Crescimento económico? “Perdemos largo” para os países do Leste europeu, reage Montenegro

Apesar da subida de 3,4% em 2023, líder da AD diz que economia continua com “crescimento muito limitado”. Montenegro critica eleitoralismo de Pedro Nuno Santos e equipara-o a Sócrates antes da troika.

Poucas horas depois de o Instituto Nacional de Estatística estimar que a economia portuguesa escapou a um cenário de recessão técnica, ao crescer 0,8% em cadeia no quarto trimestre – e que cresceu 2,3% em 2023) acima das estimativas do Ministério das Finanças e de instituições como o Banco de Portugal –, Luís Montenegro preferiu alargar o âmbito temporal da análise para diagnosticar que o país está a “viver um período de estagnação económica”.

“Se nos abstrairmos dos efeitos anuais, positivos ou negativos, que são extraordinários e integram pequenos ciclos influenciados por alguns acontecimentos, desde 2000 temos um crescimento médio anual de 0,8%. (…) É um crescimento muito limitado, que não compete verdadeiramente com os países que são comparáveis connosco”, indicou o líder da Aliança Democrática (AD), em referência aos países de Leste que aderiram à União Europeia duas décadas depois de Portugal.

Durante uma intervenção num almoço organizado pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), num hotel do Porto, Luís Montenegro atestou que, do ponto de vista do rendimento per capita, o país está “cada vez mais na cauda da Europa”, “muito pior” do que no início do século” e “mais pobre”, desvalorizando os dados publicados esta manhã pelo Eurostat, que mostram que Portugal registou a maior subida em cadeia no final de 2023.

“Os tais Estados que se juntaram à UE tiveram índices de desenvolvimento muito superiores. De nada nos vale dizer que estatisticamente temos um crescimento maior do que a média europeia quando isso está influenciado negativamente pelo comportamento das grandes economias, como Alemanha, França e Itália. Se formos comparar com todos os países de Leste que aderiram à UE e que estão no espaço da coesão, nós perdemos – e perdermos largo”, resumiu o líder da AD.

No programa económico apresentado na semana passada – e que, “do ponto de vista comunicacional “perturbado” pela crise política na Madeira, reconheceu –, a aliança entre o PSD, o CDS-PP e o PPM prevê chegar ao final da próxima legislatura, em 2028, com uma taxa de crescimento próximo dos 3,5%. E, acrescentou, crescer sempre na casa dos 4% numa legislatura completa “não é um sonho ou irrealizável”.

“Na década de 1985 a 1995 tivemos esse comportamento. Podemos aspirar a ter uma década ou duas décadas de desenvolvimento económico que seja duradouro e robusto. Não temos tido nem uma coisa nem outra: nem robustez nem durabilidade. Os ciclos têm sido muito pequenos, quase anuais”, ilustrou Luís Montenegro, que recusou prestar declarações aos jornalistas, mantendo o silêncio, que dura há cinco dias, sobre a crise política na Madeira.

“Regresso ao socratismo”. Montenegro ataca “eleitoralismo” de Pedro Nuno

Falando a uma plateia de empresários e gestores, Luís Montenegro aproveitou para denunciar o “eleitoralismo” de algumas propostas que têm sido lançadas pelo principal opositor nas legislativas de 10 de março, falando num contexto em que “os sonhos que pareciam ontem irrealizáveis agora são muito fáceis”.

“De um momento para o outro, para muita gente passou a haver dinheiro nos cofres do Estado para retribuir todas as reivindicações e até para prescindir de taxas de portagens” nas antigas SCUT, destacou o líder da AD. Promete manter as contas públicas equilibradas e “não entrar em loucuras”, alertando para aquilo que diz ser o “regresso do socratismo (…) e de uma política que trará fatalmente desequilíbrios orçamentais no futuro”.

“Ouvindo algumas narrativas políticas, diria que estamos em 2009, quando se prometeu de uma assentada, na véspera das eleições, fazer aumentos salariais com fartura, uma diminuição de impostos e perspetiva de facilidade. Isso acabou num défice de 11,2% e com uma troika que nos condicionou durou muito tempo. Há alguma similitude entre protagonistas e discursos políticos, do ponto de vista do espírito com que estão a intervir e a apresentar soluções”, criticou.

Há alguma similitude entre protagonistas [Pedro Nuno Santos e José Sócrates] e discursos políticos, do ponto de vista do espírito com que estão a intervir e a apresentar soluções.

Luís Montenegro

Líder da Aliança Democrática (AD)

Durante o mesmo almoço, ao qual chegou acompanhado pelo cabeça-de-lista da AD no Porto, Miguel Guimarães, o líder social-democrata criticou Pedro Nuno Santos pela ideia, transmitida no congresso do PS, de que “o Estado tem a obrigação de fazer escolhas quanto aos setores e tecnologias a apoiar”. Algo que, para Montenegro, “corresponde à velha visão socialista, influenciada pelo marxismo e do trotskismo, de que a capacidade produtiva deve ter prioridades escolhidas pelo poder político”.

