Bruxelas lança mecanismo de emissão de títulos para reforçar mercado de dívida da UE

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

A Comissão Europeia lançou um mecanismo de acordos de recompra da União Europeia para reforçar o mercado de dívida comunitário e proteger a liquidez, tornando-se assim um emitente de tipo soberano.

A Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira o lançamento de um mecanismo de acordos de recompra da União Europeia (UE) para reforçar o mercado de dívida comunitário e proteger a liquidez, tornando-se assim um emitente de tipo soberano.

Em comunicado, a instituição dá conta da criação deste mecanismo intitulada “Repo” que, de acordo com a sua descrição, é “uma forma de emissão a curto prazo de títulos da União disponível a pedido para os corretores primários da UE, a fim de reforçar ainda mais o papel das obrigações europeias e, consequentemente, melhorar a eficiência e a fluidez globais do mercado de obrigações” comunitário.

“Na sequência do crescimento exponencial das obrigações da UE nas transações do mercado secundário nos últimos anos, o lançamento do mecanismo de acordos de recompra fará também com que a Comissão se torne um emitente de tipo soberano nos mercados de capitais da UE”, acrescenta Bruxelas.

Previsto está que, através deste mecanismo de acordos de recompra, os corretores primários da UE (numa rede que junta bancos como o Santander, o Crédito Agrícola ou o Deutsche Bank) possam pedir à Comissão Europeia que forneça montantes adicionais de obrigações para cumprir os seus compromissos com as contrapartes, caso não consigam obter os montantes necessários no mercado.

A ideia é “apoiar a capacidade de apresentar cotações públicas firmes”, segundo o executivo comunitário.

As obrigações elegíveis para os contratos deste mecanismo devem ter um prazo de vencimento mínimo de um ano, ser emitidas ao abrigo da abordagem diversificada de financiamento da UE e ter um saldo mínimo de três mil milhões de euros.

A UE fornecerá as obrigações solicitadas ao corretor primário em troca de um montante em numerário renumerado ao corretor primário a uma taxa significativamente inferior à taxa de garantia geral, refletindo o caráter especial das obrigações.

As primeiras transações de acordos de recompra da UE serão executadas hoje no sistema de negociação Eurex, a bolsa alemã de derivados (investimentos de risco), na qual se realizam transações europeias.

A Comissão Europeia está habilitada pelos Tratados da UE a contrair empréstimos nos mercados internacionais de capitais em nome da União Europeia, fazendo-o há mais de 40 anos para financiar programas políticos europeus.

De momento, um dos principais programas políticos financiado por obrigações da UE é o Mecanismo de Recuperação e Resiliência do fundo NextGenerationEU, ao abrigo do qual Bruxelas deverá arrecadar até 712 mil milhões de euros – de uma dotação máxima do programa de 806,9 mil milhões de euros – até 2026.

A UE também emite obrigações europeias para financiar empréstimos às autoridades ucranianas, estando previsto que, ao abrigo do Mecanismo Ucrânia, Bruxelas tenha de angariar até 33 mil milhões de euros entre 2024 e 2027.

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Bancos obrigados a reforçar almofada de capital em 2026

O Banco de Portugal aperta o "cerco" através da ativação da reserva contracíclica pela primeira vez desde 2016, obrigando os bancos a reter mais lucros a partir de 1 de janeiro de 2026.

Os bancos preparam-se para acomodar mais uma almofada financeira (buffer) no seu balanço, por indicação do Banco de Portugal. O regulador do setor revela esta segunda-feira que reviu o enquadramento metodológico da reserva contracíclica de fundos próprios, preparando-se para ativar este instrumento macroprudencial pela primeira vez desde a sua implementação em 2016.

A medida, que deverá entrar em vigor a 1 de janeiro de 2026 e que já foi comunicada informalmente à Associação Portuguesa de Bancos, vai obrigar os bancos a constituir uma reserva adicional de capital correspondente a 0,75% da exposição ponderada pelo risco (RWA) que os bancos e todas as instituições de crédito (inclusive sucursais de bancos estrangeiros) possuem em crédito a particulares e empresas no território nacional.

Esta revisão representa uma mudança significativa na abordagem do regulador. Até agora, o Banco de Portugal só previa ativar a reserva contracíclica em períodos de acumulação excessiva de risco sistémico.

Considerando as contas dos cinco maiores bancos nacionais, esta medida terá implicações entre 50 milhões e 200 milhões de euros em fundos próprios principais de nível 1 (CET1) de cada uma das instituições, segundo os mais recentes resultados dos bancos.

Com o novo enquadramento, a entidade liderada por Mário Centeno passa a poder exigir esta almofada adicional de capital mesmo quando o risco é considerado “neutro”, ou seja, nem está em fase de acumulação nem de materialização.

Isto significa que o Banco de Portugal passa a adotar uma postura mais conservadora na aplicação desta reserva de capital para poder ativar a reserva contracíclica na fase em que o risco sistémico cíclico se encontra num nível neutro.

