Trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos duplicam no arranque do ano

Mais de milhar e meio de trabalhadores foram abrangidos por despedimentos coletivos até março, quase o dobro do registado no trimestre homólogo de 2023. Abrandamento da economia ajuda a explicar.

O número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos até ao final de março aumentou quase 98% face ao registado há um ano. Em causa estão mais de milhar e meio de pessoas, de acordo com os dados mais recentes. No total, nos primeiros três meses do ano, foram comunicados 125 processos de despedimentos coletivos.

Segundo os números da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, só em março foram comunicados 35 processos de despedimento coletivo, mais do que há um ano (um aumento de três processos) e do que há dois anos (uma subida de dez processos). Ou seja, é preciso recuar até 2021 para encontrar um mês de março com um número semelhante de processos comunicados.

Já considerando a totalidade do primeiro trimestre, é de notar que deram entrada 125 processos de despedimento coletivo, mais 22 do que no primeiro trimestre do ano passado, o equivalente a um aumento de 21,4%, de acordo com as contas do ECO.

É preciso recuar a 2015 para encontrar um primeiro trimestre com um número mais elevado de despedimentos coletivos.

Há nove anos que primeiro trimestre não trazia tantos despedimentos coletivos

Fonte: DGERT

Desse total, 58 dizem respeito a pequenas empresas, 33 a microempresas, 21 a médias empresas e 13 a grandes empresas, detalham os dados conhecidos recentemente. Ademais, do total de despedimentos coletivos comunicados, mais de metade são relativos a Lisboa e Vale do Tejo (68 dos tais 125).

Tendo por base estes processos, o número de trabalhadores a despedir totalizou 1.549 nos primeiros três meses de 2024. Em comparação, no primeiro trimestre de 2023, 784 tinham estado nessa situação.

Número de trabalhadores a despedir agravou-se

Fonte: DGERT

Contas feitas, está em causa um aumento homólogo de cerca de 98%, ou seja, o número de trabalhadores a despedir, no âmbito de processos de despedimento coletivo, quase duplicou no arranque deste ano. E também em cadeia houve uma subida, ainda que mais ligeira: neste caso, o avanço foi de cerca de 28%, de 1.213 trabalhadores a despedir para os tais 1.549.

É de referir que, desse total, 1.396 já foram efetivamente despedidos, de acordo com a DGERT. Os dados disponíveis, para já, não permitem perceber em que setores houve maior incidência de despedimentos nos primeiros três meses do ano. Mas, olhando só para março, o comércio e a indústria transformadora destacam-se.

Também considerando apenas março é possível verificar que uma parte relevante dos despedimentos teve como causa o encerramento de uma ou várias secções da empresa (44%), seguindo-se a redução de pessoal (29%) e o encerramento definitivo (18%). Já a insolvência foi responsável “somente” por 9% dos trabalhadores efetivamente despedidos.

Nem todos os setores estão a enfrentar da mesma forma o momento atual

Apesar de a taxa de desemprego estar, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), relativamente estável há vários meses, nem todos os setores do mercado de trabalho têm vivido os últimos tempos da mesma forma.

Os economistas ouvidos pelo ECO apontam o abrandamento da atividade económica em Portugal e na União Europeia como uma das justificações possíveis para esta evolução dos despedimentos coletivos. Outra poderá ser, indicam, a política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que tem vindo a contribuir para uma diminuição do consumo e do investimento privado.

Além disso, já no final de janeiro, o professor João Cerejeira, da Universidade do Minho, alertava ao ECO para o abrandamento das exportações de alguns setores (nomeadamente na indústria transformadora) como uma das potenciais razões para o agravamento dos despedimentos coletivos que já se começava a sentir.

Para já, os economistas têm mantido que não há razões para alarme quanto ao mercado de trabalho, uma vez que se espera que a economia reanime nos próximos meses, o que deverá dar um novo gás ao mercado laboral.

