Marcelo espera obras do novo aeroporto em marcha antes do fim do mandato

  • Lusa
  • 25 Setembro 2022

O Chefe de Estado espera terminar o mandato "com a alegria de ver não só escolhida uma localização" sobre o novo aeroporto para a região de Lisboa, mas também com as obras em marcha.

O Presidente da República saudou este sábado a convergência entre Governo e PSD quanto ao método de decisão sobre a nova solução aeroportuária para a região de Lisboa, considerando que “é uma boa notícia”.

Em resposta a perguntas dos jornalistas, em San Diego, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que espera terminar o mandato, em março de 2026, “com a alegria de ver não só escolhida uma localização, não só começada a obra do aeroporto, como até porventura já uma solução transitória, se não a definitiva, em marcha”.

O chefe de Estado referiu que o encontro de sexta-feira entre o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do PSD, Luís Montenegro, até permitiu ultrapassar “divergências até agora” quanto à localização, “na base do estudo de avaliação ambiental, mas também da ponderação de tudo o que já está estudado”.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “já há muito tempo” tem apelado ao diálogo político sobre esta matéria, defendendo que “os partidos que têm um peso maior no parlamento têm uma responsabilidade enorme de dar o exemplo de entendimento”.

“É fundamental, porque o aeroporto não vai ser para este Governo, vai ser para o país e, portanto, é para este Governo, para o Governo a seguir a este Governo, para o Governo a seguir ao Governo a seguir a este Governo”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava durante um encontro com emigrantes portugueses e lusodescendentes em San Diego, no estado norte-americano da Califórnia, primeiro ponto de uma visita de cinco dias à Costa Oeste dos Estados Unidos da América.

O primeiro-ministro anunciou no fim da reunião de sexta-feira com o PSD – em que também participaram o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o dirigente social-democrata Miguel Pinto Luz – que houve convergência quanto à metodologia a seguir e que uma futura comissão técnica irá estudar várias localizações para um novo aeroporto, além do Montijo e Alcochete, incluindo Santarém.

Por sua vez, o presidente do PSD considerou que houve por parte do Governo um “acolhimento generalizado” das preocupações do seu partido e que há condições para que, dentro de cerca de um ano, o executivo possa tomar uma decisão final sobre esta matéria.

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Vieira da Silva defende lei das pensões, mas admite suspensão

  • Lusa e ECO
  • 25 Setembro 2022

O ex-ministro da Segurança Social explica ainda que suspender a lei não significa congelar aumentos das pensões, mas sim não aplicar determinados fatores previstos na fórmula de cálculo.

O antigo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social António Vieira da Silva considera que “é mais sensato” em tempos de crise e conjunturas específicas suspender a lei da atualização das pensões do que alterá-la.

Julgo que é mais sensato, é apenas a minha opinião, em momentos de crise específicos, de conjuntura particulares, suspender [a lei da atualização das pensões] e tomar as medidas adequadas”, disse Vieira da Silva, em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios.

Suspender a lei não significa congelar aumentos das pensões, mas sim não aplicar determinados fatores previstos na fórmula de cálculo, como a inflação e o crescimento económico, explicou o ex-governante socialista. “Não creio, aliás o primeiro-ministro já o disse, que estejamos numa situação de congelar pensões”, acrescenta.

Vieira da Silva admite que uma suspensão deste género poderia obrigar a apoios extraordinários para compensar uma eventual redução das pensões e defende ainda que a imprevisibilidade da atual conjuntura não permite exigir ao Governo que antecipe desde já o que vai acontecer daqui a um ano. “Não se pode exigir a um Governo que governe e que antecipe as conjunturas quando a maior economia da Zona Euro e da Europa ameaça ficar em recessão de 3% ou 3,5%”.

Por outro lado, o antigo ministro rejeita as críticas da Presidente do Conselho das Finanças Publicas quando acusa o Executivo de falta de transparência na explicação sobre a antecipação do aumento das pensões

Relativamente ao acordo de rendimentos e competitividade que está a ser discutido com os parceiro sociais, o ex-ministro defendeu que “seria extremamente positivo” para o país que houvesse um consenso, mas reconheceu que obter um entendimento em relação a valores “é difícil”.

O antigo ministro recusa ainda uma redução generalizada do IRC e defende que a mesma aconteça apenas para as empresas com investimentos significativos. “Os melhores exemplos que nós tivemos de usar a dimensão fiscal para dinamizar a economia portuguesa não foram descidas generalizadas, mas foram isenções ou reduções orientadas para investimentos“, afirmou Vieira da Silva.

“O grande retalho precisa de uma descida de IRC? Está numa situação em que isso conte para a sua produtividade? Tenho dúvidas”, afirmou o ex-governante.

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📹 Em que países surgiram mais milionários em 2021?