“É muito sintomática a proposta do secretário-geral do PS de dizer que as ajudas públicas, o que os poderes públicos podem disponibilizar aos agentes económicos, devem ser [dirigidos] a setores específicos da atividade económica. O Estado decide o que cada empresa vai fazer em termos de investimento? Há quem ache que isto crie mais riqueza; nós achamos precisamente o contrário, [defendemos] a livre iniciativa, dentro das regras do mercado. O país sabe que tem estas duas opções em cima da mesa e terá de optar por uma delas”, concluiu.

Nesta iniciativa da CCP, Montenegro propôs, por outro lado, “travar a forma como se concebem os Orçamentos de Estado em Portugal”, que diz serem uma “manta de retalhos e de transformação da legislação fiscal”. E, caso lidere o próximo Governo, vai avançar com estímulos fiscais às fusões e aquisições de empresas, para que obtenham ganhos de escala, notando que “o país será tão mais desenvolvido quanto mais grandes empresas tiver”.

(Notícia atualizada às 15h50)

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Pereira da Costa, a escolha de Villas-Boas para CFO do FC Porto

José Pedro Pereira da Costa foi administrador financeiro da Nos até 31 de dezembro e é um dos trunfos de André Villas-Boas para convencer os sócios no FC Porto nas eleições contra Pinto da Costa.

André Villas-Boas apresentou a sua candidatura à presidência do FC Porto e prometeu divulgar nas semanas seguintes os nomes da sua equipa de gestão. José Pedro Pereira da Costa, até ao fim de 2023 administrador financeiro da Nos, deverá ser o gestor escolhido por Villas-Boas para liderar as finanças de um clube que, nas suas próprias palavras, é “incapaz de acautelar a sua responsabilidade”.

José Pedro Pereira da Costa foi administrador executivo da Nos nos últimos dez anos, com a responsabilidade da área financeira, e antes já tinha sido Chief Financial Officer (CFO) da PT, entre 2003 e 2007, e depois da ZON, empresa que viria a dar origem à NOS, na sequência da fusão com a Optimus. Mas particularmente relevante na escolha de José Pedro Pereira da Costa são as competências num dos negócios centrais dos clubes de futebol: a venda de direitos de televisão, uma das fontes mais relevantes de receitas e que está em processo de transformação com a anunciada centralização destes direitos, obrigatória a partir da época 2028/29. José Pedro Pereira da Costa era, de resto, administrador não executivo da Sport TV. É este o perfil que André Villas-Boas quer ter na sua equipa de gestão. Oficialmente, nenhuma das partes faz comentários, mas o ECO sabe que o antigo treinador deverá anunciar a equipa executiva nas próximas duas semanas.

Como afirmou Villas-Boas na apresentação da sua candidatura às eleições, com data possível para 18 de abril, a situação financeira do FC Porto é uma prioridade. “Nos últimos dez anos, o FC Porto conseguiu encaixar mais de 700 milhões de euros em vendas e, em 2015, fez o maior contrato de transmissões televisivas. Qual é a realidade atual? Um passivo de 500 milhões e uma dívida de 310 milhões. A nossa capacidade competitiva ameaçada, as contas em total descontrolo. Nos últimos 20 anos, o FC do Porto gerou mais de 2,9 mil milhões de euros em receitas, e hoje temos um clube incapaz de acautelar a sua responsabilidade”, afirmou o antigo treinador do FC Porto.

Villas-Boas já tinha apresentado dois nomes da sua equipa. Por um lado, anunciou o de Angelino Ferreira, antigo administrador financeiro do FC Porto, para o cargo de presidente do Conselho Fiscal. “Como presidente vou exigir a Angelino Ferreira que continue a ser como é: sério, rigoroso, um portista ‘dos quatro costados’“, refere André Villas-Boas, citado pelo Público. “Não ser conivente com qualquer ato de gestão em que os principais interesses dos associados não estejam a ser defendidos“. O próprio Angelino Ferreira afirmou, nesse contexto, que a “SAD [do FC Porto] pertence aos credores”.

Além disso, anunciou também o nome de António Tavares para presidente da Assembleia Geral.

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Agricultores espanhóis juntam-se ao movimento de protesto europeu

  • Lusa
  • 30 Janeiro 2024

Agricultores defendem a necessidade de mudanças a nível da União Europeia, nas políticas governamentais e na aplicação pelas comunidades autónomas.

As três principais organizações agrícolas espanholas anunciaram esta terça-feira a adesão ao movimento de protesto dos agricultores europeus com uma série de mobilizações em todo o país durante as próximas semanas. “O setor agrícola na Europa e em Espanha enfrenta uma frustração e um mal-estar crescentes devido às condições difíceis e à burocracia sufocante gerada pela regulamentação europeia”, justificaram em comunicado, segundo a agência francesa AFP.

Os protestos foram convocados pela Associação Agrária Jovens Agricultores (Asaja), pela UPA – União de Pequenos Agricultores e Ganadeiros e pela Coordenadora de Organizações de Agricultores e Ganadeiros (COAG). Os primeiros atos de protesto terão lugar à escala regional nas “próximas semanas”, mas os organizadores não especificaram datas, segundo a agência espanhola EFE.

Entre os motivos, referiram a necessidade de mudanças a nível da União Europeia (UE), nas políticas governamentais e na aplicação pelas comunidades autónomas. Os representantes do setor vão pedir ao ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação, Luis Planas, “soluções imediatas” para resolver os problemas decorrentes da seca, da guerra na Ucrânia, da Política Agrícola Comum (PAC) e das questões laborais.