Esta alteração surge na sequência das lições retiradas da crise pandémica e do atual contexto de fragmentação geoeconómica, justifica o supervisor, notando a necessidade das autoridades macroprudenciais reforçarem a resiliência do sistema financeiro face a crises originadas fora do próprio setor.

A decisão agora anunciada foi tomada no conselho de administração do Banco de Portugal da semana passada e está desde esta segunda-feira em consulta pública até 19 de novembro. Posteriormente, haverá uma análise por parte dos técnicos do Banco de Portugal para que o supervisor possa anunciar a sua aplicação até ao final do ano.

Impacto nas contas dos bancos

A ativação da reserva contracíclica terá um impacto direto na gestão do capital dos bancos. Com a taxa a passar de 0% para 0,75%, as instituições terão de reter mais lucros ou captar capital no mercado para cumprir este novo requisito regulatório.

Para um banco com 20 mil milhões de euros em posições em risco de crédito junto de empresas e particulares, por exemplo, a reserva contracíclica de 0,75% implicará a constituição de uma almofada adicional de 150 milhões de euros em fundos próprios principais de nível 1 (CET1).

Considerando as contas dos cinco maiores bancos nacionais, esta medida terá implicações entre 50 milhões e 200 milhões de euros em fundos próprios principais de nível 1 de cada uma das instituições, segundo os mais recentes resultados dos bancos. Todavia, esses números serão diferentes quando a medida entrar em vigor, a 1 de janeiro de 2026, em função também da alteração da carteira de crédito dos bancos durante este período de dois anos.

É importante notar que esta nova exigência vem somar-se a outros buffers de capital já existentes no quadro regulatório português e europeu. Atualmente, os bancos estão sujeitos a várias camadas de requisitos de capital como, por exemplo:

  • Requisitos de Pilar 1: Constituem o mínimo regulamentar e incluem um rácio de CET1 de 4,5%, um rácio de Tier 1 de 6% e um rácio de capital total de 8%.
  • Requisitos de Pilar 2: São requisitos adicionais específicos para cada banco, determinados pelo supervisor com base na avaliação individual de riscos.
  • Reserva de conservação de capital: Uma almofada fixa de 2,5% dos ativos ponderados pelo risco, aplicável a todos os bancos.
  • Reserva para outras instituições de importância sistémica (O-SII): Aplicável aos bancos considerados sistemicamente importantes, podendo variar entre 0,25% e 1% dos ativos ponderados pelo risco.
  • Reserva para risco sistémico: Esta medida visa prevenir e/ou reduzir o nível de risco sistémico não abrangido por outros instrumentos macroprudenciais da Diretiva e do Regulamento dos Requisitos de Capital do supervisor. Foi nesse sentido que, recentemente, o Banco de Portugal introduziu uma reserva para risco sistémico setorial de 4%, aplicável a instituições que utilizam o método de notações internas (IRB — Internal Ratings Based), “sobre o montante das posições ponderadas pelo risco da carteira de particulares garantidas por imóveis destinados a habitação localizados em Portugal.”

Com a introdução da reserva contracíclica de 0,75%, os bancos nacionais aumentarão o seu requisito combinado de reservas de fundos próprios. Isto poderá condicionar a política de dividendos nos próximos anos, uma vez que terão de reter mais lucros para cumprir este novo requisito.

O não cumprimento da reserva contracíclica (que pode variar entre 0% e 2,5% e obriga a que os bancos a adotem até 12 meses após a sua divulgação pelo Banco de Portugal), assim como das outras reservas mencionadas, implica sempre restrições à distribuição de dividendos e a elaboração de um plano de conservação de capital.

Ao exigir que os bancos constituam almofadas de capital adicionais mesmo em fases neutras do ciclo, o Banco de Portugal procura reforçar a resiliência do sistema financeiro face a choques futuros.

Esta abordagem em “camadas” visa garantir que os bancos mantenham níveis adequados de capital para absorver perdas potenciais e continuar a apoiar a economia real, mesmo em períodos de stress.

O Banco de Portugal defende ainda que o aumento gradual das reservas no contexto de níveis elevados de capitalização e rendibilidade da banca, como sucede atualmente, mitiga também os custos para a atividade económica no presente e facilita a adaptação dos bancos ao novo requisito de reserva contracíclica — recorde-se que, no ano passado, os bancos apresentaram níveis de rendibilidade historicamente elevados.

A implementação da nova abordagem seguirá um calendário faseado. O Banco de Portugal prevê anunciar a percentagem da reserva contracíclica até ao final deste ano, conferindo aos bancos um período de adaptação longo para que os bancos possam constituí-la a 1 de janeiro de 2026. Até lá, a reserva contracíclica manter-se-á em 0%, como tem acontecido desde a sua introdução em 2016 e a sua revisão continuará a ser feita numa base trimestral.

Na última decisão sobre esta matéria, a 30 de setembro, o Banco de Portugal manteve a taxa a zero para o quarto trimestre de 2024, considerando que os indicadores não justificavam a sua ativação.