Há mais milionários em todo o mundo e menos em Portugal. Cerca de 159 mil portugueses tinham um património avaliado acima de um milhão de dólares no final do ano passado.

Em comparação com 2020, o número de portugueses milionários caiu em cerca de 10 mil, traduzindo-se num decréscimo de cerca de 6% no espaço de um ano. A riqueza global destas famílias atingiu um valor recorde de 463,6 biliões de dólares no final de 2021, quase mais 10% em relação ao ano anterior. Saiba mais no vídeo.

http://videos.sapo.pt/jYdZmRPGMUdtcWiN2ZYT

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Governo espanhol estuda criar taxa sobre milionários para combater inflação

O governo espanhol está ponderar criar um imposto sobre os milionários, que serviria para ajudar a financiar o pacote de medidas destinado a combater o impacto da inflação.

O governo espanhol está ponderar criar um imposto sobre os milionários, de forma a arrecadar mais dinheiro para apoiar as famílias no combate à inflação, avança a Bloomberg (acesso pago). O objetivo é taxar cerca de 1% da população espanhola e poderá entrar em vigor já no próximo ano.

“Estamos a propor um esforço de redistribuição por aqueles que têm mais para que possamos financiar o Estado social que pertence a todos”, afirmou o primeiro-ministro espanhol num discurso feito na sexta-feira, citado pela agência, sinalizando que este imposto, à semelhança do imposto extraordinário criado para bancos e empresas do setor energético, ajudaria a financiar o pacote de 30 mil de milhões de euros para conter o impacto escalada da inflação.

A avançar, esta proposta marca um revés na posição tomada pelo governo espanhol, dado que até há relativamente poucos meses o Executivo liderado por Pedro Sánchez tinha afastado avançar com um imposto específico sobre os mais ricos. O objetivo é taxar cerca de 1% da população espanhola e poderá entrar em vigor já no próximo ano. Segundo a Bloomberg, Espanha é único país da União Europeia que já tem uma taxa sobre as fortunas e com esta medida tornar-se-ia um dos primeiros países a impor um novo imposto sobre os ricos.

A inflação em Espanha atingiu os 10,5% em agosto, aliviando pela primeira vez em quatro meses à boleia da redução dos preços dos combustíveis, depois da taxa recorde de 10,8% registada em julho. Mantém-se, ainda assim, acima dos 10% e em máximos de cerca de quatro décadas.

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Santos Silva avisa direita para “absurdo” de pedir menos receita e mais despesa ao Estado

  • Lusa
  • 24 Setembro 2022

Santos Silva considerou que se vive hoje “um daqueles períodos absurdos” em que a direita reclama, ao mesmo tempo, menos receita e mais despesa ao Estado, avisando que isso "impossível”.

O dirigente socialista Augusto Santos Silva considerou que se vive hoje “um daqueles períodos absurdos” em que a direita reclama, ao mesmo tempo, menos receita e mais despesa ao Estado, avisando que os portugueses “não gostam de coisas absurdas”.

O também presidente da Assembleia da República falava no lançamento do livro “Meio Século do Poder Local: As Marcas do Partido Socialista”, na qualidade de presidente do conselho coordenador do Fórum Mário Soares, que decorreu hoje em Lisboa.

“Quem está no parlamento vê isso todos os dias: nós temos propostas à nossa esquerda e à nossa direita – é mais absurdo quando vem da direita – para reduzir as receitas do Estado, baixando um imposto aqui, retirando uma receita acolá, e ao mesmo tempo propostas para aumentar a despesa. Ora isso é impossível”, considerou.

Apesar de o seu discurso ter sido dirigido ao poder local, com Santos Silva a defender um caminho “seguro, prudente, consolidado” na vertente da descentralização de competências e do seu financiamento, o antigo ministro socialista deixou um aviso mais geral.

“A minha impressão como cidadão e a minha opinião técnica como sociólogo é que, mais uma vez, a direita vai perceber que os portugueses não gostam de coisas absurdas, gostam de lógica, e que sabem muito bem que, quem ao mesmo tempo propõe reduzir receita e aumentar despesa, não merece confiança”, afirmou.

Na sua intervenção, Augusto Santos Silva procurou explicar as grandes conclusões do livro, pedido pelo PS mas desenvolvido por uma equipa do ISCTE, no qual identificou apenas quatro partidos com implementação no território a nível autárquico – PS, PSD, PCP e CDS –, mas com vantagem para os socialistas.

“O PS é hoje o grande partido nacional e popular em Portugal e elege deputados em todos os círculos eleitorais como é também o único que lidera câmaras em todos os distritos, convém que não nos esqueçamos disto”, apontou.

Por isso, alertou, o PS deve acompanhar “o ritmo frenético da atividade política diária”, mas sem nunca esquecer “o retrato real, em quem as pessoas confiam para tratar das populações e dos territórios”.