Convém explicar que o trabalhador que seja abrangido por um processo de despedimento coletivo tem direito a uma compensação que é equivalente a 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade.

No entanto, na primavera do ano passado, entraram em vigor alterações ao Código do Trabalho que elevaram para 14 dias essas compensações, ainda que com efeitos apenas a partir de 1 de maio.

Por outro lado, a nova legislação dita que as empresas que efetuaram despedimentos coletivos ficam impedidas de recorrer a contratação externa (outsourcing) durante 12 meses para satisfazer necessidades que eram asseguradas pelos trabalhadores despedidos.

Ora, as confederações patronais consideram que essa medida viola a Constituição e a Provedora de Justiça também reconhece esse risco, pelo que pediu aos juízes do Palácio Ratton que a avaliem. O pedido foi feito em outubro e até agora não houve uma decisão. Conforme escreveu o ECO, o Tribunal Constitucional não tem prazo para a tomar.

Entretanto, o novo Governo já mostrou abertura para “revisitar” as mudanças que foram feitas no ano passado à lei do trabalho e os empresários querem que essa seja uma das normas a debater, segundo adiantou ao ECO o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, em entrevista em meados de abril

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Banca duplica dividendos para 1,3 mil milhões após ano de lucro recorde

Caixa, BCP, BPI e Banco Montepio vão entregar metade dos resultados aos seus acionistas. BPI é o mais generoso. Montepio regressa após uma década de ausência. Miranda Sarmento tem boa notícia.

Depois de um ano de lucros históricos, os bancos portugueses preparam-se para entregar um cheque chorudo aos seus acionistas: vão pagar 1,3 mil milhões de euros em dividendos, o dobro do que pagaram o ano passado, de acordo com os dados compilados pelo ECO.

O cheque final vai ser mais “gordo”, pois estes dados excluem o Santander Totta, que ainda não anunciou o dividendo que vai dar à casa-mãe espanhola. Mas, depois dos lucros de 1,03 mil milhões de euros em 2023, o dividendo do banco liderado por Pedro Castro e Almeida poderá superar mesmo os 800 milhões de euros, isto se assumirmos o payout de 80% do ano passado.

Em todo o caso, sem contar com o Santander e com o Novobanco, ainda inibido de distribuir lucros, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Banco Montepio vão entregar aos acionistas cerca de 50% dos resultados que obtiveram no ano passado. Um resultado histórico que foi alcançado muito graças à subida das taxas e dos ganhos com os juros cobrados nos empréstimos às famílias e às empresas.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o gráfico.

No caso do banco público, 525 milhões de euros vão a caminho dos cofres do Estado, depois dos lucros de 1,3 mil milhões no ano passado. Uma boa notícia para o novo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, dado que o Orçamento do Estado para 2024 só previa dividendos de 461 milhões.

Em 2023, a Caixa havia pago um dividendo em dinheiro de 352 milhões – e ainda um dividendo em espécie no valor de 361 milhões com a entrega do edifício-sede no Campo Pequeno, que não foi considerado nestas contas.

O BPI é o mais generoso da banca portuguesa, na medida em que quase 100% do lucro de 524 milhões de euros (517 milhões) foram pagos ao espanhol Caixabank sob a forma de dividendo, acima dos 285 milhões pagos no ano passado (por conta dos resultados de 2022).

A escalada dos juros possibilitou ainda o regresso do BCP e do Banco Montepio aos dividendos. No banco liderado por Pedro Leitão, o dividendo de seis milhões de euros põe fim a uma “travessia do deserto” de mais de uma década sem pagamentos ao acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) — agora são mais acionistas. O Banco Montepio registou lucros de 28,4 milhões, mas foi muito penalizado pela venda do Finibanco Angola, uma operação que teve um impacto negativo de 100 milhões.