Portugal não está sozinho no contexto europeu

Com a ativação da taxa de reserva contracíclica a partir de 2026, Portugal junta-se a um grupo crescente de países europeus que têm ativado esta reserva, mesmo em fases neutras do ciclo financeiro. Desde a pandemia de Covid-19, 15 países ativaram este instrumento para níveis superiores a zero.

Entre os países que já implementaram a reserva contracíclica está a Dinamarca (2,5%), a Noruega (2,5%), a Suécia (2%), os Países Baixos (2%), a Irlanda (1,5%), a Bélgica (1%) e mais 15 países. O Banco de Espanha anunciou também este ano, em maio, uma revisão do enquadramento metodológico da reserva contracíclica como está agora a fazer o Banco de Portugal, com o intuito de instaurar uma taxa de 1% que será aplicada em duas fases em 2025 e 2026.

Os mesmos passos foram também dados pelo Banco Central da Polónia que, em março, por decisão do Comité de Estabilidade Financeira, decidiu atingir a taxa objetivo em duas fases: numa primeira fase, fixando este buffer de capital à taxa de 1% e aumentando-o posteriormente para 2%. Seguir-se-á a Grécia, que está neste momento a ponderar elevar a taxa de reserva contracíclica para 0,5%.

E alguns destes países já chegaram inclusive a libertar a reserva contracíclica durante a crise pandémica, demonstrando a flexibilidade deste instrumento. Foi o que sucedeu, por exemplo, na Alemanha, na Bélgica e em França.

A decisão de ativar a reserva contracíclica baseia-se numa análise quantitativa de vários indicadores macroeconómicos e financeiros, e que se manterão na revisão metodológica.

O Banco de Portugal justifica o timing desta decisão com o contexto europeu e a fase atual do ciclo financeiro em Portugal, que proporcionam as condições adequadas para aumentar as reservas de capital dos bancos, em particular a reserva contracíclica de fundos próprios, segundo a análise do regulador.

A decisão de ativar a reserva contracíclica baseia-se numa análise quantitativa de vários indicadores macroeconómicos e financeiros, e que se manterão na revisão metodológica. Entre estes, destaca-se o chamado “desvio de Basileia”, que mede a diferença entre o rácio do crédito face ao PIB e a sua tendência de longo prazo.

No primeiro trimestre de 2024, segundo dados do regulador, o desvio de Basileia situava-se em -38,7 pontos percentuais, enquanto a medida adicional do desvio do rácio crédito/PIB atingia -18,7 pontos percentuais. Estes valores negativos indicam que não há, de momento, sinais de crescimento excessivo do crédito.

No entanto, o Banco de Portugal nota que a taxa de variação anual dos empréstimos bancários a particulares tem aumentado desde o início de 2024, atingindo 1,2% em junho. Já os preços da habitação, apesar de desacelerarem, continuam a crescer em termos reais.

A ativação da reserva contracíclica para 0,75% a partir de 1 de janeiro de 2026 representa uma mudança de paradigma na supervisão macroprudencial em Portugal. Ao exigir que os bancos constituam almofadas de capital adicionais mesmo em fases neutras do ciclo, o Banco de Portugal procura reforçar a resiliência do sistema financeiro face a choques futuros, sejam eles originados dentro ou fora do setor bancário.

Da parte dos bancos, caberá às suas administrações encaixarem mais um buffer no seu balanço, com implicações sobre a gestão e a estratégia da sua operação.

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Conheça os principais imóveis entregues pelo Estado às autarquias para usos como habitação e apoio social

Veja aqui quais os edifícios que o Estado vai entregar a 17 municípios para usos como habitação ou apoio social, no âmbito da descentralização de competências.

O Governo transferiu a gestão de cerca de 27 imóveis, património do Estado, sem utilização ou devolutos, no âmbito do processo de descentralização de competências. Desde habitação a custos controlados, atividades de turismo e natureza, apoio à terceira idade e fins culturais, e instalação de casas de apoio aos sapadores florestais, são diversas as utilizações que os espaços passarão a ter.

Entre os municípios abrangidos nos acordos constam Almeirim, Arcos de Valdevez, Castro Verde, Lamego, Leiria, Moura, Ourém, Portimão, Sabugal, Santo Tirso, São Pedro do Sul, Sernancelhe, Sintra, Tomar, Torres Novas, Torres Vedras e Vila Pouca de Aguiar.