A partir do livro, Santos Silva traçou ainda uma conclusão sobre as governações nacionais à esquerda e à direita e os avanços no poder local. “Só há uma conclusão analítica possível: é nos períodos de governação nacional do PS que os poderes e os recursos das autarquias locais avançam e é nos períodos de governos liderados pela direita que elas recuam. Nem sempre recuam, mas os períodos em que recuam são de governação da direita”, disse.

Também na área da descentralização de competências “com meios financeiros indispensáveis”, Santos Silva considerou que estas aconteceram sobretudo devido à ação do PS.

“Na área da descentralização, a primeira grande lei é feita no fim do Governo de António Guterres e o segundo grande movimento decorre agora desde 2016. Na área dos meios financeiros, foi com revisões das leis de finanças regionais em 1998, 2007 e 2018, com Governos do PS, que as autarquias locais passaram a dispor de meios – não digo necessários, nunca são – mas equivalentes à dimensão das competências que lhes eram pedidas”, defendeu.

Também presente na sessão, o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, salientou que os socialistas conduzem os destinos da “maior parte das autarquias e do país” e têm responsabilidades acrescidas na resposta aos desafios que se colocam à democracia.

“Tenho plena consciência de que, se há algo que caracteriza o PS, é o seu caráter e dimensão interclassista e intergeracional. Manter este estatuto é a grande tarefa que temos entre mãos, para sermos bem-sucedidos precisamos muito dos que fazem democracia em proximidade”, apelou.

Antes, a presidente da Associação Nacional de Autarcas do PS (ANA-PS), Isilda Gomes, deixou um rasgado elogio a Santos Silva pela forma como tem exercido o cargo de presidente do parlamento.

“Tens sido um baluarte na luta contra aqueles que, com o seu berreiro, querem dar a entender que são os maiores. Tens sabido pô-los no lugar, espero que continues a fazê-lo. Contamos contigo, porque defender a Constituição e os valores democráticos tem de ser uma prioridade do PS e dos que têm responsabilidades”, apelou.

O PS lançou este sábado a Academia Socialista do Poder Local, destinada à formação de quadros e à reflexão política por parte dos autarcas deste partido e, no final da primeira sessão, que decorreu no Centro da Esquerda, em Lisboa, foi também lançado o livro “Meio Século do Poder Local: As Marcas do PS”. O livro, com edição da Caleidoscópio, é da autoria de Raul Lopes, António Mendes Baptista e Conceição Matos.

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Londres estuda converter casas de oligarcas em habitação acessível

Westminster está a analisar a conversão de imóveis comprados com "dinheiro sujo" em habitação acessível. Cidade tem 4.000 famílias à espera de uma casa a preços acessíveis.

Casas adquiridas com “dinheiro sujo” nas zonas mais ricas de Londres poderão ser confiscadas e convertidas em habitação acessível, avança o The Guardian (conteúdo em inglês). A medida está a ser estudada em Westminster, que tem estado a analisar imóveis que não estão a ser usados para o propósito declarado, naquele que representa um esforço para “combater a reputação” daquela cidade como “centro europeu de lavagem de dinheiro”.

O número de propriedades em Westminster registadas por proprietários em Jersey (maior das Ilhas do Canal, entre o Reino Unido e França) e na Rússia disparou 300% e 1.200%, respetivamente, desde 2010, diz o jornal britânico. Aquela cidade quer, assim, reprimir os oligarcas que usam Belgravia, Knightsbridge e Mayfair (zonas ricas de Londres) para lavar dinheiro.

Russos acusados ​​de corrupção ou de ligações ao Kremlin compraram propriedades no valor de quase 430 milhões de libras (492 milhões de euros) em Westminster desde 2016 – mais do que em qualquer outra zona do Reino Unido –, de acordo com dados da Transparency International UK (TIUK).

“O segredo sujo de Westminster é conhecido há muitos anos, mas os que estão no poder ignoraram isso durante muito tempo e os investidores aproveitaram-se das nossas leis relativamente fracas”, disse Adam Hug, líder do conselho de Westminster. “Foi preciso a guerra na Ucrânia para reorientar a atenção para os investimentos dos oligarcas e para o facto de Londres se ter tornado uma lavandaria europeia para dinheiro sujo“.

Westminster está, assim, a mapear as propriedades de estrangeiros através do imposto municipal para perceber se estão a ser usadas para o propósito declarado. Por “dinheiro sujo” entende-se dinheiro obtido de atividades criminosas, incluindo subornos, roubo de fundos do Estado e uso indevido de cargos públicos. Já “dinheiro de origem duvidosa” é aquele em que não há ou há pouca transparência de como foi obtido.

Para além de querer acabar com a reputação de centro de lavagem de dinheiro, Westminster quer dar resposta às 4.000 famílias que estão em lista de espera para uma casa a preços acessíveis, diz o The Guardian.