Em relação à UE, destacaram a “concorrência desleal” e a luta dos agricultores contra um mercado desregulado que importa de países terceiros “a preços baixos” e com regulamentos desiguais. Consideraram tratar-se de “uma contradição e hipocrisia” que põem em causa a viabilidade de milhares de explorações agrícolas.

Anunciaram que vão exigir a suspensão da ratificação dos acordos com o Mercosul e a Nova Zelândia, e das negociações com o Chile, o Quénia, o México, a Índia e a Austrália. Também vão exigir o aumento dos controlos das importações provenientes de Marrocos.

Vão igualmente protestar contra a atual PAC, cuja campanha começa na quinta-feira, 01 de fevereiro, que consideraram implicar uma burocracia insuportável e com custos ambientais. A nível nacional, vão exigir a alteração e o alargamento da lei sobre a cadeia agroalimentar para proibir práticas desleais, de modo a que os preços dos agricultores cubram os custos de produção.

Exigirão também que o Ministério da Agricultura crie um observatório das importações e que a batalha em Bruxelas seja reforçada para exigir reciprocidade para todos os produtos agrícolas e pecuários que entram no território da UE. Os agricultores vão também pedir às comunidades autónomas “reformas urgentes em termos de simplificação dos procedimentos burocráticos que asfixiam os profissionais da agricultura”.

O campo espanhol junta-se assim às ações conjuntas de agricultores de países como a França, a Itália, a Bélgica, a Alemanha, a Polónia e a Roménia. No âmbito do movimento, os agricultores franceses continuaram esta terça a bloquear vias estratégicas em torno de Paris e noutros pontos do país, aumentando a pressão sobre o Governo.

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APA chumba renovação de declaração ambiental do aeroporto do Montijo. ANA vai contestar

Proposta de decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) chumba revalidação da autorização ambiental para a construção do aeroporto no Montijo. A ANA discorda e vai contestar.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) rejeitou a renovação da Declaração de Impacte Ambiental do aeroporto do Montijo, depois de um parecer negativo do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), avançou a SIC Notícias e confirmou o ECO. A concessionária vai contestar e considera que a decisão “pode prejudicar as opções disponíveis ao próximo Governo” para aumentar a capacidade aeroportuária na região de Lisboa.

Num comunicado divulgado esta terça-feira, a agência considerou que “não estarem reunidas as condições necessárias à prorrogação da Declaração de Impacte Ambiental” do aeroporto do Montijo, acrescentando que “face ao sentido da decisão foi promovido um período de audiência prévia nos termos do Código do Procedimento Administrativo”.

A avaliação da APA ao novo aeroporto na Base Aérea n.º 6 foi emitida a 21 de janeiro de 2020, conforme consta do documento, e tinha de ser renovada este mês, por mais quatro anos, por parte desta entidade. Caso contrário, expirava e teria de ser realizada uma nova.

A ANA remeteu no ano passado um pedido à APA para a revalidação da Declaração de Impacte Ambiental (DIA). A agência enviou para a concessionária uma proposta de decisão em que chumba o pedido de renovação, segundo confirmou ao ECO o CEO, Thierry Ligonnière, que diz ter ficado “surpreendido”. Segundo a SIC Notícias, o ICNF deu um pareceu negativo, sustentando que houve uma alteração das circunstâncias e do quadro ambiental.

Após a notificação, a ANA tem dez dias para se pronunciar e o responsável garante que a concessionária vai contestar. “Esta proposta constitui uma surpresa na medida em que se baseia no relatório intercalar da Comissão Técnica Independente (CTI), que foi objeto de fortes críticas durante a consulta pública”, assinala o CEO.

Por outro lado, a ANA “não partilha do entendimento da APA de que o referido relatório intercalar, eventuais alterações dos instrumentos de gestão territorial ou o possível aprofundamento por parte da APA sobre os sistemas ecológicos constituam uma alteração das circunstâncias que justifique esta proposta de decisão”.

A concessionária “lamenta ainda a diferença de critérios aplicada aos vários pedidos de renovação da DIA apresentados pela ANA nos últimos anos, concretamente para Alcochete”, e que “a proposta da APA pode vir a prejudicar as opções disponíveis ao próximo Governo para a implementação de uma solução rápida e eficaz para aumentar a capacidade aeroportuária na região de Lisboa“.

A CTI responsável pelo estudo divulgou o relatório preliminar no início do mês, apontando o Campo de Tiro de Alcochete como o que apresenta maiores vantagens. Considerou, por outro lado, o Montijo como uma solução inviável, por as restrições físicas ao aumento da capacidade não permitirem responder ao cenário de aumento da procura após 2050.

O Campo de Tiro também teve uma Declaração de Impacto Ambiental favorável, em 2010, mas que expirou em dezembro de 2020. A ANA pediu a renovação por duas vezes, até esgotar a possibilidade legal de o fazer. Caso a opção recaia em Alcochete, será necessário uma nova avaliação ambiental que dê luz verde ao projeto. A do Montijo demorou nove meses, depois de recolhida toda a documentação.

