 milhões no quarto trimestre de 2022 e RMB28,9 milhões no primeiro trimestre de 2022.

O lucro líquido ajustado atribuível aos acionistas ordinários da JinkoSolar Holding Co., Ltd, que exclui o impacto de uma mudança no valor justo das notas seniores conversíveis, de uma mudança no valor justo do investimento de longo prazo e das despesas de compensação com base em ações, foi de RMB836,4 milhões (US $ 121,8 milhões), em comparação com RMB267,8 milhões no quarto trimestre de 2022 e RMB328,4 milhões no primeiro trimestre de 2022.

Os ganhos básicos e diluídos por ação ordinária foram de RMB3,91 (US$0,57) e RMB3,74 (US$0,54), respetivamente. Isso traduz-se em ganhos básicos e diluídos por ADS de RMB15,62 (US$2,28) e RMB14,95 (US$2,18), respetivamente.

“Estamos satisfeitos por registar melhorias ano após ano nos envios de módulos, nas receitas totais e na margem bruta. Com a volatilidade dos preços do polissilício no primeiro trimestre, ajustámos a nossa estratégia da cadeia de fornecimento para controlar eficazmente os custos. Entretanto, o rácio de expedição de produtos do tipo N aproximou-se de quase 50% do total das nossas expedições de módulos, graças à sua elevada eficiência e à nossa sólida rede de comercialização global, o que contribuiu parcialmente para a melhoria da nossa rentabilidade”, afirmou Xiande Li, Presidente e Diretor Executivo da JinkoSolar.

O crescimento da procura de energia fotovoltaica no primeiro trimestre manteve-se forte, apesar de alguns fatores sazonais. O mercado chinês beneficiou da queda dos preços da energia fotovoltaica e dos atrasos nos projetos fotovoltaicos a partir de 2022. As novas instalações de energia fotovoltaica atingiram 33,7 GWac, representando um aumento de 154,8% em relação ao ano anterior. Como resultado, a instalação acumulada de energia fotovoltaica ultrapassou, pela primeira vez, a da energia hidroelétrica, tornando a energia fotovoltaica a segunda maior fonte de energia na China.

Além disso, as exportações de células e módulos solares da China para os mercados estrangeiros mantiveram-se fortes no primeiro trimestre. O total de vendas de módulos e células para o exterior atingiu US$ 13,1 bilhões no primeiro trimestre, representando um aumento de 15,3% em relação ao ano anterior.

Desde o segundo trimestre, à medida que os jogos de preços entre diferentes segmentos ao longo da cadeia de abastecimento se estabilizaram relativamente, o preço do polissilício começou a diminuir moderadamente e os preços atuais dos módulos têm sido suficientemente atrativos para melhorar a economia de muitos projetos fotovoltaicos.

Com a libertação gradual de mais volumes de produção ao longo do ano, é esperado que a escassez da oferta de polissilício diminua e que a descida do preço do polissilício irá libertar uma grande procura no mercado. Espera-se, ainda, que os principais fabricantes aumentem a sua quota de mercado graças a uma gestão mais forte da cadeia de abastecimento, à sua presença no mercado e ao poder da sua I&D e dos seus produtos.

“Estamos otimistas quanto à procura do mercado global e às oportunidades trazidas pelas novas tecnologias em 2023. Continuaremos a investir em I&D e na capacidade avançada do tipo N para reforçar a nossa liderança no tipo N em termos de capacidades de produção em massa, desempenho dos produtos e custos”, continuou o presidente.

A segunda fase da capacidade das células TOPCon de 11 GW em Jianshan atingiu a produção total e a eficiência média de produção em massa das células TOPCon de 182 mm do tipo N atingiu 25,3%. A empresa também melhorou a cadeia ecológica do tipo N, reforçando constantemente as vantagens competitivas globais do módulo de célula wafer do tipo N, com a melhoria da gestão da cadeia de abastecimento de materiais essenciais e auxiliares, a iteração de tecnologias de base e a melhoria dos processos.

No final do primeiro trimestre, os envios de módulos do tipo N ultrapassaram os 16 GW, dando apoio a centenas de projetos a nível mundial no ano passado. Em Janeiro de 2023, a empresa lançou a família de painéis Tiger Neo de segunda geração. A eficiência do módulo da família Tiger Neo atualizada de 445Wp para 54 células, 615Wp para 72 células e 635Wp para 78 células foi de até 22,27%, 23,23% e 22,72%, respetivamente. Até ao final de 2023, é esperado que a eficiência das células do tipo N produzidas em massa atinja 25,8%, o que melhorará ainda mais o desempenho dos módulos do tipo N.