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IL e BE sugerem interesses partidários no aeroporto de Santarém

  • Lusa e ECO
  • 24 Setembro 2022

Líder do BE acusa o Governo de dar “grande prenda” à Vinci e adiar decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa. Já o líder da IL acusou PS e PSD de tomarem conta do aparelho do Estado.

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou este sábado o Governo de usar estudos para o novo aeroporto como “manobras” para uma “grande prenda à multinacional” francesa que comprou os aeroportos na altura do Governo de direita. Já o Iniciativa Liberal (IL) acusou PS e PSD de tomarem conta do aparelho do Estado e questionou o porquê de Santarém ser opção para o novo aeroporto.

O Governo “agora diz que vai estudar outra vez, o que na verdade já está estudado, e todas estas manobras são, sobretudo, uma grande prenda à multinacional que comprou os aeroportos portugueses ainda no tempo do Governo do PSD e CDS-PP”, acusou a líder do BE.

Catarina Martins reagiu assim, em declarações aos jornalistas, este sábado em Viseu, após uma visita ao Mercado de Produtores, ao anúncio do executivo, esta sexta-feira, da criação da comissão técnica independente para estudar a localização do novo aeroporto.

Segundo defendeu, “não há nenhuma novidade, a não ser aquilo que já se sabia”, já que o Governo andou a dizer “durante tantos anos, que tinha de ser no Montijo, que não podia ser outra coisa que não Montijo” e agora volta a estudar.

Não querem fazer os investimentos que querem fazer no país, estão sempre à procura da solução mais barata e este adiar de tomar de decisões ou de querer tomar decisões do ponto de vista ambiental é inaceitável”, apontou.

Neste sentido, defendeu que “sempre foram estratagemas para fazer a vontade à Vinci, que foi aquela empresa francesa que acabou por ficar com os aeroportos em Portugal” o que, no seu entender, “é um erro, Portugal precisava de ter, naturalmente, uma outra visão”.

“Já se sabe, já há soluções, já houve estudos, enfim, é só atrasar mais porque a Vinci não quer gastar dinheiro”, apontou Catarina Martins, à margem de uma visita a Viseu no âmbito do roteiro climático que o BE está a realizar.

Questionada sobre a reunião entre os líderes partidários do PS e PSD, a propósito do aeroporto, Catarina Martins disse que “não é novidade nenhuma”, uma vez que “o PS, tendo maioria absoluta, foi claro, as negociações são com o PSD”.

Neste sentido, disse que “não é a primeira vez, em momentos em que há um projeto que passa por ultrapassar uma crise através do empobrecimento de quem trabalha” se vê “PS e PSD sentados à mesma mesa” ou seja, “é sempre a mesma estratégia”.

“Face a uma crise o que se faz? É empobrecer quem vive do seu trabalho, é fazer recair sobre quem vive do seu salário, da sua pensão, o peso da crise”, acusou. Ou seja, acrescentou, “o PS está a fazer este caminho e procura e procurará no PSD o conforto para este caminho e o PSD também sempre achou este caminho natural, sempre o defendeu”, sublinhou.

IL acusa PS e PSD de tomarem conta do aparelho do Estado

Já o líder da Iniciativa Liberal (IL) acusou PS e PSD de tomarem conta do aparelho do Estado e questionou o porquê de Santarém ser opção para o novo aeroporto. “Parece que os dois partidos do costume decidem os destinos do país entre quatro anos, entre quatro paredes, como se fossem donos do país. Não são. São donos apenas da responsabilidade do país estar no estado em que está”, acusou também este sábado João Cotrim Figueiredo.

Neste sentido, acrescentou que “são dois partidos que se acham donos do sistema, que tomaram conta do aparelho do Estado e que acham que podem tomar estas decisões sozinhos” quando “são incompetentes tecnicamente”.

“Nem souberam dizer quais são as opções de localização que esta comissão técnica independente irá analisar. Dizem apenas que Santarém será uma delas e eu pergunto exatamente porquê”, questionou.

No seu entender, há duas hipóteses, uma é que “Santarém está a mais de 75 quilómetros de Lisboa, ou pelo menos do aeroporto de Lisboa, e pode estar fora daquilo que é o exclusivo aeroportuário atribuído à ANA” e será um dos motivos.

“Ou é uma forma de retribuir o apoio generoso dos acionistas do grupo Barraqueiro ao PS. Eu gostava de saber qual dos dois motivos é que trouxe a opção Santarém, mais ou menos do nada, para a mesa”, afirmou.

Este responsável político assumiu que ”isto não é uma declaração de suspeições” e acrescentou que se “mais uma vez” se vai “formar uma comissão técnica independente para estudar e decidir uma localização que se faça depressa”.

Cotrim de Figueiredo disse esperar que esta comissão “seja efetivamente independente e que não dependa de interesses partidários, nem imobiliários nas zonas onde vão ser estudadas as localizações” porque “o país não pode esperar”, defendeu.