Em relação ao BCP, que não fez qualquer pagamento no ano passado, regressa agora com um dividendo de 257 milhões de euros, que corresponde a 30% do resultado obtido no ano passado. Mas Miguel Maya já mostrou qual é a ambição do seu banco: pagar metade ou mais dos lucros aos acionistas.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Maio 2024

Em dia de aniversário do PSD, são conhecidos os dados da inflação na OCDE. Bruxelas acolhe o Fórum Industrial de Defesa UE-Ucrânia e há ainda nova descida do preço dos combustíveis.

A semana arranca com nova descida do preço dos combustíveis, num dia que será marcado pela celebração dos 50 anos do PSD. Em Bruxelas, decorre o Fórum Industrial de Defesa UE-Ucrânia, e a OCDE publica dados da inflação em março.

Preços dos combustíveis voltam a descer

À semelhança da semana passada, o preço dos combustíveis sofre um novo alívio a partir desta segunda-feira. Prevê-se que a descida seja de 2,5 cêntimos por litro na gasolina 95, para 1,783 euros por litro, e de 2 cêntimos por litro no gasóleo, para 1,57 euros por litro. Ainda assim, desde o início do ano, o preço do gasóleo aumentou 2,4 cêntimos por litro, enquanto o da gasolina ficou 16,5 cêntimos mais caro.

50 anos do PSD

O Partido Social Democrata (PSD) celebra esta segunda-feira o seu 50.º aniversário com um jantar na Estufa Fria, em Lisboa, que conta com a presença do presidente do partido e primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Inflação na OCDE

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga o Índice de Preços no Consumidor relativo a março. No segundo mês do ano, a taxa de inflação no conjunto dos 38 países da OCDE manteve-se nos 5,7%. A inflação subjacente (excluindo os produtos alimentares e a energia), por sua vez, continuou a diminuir, mas permaneceu elevada em 6,4%.

Fórum Industrial de Defesa UE-Ucrânia

Bruxelas acolhe esta segunda-feira o Fórum Industrial de Defesa entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia. O objetivo da iniciativa, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, é “aumentar a produção industrial de defesa na Ucrânia e em toda a Europa”. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, tem reiterado que os 27 Estados-membros “farão mais e mais rapidamente” para apoiar militarmente a Ucrânia.

Presidente chinês reúne-se com líderes europeus

Naquela que será a sua primeira viagem à Europa nos últimos cinco anos, o Presidente chinês, Xi Jinping, irá participar nesta segunda-feira numa reunião tripartida em Paris com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, e com o Presidente francês, Emmanuel Macron. Em comunicado, a Presidência francesa indicou que os contratos entre os presidentes “vão concentrar-se nas crises internacionais, nomeadamente a guerra na Ucrânia e na situação no Médio Oriente, nas questões comerciais, na cooperação científica, cultural e desportiva, bem como nas nossas ações comuns para enfrentar os desafios globais”.

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China pode estar a utilizar empresas tecnológicas para recolher dados de utilizadores no estrangeiro, segundo uma investigação

  • Servimedia
  • 6 Maio 2024

Relatório do Australian Strategic Policy Institute revelou uma alegada série de ligações entre grupos de propaganda estatal chineses e empresas tecnológicas chinesas, como a Pinduoduo.

De acordo com o Washington Post, esta colaboração resulta provavelmente de um esforço coordenado para recolher dados específicos de utilizadores estrangeiros que possam ser utilizados para reforçar campanhas de desinformação e outros esforços de propaganda estatal no estrangeiro. Estas parcerias refletem a alegada estratégia do Partido Comunista Chinês de tirar partido dos dados para influenciar a era digital.

Entre as ligações que a ASPI afirma existirem está uma colaboração entre a Pinduoduo – a empresa pertencente ao mesmo grupo da Temu – e a People’s Data Management, uma unidade do jornal oficial chinês “People’s Daily” que facilitaria a troca de dados estatais.

A Temu tem sido alvo de controvérsia internacional pelas suas atividades de recolha de dados. A empresa afirma não ter qualquer relação com a People’s Data e declara que armazena os dados dos utilizadores dos EUA nos serviços de nuvem do Microsoft Azure.

