A Federação Espanhola de Parkinson apresenta a nova versão do seu Livro Branco sobre a doença, centrado nos direitos das pessoas

  • Servimedia
  • 9 Maio 2024

O objetivo é sensibilizar para a doença de Parkinson do ponto de vista e da experiência das pessoas que vivem com a doença, das suas famílias e dos prestadores de cuidados.

A Federação Espanhola de Parkinson (FEP) apresentou a versão atualizada do seu “Livro Branco sobre a doença de Parkinson em Espanha”, que aborda a realidade da doença do ponto de vista dos direitos das pessoas que vivem com ela e das suas experiências.

O “Livro Branco sobre Parkinson: uma atualização com enfoque nos direitos” inclui uma análise do atual contexto social e de saúde desta doença, que afeta mais de 160.000 famílias em Espanha. Assim, aborda o impacto da doença de Parkinson nas pessoas, aprofundando aspetos como o diagnóstico, o luto, o ciclo de adaptação e o estigma inicial.

O objetivo da FEP é que o livro seja um documento de referência com uma variedade de perspetivas, incluindo testemunhos de pessoas afetadas, bem como de familiares, cuidadores, representantes de associações e profissionais da área social, da saúde e da investigação.

O presidente da Federação, Andrés Álvarez Ruiz, garante que nesta nova edição do livro branco pretendem aproximar o conhecimento existente sobre a doença de Parkinson à sociedade. “O nosso objetivo é mostrar a realidade da doença e o seu impacto a qualquer pessoa interessada, utilizando uma linguagem informativa, inclusiva e com um enfoque nos direitos que nos permite colocar as pessoas no centro”, sublinha.

UM OLHAR APROFUNDADO

O livro foi apresentado no CaixaForum Madrid, que contou com a presença de numerosos representantes de organizações, como Josep Ramón Correal (membro do Conselho de Administração da FEP), Anxo Queiruga Vila (presidente da Confederação Espanhola de Pessoas com Deficiência Física e Orgânica, COCEMFE) e José Javier Verdasco Guerrero (delegado territorial da Fundação “la Caixa”). Rafael Rodríguez Álvarez, diretor do Instituto de Investigação Social CIMOP, apresentou a exaustiva investigação social que está na base do conteúdo dos diferentes capítulos do livro.

Realizaram-se ainda dois colóquios para debater a importância da rede de cuidados, explicada por profissionais da área social e da saúde, e foram também partilhadas as experiências das pessoas que vivem com Parkinson no seu quotidiano.

O projeto foi financiado graças à subvenção de 0,7% do Ministério dos Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030 e gerido pela Confederação Espanhola de Pessoas com Deficiência Física e Orgânica (Cocemfe). Também contou com a colaboração da Fundação “la Caixa”.

 

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Há 28 mil projetos do PT2020 ainda por encerrar

A última monitorização do PT2020 revela que o programa atingiu uma taxa execução de 100% no final do primeiro trimestre – 26,9 mil milhões de euros.

O Governo tem dramatizado o nível de execução dos fundos europeus. Todos os programas sem exceção, Portugal 2020, Plano de Recuperação e Resiliência e Portugal 2030 “estão muito mais atrasados do que o país tinha conhecimento”, disse o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, a semana passada. No PT2020, o quadro comunitário em conclusão, ainda estão 28 mil projetos por fechar.

De um universo total de cerca de 170 mil projetos aprovados do Portugal 2020, existem apenas cerca de 28 mil projetos por encerrar no Portugal 2020”, avançou ao ECO fonte oficial da Agência para o Desenvolvimento e Coesão.

A semana passada, o Governo aprovou um diploma que permitirá financiar despesas de projetos do Portugal 2020 até agosto deste ano com o objetivo de evitar a perda de fundos europeus, nomeadamente, cerca de 60 milhões de euros, de acordo com a quantificação feita pelo ministro da Coesão, que tem agora a tutela dos fundos comunitários, no debate do programa do Governo, em abril.

Manuel Castro Almeida precisou, na altura, que “há cerca de 500 milhões de despesa para pagar dos fundos de Coesão e mais 600 milhões destinados à Agricultura a executar até ao final de 2025”.

As regras em vigor até ao momento ditavam que, para financiamento do Portugal 2020, apenas eram elegíveis faturas de projetos até dezembro de 2023, ainda que as autoridades de gestão disponham de sete meses até solicitarem o último pedido de pagamento a Bruxelas.

Ou seja, até 31 de julho deste ano, os beneficiários do PT2020 ainda podem apresentar pedidos de reembolso às autoridades de gestão. Estas, por sua vez, ainda podem fazer verificações de gestão, validar despesas e pagá-las e, finalmente, endereçar o último pedido de pagamento à Comissão Europeia.

De acordo com as regras europeias, o encerramento final do PT2020 só acontecerá a 31 de maio de 2025 já depois da realização de auditorias e relatórios finais e aí sim será definida a taxa final de execução do Portugal 2020.

A última monitorização do PT2020 revela que o programa atingiu uma taxa execução de 100% no final do primeiro trimestre – 26,9 mil milhões de euros. “Em cada cinco euros de fundos aprovados, quatro e meio já foram executados e pagos aos beneficiários, o que corresponde a uma taxa de realização de 90%”, sublinha a AD&C.

O Compete, conhecido com o programa das empresas, é o programa operacional que apresenta a mais elevada taxa de execução (109%), seguido do Capital Humano (106%). Só o PO Centro, Açores e Norte apresentam taxas de execução inferiores a 100%. O Programa de Desenvolvimento Rural do Continente, dos Açores e da Madeira fecham o ranking com taxas de execução de 90%, 85% e 79%, respetivamente. Mas estes fundos também têm mais tempo para serem executados (até final de 2025).

Assim, até março, foram transferidos 24.816 milhões de euros Comissão Europeia para Portugal.