A ANA tem mostrado preferência pelo Montijo, argumentando com o facto de ser mais rápido de construir e não onerar os contribuintes. A concessionária apresentou em 2017 um projeto para o aeroporto complementar na Base Aérea n.º 6 e chegou mesmo a celebrar um acordo com o Governo em 2019 para a implementar.

Caso se confirme que a DIA não foi revalidada, o projeto da ANA perde uma das vantagens que tinha face a outras opções para a localização do novo aeroporto.

Notícia atualizada às 18h01 com o comunicado da APA

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Compra da Liberty vai aumentar em 250 milhões o lucro da Generali em 2029

  • ECO Seguros
  • 30 Janeiro 2024

O CEO Philippe Donnet falou durante o Investor Day da seguradora italiana sobre a integração da Liberty e de aproveitar a forte solvência para aumentar o apetite pelo risco.

A administração da seguradora italiana Generali revelou esta terça-feira durante o seu Investor Day, que vai propor aos acionistas a recompra de ações próprias no valor de 500 milhões de euros. Philippe Donnet realçou a aquisição da Liberty Seguros que vai expandir o negócio Não Vida em Espanha e Portugal, “aproveitando a forte complementaridade com a presença existente do Grupo na região, ao mesmo tempo que entra no lucrativo mercado irlandês”, indicou.

O CEO, Phillipe Donnet, anunciou aos investidores que vai propor a compra de 500 milhões de euros de ações próprias.

Este encontro visou, segundo informação da seguradora “atualizar a comunidade financeira sobre o progresso do plano estratégico “Lifetime Partner 24: Impulsionando o Crescimento”, confirmando que está no caminho certo para cumprir todas as principais metas financeiras”. Philippe Donnet salientou a recompra de ações “como resultado da nossa confiança na conclusão do nosso plano e na posição de liquidez e capital do Grupo que confirma o nosso foco na remuneração dos acionistas”.

No evento realizado em Milão, para além de Philippe Donnet, estiveram presentes o CEO de Seguros Giulio Terzariol, o diretor geral do Grupo Marco Sesana, o CEO da área International Jaime Anchustegui, o CEO de Asset & Wealth Management Carlo Trabattoni e o CFO Cristiano Borean.

As principais mensagens transmitidas foram:

  • Os negócios de Proteção, Saúde e Acidentes (“PH&A”) tornaram-se contribuintes significativos para a rentabilidade do Grupo, representando 22% dos prémios brutos emitidos em 2022. A Generali espera um crescimento contínuo dos negócios de PH&A, graças “à posição de liderança do Grupo nas linhas pessoais europeias, uma oferta de produtos extensa e renovada e sua rede de distribuição proprietária exclusiva”
  • A aquisição da Liberty Seguros, anunciada em junho de 2023, fortalece significativamente a posição de mercado do Grupo em Espanha e em Portugal, complementando as operações ibéricas existentes da Generali em termos de oferta de produtos e estratégia de distribuição. A aquisição também confere à Generali uma presença no lucrativo mercado irlandês Não Vida. A transação aumentará a rentabilidade e a competitividade e espera-se que a Liberty Seguros contribua, após o excesso de repatriamento de capital, com mais de 250 milhões de euros anuais para o Lucro Antes de Impostos do Grupo em 2029.
  • O acordo Conning, anunciado em julho de 2023, irá acelerar a implementação da visão do Grupo sobre Gestão de Ativos e permitirá ao Grupo entrar no mercado dos EUA. Segundo a seguradora, “a Conning tem um forte ajuste cultural graças a um DNA de seguros compartilhado e capacidades de investimento especializadas”. A parceria de longo prazo com a Cathay Life garante a estabilidade dos ativos em gestão da Conning e oferece oportunidades para expansão de negócios na Ásia. O Grupo espera obter sinergias anuais entre 70 e 80 milhões de euros com a transação no prazo de cinco anos.

As sensibilidades Solvência II do Grupo aos fatores de mercado reduziram significativamente, afirmam os dirigentes da companhia. Como resultado, a Estrutura de Apetência pelo Risco do Grupo foi revista, baixando o limite superior do intervalo alvo de 240% para 230%. O Grupo também beneficia da transição para as novas normas contabilísticas, com o negócio Vida a apresentar um crescimento constante e maior previsibilidade. O reforço tarifário e às medidas técnicas implementadas durante 2022 e 2023, que continuarão em 2024, permitem que o Rácio Combinado não descontado deverá permanecer abaixo de 96% em 2024.

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Caso EDP: Juíza rejeita renovação da perícia e chama Salgado a tribunal no dia 9 de fevereiro

  • Lusa
  • 30 Janeiro 2024

O tribunal rejeitou o pedido de renovação da perícia neurológica a Salgado e convocou-o para 9 de fevereiro para prestar declarações, caso queira, no julgamento do Caso EDP.

O tribunal rejeitou o pedido de renovação da perícia neurológica a Ricardo Salgado apresentado pela defesa e convocou para 9 de fevereiro o ex-presidente do Grupo Espírito Santo para prestar declarações, caso queira, no julgamento do Caso EDP.

De acordo com o despacho do Juízo Central Criminal de Lisboa, a que a Lusa teve acesso esta terça-feira, o coletivo de juízes rebateu os argumentos dos advogados do ex-banqueiro para renovar a perícia médica realizada por causa do diagnóstico de doença de Alzheimer.

