“Boa cooperação institucional” com Belém mantém-se, diz Mariana Vieira da Silva

Mariana Vieira da Silva garante que a "boa cooperação institucional" com Belém "se mantém intocada" e recusa que o Executivo esteja a desvalorizar a crise política. 

Numa altura em que se adensa o “braço de ferro” entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, a ministra da Presidência garante que a “boa cooperação institucional” com Belém “se mantém intocada” e recusa que o Executivo esteja a desvalorizar a crise política.

“O Governo encara com total naturalidade todas as intervenções dos diferentes órgãos de soberania, que atuam, de resto, de acordo com aquelas que são as suas competências exatamente no mesmo espírito desde 2015“, afirmou Mariana Vieira da Silva, no final do Conselho de Ministros, quando questionada pelos jornalistas sobre o anúncio de que o Presidente da República vai falar ao país pelas 20h sobre o caso João Galamba –, em que houve uma discordância pública entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a manutenção do ministro das Infraestruturas no cargo — e se a crise política esteve em discussão.

Mariana Vieira da Silva sublinhou ainda que “a estabilidade política” e “a boa relação interinstitucional é um elemento fundamental”, que foi “decisivo nos últimos anos”, garantindo que a “boa cooperação institucional” com Belém “se mantém intocada”. “É algo que Governo respeita, defende e faz tudo para contribuir que permaneça”, acrescenta.

A ministra recusa que o Executivo esteja a desvalorizar a crise política e reitera que se “trata de uma situação excecional e infeliz”. Maria Vieira da Silva assegura ainda que vai acompanhar a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa com “total naturalidade e interesse”. “Não há desvalorização, há um recentrar e manter o foco em cumprir o programa do Governo, executar o PRR e proteger os portugueses num momento difícil de inflação”, conclui.

 

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Pais já a gozar da licença parental podem optar pelas novas modalidades, diz ministra do Trabalho

Aqueles já abrangidos pela licença parental, neste momento, podem declarar à Segurança Social que querem aderir às novas modalidades.

O Governo aprovou várias medidas de proteção social no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, no Conselho de Ministros desta quinta-feira. Entre as iniciativas estão as mudanças nas licenças parentais, que vão ser aplicadas mesmo às pessoas que as estejam a gozar neste momento, adiantou a ministra do Trabalho.

“O diploma prevê expressamente que mesmo as pessoas que já estejam neste momento a gozar de licenças parentais possam optar por estes novos regimes“, salientou Ana Mendes Godinho, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.

É necessário que para tal declarem à Segurança Social que “querem aderir a novas modalidades, nomeadamente a real partilha porque pode dar subsídio e maior e podem ganhar tempo do ponto de vista de acompanhamento dos filhos até um ano”, explicou a responsável.

Estão assim em causa mudanças nas licenças parentais, para “cumprir um dos objetivos que é reforçar e criar mecanismos de incentivo à partilha igual entre homens e mulher e também permitir acompanhamento dos filhos”, explicou a ministra. Assim, há um aumento do subsídio parental alargado, desde que haja real partilha entre homens e mulheres”, bem como a “criação da possibilidade de haver licença parental a tempo parcial para garantir que se aumenta o tempo que os pais podem estar com o filho no primeiro ano”.

Além disso, a “licença do pai passa a 28 dias seguidos, passa também para ter tratamento igual na forma de pagamento”. As licenças e subsídios parentais são ainda alargados às famílias de acolhimento, “promovendo o acolhimento familiar”, diz a ministra.

Com as medidas aprovadas agora, o Governo quer “garantir a regulamentação da Agenda do Trabalho Digno na dimensão da proteção social, para garantir que entra em vigor na dimensão dos mecanismos reforçados“, aponta a ministra do Trabalho.