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Deduções com rendas no IRS sobem para 700 euros já em 2025

A proposta do PS prevê um aumento progressivo das deduções e entra em vigor no início do próximo ano. Atualmente as famílias podem abater até 502 euros das despesas com renda no IRS.

O valor das deduções com despesas de habitação que as famílias podem abater em sede de IRS vai aumentar. A medida proposta pelo PS e aprovada esta quarta-feira pelos deputados na Assembleia da República prevê um aumento das deduções com rendas até 800 euros em 2028, sendo que as faturas vão poder deduzir já até 700 euros no IRS de 2025.

A medida aprovada com os votos a favor de todas as forças partidárias com assento parlamentar, à exceção do PSD e CDS-PP, que se abstiveram, vai permitir às famílias recuperar mais 300 euros face ao limite máximo de dedução de 502 euros atual, para quem está a entregar a declaração fiscal de 2023.

O Governo socialista já tinha, contudo, aprovado um aumento desta dedução máxima para 600 euros no Orçamento do Estado para 2024. Ou seja, no IRS que será entregue em 2025, relativo a este ano, os contribuintes já vão conseguir deduzir até 15% do valor suportado com rendas, com um máximo de 600 euros. Um limite que subirá nos três anos seguintes até aos 800 euros, em 2028.

A proposta do Governo, que entra em vigor a 1 de janeiro de 2025 e fazia parte do programa eleitoral do PS, prevê que o aumento das deduções seja de 50% em 2025 e 25% em 2026 e 2027, o que se traduz em mais 100 euros no próximo ano e outros 50 adicionais nos dois anos seguintes.

Assim, o valor de deduções com rendas aumenta para 700 euros no próximo ano, sendo aplicado um máximo a abater de 750 euros em 2026 e 800 euros em 2027. O teto da percentagem de despesas qualificáveis para as deduções com rendas mantém-se em 15% dos gastos suportados.

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BCP vende dívidas da Inapa e promotora do Autódromo do Algarve

Dívidas da Inapa e Parkalgar, com o valor de 80 milhões de euros cada, estão a ser vendidas na carteira de malparado que o BCP colocou à venda nas últimas semanas.

O BCP está a vender as exposições problemáticas que tem junto da Inapa e da Parkalgar, a promotora do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), com o valor contabilístico bruto (sem imparidades) de cerca de 80 milhões de euros cada uma, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de fontes do mercado.

As dívidas das duas empresas integram a carteira de crédito malparado designada “Projeto Spring” que o banco liderado por Miguel Maya colocou no mercado nas últimas semanas, com o valor global de 265 milhões de euros, conforme o ECO adiantou na semana passada.

Esta não é a primeira vez que o BCP procura desfazer-se dos créditos tóxicos relacionados com a distribuidora de papel liderada por Frederico Lupi e com a Parkalgar, e também não é certo que o consiga fazer nesta operação, disse uma das fontes.

O banco não respondeu até à publicação deste artigo.

Frederico Lupi, CEO da InapaInapa

Banco já vendeu 25% da Inapa

Em relação à Inapa, onde chegou a deter uma participação de 30%, o banco vendeu quase 9% das ações ao longo do ano passado, mas ainda mantinha uma participação (que passou a ser não qualificada) de cerca de 4,7%, avaliada em menos de um milhão de euros a preços de mercado.

O relatório e contas de 2023 da Inapa dava conta de financiamentos bancários contraídos junto do BCP de 85,987 milhões de euros.

Com 1.400 trabalhadores, dos quais duas centenas em Portugal, a Inapa tem vindo a acelerar a execução do seu plano de reestruturação que passa pelo fecho de armazéns logísticos e saída de pessoal, sobretudo na Alemanha, onde emprega 800 funcionários, perante o declínio do negócio do papel – as vendas neste segmento caíram quase 23% no ano passado.

A Inapa fechou o ano passado com prejuízos de oito milhões de euros, devido às “condições de crédito mais exigentes” – taxas de juro mais elevadas — que penalizaram os resultados financeiros. Para atenuar a quebra das vendas de papel, a empresa pretende reforçar a aposta nos negócios de embalagem (packaging) e comunicação visual (viscom).

A Parpública é o maior acionista da Inapa com 44,89% do capital da empresa, seguindo-se a Nova Expressão (10,85%) e o Novobanco (6,55%).

Já perdoou 20 milhões na Parkalgar

Quanto à Parkalgar, o BCP já aceitou um perdão de dívida superior a 20 milhões de euros há mais de dez anos no âmbito de um Processo Especial de Revitalização (PER) da gestora do AIA.

Na sequência desse haircut, a exposição do banco junto da gestora do autódromo algarvio inaugurado em 2008 baixou dos 117,4 milhões de euros para 94,3 milhões.

As últimas contas disponibilizadas pela plataforma InformaDB relativas a 2019 dão conta de um passivo de 104,3 milhões de euros, com 81,9 milhões relativos a financiamentos obtidos. Nesse ano, antes da pandemia, as vendas caíram para 10,1 milhões e o resultado inverteu-se para negativo: teve prejuízos de quase 800 mil euros.

Naquele ano, a estrutura acionista da Parkalgar tinha dois grandes acionistas: Manuel Niza e Paulo Pinheiro (mentor do projeto do autódromo), ambos com mais de 30% do capital. O Estado detinha quase 12% através da Portugal Ventures.

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As massas infantis Gallo, reconhecidas como o melhor lançamento nos prémios AECOC Shopper Marketing Awards

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  • 9 Maio 2024

As referências de massas em forma de personagens da Disney do Grupo Gallo alcançam um crescimento de 81% em valor no mercado de massas para crianças.

O Grupo Gallo foi reconhecido nos Prémios AECOC Shopper Marketing e Inovação com o primeiro prémio na categoria de Melhor Lançamento. O júri reconheceu a massa infantil do Grupo Gallo pelo seu valor disruptivo, pela sua capacidade de se relacionar com o público mais jovem de uma forma inovadora e divertida, e pelo seu compromisso com a qualidade e a excelência.