No entanto, aceitou os pedidos de esclarecimentos dos peritos que efetuaram a perícia e a junção dos elementos clínicos referidos no relatório pericial.

Os juízes decidiram também “notificar o arguido Ricardo Salgado – considerando o teor do relatório pericial -, para, no dia 9 de fevereiro de 2024, comparecer na audiência de julgamento a fim de, querendo, prestar declarações”.

Na perícia conhecida no início de janeiro, os peritos indicaram que “a doença de Alzheimer é causa mais provável do quadro clínico” do arguido e que este revela “alterações significativas ao nível da orientação, atenção e memória (…) e lentificação psicomotora”, mas que pode ser interrogado judicialmente, embora não esteja garantido o rigor das declarações.

No mesmo documento é possível ler que “na análise de eventual esforço insuficiente ou tentativa de simulação durante o processo de avaliação, o examinando efetua relatos de sintomas neurológicos ilógicos ou muito atípicos e sintomas relacionados com distúrbios de memória que são inconsistentes com padrões de comprometimento produzidos por disfunção ou dano cerebral real, sugestivos da tentativa de exacerbar dificuldades”.

Esta alegação de eventual fingimento de sintomas levou a defesa a visar a perita Renata Benavente por “manifesta falta de capacidade técnica para a realização da específica perícia em causa”, por não ser especialista em neuropsicologia, mas em psicologia da justiça e psicologia comunitária. Porém, o tribunal recusou, alegando que a perita não foi responsável pelo relatório do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF).

“Resulta do relatório pericial que a Dr.ª Renata Benavente não foi subscritora do mesmo. Com efeito, a sua intervenção limitou-se à elaboração de um exame complementar e respetivo relatório”, indica o despacho, continuando: “Não sendo a Dr.ª Renata Benavente perita no âmbito do relatório pericial junto aos autos, não existe qualquer fundamento para renovação da perícia por dúvidas quanto à sua capacidade técnica como perita”.

O tribunal descartou igualmente o argumento dos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce de que teriam sido apresentados dois relatórios e que tal situação gerou “incoerências e contradições”, violando a unidade da perícia. Os juízes sublinharam ainda que a anterior perícia invocada pela defesa de Salgado, realizada ao abrigo de um processo no tribunal cível de Cascais, “não consubstancia um relatório pericial”.

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, está a ser julgado no Caso EDP por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento de capitais, num processo em que são também arguidos o ex-ministro da Economia Manuel Pinho (corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal) e a sua mulher, Alexandra Pinho (branqueamento e fraude fiscal – em coautoria material com o marido).

(Notícia atualizada às 14h39)

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ANJE e IPDJ ensinam empreendedorismo a 6 mil alunos do Secundário

ANJE e IPDJ pretendem alargar a 300 mil estudantes do Ensino Secundário de todo o país um programa de ensino de empreendeorismo e literacia financeira, que chega para já a 6.000 alunos.

Um programa de empreendedorismo e literacia financeira já arrancou com uma fase piloto com 6.000 alunos de 22 escolas secundárias, e o objetivo final é abranger 300 mil jovens de todo o país. Numa iniciativa da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), o projeto NextGen by ANJE surge no seguimento da carta de recomendações que a associação entregou ao Governo depois de ouvir cerca de 400 jovens em todo o país.

Numa primeira fase, o projeto NextGen by ANJE vai fazer um périplo por 22 escolas secundárias do país, incluindo as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Os seis mil estudantes abrangidos terão a oportunidade de se debruçarem sobre os mais variados temas económicos, desde finanças pessoais, orçamentos, poupança, investimento até à importância das decisões financeiras e do sistema tributário.

Aumentar a participação cívica e empresarial dos jovens, conferir literacia financeira e empreendedora nas escolas, comunicar com e para os jovens, e realizar a transição geracional dos decisores são necessidades urgentes em Portugal.

Alexandre Meireles

Presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE)

“Aumentar a participação cívica e empresarial dos jovens, conferir literacia financeira e empreendedora nas escolas, comunicar com e para os jovens, e realizar a transição geracional dos decisores são necessidades urgentes em Portugal”, defende o presidente da ANJE. Alexandre Meireles realça, por isso, a importância dos jovens saberem “identificar as oportunidades, apostar na inovação e não temer os riscos”.

Os alunos vão poder tomar conhecimento, através do programa, dos apoios e incentivos nacionais e europeus que existem. Para o secretário de Estado da Juventude e Desporto, Paulo Correia, é preciso “fazer chegar o espírito empreendedor aos mais jovens” de todo o país.

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Sonae Sierra assume gestão do Fórum Barreiro que vai ter uma Loja do Cidadão

  • Ana Petronilho
  • 30 Janeiro 2024

Câmara do Barreiro instala uma Loja do Cidadão no centro comercial, com a abertura prevista para o primeiro semestre de 2024.

O Fórum Barreiro vai ser gerido pela Sonae Sierra, depois de, em dezembro do ano passado, o imóvel de 94 lojas ter sido vendido pela Finangeste a investidores internacionais. Além disso, em comunicado, a Sierra revela que já foi assinado com a Câmara do Barreiro o contrato para instalar no centro comercial uma Loja do Cidadão, com a abertura prevista para o primeiro semestre de 2024.