Ana Mendes Godinho destaca também as medidas aprovadas direcionadas aos trabalhadores estudantes, que asseguram que estes “não perdem as bolsas de estudo e prestações sociais, podendo acumular até 14 salários mínimos por ano”. O objetivo é incentivar que continuem a estudar e também “combater o trabalho informal”.

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Justiça aprova 25 milhões de euros para novos tribunais e PJ na comarca de Braga

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

A ministra da Justiça anunciou um investimento de 25 milhões de euros em obras no distrito de Braga, nomeadamente 19 milhões em tribunais e seis milhões no edificado da PJ e da investigação criminal.

A ministra da Justiça anunciou esta quinta-feira um investimento de 25 milhões de euros em obras no distrito de Braga, nomeadamente 19 milhões em tribunais e seis milhões no edificado da PJ e da investigação criminal.

 

Segundo Catarina Sarmento e Castro, que falava na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, em Braga, as obras deverão estar concluídas em 2027.

A governante precisou que as obras vão incidir no Palácio da Justiça da sede da Comarca de Braga, no Palácio da Justiça de Guimarães (construção de novo edifício), também no Palácio da Justiça de Fafe (reabilitação) e no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (obras para tornar as instalações condignas), num valor global de 19 milhões de euros.

Concretamente sobre o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, a ministra explicou que este vai ser relocalizado porque o espaço atual é pequeno e não reúne as condições necessárias. “É uma situação que já estava sinalizada. É necessário relocalizar aqueles serviços porque necessitam de mais espaço”, especificou.

Quanto à área de investigação criminal, haverá um investimento de seis milhões de euros para adaptações a efetuar no edifício do Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Braga da PJ.

Segundo Catarina Sarmento e Castro, tratou-se do “primeiro passo no lançamento do Plano do Edificado para a Justiça com investimentos relevantes” nos tribunais de Braga e Guimarães e no edificado da PJ em Braga.

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PSD diz que Governo omitiu da CPI emails trocados com a ex-CEO da TAP

  • Ana Petronilho
  • 4 Maio 2023

Os social-democratas querem ter acesso a todos os emails trocados desde 2020 entre os membros do Ministério das Infraestruturas com a ex-CEO da TAP e com o administrador financeiro, Gonçalo Pires.

O PSD quer ter acesso aos emails trocados entre os membros do Ministério das Infraestruturas com a ex-CEO da TAP e com o administrador financeiro da companhia, Gonçalo Pires, que diz terem sido omitidos à comissão de inquérito (CPI) sobre a gestão da companhia.

Num requerimento enviado à CPI pelos social-democratas lê-se que a TAP, através de Christine Ourmières-Widener e Gonçalo Pires, “enviaram um conjunto de emails trocados com o Governo, nomeadamente com o Ministério das Infraestruturas (MI), que este omitiu da CPI, quando lhe haviam sido requeridas todas as comunicações com administradores e chairman da TAP, desde 2021″, através de um “ofício recebido pelo MI a 16 de março de 2023”.

O documento assinado pelo deputado Paulo Moniz e dirigido ao presidente da CPI, Jorge Seguro Sanches, aponta, pelo menos, cinco emails que foram omitidos pelas Infraestruturas.

Por isso, o PSD quer que o Governo envie à CPI “todos os emails, desde 2020 inclusive, trocados entre a TAP e qualquer elemento do Ministério das Infraestruturas”, estando em causa as comunicações do ex-ministro Pedro Nuno Santos e da sua chefe de gabinete, Maria Araújo, do ex-secretário de Estado Hugo Mendes, do atual ministro João Galamba e da sua chefe de gabinete Eugénia Cabaço. Os deputados social-democratas querem ainda ter acesso aos emails trocados com o ex-adjunto Frederico Pinheiro.

O PSD sublinha ainda que “no momento atual existem versões contraditórias” sobre “aspetos relevantes da interação entre Governo e a Comissão Parlamentar de Inquérito” e que “subsistem dúvidas quanto à intencionalidade do não envio à CPI de um conjunto de notas de uma reunião (17 de janeiro de 2023) por parte do Ministério das Infraestruturas”, lê-se no documento.