Em junho de 2023, o Grupo Gallo lançou quatro referências das suas novas massas para crianças em colaboração com a Disney e a Disney Pixar: Mickey Mouse, Nemo, Carros e Frozen. No final de 2023, a entrada de Gallo no mercado das massas infantis registou um crescimento de 81% em valor, após apenas meio ano neste segmento. Esta iniciativa permitiu à Gallo captar 300.000 consumidores no segmento das massas para crianças, muitos dos quais provenientes do MDD, segundo dados da Kantar.

Os Prémios AECOC Shopper Marketing e Inovação reconhecem e premeiam os esforços de colaboração das empresas do setor dos produtos de grande consumo que trabalham em conjunto para satisfazer o shopper/consumidor, através das suas ações de comunicação e marketing, ao longo de todo o processo de compra. Especificamente, a categoria “Melhor Lançamento” reconheceu as novas referências que trazem uma nova caraterística à categoria, cobrindo uma nova necessidade e valorizando especialmente os lançamentos que respondem às necessidades do comprador e uma oportunidade de crescimento para a categoria.

O júri destacou as raízes e a tradição das Pastas Gallo em Espanha e a forma como a marca conseguiu dinamizar e revalorizar uma categoria muito madura, com um lançamento baseado numa colaboração global com a Disney que lhe permitiu trabalhar todo o marketing mix com total coerência e muito focado no seu target.

Noemí García, Diretora de Marketing e Sustentabilidade do Grupo Gallo, agradeceu a todas as pessoas que tornaram este projeto possível no seu discurso na cerimónia de entrega do prémio: “O compromisso do Grupo Gallo com a inovação e a excelência permitiu-nos lançar um produto disruptivo, que traz magia às refeições e conseguiu despertar o entusiasmo dos mais pequenos. Gostaríamos de agradecer ao júri da AECOC por este reconhecimento e a toda a equipa Gallo e Disney por o terem tornado possível”.

A Pastas Gallo desenvolveu o projeto em tempo recorde, graças a todo o trabalho de equipa e à inestimável ajuda que a Gallo recebeu dos seus fornecedores e da Disney, tanto em Espanha como a nível mundial. Foram lançadas campanhas ambiciosas, tanto no digital como na televisão, e a Gallo organizou inclusivamente um evento de apresentação na sua fábrica de El Carpio com as crianças desta localidade cordovesa. Não há dúvida de que esta massa para crianças conseguiu levar a emoção aos pratos dos mais pequenos, mas também conseguiu atrair os adultos. O projeto não pára e esperam-se novos produtos interessantes em 2024.

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74 anos de União Europeia em oito gráficos

Dos salários, ao emprego, passando pelos PIB. Esta quinta-feira assinalamos o Dia da Europa com oito gráficos que retratam o bloco europeu.

Foi em 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, que a França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica e o Luxemburgo juntaram-se para formar a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). O tratado, assinado um ano mais tarde ao abrigo da Declaração Schuman, visava assegurar a paz a longo prazo na Europa pós-guerra.

Décadas mais tarde, com a adesão de mais Estados-membros, a formalização do mercado único, da facilitação das viagens sem fronteiras e da criação do Euro como moeda única, nasce, formalmente, a União Europeia.

Hoje, a um mês das eleições europeias, assinalamos o Dia da Europa com 8 números.

27 Estados-membros

Inicialmente composta por seis países, hoje, são 27 os Estados-membros que integram a União Europeia (menos um depois da saída do Reino Unido, em 2020). Portugal juntou-se ao “clube” em 1986, a par com a Espanha, tornando-se nos 11º e 12º Estados-membros deste bloco.

Até 2019, o bloco era, contudo, composto por 28 países mas na sequência do Brexit, o Reino Unido e a Comissão Europeia chegaram a acordo para a retirada britânica, em 2020.

450 milhões de habitantes

Atualmente, a UE estende-se por mais de quatro milhões de quilómetros quadrados nos quais habitam cerca de 448,4 milhões de pessoas, falantes de 24 línguas oficiais. Em termos de superfície, a França é o maior país da UE e Malta o mais pequeno. Portugal contribui para os valores totais com cerca de 91 mil quilómetros quadrados de superfície e 10,3 milhões de habitantes.

14% do comércio mundial

A UE, a China e os Estados Unidos são os três maiores intervenientes mundiais no comércio internacional. Em 2022, a União Europeia representava cerca de 13,9 % do comércio mundial de mercadorias, o equivalente a 2,1 mil milhões de euros do comércio mundial total.

 

20 países da Zona Euro

Os 27 Estados-membros da União Europeia funcionam como um mercado único. Desses, 20 países, incluindo Portugal, partilham a mesma moeda, o euro.

PIB de Portugal é o 5º que mais cresce

No primeiro trimestre deste ano, o PIB da Zona Euro cresceu 0,3%, face ao trimestre anterior. Já em termos homólogos, o PIB cresceu 0,4%. Dos 20 países deste grupo, Portugal registou o quinto maior crescimento em cadeia e o quarto maior em termos homólogos.

9 países com o maior poder de compra

O salário mínimo na União Europeia varia atualmente entre os 477 euros por mês na Bulgária e 2.571 euros por mês no Luxemburgo. Este ano, Portugal até desceu uma posição nesse ranking, agora na 11ª posição, tendo sido ultrapassado pela Polónia.

Mas Portugal desce para a 14ª posição quando se compara o poder de compra na UE. Os salários da Alemanha, Luxemburgo, Países Baixos, Bélgica, Irlanda, Polónia, Eslovénia e Espanha são os que têm o maior poder de compra na UE, e quando comparado com alguns países da Europa.