O centro abriu portas em 2008, numa zona residencial, e nos dois pisos funcionam lojas como o Pingo Doce, Fitness Hut, Castello Lopes Cinemas, Lefties, Worten, Sportzone, Springfield, Deichmann. A estas juntam-se agora lojas da Pluricosmética, Np4Game, This Cover Shop, Parfois e Açaí Concept, com a Celeiro a abrir em fevereiro um nova loja.

No total, o centro comercial conta com uma área de 17.801 metros quadrados e tem um parque subterrâneo pago com 700 lugares.

No total, a Sierra tem no seu portefólio a gestão de 27 centros comerciais em Portugal.

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FMI revê em baixa previsões de crescimento da Zona Euro para 0,9% em 2024

Economia da Zona Euro sofreu impactos da guerra na Ucrânia, mas começa a recuperar impulsionada pelo consumo das famílias, projeta o FMI. PIB mundial deverá voltar a crescer 3,1%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista quanto à evolução económica da Zona Euro, revendo em baixa as previsões de crescimento para 0,9% em 2024 e 1,7% em 2025. O crescimento será comedido em algumas das principais economias europeias, sendo que a Alemanha deverá crescer apenas 0,5%, segundo projeta o FMI.

Já a economia mundial deverá crescer 3,1% este ano, o mesmo ritmo do ano passado, num contexto em que a inflação está a cair mais rápido do que o esperado.

A revisão em baixa para a Zona Euro deveu-se “em grande parte” ao “resultado mais fraco do que o esperado para 2023”, que dá menos impulso à atividade económica, lê-se na atualização ao World Economic Outlook. O FMI estima agora que o crescimento “deverá recuperar da baixa taxa de cerca de 0,5% em 2023, que refletiu uma exposição relativamente elevada à guerra na Ucrânia, para 0,9% em 2024 e 1,7% em 2025”.

“O consumo mais forte das famílias, à medida que os efeitos do choque energético nos preços diminuem e a inflação cai, apoiando o crescimento do rendimento real, deverá impulsionar a recuperação“, explica a instituição.

Olhando para os países da Zona Euro para os quais há previsões, sobressai-se a Alemanha. Outrora conhecida como o “motor” da economia europeia, está ainda a recuperar dos impactos da guerra na Ucrânia e da subida dos preços na energia, pelo que as estimativas do FMI foram revistas em baixa para um crescimento de 0,5% em 2024, após uma contração de 0,3% no ano passado.

Já França deverá crescer 0,7% tanto em 2023 como em 2024, enquanto a economia espanhola vai abrandar de 2,4% para 1,5% este ano, segundo as previsões do FMI.

Num contexto geral, a instituição prevê que a economia mundial cresça 3,1% tanto em 2023 como em 2024. Em comparação com as previsões de outubro de 2023, “a previsão para 2024 é cerca de 0,2 pontos percentuais mais alta, refletindo atualizações para a China, os Estados Unidos e grandes mercados emergentes e economias em desenvolvimento”. Já o crescimento das economias desenvolvidas deve abrandar de 1,6% em 2023 para 1,5% este ano.

Inflação recua mais rápido que o esperado

O FMI prevê que, de forma global, a inflação caia de forma estável para se aproximar da meta dos 2%. A taxa global abranda de 6,8% para 5,8% este ano, sendo que as economias desenvolvidas devem ver desinflação mais rápida: cai dois pontos percentuais em 2024 para 2,6%. Mesmo assim, cerca de 80% das economias do mundo vão registar uma inflação mais baixa este ano.

Os fatores que impulsionam a descida da inflação “diferem consoante o país, mas geralmente refletem uma inflação subjacente mais baixa em resultado de políticas monetárias ainda restritivas, de um abrandamento relacionado nos mercados laborais e efeitos de repercussão de quedas anteriores e em curso nos preços relativos da energia”.

Existe, ainda assim, alguma incerteza em relação à evolução dos preços, que apresenta tanto riscos negativos como positivos. Por um lado, uma desinflação mais rápida poderia levar a uma flexibilização das condições financeiras, sendo que “uma política orçamental mais solta do que o necessário e do que o assumido nas projeções poderá implicar um crescimento temporariamente mais elevado, mas sob o risco de um ajuste mais oneroso posteriormente”.

Por outro lado, “novos picos nos preços das matérias-primas devido a choques geopolíticos – incluindo a continuação de ataques no Mar Vermelho – e interrupções no fornecimento ou uma inflação subjacente mais persistente podem prolongar o aperto das condições monetárias”.

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Ministro da Economia preocupado com impacto da instabilidade política nos investidores. “O meu trabalho tem sido tranquilizar”

“Há conversações avançadas com múltiplos investidores", diz António Costa Silva. “E aí noto algum nervosismo”, admite. “O meu trabalho tem sido serenar e tranquilizar”, sublinha.

Estou mais preocupado com os efeitos da instabilidade política nos investidores”, admite o ministro da Economia em declarações ao ECO, na sequência dos dados publicados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, que superaram as expectativas do próprio Executivo. “Temos um grande pipeline de investimentos”, justifica, por isso, está concentrado em tranquilizar os investidores.