Além dos emails omitidos e perante as “versões contraditórias” sobre os episódios da demissão de Frederico Pinheiro, os social-democratas querem ainda que a PSP e a PJ enviem à comissão parlamentar de inquérito documentos sobre as ocorrências da noite de 26 de abril de 2023.

Num segundo requerimento enviado ao presidente da CPI, o PSD solicita à PSP que sejam enviados ao Parlamento a cópia dos autos (de participação) dos eventos ocorridos que conduziram a PSP às instalações do Ministério das Infraestruturas e a cópia do(s) registo(s) áudio das chamadas telefónicas solicitando a intervenção da PSP.

À Polícia Judiciária, os social-democratas pedem a cópia do registo da ocorrência e a “descrição dos procedimentos adotados para preservação de prova, nomeadamente para preservação do computador que terá sido entregue pelo SIS à PJ”.

Por fim, num terceiro requerimento, o deputado Paulo Moniz pede à Parpública que seja enviada toda a documentação que envolva “instruções ou cartas vinculantes do Governo, dirigidas à Parpública e solicitadas por esta entidade, relativas à TAP, nomeadamente quanto à recompra do capital social, em 2017, nacionalização de 2020 e privatização de 2015″.

Este pedido dos social democratas é feito no seguimento da audição a Carlos Durães, ex-vice presidente da Parpública, a 20 de abril, onde disse que os dois gestores da empresa que gere as participações do Estado foram deixados à margem na compra de 22,5% do capital da TAP à Atlantic Gateway em julho de 2020.

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ISQ assegura contrato de 16 milhões para controlar qualidade em reator nuclear

Além deste contrato para o controlo de qualidade da construção de diversos componentes do reator nuclear ITER, o ISQ tem em execução outros três. Prevê duplicar o número de engenheiros.

O ISQ acaba de assinar um contrato no valor de 16 milhões de euros com a F4E – Fusion For Energy para o controlo de qualidade da construção de diversos componentes do reator nuclear experimental conhecido como ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor), localizado em França. O contrato tem uma duração de quatro anos.

“O concurso teve a participação dos maiores players europeus nesta área, tendo o ISQ conseguido demonstrar a sua competitividade, importância e competência na engenharia de ponta a nível internacional”, sublinha José Figueira, administrador do ISQ, citado em comunicado.

José
Figueira, administrador do ISQ.

O ITER será a maior central elétrica de fusão nuclear do mundo, concebida para demonstrar a viabilidade científica e técnica da energia de fusão para fins energéticos. De acordo com o ISQ, é o “maior reator de fusão alguma vez projetado” erepresenta um dos maiores avanços científicos da atualidade na geração de energia isenta de emissões”.

Atualmente, o ISQ conta com uma equipa de 20 inspetores em diversos países europeus, prevendo-se a duplicação deste número de engenheiros.

Mónica Reis, gestora de projeto, acrescenta ainda que o ISQ tem em “execução outros três contratos, fornecendo serviços de engenharia na fase de projeto, ensaios especiais a materiais e mock-ups dos componentes do reator assim como formação de mais de 600 técnicos do ITER e F4E nas mais diversas áreas”.

Fusion For Energy é o organismo que gere a contribuição da União Europeia (UE) para a construção do ITER. O objetivo é demonstrar a viabilidade científica e técnica da fusão nuclear, réplica da fonte de energia do sol e das estrelas, como fonte de energia segura, inesgotável e responsável do ponto de vista ambiental. É um projeto conjunto entre a União Europeia, China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Federação Russa e Estados Unidos, sendo Cadarache o local de instalação do reator, no sul da França.

O ISQ é, desde 2014, responsável pela garantia da qualidade e controlo e supervisão da construção dos vários componentes do reator na Europa e China. A empresa está presente em 14 países, tem sete escritórios em Portugal e mais de 500 projetos internacionais de inovação.