 

217 milhões de pessoas empregadas

Em 2023, havia mais pessoas a trabalhar, tanto na Zona Euro como na União Europeia. Ao todo, estima-se que no ano passado os 27 Estados-membros estivessem empregadas 217,1 milhões de pessoas estavam empregadas (+1,2%), das quais 169,3 milhões na Zona Euro (+1,4%).

Olhando apenas para o quarto trimestre de 2023, a Roménia, Malta e Espanha foram os Estados-membros em que o emprego mais subiu, face ao trimestre anterior. Portugal surge no fundo da tabela, com um decréscimo de 0,1% no último trimestre do ano

20 países do Espaço Schengen

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Salário médio sobe para 1.090 euros mas perde 25 euros para a inflação

No primeiro trimestre, o ordenado médio líquido cresceu 6,3%, mas, considerando o impacto do índice de preços, baixa para 3,9%, o que se traduz num vencimento real de 1.065 euros.

Os salários estão a crescer, mas o índice de preços ainda “come” quase metade do aumento. Nos primeiros três meses do ano, o vencimento líquido dos trabalhadores por conta de outrem atingiu os 1.090 euros mensais, um incremento de 65 euros, o que representa uma subida de 6,3% em relação ao mesmo período de 2023. Mas a inflação de 2,3%, registada em março, ou seja, no mês em que termina o trimestre, continua a castigar as subidas salariais.

Assim, e em termos reais, o ordenado médio deu um salto de apenas 39,99 euros ou de 3,9% para 1.064,99 euros. Ou seja, o impacto do índice de preços retirou 25,07 euros ao aumento inicial de 65 euros, o que significa que quase 40% desse incremento foi absorvido pela inflação, segundo os cálculos do ECO com base nos novos dados publicados, esta quarta-feira, pelo INE, juntamente com as estatísticas do emprego do primeiro trimestre.

Ainda que o aumento dos preços tenha desacelerado significativamente, os salários dos trabalhadores continuam a sofrer perdas, depois de terem sido duramente castigados no ano passado. Em termos médios, em 2023, os ordenados líquidos, isto é, já depois dos descontos para a Segurança Social e da retenção na fonte em sede de IRS, cresceram somente 2,97% para 1.041 euros, quando a inflação média anual foi de 4,3%, quase mais 50% do que o aumento das remunerações, tal como o ECO noticiou.

Isto significa que mesmo com um incremento de 30 euros, o ordenado médio líquido perdeu, no ano anterior, 13,47 euros pelo impacto do agravamento dos preços. Para neutralizar este efeito, era preciso que o vencimento médio mensal aumentasse 43,47 euros para 1.054,47 euros.

O primeiro trimestre de 2024 trouxe, no entanto, uma melhoria, uma vez que o salário médio subiu 6,3%, acima da inflação, de 2,3%, o que se traduziu num ganho real, de 39,99 euros.

Maiores aumentos para Forças Armadas, administrativos e pessoal dos lares

Analisando a variação das remunerações médias líquidas por grupos de profissões, o INE mostra que, no primeiro trimestre do ano, a classe das Forças Armadas continua a beneficiar do maior incremento salarial. A folha de vencimento destes profissionais subiu de 1.221 euros para 1.376 euros, um aumento de de 155 euros, o que corresponde a um crescimento de 12,7%, em termos homólogos.

Mas, em termos reais, e descontando o impacto da inflação de 2,3%, o impulso no ordenado foi inferior, de 123,35 euros ou de 10,1%, o que se traduz numa remuneração média líquida de 1.344,35 euros. Ou seja, 31,65 euros foram absorvidos pelo aumento do índice de preços no consumidor (IPC).

No ranking dos maiores aumentos, surge, em segundo lugar, o pessoal administrativo. Estes trabalhadores auferiam, em média, 942 euros, um crescimento de 7,5%, o que se traduz em mais 66 euros, no final do mês, comparativamente com o ordenado de 876 do primeiro trimestre de 2023.

Mas se adicionarmos o efeito da inflação, o aumento salarial destes profissionais é menos expressivo: baixa de 66 euros ou 7,5% para 44,33 euros ou 5,1%, o que perfaz um ordenado real de 920,33 euros. Neste caso, a subida dos preços retirou 21,67 euros mensais aos administrativos.

Os trabalhadores de lares de idosos, seguranças e vendedores também tiveram um impulso salarial de 7,5%. Entre janeiro e março, o ordenado médio líquido atingiu os 834 euros, o que representa mais 58 euros face aos 776 euros que auferiam no primeiro trimestre do ano passado.

Descontando o impacto do custo de vida, o ganho destes profissionais foi mais modesto, traduzindo-se num incremento de 38,82 euros ou de 5%, o que perfaz um vencimento médio líquido de 814,82 euros, ou seja, menos 19,18 euros por mês.

Os trabalhadores não qualificados registaram aumentos de 7,4%. Auferiam 685 euros, um crescimento de 47 euros em relação ao ordenado de 638 euros do primeiro trimestre do ano passado. Mas a inflação retirou 16 euros mensais a este ganho. Feitas as contas, estes trabalhadores recebiam 669,24 euros.

Técnicos, gestores de topo, professores e médicos com menores aumentos

Em sentido oposto, os grupos profissionais com aumentos salariais menos significativos, em termos homólogos, foram os técnicos de nível intermédio, tendência que se mantém desde o ano passado. Entre janeiro e março, a folha de vencimento média alcançou os 1.150 euros, uma subida de 4,4% ou de 48 euros. Contabilizando o impacto do IPC, o incremento salarial recua para 2% ou 21,55 euros, o que perfaz um ordenado de 1.123,55 euros.

Os gestores de topo de empresas e representantes do poder legislativo e os profissionais das atividades intelectuais e científicas, onde se enquadram os professores e médicos, completam o pódio dos trabalhadores com crescimentos salariais mais residuais.