O líder da IL lembrou que “são 50 anos de atraso numa decisão do aeroporto” e agora, “são mais 15 meses da nova avaliação, são 15 dias só para aprovar a comissão técnica independente e foi mais de um mês entre a primeira e a segunda reunião”.

“Isto é um ritmo em que o PS e o PSD funcionam, portanto, o bipartidarismo em Portugal, é isto”, apontou, enquanto disse, “sem qualquer espécie de falsa modéstia” que “se a IL estivesse a tomar conta deste dossiê já estaria resolvido há muitos, muitos meses”.

Sem apontar um local específico para o novo aeroporto, já que “é um problema técnico”, limitou-se a defender que se o partido que lidera já tivesse “as conclusões técnicas desse trabalho, estaria resolvido há muito, muito tempo”.

João Cotrim Figueiredo disse que vai exigir que o trabalho da comissão “seja suficientemente completo para permitir que a decisão seja definitiva e rápida”, sem que voltem a locais já estudados, porque isso “seria perder tempo”.

“Recordo, esses estudos que estamos a falar, já custaram ao erário público, ao longo dos anos, mais de 70 milhões de euros. Não sei quanto é que este vai custar, sei é que vai custar mais 15 meses, custará, certamente, muito mais dinheiro, e Portugal continua sem uma decisão sobre a localização do aeroporto que servirá a área de Lisboa”, concluiu.

(Notícia atualizada às 13h37 com as declarações do líder da Iniciativa Liberal)

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Ações globais caem pela segunda semana consecutiva pressionadas pelas subidas das taxas de juro

O sentimento nos mercados deteriorou-se ao longo da semana pressionados pela subida das taxas de juros anunciadas por vários bancos centrais que alimentam os receios de recessão. 

As ações globais caíram pela segunda semana consecutiva, pressionadas pela subida das taxas de juros anunciadas por vários bancos centrais que alimentam os receios de recessão. O índice FTSE All-World, que agrega as ações globais, fechou a sessão de sexta-feira a cair 2,1%, acumulando uma perda de cerca de 5% desde o início da semana, isto é, o pior registo desde junho, de acordo com Financial Times (acesso pago, em inglês).

A tendência foi semelhante em Wall Street, com o índice de referência S&P 500 a acumular uma perda semanal de 4,6% e o tecnológico Nasdaq a fechar a semana com quedas de 4,16%, em termos acumulados.

Pela Europa, o Stoxx 600, que agrega as 600 maiores cotadas do “Velho Continente”, registou uma perda diária de 2,3% na sexta-feira, entrando em bearmarket e dado que registou mínimos de dezembro de 2020. O alemão DAX, o britânico FTSE 100 e o CAC-40 encolheram mais de 2% e tocaram mínimos de vários meses. O espanhol IBEX-35 cedeu 2,42%. Também em Lisboa, o PSI não escapou à maré vermelha, ao registar, na sexta-feira, a maior queda intradiária desde junho, fechando a cotar no valor mais baixo desde setembro de 2021.

O sentimento nos mercados deteriorou-se ao longo da semana e dá-se numa altura em que o dólar continua a ganhar força, depois de uma semana marcada por mais subidas das taxas de juro, por forma a conter a escalada da inflação. O “tiro” de partida foi dado pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que anunciou na quarta-feira o aumento das taxas de juro em 75 pontos-base, pela terceira reunião consecutiva.

Um dia depois seguiu-se o Banco de Inglaterra, que aumentou as taxas de juro em 50 pontos base pela vez consecutiva e pelo Banco Central Suíço, que anunciou a maior subida de sempre da sua taxa de juro diretora. A taxa de juro diretora do banco suíço aumentou de -0,25% para 0,5%, pondo fim a vários anos de taxas de juro negativas no país. Também os bancos centrais da Indonésia, Filipinas, Taiwan, África do Sul e Noruega tomaram decisões semelhantes esta semana.

Além disso, a previsão de subidas mais agressivas para este ano e para 2023 sinalizada pela Fed congelou as expectativas económicas, dado que se receia que quanto mais apertada for a política monetária, maior a probabilidade de recessão.

As preocupações relativas à “saúde” económica mundial contaminaram também as cotações de petróleo nos mercados internacionais. O barril de Brent, de referência para as importações nacionais, encerrou na sexta-feira a ceder 4,76% para 86,15 dólares, tocando mínimos de 14 de janeiro. Já o WTI, negociado em Nova Iorque, fechou a cair 5,69% para 78,74 dólares, um mínimo desde 10 de janeiro deste ano.