  • Quinta da Adega, em Arcos de Valdevez, num investimento de 2,5 milhões de euros, será transformada na Quinta de Ciência Viva.
Quinta da Adega, em Arcos de Valdevez7 de outubro, 2024

 

  • Antiga Alfândega de Portimão será requalificada num investimento de dois milhões de euros, para dar lugar ao Espaço Multiusos Municipal.
Antiga Alfândega, em Portimão7 outubro, 2024

 

  • Pousada da Juventude de Leiria será alvo de intervenção para a construção da extensão da Biblioteca Municipal, envolvendo um custo de um milhão de euros.
Pousada da Juventude, Leiria7 outubro, 2024

 

  • Herdade do Gagos, em Almeirim. Envolve um investimento de 400 mil euros para a construção de um espaço multiusos.
Herdade dos Gagos, Almeirim7 outubro, 2024

 

  • Antigo gabinete da Direção Regional de Agricultura (DRAP), em Castro Verde, vai dar lugar ao Arquivo Municipal num investimento de 400 mil euros.
Antigo gabinete da DRAP, em Castro Verde7 outubro, 2024

 

  • Duas Casas de Técnicos DRAP, em Lamego, requalificadas para habitação com um custo de 313.270 euros.
    Duas Casas de Técnicos DRAP, em Lamego7 outubro, 2024

     

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Estado dá nova vida a 27 edifícios com entrega a 17 municípios, de Portimão a Arcos de Valdevez

O Estado central entregou 27 imóveis a 17 municípios, que agora, num investimento de 8,5 milhões de euros, os tornarão em habitação, serviços sociais e apoio a doentes oncológicos, entre outros usos.

O Governo promoveu nesta segunda-feira a celebração de acordos com municípios para transferência de competências de gestão de 27 imóveis em 17 municípios, com um valor global de 8,55 milhões de euros.

O evento, realizado em Coimbra, juntou a Estamo, em representação do Estado central, a Associação Nacional de Municípios e autarcas de 16 municípios — apenas Castro Verde não esteve presente. A expectativa da sociedade estatal é formalizar a próxima leva de imóveis no início de 2025.

Na cerimónia, João Silva Lopes, secretário de Estado do Tesouro e Finanças, prometeu “máxima prioridade do Governo”, que afiançou estar “completamente comprometido” com este modelo de valorização do património público. Após os 19 acordos assinados com 17 municípios, que agora terão pela frente um investimento de 8,55 milhões de euros, “muitos outros se seguirão”.

“Os imóveis ganharão nova vida e novos rostos”, afirmou o governante. “Há mais país para lá do Orçamento do Estado”, disse, aproveitando na sua apresentação para salientar que, de 2018 a 2023, período de governos liderados pelo Partido Socialista, foram assinados 51 acordos, referentes a 60,6 milhões de euros de obra.

Na mesma linha, António Furtado, presidente do Conselho de Administração da Estamo, sociedade da Parpública que rubricou o acordo em nome do Estado central, assinalou a “alteração do paradigma de gestão do património público” desde que, há pouco mais de um ano, a Estamo passou a assumir a gestão do património imobiliário do Estado português, competências que eram da Direção Geral de Tesouro e Finanças.

Assinado no evento decorrido na sede da Associação Nacional de Municípios, em Coimbra, este modelo de concessão vigora durante 50 anos, podendo, neste período, haver aquisição ao Estado ou renovação da concessão. António Furtado explicou ao ECO/Local Online que o prazo de execução de cada obra está inscrito no respetivo projeto, sendo sujeito a prolongamento caso surja um atraso justificável durante os trabalhos. Na eventualidade de não execução da obra, o edifício reverte para o Estado central, assegurou.

Aquilo que verdadeiramente se pretende, com os municípios como parceiro privilegiado, é que o património do Estado possa ser indutor do desenvolvimento, e que possa ser a partir do património do Estado que estes processos de regeneração aconteçam e que as populações possam ter este património ao seu serviço

António Furtado

Presidente do Conselho de Administração da Estamo

“Aquilo que verdadeiramente se pretende, com os municípios como parceiro privilegiado, é que o património do Estado possa ser indutor do desenvolvimento, e que possa ser a partir do património do Estado que estes processos de regeneração aconteçam e que as populações possam ter este património ao seu serviço”, afirmou António Furtado. “A transferência de competências para municípios é um meio apto para evitar a degradação, fomentar a recuperação, suportar a reutilização, para valorizar os recursos públicos e alavancar os processos de transformação a nível local”, reforçou.

Um centro de formação agrícola de Almeirim passará a ser um espaço multiusos. A Quinta da Adega, em Arcos de Valdevez, será agora uma quinta de ciência viva de educação científica e ambiental. Leiria terá uma nova biblioteca municipal e duas casas de magistrados em Moura tornam-se na nova delegação da Liga Portuguesa Contra o Cancro e num espaço dedicado à ação social do município.

Já em Portimão, a antiga alfândega surgirá renovada para fruição pública, enquanto em Castro Verde surgirá um novo arquivo municipal. Apoio a atividades de turismo de natureza, centro de convívio para terceira idade e casas de apoio aos sapadores florestais são alguns dos outros usos.

A habitação surgirá em Lamego (social e acessível), Santo Tirso, São Pedro do Sul e Tomar, por exemplo, enquanto em Torres Novas a casa que já foi de magistrados torna-se em casa de transição para ex-reclusos do estabelecimento prisional local.

Veja aqui os principais imóveis entregues pelo Estado às autarquias para usos como habitação e apoio à natureza.