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Volvo Cars vai despedir 1.300 administrativos na Suécia

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

O construtor automóvel anunciou o despedimento de cerca de 6% da sua força de trabalho total na Suécia. Empresa irá também reduzir custos e adotar medidas de eficiência a nível global.

O construtor automóvel sueco Volvo Cars anunciou esta quinta-feira que vai despedir 1.300 funcionários administrativos na Suécia para acelerar o processo de redução de custos da empresa.

Cerca de 1.100 trabalhadores correspondem à divisão de veículos, a principal divisão da empresa, e os restantes serão identificados após um processo de revisão.

O número total de trabalhadores despedidos corresponde a cerca de 6% da força de trabalho total da Volvo Cars na Suécia, que no final do ano passado tinha uma força de trabalho total de mais de 43.000 funcionários.

“A empresa irá também reduzir custos e adotar medidas de eficiência nas suas operações globais nos próximos meses. Além disso, irá rever e reduzir o número de consultores e de serviços adquiridos”, refere um comunicado.

O presidente executivo da empresa, Jim Rowan, destacou a situação económica mundial, o aumento dos preços das matérias-primas e a concorrência para justificar as medidas, bem como o processo de transformação da empresa, que pretende que 100% da sua produção seja de veículos elétricos até 2030.

A Volvo Cars, que é controlada pelo fabricante chinês de automóveis Volvo Cars, registou um lucro líquido de 4.000 milhões de coroas suecas (352 milhões de euros) no primeiro trimestre, uma queda de 12% em relação ao ano anterior, segundo um balanço apresentado no mês passado.

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Lagarde garante que o “BCE não fez uma pausa” na subida das taxas de juro

Apesar de o Banco Central Europeu ter reduzido para 25 pontos base a subida das taxas diretoras do euro, Lagarde garante que isto não significa que o BCE ficará por aqui.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) começou a conferência de imprensa desta quinta-feira notando que “as perspetivas de inflação continuam a ser demasiado elevadas durante demasiado tempo”, para justificar a subida de mais 25 pontos base das taxas diretoras.

Apesar de o BCE ter abrandado o ritmo de subidas das taxas de juro, após cinco aumentos consecutivos de 75 e 50 pontos base, Lagarde garantiu que o BCE “não está a fazer uma pausa” no ciclo de subida das taxas de juro.

Além disso, assegurou também não estar “a assumir qualquer compromisso para cortar as taxas a qualquer momento.”

A líder do BCE notou que o fim de subidas ainda não chegou ao fim, sublinhando que “ainda temos muito a fazer para chegarmos ao nosso objetivo de colocarmos a inflação nos 2%.”

Lagarde partilhou com os jornalistas que o Comité de Política Monetária do BCE teve várias discussões sobre a inflação subjacente (core) na Zona Euro, e que “o BCE está particularmente preocupado com a inflação dos bens alimentares”.

Sobre os efeitos que poderão continuar a pressionar a subida dos preços na área do euro, Lagarde sublinhou que “um maior crescimento dos salários ou das margens de lucro poderá aumentar a inflação” e não deixou de sugerir que “os governos revejam as medidas de apoio à energia” para evitar que o BCE tenha de tomar medidas mais agressivas no campo monetário.

A presidente do BCE referiu também que a economia europeia apresenta “níveis fracos de procura doméstica e consumo”, ao mesmo tempo que se observa “divergências entre os setores na economia.”

Sobre o programa de compra de ativos (APP) do Eurosistema, que o BCE já anunciou que pretende reduzir nos próximos meses, Lagarde anunciou que “o objetivo final é reduzir a zero os ativos do APP.”