Os ordenados dos gestores de topo e dos políticos subiram 4,5% ou 80 euros para 1.865 euros mensais. Descontando a inflação, a subida passa para 2,1% ou 37,1 euros, que resulta num vencimento real menor, de 1.822,1 euros.

No caso dos professores e médicos, o incremento das remunerações foi de 5,4% ou de 77 euros, totalizando um vencimento líquido de 1.495 euros, em termos médios. Mais uma vez se aplicarmos o efeito do aumento dos preços, o impulso salarial recua para 3% ou 42,61 euros, o que dá um ordenado real líquido de 1.460,61 euros.

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Prejuízos da Santa Casa nas mãos do Tribunal de Contas

Com "dúvidas " sobre a reavaliação dos imóveis da SCML, que ditaram perdas 58 milhões, a ex-vice-provedora remeteu a informação ao Tribunal de Contas. Decisão poderá obrigar a rever contas.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) levou a cabo uma reavaliação dos imóveis que a obrigou a corrigir as contas, empurrando a instituição para prejuízos em 2021 e 2022. A ex-vice-provedora, Ana Vitória Azevedo, questionou o método usado e pediu uma avaliação do Tribunal de Contas que poderá obrigar a novo ajuste. Em declarações ao ECO, Ana Vitória Azevedo defende que “teria sido prudente” esperar pela decisão da entidade liderada por José Tavares.

Os revisores oficiais de contas “deitaram por terra as avaliações feitas por avaliadores independentes” e certificados pela CMVM, que vinha a ser feita desde 2014 e que, “de forma completamente administrativa e oficiosa”, foram deitadas “abaixo”, afirmou Ana Vitória Azevedo, que se demitiu no final de março, ainda antes da exoneração decidida pelo Governo, por divergências com a restante mesa da SCML.

As novas avaliações foram realizadas por revisores oficiais de contas, seguindo um método diferente, um exercício que “resultou numa subavaliação do património” da Santa Casa, apontou.

A antiga vice-provedora reitera, deste modo, as críticas que fez durante a audição desta quarta-feira, no Parlamento, na sequência de um requerimento da Iniciativa Liberal. “Nem tenho palavras para explicar a leviandade e os erros técnicos cometidos por estes auditores”, disse aos deputados, elencando que havia até “pareceres dos avaliadores” a dizerem que era “um erro crasso”.

Em declarações ao ECO, Ana Vitória Azevedo explica que estes revisores de contas foram contratados “logo em maio ou junho de 2023” pelo pelouro financeiro da Santa Casa, na sequência da tomada de posse da nova provedora, Ana Jorge, e dos pedidos feitos pela anterior ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, nomeadamente sobre a revisão das contas de 2021 e 2022. “Eu senti que as coisas não estavam a ser feitas da maneira correta”, diz.

Perante as “dúvidas de interpretação” entre os avaliadores e revisores oficiais de contas, Ana Vitória Azevedo garante que expôs a situação à provedora Ana Jorge e submeteu “toda a documentação, todos os concursos, todas as avaliações desde 2014” à entidade liderada por José Tavares e pediu “ao Tribunal de Contas para esclarecer quem é que estava certo”, conta a vice-provedora, ao ECO. “A mesa da Santa Casa não esperou por essa pronúncia e pôs na rua os relatórios com essa avaliação”, lamenta.

Em causa estão divergências sobre a valorização contabilística dos imóveis, com impacto nas contas da Santa Casa. As novas avaliações, que levaram a correções nas contas de 2021 e 2022, foram realizadas “no pressuposto de que os respetivos contratos de arrendamento seriam denunciados, sendo de imediato efetuadas obras de beneficiação, seguidas da negociação de novas rendas a valores de mercado“, segundo consta nos novos relatórios publicados.

Ora, “a adoção deste critério” conduziu a que as demonstrações financeiras anteriormente apresentadas “tivessem evidenciado expectativas de rentabilidade não consentâneas com a realidade da SCML e, sobretudo, com a sua efetiva capacidade de geração de valor económico e de tesouraria“, lê-se.

A revisão originou uma redução “significativa” de 57,9 milhões de euros no valor dos imóveis arrendados, dos quais 13,4 milhões de euros em 2022 e 44,5 milhões de euros em 2021 (4,4 milhões desse ano e 40,1 de anos anteriores).

Acho que teria sido prudente, em vez de fazer um alarme dizendo que houve uma sobrevalorização do património, e tendo em conta que havia esta divergência interpretativa, esperar para verificar qual era a interpretação correta.

Ana Vitória Azevedo

Ex-vice-provedora da Santa Casa

De acordo com o novo relatório, feito na sequência da auditoria pedida pelo anterior Executivo, o resultado líquido positivo de 10,9 milhões de euros da Santa Casa passou para um prejuízo de 12,4 milhões, enquanto os resultados de 2021 sofreram um ajustamento de 20,1 milhões para 39,8 milhões de prejuízos,

Caso o Tribunal de Contas venha a considerar que o anterior método de avaliação estava correto e não o usado pelos auditores, as contas poderão ter de ser novamente corrigidas. No limite, poderiam ser revertidas as perdas estimadas de 57,9 milhões em 2021 e 2022. A confirmar-se, os resultados líquidos da Santa Casa passariam a ser positivos.

Em declarações ao ECO, a ex-vice-provedora adianta que não concordou com a reavaliação dos imóveis, tendo, inclusive deixado isso expresso numa declaração de voto, aquando da aprovação da revisão de contas. “Está escrito“, atira, considerando que seria “de bom senso” esperar pelo parecer do TdC antes de fazer a revisão.

“Acho que teria sido prudente, em vez de fazer um alarme dizendo que houve uma sobrevalorização do património, e tendo em conta que havia esta divergência interpretativa, esperar para verificar qual era a interpretação correta”, remata, referindo que a atual administração poderá ter pintado um “quadro ainda pior” das contas da Santa Casa “do que aquele que eventualmente existirá”. “Foram uma sucessão de decisões com as quais eu não me revi e foi por isso que me demiti”, conclui.