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Tribunal de Contas denuncia “manipulação” dos limites nas adjudicações aos mesmos fornecedores

Pelo menos 23 adjudicantes, entre municípios, institutos públicos e a própria Polícia Judiciária, já “ultrapassaram largamente” os limites de adjudicações sucessivas aos mesmos fornecedores.

O Tribunal de Conta identificou vários casos em que os limites de adjudicações sucessivas à mesma entidade foram já atingidos. Num relatório onde alerta para os riscos associados às medidas especiais de contratação pública, a entidade liderada por José Tavares sublinha que, “em geral”, houve “manipulação dos vários limites possíveis”.

O relatório, que constata que medidas especiais de contratação pública são aplicadas sobretudo a projetos financiados com fundos europeus, sublinha que “a margem de discricionariedade conferida às entidades adjudicantes para a escolha das entidades convidadas a apresentar proposta no âmbito dos procedimentos de ajuste direto e consulta prévia acarreta riscos de favorecimento de determinados adjudicatários e de redução do leque de fornecedores com acesso aos mercados públicos”. Por isso, a lei estabelece limites à contratação reiterada do mesmo operador económico. Mas, na prática, continuam a subsistir casos de contratação reiterada.

Há, pelo menos, 23 adjudicantes – passam por câmaras municipais, institutos públicos ou pela própria Polícia Judiciária – que já “ultrapassaram largamente” os limites de adjudicações sucessivas aos mesmos adjudicatários, no quadro de procedimentos não concorrenciais.

No entanto, o Tribunal de Contas admite que não é “evidente que isso tenha sucedido em violação da lei”. Isto porque se o convite para o último dos contratos for feito quando as adjudicações acumuladas ao mesmo fornecedor ainda não tenham atingido o limite, a lei permite que seja celebrado um novo contrato mesmo que este leve a que o limiar seja ultrapassado.

“Perplexidade” é a palavra usada para classificar os casos em que existiram mais ajustes diretos efetuados por uma autarquia à mesma entidade, quando os limites já foram ultrapassados, designadamente um por ano, e se opta por uma contabilização separada dos limiares. Em causa está o Município de Viseu que adjudicou vários contratos à Associação de Produtores Florestais de Viseu ou o Instituto Politécnico de Leiria que comprou vários serviços à empresa de coordenação e gestão de projetos Vitor Hugo.

O alerta não é novo, até porque “a lei não é clara no estabelecimento de limites, em especial para os ajustes diretos simplificados aos mesmos adjudicatários. Por isso, o Tribunal pede que o regime seja revisitado e clarificado.

E num momento em que estão a ser discutidas na Assembleia da República alterações ao visto prévio do Tribunal de Contas ou do levantamento provisório do efeito suspensivo a todos os projetos financiados com fundos europeus, e não apenas aos do PRR, o tribunal pede que seja reponderada a justificação e utilidade das medidas especiais de contratação pública e que seja utilizado o Registo Central de Beneficiário Efetivo para efeitos de escrutínio no âmbito da contratação pública e promoção da transparência.

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Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessora município do Porto no Acordo Coletivo de Empregador Público

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão que assessorou o município do Porto foi liderada por Nuno Cerejeira Namora e contou também com Margarida M. Pereira, Pedro Condês Tomaz e Tatiana Marinho.

A Cerejeira Namora, Marinho Falcão assessorou a Câmara Municipal do Porto nas negociações com as várias associações sindicais, com representatividade nos quadros de trabalhadores do Município do Porto, com vista à alteração e adesão do Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP) n.º 98/2015.

“A alteração do ACEP, que vincula o município do Porto, introduz alterações a matérias relacionadas com trabalho suplementar, trabalho noturno e dias de férias, entre outros, sendo de salientar o aumento do número de associações sindicais subscritoras do novo instrumento de contratação coletiva, o que aumenta igualmente o número de trabalhadores abrangidos por tal representatividade”, revelam em comunicado.

A equipa da Cerejeira Namora, Marinho Falcão que assessorou o município do Porto foi liderada por Nuno Cerejeira Namora e contou também com Margarida M. Pereira, Pedro Condês Tomaz e Tatiana Marinho.

As negociações decorreram ao longo dos últimos seis meses e culminaram com a assinatura do acordo na cerimónia ocorrida a 3 de outubro, na sede da Câmara Municipal do Porto.

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Vânia Costa Ramos eleita presidente da European Criminal Bar Association

Vânia Costa Ramos, sócia fundadora da Carlos Pinto de Abreu e Associados, foi eleita presidente da European Criminal Bar Association (ECBA) para o triénio 2024/2026.

A advogada e sócia fundadora da Carlos Pinto de Abreu e Associados, Vânia Costa Ramos, foi eleita presidente da European Criminal Bar Association (ECBA) para o triénio 2024/2026. A eleição decorreu em Helsínquia, na Finlândia, por unanimidade.