Tal como o presidente da Fed, Jerome Powell, que referiu na conferência de quarta-feira, no seguimento de uma subida de 25 pontos base dos juros diretores nos EUA, também Lagarde sublinhou que “o setor bancário na Zona Euro já provou que é resiliente.” Questionada sobre o resgate ao Credit Suisse, Lagarde referiu que “as autoridades suíças tinham poucas opções”.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h57)

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Comissão Europeia quer combater pirataria online de eventos ao vivo e desportivos

A recomendação da Comissão Europeia estabelece também um sistema de monitorização "sólido", que visa avaliar os efeitos da luta contra a pirataria e a necessidade de serem consideradas novas medidas.

A recomendação vem diretamente de Bruxelas: é necessário combater a pirataria online de transmissões desportivas e de outros eventos ao vivo, como concertos ou peças de teatro.

Neste sentido, a Comissão Europeia “encoraja” os estados-membros – bem como as autoridades nacionais e os detentores de direitos dos serviços – a tomarem “medidas apropriadas, efetivas e balanceadas”, de modo a combater as retransmissões indevidas.

“A internet já permite aos cidadãos europeus desfrutar de uma variedade de eventos ao vivo, desde eventos desportivos a concertos. No entanto, a pirataria em escala comercial está a prejudicar e a colocar em risco as nossas indústrias criativas e desportivas, especialmente no caso de eventos ao vivo que geram a maior parte do seu valor durante a transmissão em tempo real. Neste sentido, é essencial que os intermediários online cooperem com os organizadores de eventos, bem como com as emissoras, de modo a combater a pirataria de eventos ao vivo“, refere Margrethe Vestager, vice-presidente executiva do programa “Uma Europa preparada para a era digital”, citada em comunicado.

A recomendação foca-se em três áreas principais. Além de enfatizar a importância e urgência de ações por parte dos dos provedores e hospedeiros dos serviços, de modo a que os danos causados pelo streaming ilegal sejam minimizados, a Comissão Europeia, com base na Lei dos Serviços Digitais, encoraja ainda ao uso de “injunções de bloqueio” adaptadas a eventos ao vivo. No caso de eventos desportivos, encoraja os estados-membros a garantir legitimidade aos organizadores desses eventos através da obtenção de uma “injunção”, algo que atualmente não é possível.

Numa terceira vertente, a Comissão recomenda que os organizadores e transmissores dos eventos aumentem a oferta, acessibilidade e atratividade das suas ofertas comerciais. Por outro lado, incita os estados-membros a sensibilizarem os utilizadores para as ofertas legais disponíveis para usufruto deste tipo de transmissões e a reforçarem a questão da pirataria junto das autoridades responsáveis.

A recomendação estabelece ainda um sistema de monitorização “sólido”, que visa avaliar os efeitos da luta contra a pirataria e a necessidade de serem consideradas novas medidas. Este trabalho será realizado com o apoio do Observatório Europeu das Infrações aos Direitos de Propriedade Intelectual (EUIPO Observatory).

Esta monitorização será feita até ao dia 17 de novembro de 2025, prazo até ao qual a Comissão vai avaliar a forma como a Lei dos Serviços Digitais interage com a restante legislação, incluindo aquela relacionada com direitos de autor. Por essa altura, a Comissão decidirá se existe a necessidade de aplicação de medidas adicionais, tendo em conta a evolução da tecnologia, dos canais de distribuição e dos padrões de consumo.

“Ao impor-se no combate contra a pirataria online, a Recomendação vai contribuir para reforçar a competitividade das indústrias desportivas e criativas da União Europeia”, refere a comissão em nota de imprensa.

Thierry Breton, comissário europeu para o mercado interno, refere que, mais do que nunca, a internet possibilita a visualização de eventos ao vivo mas também coloca em risco os modelos económicos:

“Já temos uma estrutura sólida de combate ao conteúdo ilegal online, mas tem de ser reforçada e aplicada. Ao dia de hoje, pedimos aos estados-membros que intensifiquem a luta contra a pirataria que retira dinheiro aos setores dos eventos ao vivo (…) estamos a criar um sistema de monitorização de KPIs de forma a avaliar os efeitos destas medidas na luta contra a pirataria online e a potencial necessidade de novas medidas”, afirma Breton.