“Nunca tivemos o Governo da República e das duas regiões autónomas numa situação como esta. Isto é preocupante porque a estabilidade política é fulcral para o desenvolvimento da economia e para continuarmos a captar investidores”, sublinha António Costa Silva, numa referência ao facto de o Governo estar em gestão após a demissão do primeiro-ministro, António Costa, de os Açores irem também para eleições regionais antecipadas devido ao chumbo do orçamento regional e ao facto de o líder do governo regional da Madeira ter apresentado a demissão na segunda-feira, embora ainda sem efeitos imediatos, depois de ter sido constituído arguido numa caso de corrupção.

Nunca tivemos o Governo da República e das duas regiões autónomas numa situação como esta. Isto é preocupante porque a estabilidade política é fulcral para o desenvolvimento da economia e para continuarmos a captar investidores.

António Costa Silva

Ministro da Economia

Há conversações avançadas com múltiplos investidores para ver se o país consegue reindustrializar-se e abraçar esta onda de transformação, sobretudo para as indústrias verdes, como o aço verde e outras”, revela Costa Silva. “E aí noto algum nervosismo”, admite. “O meu trabalho tem sido serenar e tranquilizar os investidores”, sublinha.

O ministro da Economia, que está em gestão, garante que não houve mais nenhum caso de uma empresa a desistir de investir em Portugal devido à crise política, à semelhança do que aconteceu com o consórcio europeu Naima, que abrange 15 parceiros de sete países e que estava interessado em fabricar baterias a partir de Portugal.

Até agora não há mais nenhuma” desistência, “mas há sempre preocupações e hesitações que temos de explicar continuamente”, diz Costa Silva. “A minha mensagem tem sido sempre muito clara. Os dois grandes partidos que governaram em Portugal ao longo da democracia portuguesa nestes 50 anos partilham uma visão pró-europeísta, pró-atração de investimento estrangeiro, pró-economia de mercado e, portanto, tento tranquilizá-los explicando que o país vai encontrar a melhor solução”, defende. “Esses investidores podem estar tranquilos que o país vai responder em todas as frentes. Espero que a mensagem passe”, desabafa.

Fora do radar estão para já as preocupações com as agências de rating. “Nesta altura não são uma preocupação, porque temos uma trajetória impressionante de redução da dívida e, muitas vezes, as agências olham, não para os valores absolutos da dívida, mas para a trajetória”, sublinha. “A nossa trajetória é tão consistente e tão sólida que penso que, para já, poderão não existir preocupações a esse nível”, reitera sem, no entanto, querer levantar a ponta do véu sobre qual será a percentagem da dívida pública face ao PIB. Um indicador que será revelado “em breve”.

Exportações são um bom sinal para 2024

Apesar das incertezas que que existem a nível internacional, António Costa Silva está confiante relativamente ao próximo ano, sobretudo, depois dos vários indicadores revelados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

“Todos os resultados divulgados hoje pelo INE são acima das expectativas, incluindo do Governo. Temos um crescimento, em 2023, de 2,3%, quando o crescimento médio na União Europeia é de 0,5%, estamos mais de quatro vezes acima do crescimento da União Europeia. Por outro lado, Portugal tem a maior subida do PIB na União Europeia. É o primeiro país, em termos da subida do PIB no quarto trimestre, com um crescimento em cadeia de 0,8%. São dados significativos, que dão tranquilidade”, sublinha Costa Silva, recordando ainda o bom desempenho dos indicadores de confiança. “O dos consumidores subiu em dezembro e voltou a subir em janeiro e o indicador de confiança do clima económico subiu em novembro, em dezembro e voltou a subir em janeiro. Um indicador que abrange múltiplos setores da indústria transformadora, à construção, das obras públicas, aos serviços”, precisou.

Quanto às exportações, que voltaram a ter um contributo positivo para o crescimento do PIB, “são um bom sinal para 2024”, diz Costa Silva.

A intensidade exploradora do país, em setembro, estava perto dos 48% e, de acordo com todo os indicadores que temos recebido dos vários setores, vamos ter outra vez um resultado das exportações muito perto dos 50% do PIB.

António Costa Silva

Ministro da Economia

“A intensidade exploradora do país, em setembro, estava perto dos 48% e, de acordo com todo os indicadores que temos recebido dos vários setores, vamos ter outra vez um resultado das exportações muito perto dos 50% do PIB”, revela o responsável. “É evidente que houve um declínio das exportações, se compararmos com 2022, um ano histórico. O crescimento foi de 6,8%, o maior desde 1987. Portanto, aqui temos claramente uma desaceleração que está relacionada com tudo aquilo que se está a passar no mundo, em particular a União Europeia”, disse, recordando que 70% das exportações nacionais vão para a União Europeia. “Temos de diversificar”, reitera.

Caso a estagnação económica na Alemanha seja ultrapassada e as guerras que hoje decorrem não gerem um novo pico inflacionista, então a meta de crescimento de 1,5% em 2024 é “válida”, diz Costa Silva, ainda que seja “cautelosa”. “A economia portuguesa tem-nos ensinado repetidamente que desmente as projeções mais pessimistas”, ironiza, sublinhado que “estão a existir transformações na economia que ainda não estão completamente analisadas”.