Esta informação é particularmente relevante num contexto de crescentes preocupações com a segurança nacional nos EUA devido ao aumento das aplicações de propriedade chinesa entre os utilizadores americanos, o que levou a iniciativas como uma lei que obrigaria os proprietários chineses do TikTok a vender a aplicação.

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Benfica perde em Famalicão e dá campeonato ao Sporting

  • ECO
  • 5 Maio 2024

Derrota do Benfica em Famalicão sela a conquista do campeonato pelo Sporting, a duas jornadas do fim da prova.

O Benfica perdeu por duas bolas a zero este domingo contra o Famalicão, selando a conquista do campeonato nacional de futebol pelo Sporting. A escorregadela deixa o clube da Luz a oito pontos do rival verde e branco, a apenas duas jornadas do fim da prova, entregando o 20.º título de campeão à equipa treinada por Rúben Amorim.

Com 32 jornadas disputadas, o Sporting tem 84 pontos, resultado de 27 vitórias, três empates e apenas duas derrotas, uma contra o Benfica e outra contra o Braga. O próximo jogo é contra o Estoril Praia, fora. O derradeiro encontro será em casa, contra o Chaves.

O que também não deverá fugir ao clube de Alvalade é o título de melhor marcador, com Viktor Gyökeres a liderar isolado a lista, com 27 golos, mais seis do que Simon Banza, do Braga, e mais sete que o espanhol Rafael Mujica, do Arouca.

Com 76 pontos, o Benfica tem já assegurado o segundo lugar do campeonato. O FC Porto é terceiro, com 66 pontos, mas ainda pode ser ultrapassado pelo Braga, que tem xx pontos. O Vitória de Guimarães é quinto com 60 pontos.

Com a vitória na época 2023/2024, o Sporting aumenta para 20 títulos o palmarés de campeão nacional. A última vez que venceu foi na época 2020/2021, em plena pandemia. É o segundo título sob a presidência de Francisco Varandas e de Rúben Amorim como treinador.

A Câmara Municipal de Lisboa decretou a restrição de horários de diversos estabelecimentos comerciais em Lisboa, a partir das 20:30 horas, localizados na Avenida da Liberdade, Avenida Duque de Loulé, Avenida Fontes Pereira de Melo, Rua Braancamp, Rua Camilo Castelo Branco, Rua Castilho, Rua Eça de Queiroz, Rua Tomás Ribeiro, Rua Andrade Corvo, Rua Martens Ferrão, Rua Viriato, Rua São Sebastião da Pedreira, Avenida António Augusto de Aguiar, Parque Eduardo VII e Rua Mouzinho da Silveira.

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Xi Jinping chega a Paris para tentar reforçar laços de Pequim com a Europa

Viagem acontece num momento em que o continente se divide quanto à forma de lidar com o crescente poder de Pequim. Políticas comerciais e apoio à Rússia preocupam União Europeia.

O presidente chinês Xi Jinping chegou hoje a França para uma visita de Estado na Europa que inclui ainda a Hungria e a Sérvia, anunciou a televisão oficial chinesa CCTV. Xi Jinping realiza esta viagem num momento em que o continente se divide quanto à forma de lidar com o crescente poder de Pequim e a rivalidade entre os EUA e a China.

Os fabricantes europeus de automóveis estão a perder terreno para os veículos elétricos chineses subsidiados e os diplomatas preocupam-se com as suspeitas de espiões chineses nas capitais europeias.

Por outro lado, o comércio de armas da China com a Rússia preocupa os líderes europeus que apoiam a Ucrânia.

Mas a Europa e a China têm laços económicos fortes (2,3 mil milhões de euros por dia) e Xi Jinping parece determinado a reconstruir e aprofundar as relações após a pandemia do Covid-19.