A ECBA é uma associação de advogados penalistas da Europa, sendo reconhecida pela sua “extensa” e “meritória” atividade em prol da qualidade da justiça criminal, do prestígio da advocacia penal e da intransigente defesa dos direitos fundamentais das pessoas, do desenvolvimento de uma cultura judiciária democrática e do escrupuloso respeito pelos direitos humanos.

Para além do cargo para o qual acaba de ser eleita, Vânia Costa Ramos já foi presidente do Forum Penal – Associação de Advogados Penalistas, membro do Legal Experts Advisory Panel da Fair Trials International e membro da Defence Extradition Lawyer’s Association. Está ainda admitida a exercer perante o Tribunal Penal Internacional (International Criminal Court), desde 2023.

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Erica Ferreira Gomes é a nova associada da SPS

Erica Ferreira Gomes integra a SPS Advogados na qualidade de associada coordenadora. A advogada transita da CCAA.

A SPS Advogados reforçou a equipa de Direito Societário e Comercial com a integração de Erica Ferreira Gomes, na qualidade de associada coordenadora. A advogada transita da CCAA.

“Esta contratação responde à necessidade do desenvolvimento da estrutura da SPS Advogados, focada em elevar os níveis de qualidade do serviço prestado, com vista a responder à permanente solicitação do mercado nesta área do Direito”,referem em comunicado.

Erica Ferreira Gomes vai coordenar a equipa de Direito Societário e Comercial e as áreas de Direito Imobiliário e de Contencioso, “tendo construído a sua carreira no exercício da prática jurídica em sociedades de advogados, nas quais assessorou clientes dos mais diversos setores de atividade”.

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Google ameaça parar de partilhar notícias na Nova Zelândia

  • + M
  • 7 Outubro 2024

Depois da Austrália e Canadá, também a Nova Zelândia quer forçar as grandes empresas de tecnologia a "reembolsarem" os media. A Google diz que a abordagem "não é a correta".

A Google ameaçou deixar de partilhar notícias na Nova Zelândia e terminar as parcerias que tem com redações no país caso o governo neozelandês decida realmente avançar com o “Fair Digital News Bargaining Bill“, um projeto de lei que visa forçar as grandes empresas tecnológicas a pagar aos jornais pelos seus conteúdos.

“Enquanto importante apoiante de longa data da indústria dos media da Nova Zelândia, estamos profundamente preocupados com o Fair Digital News Bargaining Bill. Este projeto de lei propõe um ‘imposto de link’, que exigiria que a Google pagasse por links para artigos de notícias. Embora a Google apoie os esforços para promover um futuro sustentável para as notícias da Nova Zelândia, este projeto de lei não é a abordagem correta“, refere Caroline Rainsford, diretora da Google na Nova Zelândia, citada em comunicado.

A responsável diz que a sua empresa foi “transparente” com o governo neozelandês e que já sublinhou que seria forçada a deixar de partilhar conteúdos de notícias nas pesquisas no seu motor de busca e no Google News, bem como descontinuar os atuais acordos comerciais com organizações de media da Nova Zelândia, caso o governo prossiga com a sua intenção.

Acreditamos que há um caminho sensato a seguir e propusemos alternativas razoáveis ​​ao governo que não prejudiquem editoras menores, locais ou regionais e mantenham os princípios da web aberta, em linha com acordos recentes que fechamos noutros lugares“, refere Caroline Rainsford, adiantando que os diversos programas da Google no país abrangem mais de 95% dos media digitais da Nova Zelândia e resultam em pagamentos de “milhões de dólares” anualmente a quase 50 publicações locais.

O governo começou por se opor a este projeto de lei em 2023, quando foi apresentado pela administração anterior, mas parece ter reconsiderado a sua posição tendo em conta a perda de mais de 200 empregos no setor no início deste ano, refere a ABC.

Paul Goldsmith, ministro com a pasta dos media, disse que o projeto de lei ainda estava sob consulta, revela o mesmo jornal. Em julho, o responsável adiantou que a intenção passava por aprovar a lei até o final do ano.

No ano passado aconteceu uma situação similar, mas entre a Meta – empresa detentora do Facebook, Instagram e Whatsapp – e o Canadá. Neste caso, a Meta também ameaçou bloquear as notícias nas suas plataformas no país norte-americano caso o governo canadiano aprovasse a lei Online News Act, que pretendia estabelecer regras de forma a fazer com que as plataformas tecnológicas negociassem acordos comerciais e repartissem dividendos com os meios de comunicação canadianos pelos seus conteúdos.

No final de novembro do ano passado, depois de meses de negociações, Otava e o gigante californiano anunciaram um “acordo histórico”, no âmbito do qual a Google pagaria aos meios de comunicação social canadianos 100 milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros) por ano como compensação pela perda de receitas publicitárias.