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5 coisas que vão marcar o dia

AD e o PS dão a conhecer o programa das eleições europeias. EDP Renováveis, REN e Amorim apresentam os resultados do 1.º trimestre.

No dia em que a EDP Renováveis, REN e Amorim apresentam os resultados do primeiro trimestre, a AD e o PS dão a conhecer o programa das eleições europeias marcadas para 9 de junho. Esta quinta-feira fica igualmente marcada pela manifestação dos motoristas TVDE em várias cidades do país.

AD e PS apresentam programa para as eleições europeias

A Aliança Democrática (AD) apresenta o programa para as eleições europeias, pelas 18h00, na sala Sophia de Mello Breyner Andresen, no Centro Cultural de Belém (CCB). A AD escolheu Sebastião Bugalho para liderar a lista às eleições europeias marcadas para 9 de junho. Também o Partido Socialista apresenta o manifesto eleitoral com que se apresentará às eleições para o Parlamento Europeu. A iniciativa está agendada para as 19h, na Pala do Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa. A campanha arranca a 27 de maio e prolonga-se até 7 de junho.

EDP, REN e Corticeira Amorim apresentam resultados

A EDP Renováveis apresenta, às 7h00, os resultados do primeiro trimestre. A 6 de maio deste ano, no primeiro dia de negociação na Euronext Lisboa, os direitos de incorporação das ações da EDP Renováveis caíram até aos 0,1508 euros, após iniciarem a cota nos 0,2 euros. Esta quinta-feira divulga igualmente os resultados relativos ao igual período a REN, a gestora da rede elétrica portuguesa, que registou lucros de 149,2 milhões de euros em 2023, mais 33,5% face a 2022. Também a Corticeira Amorim apresenta resultados relativos aos primeiros três meses deste ano.

Protestos dos motoristas TVDE

Numa iniciativa da Associação Nacional Movimento-TVDE, os motoristas dos transportes individuais de passageiros em veículo descaracterizado (TVDE) saem à rua no Porto, Coimbra, Leiria, Lisboa e Faro para manifestarem o seu descontentamento. Protestam por melhores condições de trabalho e pela fixação de taxa fixa nos serviços.

Continuam alegações finais no julgamento do caso EDP

Este processo tem como arguidos o antigo ministro da Economia Manuel Pinho, a sua mulher, Alexandra Pinho, e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado. Manuel pinho responde por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal. A mulher do antigo ministro está acusada de um crime de branqueamento e outro de fraude fiscal – em coautoria material com o marido –, enquanto o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é suspeito da prática de um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Manifestação de ucranianos em Portugal

“Uma Europa Unida de Kiev a Lisboa!” é o mote para a manifestação marcada para as 19h00 desta quinta-feira 9 de maio, Dia da Europa, na Praça D. Pedro IV (Rossio), em Lisboa. E organizada pela Associação dos Ucranianos em Portugal, “para apelar aos eleitores portugueses para apoiarem os partidos políticos que consistentemente apoiam a Ucrânia”.

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Lucro da EDP Renováveis sobe 4% para 68 milhões no 1.º trimestre

A EDPR beneficiou de menores custos financeiros líquidos e interesses não controláveis, que mais que compensaram uma queda de 11% nas receitas. Investimento caiu 20% e analistas esperam novas metas.

O lucro líquido da EDP Renováveis (EDPR) EDPR 0,94% subiu 4% para 68 milhões no primeiro trimestre do ano, impulsionado por descidas nos custos financeiros líquidos e nos interesses não controláveis, informou a empresa esta quinta-feira.

“O resultado líquido ascendeu a 68 milhões (+4% em termos homólogos), impactado por uma menor contribuição do top line e pelo aumento de impostos, devido ao tratamento fiscal dos ganhos com rotação de ativos, e compensado por uma redução dos custos financeiros líquidos e dos interesses não controláveis (-11% em termos homólogos)”, adiantou a empresa, num relatório divulgado no site da CMVM.

“As receitas situaram-se em 632 milhões (-11% em termos homólogos), devido ao menor preço médio de venda (-3% em termos homólogos) e menor produção de energia (-3% em termos homólogos)”, adiantou.

Segundo a Reuters, o consenso dos analistas apontava, em média, para um lucro de 65,7 milhões de euros para um volume de negócios de 633,5 milhões de euros.

Os analistas do Goldman Sachs referiram, em nota, que “apesar de acreditarmos que estes números coloquem a EDPR no caminho para ir ao encontro das expectativas no consenso dos analistas para 2024 – EBITDA de cerca de 2 mil milhões e lucro líquido de cerca de 470 milhões (ambos incluindo ganhos de 200 milhões com a rotação de ativos), notamos que, mais uma vez, a dívida líquida aparece mais alta do que esperado, nos 6,7 mil milhões”.

A dívida líquida ascendeu a 6,7 mil milhões, um aumento de 0,9 mil milhões face a dezembro 2023, refletindo os investimentos efetuados no período, sublinhou a empresa.

O rácio de dívida líquida face ao EBITDA dos últimos dois meses subiu para 3,7 vezes no final de março, face aos 3,2 vezes no fim do ano passado.

O preço médio de venda foi de 61 euros por megawatt-hora (MWh), ou menos 3% em termos homólogos, “refletindo os preços mais baixos do mercado da eletricidade na Europa”. A
comparação face ao ano anterior foi também impulsionada pela revisão regulatória em baixa dos preços da eletricidade de 2023 para os ativos regulados em Espanha, anunciada em junho de 2023, referiu.

Os Custos Operacionais diminuíram -5% face ao período homólogo, refletindo a redução de 15% em Outros Custos Operacionais, com os impostos clawback na Europa a refletir apenas o impacto non-cash de 13 milhões da reversão de coberturas na Roménia e com a descontinuação do imposto clawback na Polónia, sendo que esta diminuição foi parcialmente compensada pelos custos de 27 milhões com PPA (Power Purchase Agreements) relacionados com o projeto na Colômbia.