Até ao final de 2023, a empresa pretende que a capacidade de células do tipo N represente mais de 70% da capacidade de células solares da Jinko Solar.

Lucro das operações e margem operacional

A receita de operações no primeiro trimestre de 2023 foi de RMB1,21 bilhão (US $ 176,4 milhões), em comparação com RMB614,4 milhões no quarto trimestre de 2022 e RMB40,8 milhões no primeiro trimestre de 2022. A margem de lucro operacional foi de 5,2% no primeiro trimestre de 2023, em comparação com 2,0% no quarto trimestre de 2022 e 0,3% no primeiro trimestre de 2022.

As despesas operacionais totais no primeiro trimestre de 2023 foram de RMB2,83 bilhões (US $ 412,0 milhões), uma redução de 21,3% em relação aos RMB3,59 bilhões no quarto trimestre de 2022 e um aumento de 29,4% em relação aos RMB2,19 bilhões no primeiro trimestre de 2022. A diminuição sequencial deveu-se principalmente a uma diminuição nos custos de envio de módulos solares e uma diminuição na perda por imparidade de bens, instalações e equipamentos, e o aumento ano após ano foi principalmente atribuível a uma perda crescente de alienação de bens, instalações e equipamentos e a um aumento nas taxas de sobre-estadia.

As despesas operacionais totais representaram 12,1% da receita total no primeiro trimestre de 2023, em comparação com 12,0% no quarto trimestre de 2022 e 14,8% no primeiro trimestre de 2022.

Destaques das operações e perspetivas de negócios

As perspetivas da empresa quanto à procura no mercado global e às oportunidades trazidas pela tecnologia do tipo N são otimistas. A Jinko Solar pretende manter a posição de liderança nos módulos do tipo N através da interação tecnológica, da melhoria da capacidade de produção em massa e da otimização dos custos.

Até ao final de 2023, a empresa espera que a eficiência das células do tipo N produzidas em massa atinja 25,8% e que o custo integrado dos módulos do tipo N se mantenha competitivo em relação aos módulos do tipo P. Espera, também, que a proporção de vendas de módulos do tipo N dentro das vendas totais de módulos atinja cerca de 60% em 2023, uma vez que prevê uma forte procura por produtos de alta eficiência de um número crescente de mercados e clientes.

As perspetivas de negócio da empresa baseiam-se nos pontos de vista e estimativas atuais da administração relativamente às condições de mercado, à capacidade de produção, à carteira de encomendas da empresa e ao ambiente económico global. Estas perspetivas estão sujeitas à incerteza quanto à procura do cliente final e aos calendários de venda. Os pontos de vista e as estimativas da direção estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.

Para o segundo trimestre de 2023, a empresa espera que as suas vendas de módulos estejam na faixa de 16,0 GW a 18,0 GW. Já para todo o ano de 2023, a empresa estima que suas vendas de módulos estejam na faixa de 60,0 GW a 70,0 GW. Relativamente à capacidade de produção anual de mono wafer, célula solar e módulo solar, a empresa pretende atingir 75,0 GW, 75,0 GW e 90,0 GW, respetivamente, até ao final de 2023.

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Pizza Hut e MTV Portugal unem-se para descobrir e promover talentos musicais

As edições passadas permitiram promover artistas musicais como Syro, Cláudia Pascoal, Nenny, T-Rex e JURA, Diana Lima, Rita Rocha, EU. CLIDES ou xtinto.

A Pizza Hut e a MTV Portugal firmaram uma parceria que pretende descobrir e promover talentos musicais emergentes em Portugal. A marca de pizzas patrocina o MTV Push Portugal, uma plataforma de promoção de novos talentos.

“A parceria da Pizza Hut com a MTV Push procura amplificar artistas portugueses emergentes, dando-lhes exposição, voz e palco, e tem vindo a dar origem a alguns dos artistas mais entusiasmantes do país ao longo das edições passadas”, refere-se em nota de imprensa.

Entre estes artistas incluem-se Syro, Cláudia Pascoal, Nenny, T-Rex e JURA, Diana Lima, Rita Rocha, EU. CLIDES e xtinto.

No acordo preveem-se também ativações “exclusivas” nos restaurantes Pizza Hut. A primeira delas decorre já esta quinta-feira, a partir das 19h00 na Pizza Hut Chiado, com um set acústico e exclusivo da artista Diana Lima.

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