Xi Jinping inicia a sua visita no domingo em França, cujo Presidente, Emmanuel Macron, quer que mais independência económica e estratégica da Europa em relação às outras potências mundiais.

Em seguida, o Presidente chinês desloca-se à Sérvia e à Hungria, países considerados amigos da China e próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, destinatários de importantes investimentos chineses.

Xi Jinping foi recebido no aeroporto de Orly, em Paris, pelo primeiro-ministro francês Gabriel Attal – e por protestos de grupos que exigem que a França pressione a China a respeitar os direitos dos tibetanos e dos uigures.

No sábado, ativistas que defendem um Tibete livre tentaram desfraldar uma faixa por baixo do Arco do Triunfo, em Paris; protestaram na capital francesa à mesma hora que o avião de Xi aterrou.

Na segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, irá oferecer ao líder chinês as honras formais de uma visita de Estado.

Os dois presidentes reunir-se-ão também com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que deverá juntar-se a Macron na defesa de políticas comerciais mais justas e para que a China utilize a sua influência junto da Rússia para a pressionar a pôr termo à invasão da Ucrânia.

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Dinheiro em troca de direitos. Estão os investidores a apertar garantias ao ecossistema?<span class='tag--premium'>premium</span>

Menor liquidez no mercado resulta em maior escrutínio dos fundos na hora de investir. Em Portugal, mais do que na exigência de direitos, o impacto faz-se sentir nas avaliações, dizem startups.

Com a torneira de venture capitala apertar, os investidores parecem estar a exigir mais garantias das startups ou scaleupsonde injetam capital.Mais lugares na administração e mais poder na tomada de decisões são apenas algumas das exigências, aponta o “Deal Flow 4.0 — European Venture Capital Deal Term Review 2023-2024”, da Orrick. Das 350 operações de equityque a sociedade de advogados acompanhou no mercado europeu no ano passado, em mais de 95% dos casos os acordos incluem cláusulas que exigem o “OK” dos investidores antes da tomada de certas decisões. E em Portugal? Estarão os fundos também a apertar as suas exigências? “Sentimos que a mudança foi mais em torno da valorização das empresas no momento das rondas e não tanto em questões de controlo”,aponta Felipe Ávila da Costa,

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INEM quer maior financiamento agravando taxa sobre seguros

  • ECO Seguros
  • 5 Maio 2024

Os 150 milhões de euros que o INEM gasta por ano são financiados por detentores de seguros. A direção do Instituto quer mais e o Governo está a avaliar essa pretensão.

Faltam 25 milhões de euros ao orçamento do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica para cumprir a sua atividade deste ano. Por esse motivo, a direção do Instituto quer aumentar a atual taxa obrigatória que incide sobre alguns seguros, sendo refletida nos prémios finais pagos pelos segurados, de 2,5% para 3%, revelou uma reportagem difundida pela TVI.

A direção do INEM afirma que o financiamento é insuficiente para os gastos anuais do serviço de emergência e que ainda faltarão 15 milhões de euros devidos às corporações de bombeiros através de compromissos protocolados. A solução – para os dirigentes – é aumentar a taxa cobrada pelas seguradoras aos seus segurados e depois entregues ao INEM. Este valor foi estimado em cerca de 150 milhões de euros para 2023 e representa mais de 98% das receitas deste organismo público de emergência médica.

Segundo fonte do ministério da Saúde em declarações à TVI “as necessidades orçamentais do INEM estão a ser avaliadas”. A taxa já tinha sido aumentada de 2% para 2,5% em 2015.

As receitas do Instituto resultam essencialmente numa taxa que incide sobre os prémios ou contribuições relativas a contratos de seguros, celebrados por entidades sediadas ou residentes no continente. Abrange, em caso de morte, o ramo Vida e respetivas coberturas complementares, bem como contratos de seguros dos ramos Saúde, Acidentes e Automóvel. Neste caso a taxa incide quer sobre o prémio pela cobertura obrigatória de Responsabilidade Civil, quer sobre a facultativa de Danos Próprios.