Assim, o EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – da elétrica subiu 1%, para 454 milhões de euros entre janeiro e março.

Os resultados financeiros, de 108 milhões no primeiro trimestre de 2024 (-14% em termos homólogos), foram impactados pela estratégia de rebalanceamento do mix cambial da dívida, com aumento do euro e redução do dólar , e pelo aumento das despesas financeiras
capitalizadas, devido aos atrasos na execução de projetos juntamente com a manutenção do custo da dívida em 4,66%, devido ao menor custo da dívida dos novos refinanciamentos.

 

Analistas esperam revisão de metas

Numa entrevista ao Jornal de Negócios a 18 de abril, Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDPR e da EDP (que detém 71,27% do capital da EDPR), afirmou que o grupo vai rever o plano estratégico anunciado em março de 2023, tanto em termos de capacidade em MW como em investimento.

Segundo os analistas do Goldman Sachs, a administração da EDPR deverá fornecer objetivos atualizados para 2026 durante a teleconferência com os analistas esta quinta-feira às 14h00.

“Estes deverão refletir taxas de juro mais elevadas e preços de energia mais baixos, face aos pressupostos adotados no Capital Markets Day de 2023″, referiram. “Esperamos menores acréscimos de capacidade bruta e líquida, e um mark-to-market nos preços da eletricidade (cerca de 30% das receitas são comerciais, ou seja, expostas aos preços da eletricidade).

“Os dados de consenso da Visible Alpha são, para 2026, EBITDA e lucro líquido (excluindo ganhos de rotação de ativos) de 2,4 mil milhões e 689 mil milhões, respetivamente”, disseram, sublinhando que, tendo em conta a provável redução do Capex e a queda dos preços da energia, estas estimativas podem revelar-se otimistas”.

Esta quinta-feira as ações da EDPR caem 0,87% para 13,60 euros, numa sessão em que o índice PSI segue praticamente inalterado. Os títulos da empresa acumulam um tombo de 25,42% desde o início do ano.

Capex caiu em todas as regiões

Na rubrica de investimento, o Capex da EDPR caiu 20%, em termos homólogos, para 731 milhões de euros, com descidas em todas as regiões, incluindo de 37% na Europa e de 16% na América do Norte.

A 18 de abril, a EDPR informou que a produção de renováveis no primeiro trimestre diminuiu 3% em termos homólogos, para 9,9 Terawatt horas, principalmente impactada pela rotação de ativos eólicos durante os últimos 12 meses, pela subida gradual da produção da nova capacidade
instalada no quarto trimestre e pelos recursos renováveis ligeiramente mais baixos face ao mesmo período do ano passado.

Adiantou também que avançou com a instalação de mais 0,5 gigawatts (GW) de nova capacidade renovável no primeiro trimestre. Desse valor, 0,4 GW são provenientes da instalação de nova capacidade solar nos EUA, “dada a normalização da cadeia de fornecimento de painéis solares nos EUA após as restrições observadas em 2023”.

(Notícia atualizada às 10h53)

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PS recupera ideia de Costa para as Europeias e propõe mecanismo permanente de resposta a crises na UE

PS adota proposta de Costa para a criação de uma solução permanente de resposta a crises na UE no manifesto às Europeias. E quer fundo para requalificar trabalhadores e desempregados no futuro.

O PS recuperou a proposta do ex-primeiro-ministro António Costa para a criação de um mecanismo de resposta às crises na União Europeia permanente, inscrevendo-a no programa eleitoral do partido para as eleições europeias, segundo apurou o ECO.

Além de defender a criação de uma solução permanente “que aumente a resiliência económica da União Europeia [UE]”, o ECO sabe que os socialistas também vão propor a criação de um fundo europeu para a reconversão e requalificação profissional perante “grandes mudanças estruturais na economia”, como a transição energética ou digital.

As duas medidas constam do manifesto eleitoral às eleições europeias que o PS dará a conhecer esta quinta-feira, pelas 19h, em Lisboa.

A criação de um mecanismo “permanente” de resposta às crises na União Europeia, “de natureza contra cíclica” e que “aumente a resiliência económica” do bloco e o “arsenal de instrumentos de que dispõe para lidar com os diferentes ciclos económicos”, é uma das medidas que o PS apresentará e que foi defendida várias vezes por António Costa, em Bruxelas, depois de a UE ter sido atingida por duas crises no espaço de dois anos: a pandemia, em 2020, e da crise energética, em 2022.

O ex-primeiro ministro chegou mesmo a considerar que um dos “principais desafios” da União Europeia era a “ausência de um instrumento de estabilização permanente”, argumentando que tal realidade “cria a perigosa tentação de optar pela flexibilidade nas regras dos auxílios estatais em situações de crise”. Para António Costa, um mecanismo desta natureza era a “a única forma de assegurar condições equitativas e de evitar que as capacidades orçamentais assimétricas aprofundem a divergência entre os Estados-membros”.

Na altura, a proposta não terá chegado muito longe em Bruxelas, mas desta vez o PS quer que seja diferente, estando agora preparado para apresentar a proposta na bancada do Partido Europeu Socialista (S&D na sigla em inglês) no Parlamento Europeu, na próxima legislatura.

No programa eleitoral do PS, os socialistas não adiantam detalhes sobre como funcionaria este mecanismo, nem em que situações os Estados-membros poderiam usufruir dele, no entanto assumem que uma vez criado, permitiria à União Europeia estar “melhor preparada para ultrapassar uma recessão económica do que aconteceu no passado“.

Além de querer proteger as 27 economias da UE, o PS quer também proteger os trabalhadores e os desempregados em alturas em que decorrem “mudanças estruturais” em todo o bloco, nomeadamente, a transição energética e digital que obriga a novas competências.