Por outro lado, a força do dólar agravou os receios relativos à desaceleração económica em algumas economias. Já o euro continua a perder terreno face à divisa dominante e tocou na sexta-feira o valor mais baixo desde 2002, abaixo de 0,98 dólares, enquanto a libra transacionou em mínimos de 37 anos, o que decorre também das perspetivas negativas para a economia europeia e dos receios dos resultados eleitorais em Itália para a unidade da União Europeia.

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Nova lei de Putin prevê até 10 anos de prisão para quem recusar combater na Ucrânia

Charles Michel pediu aos Estados-membros que acolham os cidadãos russos que estão fugir do serviço militar obrigatório. Aprovada lei que prevê até 10 anos de prisão para os cidadãos russos desertores.

No dia em que foi aprovada uma lei que prevê até 10 anos de prisão para os soldados russos que se recusem a combater na Ucrânia, que fujam da mobilização, ou que se rendam ao inimigo, o presidente do Conselho Europeu instou este sábado os países da União Europeia (UE) a permitirem a entrada de cidadãos russos que estão fugir do serviço militar obrigatório decretado por Putin.

A União Europeia deve acolher aqueles que estão em perigo devido às suas opiniões políticas. Se as pessoas na Rússia estão em perigo pelas suas opiniões políticas, por não seguirem esta louca decisão do Kremlin de lançar esta guerra na Ucrânia. Devemos ter isso em conta”, afirmou Charles Michel, em entrevista ao Politico.

Já a antiga assessora do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu, em entrevista à Lusa, que “a Rússia já falhou” os seus objetivos na guerra da Ucrânia e que a mobilização de reservistas é “um sinal de desespero”.

Este sábado continuam a decorrer as votações em quatro províncias ucranianas ocupadas pelas tropas russas os referendos de adesão à Federação Russa. Recorde-se que estes referendos foram promovidos pelas forças de Moscovo e a comunidade internacional já veio avisar que não os vai reconhecer como válidos.

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PME

Portuense Smartwatt tem um olho na exportação e outro no hidrogénio

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Setembro 2022

Empresa do Porto conta no portefólio com centenas de planos de eficiência energética, gestão de energia e produção renovável. Atento ao hidrogénio, Jorge Araújo quer abrir escritório no Leste europeu.

“Smart”, que significa inteligente, e “watt”, de potência, são as duas palavras na origem da Smartwatt, empresa portuguesa especializada em serviços de energia, sobretudo nas áreas da eficiência energética e energia renovável. Com uma carteira de clientes que inclui a REN, EDP, Endesa e Iberdrola, assim como as industriais Bosch ou TMG, diz já ter evitado mais de 120 mil toneladas de emissões de CO2 e produzida energia renovável suficiente para 31.250 habitações por ano. Agora, quer apostar na internacionalização e tem o hidrogénio debaixo de olho.

Com foco em clientes empresariais, a Smartwatt assinala ter em Portugal os maiores clientes que poderia ter, nas palavras de Jorge Araújo. REN, E-REDES, EDP, Endesa e Iberdrola no setor da energia; Bosch no setor automóvel; o Grupo TMG no têxtil; a Ramirez e a Poveira na indústria das conservas; a Bel e a Lactogal nos laticínios; ou a Lusiaves e a Soja de Portugal, do setor avícola.

No entanto, a empresa conta também com vários clientes no estrangeiro, principalmente no espaço europeu, como Espanha, Itália e Alemanha. Muitas vezes, as parcerias com multinacionais sediadas noutros países começam por uma das fábricas em Portugal, sendo depois “exportadas” para unidades industriais que têm noutras partes do mundo.

De acordo com o CEO da Smartwatt, tem havido maior procura pelos serviços da empresa numa fase de custos elevados de energia. “Efetivamente, em toda a tipologia de serviços tem vindo a ser cada vez maior e crescente a procura”, resume o empresário. Um crescimento que se deve também ao conjunto de incentivos no mercado, como os programas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Independentemente do PRR, a maior parte dos clientes atuais da Smartwatt ao nível das renováveis, por exemplo, “já percebeu que a vantagem de implementação de produção própria para consumo é absolutamente essencial”, assinala, notando que também a guerra na Ucrânia veio “mudar algumas lógicas”.

Da expansão internacional ao hidrogénio

Em 14 anos, a Smartwatt leva na bagagem mais de 150 planos de eficiência energética, 155 projetos de produção de energia renovável e 115 plataformas de gestão de energia. Daí, calcula, resultaram mais de 22 milhões de euros poupados no consumo de energia, 120 mil toneladas de CO2 – o equivalente à captação de emissões por mais de 74 mil árvores -, mais de 21 MW de potência instalada para pequena renovável e 75 GWh de energia renovável produzida. O correspondente à energia necessária para alimentar mais de 31.250 habitações por ano, segundo dados publicados pela empresa.