Através da receita de 2022 pode deduzir-se que as receitas do INEM incidiram sobre cerca de 5.560 milhões de euros de prémios pagos pelos portugueses, logo em mais de metade da produção anual.

A reportagem ouviu ainda uma representante da DECO, associação de defesa do consumidor, que “considerou injusta a procura de um aumento da taxa sobre os seguros já que incidirá sobre muitos portugueses que têm seguro de vida e automóvel”.

O INEM detém cerca de 700 veículos de assistência em todo o país e contava com cerca de 1.355 colaboradores diretos em 2022, sub-contratando serviços a múltiplas entidades de assistência complementares à sua oferta.

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Bugalho diz que modelo de debates das TV é inédito e espera conciliação

  • Lusa
  • 5 Maio 2024

O cabeça de lista da AD afirmou que as partes vão "trabalhar em conjunto para procurar uma solução" para que o calendário das televisões e o da pré-campanha se encontrem "a meio".

O cabeça de lista da AD às europeias, Sebastião Bugalho, afirmou hoje que o modelo de debates para este tipo de eleições é inédito e será necessário conciliar o interesse das televisões com o calendário de pré-campanha.

O modelo de debates avançado pelas televisões nunca tinha acontecido numa eleição europeia. É natural que as candidaturas ainda tenham que se habituar ao facto de este modelo ter sido proposto“, referiu o candidato da Aliança Democrática (AD).

Falando à margem de uma visita à feira agropecuária Ovibeja, Sebastião Bugalho salientou que as partes vão “trabalhar em conjunto para procurar uma solução” para que o calendário das televisões e o da pré-campanha se encontrem “a meio”.

“Haverá, obviamente, debates na televisão. Estamos à espera da proposta das televisões para conseguir conciliar o calendário da pré-campanha com o calendário dos debates”, sublinhou.

Assinalando que não menospreza nem descarta “o compromisso democrático” dos debates televisivos, o candidato da AD também vincou que a sua campanha “é de rua e próxima das pessoas”.

De acordo com o jornal Expresso, o PS e a AD recusaram o modelo de debates proposto pela RTP, TVI e SIC para as eleições europeias de 09 de junho, no qual estavam previstos 28 frente-a-frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República.

Estas forças políticas alegaram tratar-se de um número elevado de duelos, que afetaria a campanha eleitoral, e admitiram aceitar um calendário mais leve.

Igualmente em visita à Ovibeja, esta manhã, a cabeça de lista do PS, Marta Temido, afirmou não conseguir “fazer debates com todos” os outros candidatos, devido ao “calendário curto” até às eleições, mostrando-se disponível para encontrar outros formatos.

No sábado, no final da Comissão Nacional do PS, o líder socialista, Pedro Nuno Santos, afirmou que o seu partido tem que “fazer campanha na rua, no território, com as pessoas” e não passar “o tempo todo em debates e em comentários de debates”.

Também o cabeça de lista do PCP às eleições europeias, João Oliveira, já acusou o PS e a AD de não quererem “confrontar-se com o escrutínio” nos debates televisivos, defendendo que a recusa prejudica a mobilização do eleitorado às urnas.

Já a cabeça de lista do BE às eleições europeias, Catarina Martins, acusou PS e PSD de quererem esconder os seus candidatos por terem rejeitado o modelo de debates proposto, e insistiu nos frente a frente.

Por sua vez, o líder da IL, Rui Rocha, apontou a estes dois a autoria de “um ataque à democracia” por estarem a “tentar impedir” a realização de debates sobre as eleições europeias com todos os partidos

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“Se houvesse processo político de destituição do Presidente eu lançá-lo-ia”, diz Ventura

Chega vai analisar na próxima semana, com juristas, uma eventual responsabilidade criminal de Marcelo Rebelo de Sousa a propósito de reparações a antigas colónias. Ventura ainda tem "dúvidas".