Assim, os socialistas defendem a “criação de um fundo europeu de apoio à reconversão e requalificação profissional, que proporcione aos trabalhadores e desempregados a sua adaptação às grandes mudanças estruturais na economia”. À semelhança da primeira proposta, também não são adiantados detalhes sobre o funcionamento e operacionalização deste fundo.

Certo, é que o programa eleitoral do PS assume “nove missões” com as quais o partido de compromete em promover durante a campanha e concretizar durante a próxima legislatura, se conseguir eleger deputados.

Os socialistas querem promover uma União Europeia mais com “valores, “solidária”, “verde e digital”, atenta aos problemas sociais de forma a “não deixar ninguém para trás”. Tudo isto, ao mesmo tempo que procura garantir que o futuro da União Europeia tem em mente “os jovens”, consegue ser “próspera e competitiva” e mais “autónoma”.

Mas também tem uma visão para além do bloco europeu: os socialistas querem uma Europa “mais alargada” e com uma posição “mais forte no mundo”.

Marta Temido, ex-ministra da Saúde no Governo de António Costa, é a cabeça de lista do PS para as eleições europeias, que conta com Francisco de Assis e Ana Catarina Mendes como número dois e três, respetivamente. Nenhum eurodeputado do PS eleito nas eleições anteriores foi convidado a recandidatar-se, sugerindo que Pedro Nuno Santos terá optado por uma renovação total da representação socialista no hemiciclo europeu que, na última legislatura, tinha nove lugares reservados para o PS.

As eleições europeias estão agendadas para o dia 9 de junho, estando disponível o recurso ao voto antecipado (2 de junho) ou em mobilidade (poderá votar em qualquer mesa de voto do país e no estrangeiro). Portugal tem a capacidade de eleger 21 eurodeputados, de um total de 720 (mais 15 do que nas últimas eleições).

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Marcelo diz que Costa é “apaixonado pela Europa”

  • Lusa
  • 8 Maio 2024

"Tenho repetido que é uma sorte se ele puder continuar a viver intensamente esta problemática a nível europeu", disse o chefe de Estado, em frente a António Costa.

O Presidente da República descreveu esta quarta-feira António Costa como um “apaixonado pela Europa”, elogiou a sua prestação como primeiro-ministro no quadro europeu e reiterou que espera vê-lo a intervir nesse plano. “Por isso eu tenho repetido que é uma sorte se ele puder continuar a viver intensamente esta problemática a nível europeu”, disse o chefe de Estado, perante António Costa, na apresentação do livro “O Ano Zero da Nova Europa”, de Bernardo Pires de Lima, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Coube ao anterior primeiro-ministro fazer a apresentação do novo livro de Bernardo Pires de Lima, investigador de relações internacionais e consultor da Casa Civil do Presidente da República, mas Marcelo Rebelo de Sousa tomou a palavra antes da sessão terminar para agradecer “este momento de fim de tarde singular” com “duas personalidades excecionais”.

Sobre o autor, Bernardo Pires de Lima, o Presidente da República definiu-o como um “antecipador de destinos” e deixou uma previsão: “Há de haver um dia em que a história, no plano executivo, se cruza com ele, há de haver um dia. Até lá, ele fala para os executivos e não executivos, antecipando aquilo que eles não percebem e hão de perceber”.

Em relação ao ex-primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa fez um elogio ao seu “protagonismo europeu”, de que referiu ter sido testemunha, “antecipando ideais, antecipando problemas, antecipando riscos, antecipando soluções” no quadro da União Europeia. António Costa é um “apaixonado pela Europa – não é que fosse menos apaixonado por Portugal, mas apaixonado pela Europa”, considerou.

O chefe de Estado saiu em defesa do anterior primeiro-ministro quanto ao alargamento da União Europeia: “O grande debate simplista era: então Portugal é contra o alargamento? Não, Portugal defende a preparação da União Europeia para o alargamento, sabendo que é diferente dos anteriores e muito, muito, muito mais complicado”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, num encontro informal dos chefes de Estado europeus do Grupo de Arraiolos foi visível como nesta matéria “cada qual tinha o seu caminho, e não era fácil a convergência entre os vários caminhos”. Desta vez, o Presidente da República não se referiu em concreto à possibilidade de António Costa vir a presidir ao Conselho Europeu, mas reiterou que espera que possa “continuar a viver intensamente esta problemática a nível europeu”.

Marcelo realça liberdade de expressão e recusa comentar iniciativa do Chega

O Presidente da República recusou ainda comentar a iniciativa anunciada pelo Chega contra si por declarações que fez, mas realçou que em democracia há liberdade de expressão, incluindo para os titulares de órgãos de soberania. “Não falo sobre isso, para além do que já disse, que é dizer que vivemos em democracia”, afirmou.

“E a democracia tem a diferença em relação à ditadura que é a liberdade de expressão de pensamento, a liberdade de pensar. A liberdade de pensar de todos, de concordar, de discordar, quer sejam titulares de cargos políticos, quer não sejam”, acrescentou. Marcelo Rebelo de Sousa frisou que assim como “o cidadão comum tem essa liberdade”, também “os titulares de órgãos de soberania têm essa liberdade” – como é o seu caso.

Depois, o chefe de Estado recusou responder se se considera difamado pelo presidente do Chega, André Ventura, que o tem reiteradamente acusado de “traição à pátria” pelas suas declarações sobre eventuais reparações por crimes cometidos e bens espoliados às antigas colónias portuguesas.

“Não vou pronunciar-me sobre isso, porque precisamente, primeiro, estamos em período eleitoral, segundo, estamos em democracia e a liberdade é possível”, retorquiu. Interrogado se poderá avançar com alguma ação contra o Chega ou em particular contra André Ventura, o Presidente da República disse não ter “mais nada a dizer” sobre este assunto além do que já disse.

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