“Estamos a falar de investimentos que os nossos clientes têm feito que, efetivamente, trazem volumes bastante interessantes do ponto de vista de retorno do investimento que vão fazendo”, tornando-os “automaticamente mais competitivos perante os seus concorrentes”, realça Jorge Araújo. Até à data, as empresas já terão reduzido 20% dos custos anuais, o que corresponde a mais de 20 milhões de euros.

Jorge Araújo

Em 2019, a Smartwatt, através da Bonera, adquiriu uma participação na empresa de mobilidade elétrica KLC, uma área que Jorge Araújo afirma ser “estratégica” para o grupo. É “uma das maiores e mais representativas [empresas] no setor em termos de número de carregadores elétricos distribuídos por Portugal”, conta o empresário, vincando o objetivo de estar na “linha da frente” no investimento em mobilidade elétrica e apontando a mira ao setor do hidrogénio, sobre o qual disse estar “atento”.

Ainda assim, a grande aposta da Smartwatt neste momento é na internacionalização, principalmente para projetos na área da inteligência artificial. “Há aqui um investimento muito grande em força humana, em conhecimento, para levarmos para fora o que já fazemos cá dentro”, precisou o CEO da Smartwatt.

A empresa está também a abrir um escritório em Lisboa, com Jorge Araújo a admitir a possibilidade de abrir outro fora do país. “Temos já uma parceria em Itália, onde estamos também presentes, mas estamos à procura também de um local, através de terceiros, mais ligado ao Leste europeu, que reúne bastantes competências interessantes, para construir alguma parceria para podermos ter ali outro polo”, conclui.

Fundada em 2008, comprada em 2012

Fundada em janeiro de 2008 no Porto, a empresa começou por focar a atividade na área da eficiência energética, com vista a reduzir o consumo de energia dos grandes clientes industriais e de grandes edifícios, disse ao ECO Jorge Araújo, CEO da Smartwatt.

A partir de 2012, ano em que a Bongás se tornou o principal acionista — o grupo que agrega negócios que operam na cadeia energética passou, entretanto, a chamar-se Bonera –, a Smartwatt passou a dedicar-se também à incorporação de sistemas digitais. O objetivo, explicou Jorge Araújo, era “criar sistemas de gestão de energias, de monitorização, baseados em software, para acompanhar todos os investimentos feitos na eficiência energética”.

O CEO da Smartwatt aponta que os sistemas de gestão e monitorização de energia são fundamentais, sobretudo, para as empresas com consumo intensivo de energia. Ainda mais tendo em conta que este é um dos principais custos das empresas, com os preços do gás e da eletricidade cada vez mais elevados.

Em simultâneo, incorporou uma atividade que já existia no grupo Bongás, a implementação de energias renováveis, numa fase inicial ainda focada na microgeração que então existia. Só depois passou a trabalhar ao nível das grandes renováveis. “Particularmente, [havia] uma necessidade de antecipar o que é que seria a progressão ao nível da energia eólica”, detalhou.

Jorge Araújo, CEO da Smartwatt

Cerca de três anos mais tarde, a Smartwatt expande as áreas de negócio à inteligência artificial. Segundo Jorge Araújo, a empresa começou por desenvolver algoritmia preditiva e sistemas inteligentes para otimizar os ativos renováveis. “Aqui, estamos a falar dos grandes ativos renováveis, como os grandes parques eólicos, fotovoltaicos, hídricos e também ao nível de redes de energia”, detalha.

Na prática, o que acontece é que, através dos dados que existem nos sistemas de software, é retirada informação para otimizar a rentabilidade dos ativos, como, por exemplo, para conseguir com que determinado ativo produza mais tempo, ou reduza a necessidade de manutenção, bem como os consumos e os custos com a energia.

Outra vertente da empresa, “cada vez mais importante”, é a da sustentabilidade. Em particular no que diz respeito à redução de emissões e à criação de condições para que todas as indústrias façam “uma transição energética de forma cuidada”, assinalou Araújo. Aqui pesa também a maior exigência do consumidor final, que no momento da compra “começa a perceber se a empresa que está a pôr no mercado determinado produto ou serviço também está interessada em colaborar e em investir” na sustentabilidade e na redução de emissões.

O consumidor final é cada vez mais exigente ao nível daquilo que vai comprar. Começa a perceber se a empresa que está a pôr no mercado determinado produto ou serviço também está interessada em colaborar e em investir nesta lógica da sustentabilidade e reduzir emissões.

Jorge Araújo

CEO da Smartwatt

 

Jorge Araújo destaca ainda o facto de os sistemas inteligentes da Smartwatt conseguirem prever quando e onde é que há falhas nas redes de distribuição de energia. Essa previsão permite, pelo menos, indicar aos clientes a colocação de equipas para minimizar o tempo de paragem dessas linhas de distribuição de energia. “Isto também representa, no final do dia, bastantes euros de redução de penalidades associadas a essas falhas” quando acontecem, por exemplo, devido a eventos climáticos, apontou.