“A tendência indicada no último trimestre do ano passado é positiva e pode manter-se em 2024”, conclui o responsável.

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Horta devolve valor das propinas aos licenciados que regressem à ilha do Faial

Programa “Backhome – De Volta ao Faial” devolve aos recém-licenciados o valor de propina pago no ensino superior público por cada ano de trabalho declarado na ilha.

Com o objetivo de atrair talentos e fixar mais população para desenvolver economicamente o concelho, a Câmara Municipal da Horta, no Faial, está a incentivar os jovens a regressarem à ilha dos Açores para exercerem a sua atividade profissional após terminarem os estudos superiores.

O programa “Backhome – De Volta ao Faial” devolve o valor de propina pago no ensino superior público (697 euros) por cada ano de trabalho declarado na ilha.

“Este apoio estende-se pelo período correspondente ao número de anos do curso”, refere o autarca Carlos Ferreira, em comunicado. Com esta medida o edil quer atrair e fixar jovens quadros qualificados para “potenciar o mercado de trabalho, a criação de riqueza e o crescimento demográfico”.

Horta, ilha do Faial, Açores30 janeiro, 2024

Igualmente com o objetivo de fixar os jovens no concelho, o município decidiu, para quem tem até 35 anos, isentar do pagamento do IMT na aquisição de habitação própria permanente até 200 mil euros. “Esta medida engloba-se na visão estratégica de futuro do município”, justifica o social-democrata Carlos Ferreira.

A isenção do IMT já foi aprovada em Assembleia Municipal e será executada mediante uma alteração ao regulamento de atribuição de benefícios fiscais deste concelho que está atualmente em vigor.

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Sotecnisol entra nos túneis de França e reforça presença em Espanha

O grupo Sotecnisol, que emprega 650 pessoas e fatura 70 milhões, abriu uma filial em Paris, vai reforçar a presença em Espanha e criou uma nova empresa para atuar na área dos pavimentos industriais.

Fundado em Lisboa em 1970, o grupo Sotecnisol atua nos setores da construção, ambiente e energia, água e agroindústria. Soma 24 empresas, emprega 650 pessoas e fatura 70 milhões de euros. Este ano vai investir dois milhões de euros para reforçar a expansão internacional e apostar em novas unidades de negócio.

No arranque do ano, o grupo iniciou a operação em França e abriu uma filial em Paris na área de impermeabilização e revestimento de fachadas. “É uma área importante que vamos começar em Paris, mas também estamos a explorar fora [da capital] a impermeabilização de túneis. Principalmente no sul de França há muitos túneis a serem construídos e queremos ganhar obras neste segmento”, adianta José Luís Castro, CEO do Grupo Sotecniso. Além de Espanha e França, tem uma empresa na Noruega na área de impermeabilização de túneis.

Em declarações ao ECO/Local Online, o gestor conta ainda que a Sotecnisol vai reforçar a presença em Espanha. Está presente em Madrid e Barcelona, e quer alargar a atividade a outras cidades espanholas. “O negócio em Espanha está mais diversificado e atuamos na área de impermeabilização de coberturas e túneis, revestimento de fachadas e fotovoltaicos”, explica José Luís Castro. Além de Portugal, Espanha, França e Noruega, o grupo está presente em Angola, Moçambique e Argélia.

José Luís Castro, CEO do Grupo SotecnisolGrupo Sotecnisol

Por outro lado, fundou recentemente a empresa Proflooring, que atua na área dos pavimentos Industriais. “Já temos uma equipa preparada para fazer obras de grande dimensão. Vamos começar por Portugal e posteriormente alargaremos a atividade para outros países onde já estamos presentes”, realça José Luís Castro, formado em Gestão de Empresas pelo Instituto Universitário de Lisboa.

Também nos planos está o reforço da frota de camiões “para aumentar a capacidade de distribuição de materiais de construção”, detalha o CEO, que assumiu a liderança da empresa em 1996. O grupo Sotecnisol vai comprar quatro camiões, dois deles com grua.

Abre três lojas Obras360 e compra 90% da Evolut.green

No ano passado, o grupo Sotecnisol investiu mais de dois milhões de euros na abertura de novas lojas, na aquisição de capital de empresas e na expansão de atividade da Sotecnisol Coberturas & Fachadas. O grupo comprou 90% do capital da Evolut.green, assinalando a entrada no negócio da instalação de pontos de carregamento para carros elétricos, e adquiriu 75% do capital Waterproof. O grupo liderado por José Luís Castro abriu ainda três novas lojas Obras360 em Palmela, Vila Nova de Gaia e Leiria, passando a ter sete espaços comerciais.

A Sotecnisol foi fundada por Sá Morais de Castro, Hermano Medeiros e Marcelino Carvalho. Em 2004, este último alienou a sua participação, ficando a grande maioria do capital concentrada nas mãos de um Sá Morais de Castro. Em 2016, a filha de Hermano Medeiros também vendeu a participação, passando a família Sá Morais de Castro a deter 100% do capital da Sotecnisol.

Até 2026, o grupo espera alcançar 100 milhões de euros de volume de negócio, através da expansão empresarial e diversificação. Para isso, a estratégia irá centrar-se na criação e aquisição de novas insígnias, de forma a ampliar o portefólio de serviços.

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