O presidente do Chega confirmou este domingo que o partido vai analisar na próxima semana, com juristas e constitucionalistas, uma eventual responsabilidade criminal de Marcelo Rebelo de Sousa a propósito de reparações a antigas colónias. André Ventura ainda “tem dúvidas” legais, mas não políticas. “Se houvesse processo político de destituição eu lançá-lo-ia, porque acho que ele não merece ser presidente”, disse em declarações a partir da sede do partido.

Politicamente não tenho dúvidas que é traição à pátria. Juridicamente quero ver, quero analisar“, afirmou o líder do Chega, assinalando que o partido “tem neste momento o poder de sozinho levantar a iniciativa criminal ao Presidente da República”. A Constituição exige, no artigo 130.º, uma maioria de um quinto para ser apresentada a proposta, mas a deliberação tem de ser aprovada por maioria de dois terços dos deputados em efetividade de funções.

“Em período eleitoral e fora de período eleitoral os partidos são livres de tomar as suas iniciativas. É a vida. Faz parte da democracia. Cada um tem a iniciativa que entende que é a melhor naquele momento, seja eleitoral — aproveitando o momento eleitoral —, seja não eleitoral. E não se pode travar isso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa ao início da tarde, durante uma visita da Ovibeja, em declarações transmitidas pela CNN Portugal.

Temos absoluta noção do caráter inédito desta ação em Portugal e temos também noção da sua gravidade. Mas também temos noção da gravidade do que disse o Presidente da República, responsabilizando-nos a todos pela nossa história”, disse também André Ventura. “Levar outros países como São Tomé e o Brasil a pedirem reparação histórica, indemnizações ou a devolução de material histórico. Isso é de uma enorme gravidade”, acrescentou.

“Em qualquer caso, isto é uma ação que merece ser bem ponderada, com conta peso e medida, dado o envolvimento quer do presidente, quer do impacto constitucional que tem“, disse André Ventura.

O líder do partido afirmou que o Chega “reunirá esta semana com o grupo parlamentar, ouvindo alguns juristas e constitucionalistas, para perceber se o Presidente terá incorrido em algum crime”. “Eu tenho dúvidas, até como jurista, mas também não tenho a certeza que o Presidente não tenha cometido nenhum ilícito“, referiu.

“Nós temos vários crimes de catálogo ou ilícitos. São os chamados crimes de responsabilidade que podem implicar o Presidente e os políticos. Pode ser atentado contra o Estado de direito, pode ser atentado contra a Constituição, pode ser traição à pátria. Há dúvidas sobre a tipicidade penal“, reconheceu.

Na mesma intervenção deste a sede do partido, André Ventura afirmou que “a violência e o ódio não podem ter lugar na sociedade portuguesa”, mas que “a imigração em Portugal está descontrolada” e que “há um problema sério de segurança na Baixa do Porto denunciado por lojistas e comerciantes”. O Chega vai chamar ao Parlamento a ministra da Administração Interna, anunciou.

(notícia atualizada às 17h05)

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Insurtech Pula capta investimento de 18 milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 5 Maio 2024

A série B de financiamento foi liderada pela gestora de investimento BlueOrchard. A insurtech visa reduzir a lacuna da proteção dos pequenos agricultores disponibilizando seguros integrados.

A insurtech queniana Pula recebeu um investimento de 20 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros). Segundo a GlobalData, a série B de financiamento foi liderada pela gestora de investimento BlueOrchard no âmbito da sua estratégia InsuResilience.

Thomas Njeru, CEO e co-fundador da insurtech Pula: “O que começou há nove anos como uma ideia não convencional que muitos consideravam não escalável é agora uma solução comprovada que resolveu necessidades reais de milhões de pequenos agricultores em 22 países.”.

O investimento tem como objetivo expandir a oferta de seguros a pequenos agricultores nos mercados emergentes, produtos que sejam capazes de os proteger de fenómenos climáticos, como inundações ou secas. Espera-se que os fundos impulsionem o crescimento da insurtech, otimizando as suas operações e a sua presença no mercado nos próximos cinco anos.