Ainda antes disso, a Austrália foi o primeiro país a tentar forçar as grandes empresas de tecnologia a “reembolsarem” os media, com a aprovação da The News Media Bargaining Code, lei desenhada para que as grandes plataformas presentes no país fossem obrigadas a pagar aos meios de comunicação locais pelos seus conteúdos. Esta ação levou a que a Meta banisse por completo das suas plataformas os meios de comunicação australianos, de forma a não ter de pagar pelos conteúdos. O boicote durou uma semana.

A Meta forçou assim uma renegociação dos termos da lei. Mais tarde, já com as negociações fechadas, o governo australiano considerou a lei um sucesso, apontando os cerca de 30 acordos comercias estabelecidos entre a Google e a Meta e os meios de comunicação australianos. Atualmente são distribuídos anualmente cerca de 200 milhões de dólares (perto de 125 milhões de euros) pelos meios de comunicação locais.

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Possibilidade de privatização limita subida de rating da TAP

A S&P Global afirma que a margem operacional da companhia portuguesa é "uma das mais elevadas da indústria", mas o crescimento está limitado pelo aeroporto e pela impossibilidade de aumentar a frota.

A S&P Global manteve a classificação de risco da TAP inalterada em “BB-“, com perspetiva estável, elogiando, no entanto, os bons resultados alcançados pela companhia. A “nota” poderia ser mais alta, não fosse a possibilidade de a cedência do controlo acionista na privatização reduzir a relação com o Estado.

Se a melhoria dos resultados e da robustez financeira da TAP foi decisiva para a melhoria do perfil de risco da companhia, o facto de ser detida a 100% pelo Estado português também pesa na avaliação das agências de rating. “A nossa visão é sustentada pelo histórico de auxílios estatais até à data e pela importância da companhia aérea para o Governo. (…) Sabemos que o Governo vê a companhia como um ativo estratégico que é importante para o desenvolvimento económico e o turismo”, refere no relatório divulgado na sexta-feira passada.

A possibilidade desta relação sofrer uma alteração significativa acaba também por restringir uma classificação mais elevada. “Ao mesmo tempo, a nossa avaliação é limitada pelos planos do Governo para privatizar a TAP a curto prazo e pelo risco de que isso possa levar a uma redução significativa na participação estatal, à renúncia ao controlo e ao enfraquecimento da ligação com a TAP“.

Entre os fatores que podem conduzir a um corte no rating, o relatório aponta um menor comprometimento em relação a um apoio do Estado: “Poderemos baixar a classificação se acreditarmos que a probabilidade de apoio governamental enfraqueceu ou se baixarmos a nossa classificação soberana não solicitada de Portugal abaixo de ‘BBB-’.”

A S&P não o refere no relatório, mas, no caso de uma privatização, a avaliação de risco da TAP também será influenciada pelo rating do comprador. Os grupos que têm manifestado interesse na companhia portuguesa têm todos uma avaliação mais alta: a Air France de “BB+” e a IAG e Lufthansa de “BBB-“.

Elogios à margem da TAP e expectativa de bons resultados

A S&P Global espera que a TAP registe este ano um resultado antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) entre os 830 e os 860 milhões de euros, suportado por “resultados sólidos no primeiro semestre”. O que significa que ficará em linha ou um pouco acima dos 832 milhões (ajustados) conseguido em 2023. A agência antecipa que o EBITDA volte a superar aquela marca em 2025 e assinala mesmo que a TAP tem “margens EBITDA entre as mais altas da indústria“.

A margem de crescimento é, no entanto, limitada. “A frota operacional reduzida da TAP (com 99 aeronaves no final de junho de 2024 em comparação com 105 no final de dezembro de 2019) e o seu principal hub altamente congestionado em Lisboa limitarão o potencial de crescimento da receita a médio prazo”, assinala o relatório. De salientar que o número de aviões da TAP está limitado pelo plano de reestruturação.

O relatório aponta quatro forças e riscos para a TAP:

Principais forças:

  • Posição de liderança no hub no aeroporto de Lisboa, que a companhia aérea aproveita para as suas conexões em toda a Europa e a liderança na quota de mercado no tráfego transatlântico com o Brasil, e exposição crescente a destinos na América do Norte.
  • A frota operacional está a tornar-se mais eficiente em termos de consumo de combustível com a entrega contínua de aviões de última geração.
  • Histórico de redução de custos e melhorias na eficiência operacional, resultando em margens EBITDA entre as mais altas da indústria.
  • Perfil financeiro fortalecido e aumento da reserva de liquidez desde a crise provocada pela pandemia.

Principais riscos:

  • Suscetibilidade aos ciclos económicos europeus e globais, flutuações no preço do petróleo, elevada intensidade de capital e eventos geopolíticos e de segurança imprevistos.
  • Possibilidades de negócio limitadas (em comparação com algumas companhias aéreas concorrentes que avaliamos) e grande exposição a países emergentes como o Brasil tornam a TAP mais suscetível a eventos imprevistos de alto impacto e baixa probabilidade do que os maiores players.
  • Despesas de capital (capex) elevadas nos próximos anos devido à modernização da frota necessária para permanecer competitiva.
  • Os grandes investimentos de capital irão restringir os fluxos de caixa e o espaço para uma maior redução da alavancagem.