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Abastecimento energético na Alemanha é seguro e Berlim prepara medidas para baixar preços, diz Scholz

  • Lusa
  • 24 Setembro 2022

Olaf Scholz assegura que o abastecimento energético da Alemanha para o inverno é seguro e prometeu medidas para baixar os preços do gás e da eletricidade.

O Chanceler alemão, Olaf Scholz, reiterou este sábado que o abastecimento energético para o inverno é seguro e salientou que o seu Governo está a preparar medidas para baixar os preços do gás e da eletricidade.

Quando vemos as imagens de guerra e ouvimos as notícias sobre a destruição e os mortos, sabemos que há também muitos outros campos de batalha”, disse Scholz, referindo-se ao conflito na Ucrânia, no seu discurso semanal de ‘podcast’.

Um desses campos de batalha é a crise alimentar causada pelo bloqueio das exportações de cereais e fertilizantes, ao mesmo tempo que outro é a garantia do abastecimento de carvão, petróleo e gás e da capacidade de produzir eletricidade.

“Hoje posso dizer que seremos certamente bem sucedidos”, disse Scholz, referindo-se a esta última tarefa.

Uma questão adicional, porém, é o problema dos preços da energia, que “têm de descer”, disse. “Queremos assegurar que os preços da eletricidade sejam novamente reduzidos através da alteração do modelo de mercado. E queremos assegurar que os preços do gás baixem“, acrescentou.

Para este fim, o Governo alemão está em conversações com instituições europeias e vários fornecedores dispostos a exportar gás para a Alemanha.

Além disso, Scholz prometeu uma rápida implementação das medidas de auxílio anunciadas pelo seu Governo para apoiar os cidadãos mais afetados pela crise e para as empresas que lutam para conseguir pagar os elevados custos da eletricidade.

Segundo dados do instituto de sondagens Civey publicados este sábado pelo jornal Die Welt, apesar dos elevados preços da energia, 58% dos alemães são a favor da imposição de novas sanções contra Moscovo, em resposta à organização de referendos sobre a integração na Rússia dos territórios controlados pelos russos na Ucrânia. Trinta e quatro por cento dos inquiridos eram contra e oito por cento estavam indecisos.

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Emitido mandado de detenção para Vale e Azevedo. Defesa vai recorrer

  • Lusa
  • 24 Setembro 2022

Tribunal lembra que Vale e Azevedo foi notificado por “edital para se apresentar em juízo, no prazo de 30 dias, sob pena de ser declarado contumaz”, não o tendo feito. Defesa vai recorrer.

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa emitiu na sexta-feira um mandado de detenção para o antigo presidente do Benfica João Vale e Azevedo, alegando que se recusa a comparecer perante o juiz.

A presente declaração de contumácia implica para o arguido a anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados após esta data e a proibição de obter certidões e registos junto das autoridades públicas, bilhete de identidade, carta de condução, passaporte cartão de contribuinte, cartão de eleitor e respetivas validações, lê-se no mandado, que a agência Lusa teve acesso.

O tribunal lembra que o arguido foi notificado por “edital para se apresentar em juízo, no prazo de 30 dias, sob pena de ser declarado contumaz”, não o tendo feito.

“Como é evidente, vem agora o arguido, de forma enviesada, tentar lograr aquilo que não conseguiu alcançar por via de recurso, procurando entorpecer a marcha processual, numa clara distorção dos princípios e institutos que regem o processo penal”, considera o colectivo de juízes.

Para a justiça, a atuação de Vale e Azevedo raia até a “má-fé processual”, quando a sua posição, “ao longo de todo o processo (e há mais de três anos), tem sido precisamente contrária, apesar de todas diligências”.

Em causa está um processo em que Vale e Azevedo responde por ter prestado falsas garantias de três milhões euros em processos judiciais e por tentar burlar o BCP, também com falsas garantias, para conseguir um crédito de 25 milhões de euros.

Há mais de três anos, desde Março de 2019, que o tribunal tenta notificar João Vale e Azevedo, que reside e trabalha em Londres desde Junho de 2018​, para ser julgamento. Vale Azevedo tinha sido notificado em 30 de Junho de 2022 para se apresentar em tribunal e não compareceu, pendendo agora sobre ele um mandado de detenção.

Na sequência deste mandado, a advogada do ex-presidente do Benfica João Vale e Azevedo assegurou, na sexta-feira, que vai recorrer. “Já estávamos à espera. Esta declaração de contumácia não tem sentido nenhum e nós iremos interpor recurso da declaração de contumácia, evidentemente. Já não é a primeira vez que tentam ir por aqui, mas não faz qualquer sentido”, afirmou à Lusa a advogada Luísa Cruz, sublinhando inclusivamente que a notificação por edital para Vale e Azevedo se apresentar em tribunal num prazo de 30 dias “não é válida”.

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