“Os eventos desportivos e ao vivo contribuem para fomentar um panorama cultural europeu diversificado, que aproxima cidadãos e proporciona um sentido de comunidade. A organização deste tipo de eventos, bem como a sua transmissão ao vivo, requer investimentos significativos, contribuindo ao mesmo tempo para o crescimento económico e para a criação de emprego. As transmissões de streaming não autorizadas podem causar perdas significativas de receitas para artistas, organizadores e transmissores de eventos ao vivo, minando a viabilidade dos serviços que estes oferecem”, lê-se também na nota de imprensa divulgada pela Comissão Europeia.

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Reveja a conferência de Christine Lagarde que justifica o aumento de 25 pontos base das taxas de juro do BCE

A presidente do BCE explica em conferência de imprensa as razões que levaram a autoridade monetária do euro a aumentar em 25 pontos base as taxas diretoras do euro.

No seguimento do sétimo aumento consecutivo das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde explica com mais detalhe as decisões do Comité de Política Monetária do BCE.

Acompanhe aqui as declarações da presidente do BCE:

 

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Cereja do Fundão com quebras até 70% devido a temperaturas baixas na floração

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

As grandes amplitudes térmicas e as temperaturas muito baixas registadas à noite durante a floração provocaram quebras até 70% na produção da cereja do Fundão.

As grandes amplitudes térmicas e as temperaturas muito baixas registadas à noite durante a floração provocaram quebras até 70% na produção da cereja do Fundão, segundo os produtores, que esperam uma fruta de qualidade e calibre superior.

Engenheiro agrónomo de Alcongosta, com pomares em várias localidades do concelho do Fundão, a maioria a sul da serra da Gardunha, Gonçalo Batista afirma ter uma diminuição na produção, em relação a um ano normal, “na ordem dos 60% a 70%”, devido às geadas verificadas em dias consecutivos no início de abril naquele município do distrito de Castelo Branco.

No caso das Frutas Quinta da Fadagosa, com cerca de 18 hectares de cereja, as variedades mais tardias são as mais afetadas, por estarem na fase final da floração quando se registaram dias de calor e temperaturas a rondar os zero graus Celcius à noite.

“O frio causa distúrbio fisiológico nas flores. A flor não aguenta essas temperaturas tão baixas, ainda por cima em dias consecutivos, e foi o frio que acabou por provocar as perdas de produção, porque se tivéssemos tido noites amenas, mesmo com temperaturas elevadas para a época, não tinha tido influência”, sublinhou Gonçalo Batista, em declarações à agência Lusa.

Além das perdas já constatadas, que também vão afetar o pêssego, o engenheiro agrónomo explicou existirem variedades que vingam, mas depois as árvores não têm consistência para segurarem o fruto e podem “alampar”, agravando os danos.

“Se uma planta se sente confortável em termos hídricos, depois do stress ela prefere preservar a parte vegetal do que a parte da descendência, que são os frutos”, explicou Gonçalo Batista, que referiu ter parcelas onde não tenciona fazer a apanha, por “não compensar os gastos com a mão de obra”.

Filipe Costa, gerente da associação de fruticultores Cerfundão, com uma capacidade instalada para a comercialização de cerca de mil toneladas de cereja num ano normal, espalhada por 300 hectares, aponta para quebras na produção “de 50% a 60% no Fundão e Cova da Beira”.

“As variedades que estavam em floração nestes períodos de amplitudes térmicas, de temperaturas muito baixas durante a noite e altas durante o dia, fizeram vingamentos mais fracos e têm uma produtividade mais baixa”, acentuou o engenheiro agrónomo e produtor, que estima uma maior quebra, no geral, “nas variedades intermédias e tardias”.