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Nos multada em mais de um milhão de euros pela Anacom

Regulador comunicou dois processos que envolvem a Nos e violações das regras legais sobre contratos e suspensão de serviços. Num dos casos que já foi a tribunal, a coima foi reduzida substancialmente.

A operadora Nos vê-se a braços com duas coimas da Anacom cujo valor, no seu conjunto, supera um milhão de euros, mesmo depois de um tribunal ter reduzido significativamente uma delas, segundo um comunicado do regulador esta segunda-feira. Entre as irregularidades identificadas está a violação das regras aplicáveis à cessação de contratos por iniciativa dos clientes.

“A Anacom aplicou coimas à Nos num valor total superior a um milhão de euros”, começa por referir o comunicado do regulador. No processo que diz respeito às cessações contratuais, a coima da Anacom foi de 857 mil euros, mas o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão fixou a mesma em 450 mil euros, apesar de ter confirmado “a maior parte dos ilícitos”, diz o regulador.

“Neste caso, estavam em causa situações em que a Nos, apesar de não dispor de contrato assinado pelos clientes, lhes exigiu o pagamento de um encargo por incumprimento do período de fidelização e, num caso, não permitiu que fosse apresentado um pedido de denúncia do contrato por existir um período de fidelização”, refere o comunicado.

No processo, a Nos é ainda acusada pela Anacom de não ter solicitado aos clientes, dentro do prazo, informação necessária à confirmação da denúncia ou resolução dos respetivos contratos, ou pedido informação que não era necessária para o efeito.

A Anacom alude ainda a um processo que remonta já a este mês de outubro, em que a Nos é acusada de “situações de não comunicação dos pré-avisos de suspensão no prazo previsto na lei para o efeito, e não indicação, nos pré-avisos enviados aos consumidores, que um dos meios ao dispor dos clientes para evitarem a suspensão dos serviços era a celebração, por escrito, de um acordo de pagamentos”.

O regulador liderado por Sandra Maximiano encontrou também situações em que a Nos não suspendeu os serviços no prazo legalmente obrigatório, ou emitiu faturas de forma indevida já após o momento em que os serviços deveriam ter sido suspensos.

“Ao não ter cumprido escrupulosamente as regras legais aplicáveis, a Nos não promoveu o cumprimento atempado dos contratos de prestação de serviços celebrados com os clientes, não evitou o endividamento dos utilizadores de serviços de comunicações eletrónicas e não tutelou adequadamente a posição jurídica dos assinantes, tendo, assim, colocado em causa as finalidades das normas aplicáveis”, entende a Anacom.

Neste caso, segundo o regulador, a Nos já impugnou esta decisão da Anacom junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

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Governo pré-aprova Orçamento do Estado para 2025

Orçamento do Estado para 2025 foi pré-aprovado pelo Conselho de Ministros. "Proposta final aguarda apenas o desenrolar das negociações em curso com o Partido Socialista", indica o Executivo.

O Conselho de Ministros pré-aprovou esta segunda-feira a proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), remetendo a aprovação final do documento para o desenlace das negociações em curso entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.

O Orçamento do Estado para 2025 foi pré-aprovado pelo Governo e a proposta final aguarda apenas o desenrolar das negociações em curso com o Partido Socialista“, refere o Governo em comunicado divulgado após o Conselho de Ministros realizado esta manhã.

O documento terá de ser entregue pelo Governo até dia 10 de outubro na Assembleia da República. A três dias da data, o Governo e o PS continuam em negociações. Na quinta-feira passada, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reuniram-se em São Bento.

No encontro, Montenegro apresentou a Pedro Nuno Santos uma contraproposta na qual reduz o IRC para 17% em três anos – com uma diminuição de um ponto percentual em 2025 – e adota o IRS Jovem proposto pelo PS com algumas alterações: o benefício é prolongado até aos 35 anos (atualmente o limite etário é 30 anos) e duração passa de cinco anos para 13 anos.

Pedro Nuno Santos acolhe a proposta do Governo para o IRS Jovem, mas quer reduzir o período do benefício de 13 para sete anos, sem prejuízo de futuras avaliações apontarem para o seu alargamento. No IRC, deixa passar a descida de um ponto em 2025, desde que não haja novas reduções nos anos seguintes. Ou, em alternativa à redução de um ponto no IRC, o Governo reintroduz o crédito fiscal ao investimento, ficando livre para, nos Orçamentos de Estado subsequentes, de 2026 a 2028, proceder à redução do IRC mas sem o apoio do PS. Os socialistas dizem aguardar agora a resposta do Executivo à sua proposta.

O Governo deverá responder negativamente à proposta de Pedro Nuno Santos para deixar cair o corte de IRC em um ponto percentual e trocar esse medida pela recuperação do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), um mecanismo fiscal que só foi utilizado em situações de crise, revelou ao ECO uma fonte conhecedora do processo.

(Notícia atualizada às 13h18)

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