Além dos investidores iniciais e da BlueOrchard também contribuíram para esta ronda a IFC, the Bill & Melinda Gates Foundation e Hesabu Capital.

A Pula foi criada com o objetivo de reduzir a lacuna de proteção dos pequenos agricultores que, nos países em desenvolvimento, são cerca de 80% sem seguro formal enquanto no continente africano essa taxa alcança os 97%.

Ao estabelecer uma rede de mais de 100 parceiros, alargou o seu alcance a um grupo diversificado de agricultores. Dessas parcerias, consegue integrar os seguros noutros produtos essenciais para o dia a dia, como as sementes e o crédito, e dessa maneira visa tornar os seguros mais acessíveis e rentáveis.

Segundo a empresa, estes seguros integrados levaram a uma maior aceitação de seguros entre os agricultores, muitos que até então nunca tinham adquirido seguros anteriormente.

“O que começou há nove anos como uma ideia não convencional que muitos consideravam não escalável é agora uma solução comprovada que resolveu necessidades reais de milhões de pequenos agricultores em 22 países.”, afirmou Thomas Njeru, CEO e co-fundador da Pula. “Estamos particularmente entusiasmados por trabalhar com a BlueOrchard, a Fundação Bill & Melinda Gates, a IFC e a Hesabu para beneficiar dos seus conhecimentos e redes do setor, à medida que crescemos para cumprir a nossa ambição conjunta de sistemas alimentares mais resilientes e seguros para o clima”., acrescentou.

Richard Hardy, diretor de investimentos de capital privado da BlueOrchard em África, considera que “o que distingue a Pula é o seu modelo de negócio inovador, que utiliza inteligência artificial, mecanismos de recolha de dados no terreno, sistemas de registo baseados em dispositivos móveis, deteção remota e ferramentas de automatização de ponta a ponta.”. Além disso, realça que “a sua plataforma digital permitiu-lhes expandir-se para novas geografias com facilidade e eficiência, mantendo os custos de instalação baixos. A equipa da Pula tem um historial inigualável no espaço dos seguros agrícolas e está profundamente alinhada com a nossa missão e estratégia”, conclui.

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SFAM fecha filial espanhola e despede 80 trabalhadores

  • ECO Seguros
  • 5 Maio 2024

A empresa, que usa a marca Celside Insurance, entrou em processo de insolvência em abril por "queixas de clientes e numa multa de 11,76 milhões de euros aplicada pela segurança social". 

A seguradora francesa SFAM SAS ordenou o encerramento imediato da sua filial espanhola, SFAM Ibérica Servicios SL, deixando sem emprego os seus 80 trabalhadores, avançou a INESE.

De acordo com o jornal La Vanguardia, citado pela INESE, a empresa-mãe entrou em processo de insolvência em abril por estar implicada em “queixas de clientes e numa multa de 11,76 milhões de euros aplicada pela segurança social”.

A SFAM comercializa as suas apólices sob o nome comercial Celside Insurance, que também opera em Portugal, e também as distribuía em empresas como a Fnac e a Mediamarkt. Regularmente os utilizadores das redes sociais partilhavam queixas e denúncias de práticas enganosas, entre elas a oferta de um mês gratuito na compra de um dispositivo móvel e não permitindo o seu cancelamento.

Aliás, foi responsável por mais de metade das queixas aceites apresentadas à entidade reguladora Dirección General de Seguros y Fondos de Pensiones (DGSFP) em 2022, segundo o último relatório do organismo de fiscalização e seguros, avança a INESE.

Em janeiro de 2022, a empresa foi sancionada pela Agência Espanhola de Proteção de Dados (AEPD) com 5.000 euros por violar os direitos de uma utilizadora cujos dados bancários foram partilhados, sem a sua autorização, para que pudesse ser cobrada.

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