Se Gonçalo Batista, com a maioria dos pomares a sul da Gardunha, onde a produção se costuma antecipar duas semanas, já iniciou a campanha deste ano, na Cerfundão a previsão para o início das colheitas é no início da próxima semana, “dependendo da evolução das temperaturas”.

Filipe Costa antecipa “um ano muito bom em termos de qualidade degustativa da fruta”.

“É expectável que a dimensão da fruta seja maior e que o nível de açúcar da fruta também, porque temos as árvores com menos carga”, vaticinou à agência Lusa.

Gonçalo Batista, das Frutas Quinta da Fadagosa, tem a “certeza absoluta de que o potencial de calibre vai ser superior”, embora “em termos de brix”, o açúcar na fruta, e de textura, “é ainda uma incógnita, porque estamos numa fase muito incipiente”, ainda que, “normalmente, quando as árvores estão mais leves, tudo indica que a qualidade será superior”.

O gerente da Cerfundão, Filipe Costa, espera a “valorização unitária” da cereja“, para que o preço equilibre os “substanciais aumentos” dos custos energéticos, com fertilizantes e vários fatores que impactam na produção.

“É importante para a sustentabilidade da própria fileira que a fruta seja devidamente remunerada, mas aí depende do mercado e da lei da oferta e da procura”, enfatizou.

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Câmara do Porto restringe alojamento local no centro histórico

Porto passa a ter novo regulamento de Alojamento Local, diferenciando áreas de crescimento sustentável e áreas de contenção mediante a pressão de cada freguesia.

O novo regulamento do Alojamento Local (AL) do Porto entra esta quinta-feira em funcionamento, passando a diferenciar áreas de crescimento sustentável e zonas de contenção mediante a “pressão” de cada freguesia. Entre as “áreas de contenção” estão as freguesias da Vitória, São Nicolau, Sé, Santo Ildefonso e Miragaia por apresentarem um rácio de pressão igual ou superior a 15%. Mas há exceções para estas zonas da Invicta.

Com a entrada em vigor deste regulamento para o crescimento sustentável do AL, termina a medida de suspensão de novos alojamentos em Cedofeita e Bonfim, em funcionamento desde outubro de 2022.

De acordo com o regulamento municipal, publicado em Diário da República, será excecionalmente permitida a instalação de novos AL, no caso de implicarem operações urbanísticas relativas a novos edifícios ou a imóveis objeto de obras de conservação considerados “de especial interesse para a cidade” pela autarquia liderada pelo independente Rui Moreira.

Outra das exigências do regulamento consiste no “equilíbrio entre a oferta de alojamento local e o alojamento destinado a habitação”, numa distribuição que garanta 50% de habitação e 20% para habitação acessível.

O regulamento prevê, ainda, operações urbanísticas promotoras do comércio de rua que ocupem, pelo menos, 60% do piso térreo do edifício e que 20% da restante área seja “afeta a habitação acessível por um prazo não inferior a 25 anos”.

Este é um regulamento equilibrado que procura gerir a cidade como um todo e tratar o alojamento local como essencial.

Ricardo Valente

Vereador das Atividades Económicas, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal do Porto

Há uma outra exceção à instalação de novos alojamentos locais nas áreas de contenção: os pedidos de ocupação de edifícios devolutos há mais de três anos.

Os interessados no registo de uma nova atividade de AL nas áreas de crescimento sustentável deverão fazê-lo através da Agência para a Modernização Administrativa, que tem um prazo de dez dias para a atribuição da licença. Já as solicitações nas zonas de contenção passam a ser feitos através do Gabinete do Munícipe da autarquia portuense. Neste caso, o prazo de resposta pode ir até aos 60 dias, pois é preciso “analisar se este pedido cabe nas exceções que se coloca em cima da mesa”, precisou o vereador das Atividades Económicas, Finanças e Fiscalização, Ricardo Valente.

Entre as áreas de contenção estão, assim, as freguesias da Vitória, São Nicolau, Sé, Santo Ildefonso e Miragaia por apresentarem um rácio de pressão igual ou superior a 15%. Já as áreas de crescimento sustentável são Aldoar, Bonfim, Campanhã, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Massarelos, Paranhos, Nevogilde, Ramalde e Cedofeita.

Estas classificações podem, contudo, ser alteradas “em função da monitorização do rácio de pressão” e será, também, definido um limite máximo para a atribuição de novos registos em cada área de crescimento sustentável. O objetivo é garantir “o equilíbrio entre o AL e os imóveis/frações disponíveis para outros fins como habitação permanente ou para arrendamento de longa duração, comércio e serviços”, lê-se no documento do Diário da República.

Para o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto, “este é um regulamento equilibrado que procura gerir a cidade como um todo e tratar o alojamento local como essencial”.

Este regulamento foi aprovado na reunião do Executivo Municipal de 21 de abril, com os votos favoráveis dos vereadores do movimento independente de Rui Moreira e do PSD, a abstenção dos vereadores PS e os votos contra dos vereadores do BE e da CDU. E ainda por deliberação da Assembleia Municipal do Porto de 28 de abril de 2023.

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BCE levanta o pé do acelerador e sobe taxas em 25 pontos base para 3,25%

Banco Central Europeu voltou a subir as taxas diretoras, mas de forma mais moderada. A taxa de depósitos fica nos 3,25%, o valor mais elevado dos últimos 15 anos.

O Banco Central Europeu (BCE) interrompeu um ciclo de fortes subidas das taxas diretoras, anunciando esta quinta-feira uma subida de apenas 25 pontos base nas taxas de juro do euro, como era esperado pelo mercado e antecipado por vários responsáveis do BCE.

“As perspetivas de inflação continuam a ser demasiado elevadas durante demasiado tempo. Tendo em conta as atuais pressões inflacionistas elevadas, o Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base”, refere a autoridade monetária em comunicado.

Esta decisão, anunciada esta quinta-feira, acontece depois de, entre julho e março, o BCE ter realizado três aumentos de 50 pontos base e três de 75 pontos base.

Com este último aumento das taxas de juro, o Comité de Política Económica do BCE eleva a taxa dos depósitos para 3,25%, o valor mais elevado desde outubro de 2008, e as taxas de juro aplicáveis às operações de refinanciamento e de cedência de liquidez passaram para 3,75% e 4%, respetivamente.

“A inflação global diminuiu nos últimos meses, mas as pressões subjacentes sobre os preços permanecem fortes“, justifica o BCE, sublinhando que, “simultaneamente, os anteriores aumentos das taxas estão a ser transmitidos de forma vigorosa às condições monetárias e de financiamento da área do euro, embora os desfasamentos e a força da transmissão à economia real permaneçam incertos.”

Antecipando o resultado desta quinta-feira do BCE, Franck Dixmier, diretor global de Investimentos em obrigações da Allianz Global Investors (AllianzGI), revelou que “ao contrário da Fed, o Banco Central Europeu ainda está longe do fim do ciclo de endurecimento da política monetária”, antecipando assim que, na próxima reunião do BCE, a ser realizada em junho, o BCE volte a aumentar mais 25 pontos base as taxas de juro.

Além da subida das taxas de juro, o BCE revela que continuará a reduzir a carteira do programa de compra de ativos (APP) do Eurosistema a um “ritmo medido e previsível.” “Em consonância com estes princípios, o Conselho do BCE espera descontinuar os reinvestimentos ao abrigo do APP a partir de Julho de 2023”, lê-se no comunicado.

O BCE nota ainda que os reinvestimentos ao abrigo do programa de compra de ativos devido à emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP) irá estender-se pelo menos até ao final de 2024.

“Em qualquer caso, a futura descontinuação da carteira do PEPP será gerida de forma a evitar interferências com a orientação adequada da política monetária”, refere a entidade liderada por Chirstine Lagarde.

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