Mapfre compensou 79% de CO2 da operação ibérica com parque eólico no México

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2022

Para cumprir meta de neutralidade carbónica no mercado ibérico em 2021, a seguradora diz que 79% das emissões em Espanha e Portugal foi compensado através de projeto eólico no México.

O Parque Eólico Oaxaca IV, Oaxaca, México, produz energia para 700 mil lares.

Em 2021, a seguradora Mapfre compensou 79% das emissões de carbono emitidas em Espanha e Portugal, ou cerca de 15.400 toneladas (t) graças à instalação do parque eólico Oaxaca IV“, um dos maiores complexos eólicos da América Latina localizado na região do istmo de Tehuantepec, Oaxaca, no México, anunciou a companhia depois de já ter reportado compensação de 21% da mesma pegada, através de um programa de plantação de árvores, parte das quais em Portugal.

A iniciativa de sustentabilidade ambiental faz parte do “Corporate Environmental Footprint Plan 2021-2030″, com base no qual a seguradora seleciona projetos ambientais e sociais para compensar as emissões que não pode reduzir.

A instalação do Parque Eólico Oaxaca IV, parte de um complexo eólico naquela região mexicana, operado pelo grupo Acciona e que produz energia para 700 mil lares mexicanos – para além de promover atividades educativas e de apoio comunitário – significa que “cerca de 670.000 t de CO2 deixarão de ser emitidas para a atmosfera todos os anos,” adianta a seguradora. A compensação das emissões foi feita através da Climate Trade, empresa responsável pela execução da transação de forma “transparente” e com emissão de um certificado, detalha em comunicado.

Além da compensação através do parque eólico no México, a companhia recorda que, com o projeto “Bosque Mapfre,” lançado e 2021 para ações de reflorestação e preservação da biodiversidade de modo a contribuir para a diminuição de emissões de carbono nos locais onde opera, a companhia plantou 6 541 árvores em Espanha e Portugal, as quais permitirão a absorção de 4 000 t de CO2 da atmosfera, neutralizando 21% das emissões nestes dois países.

Após cumprir objetivos de neutralidade na região ibérica em 2021, a seguradora compromete-se, para 2030, reduzir em 50% a sua pegada de carbono (relativa a 2019), alcançando a neutralidade “em todos os países onde opera,” afirma.

Para 2050, elevando ambição de sustentabilidade com adesão à NZIA (sigla internacional que designa Aliança de Seguros para Zero de Emissões Líquidas), a Mapfre espera conquistar também, a meio do século, a neutralidade nas suas carteiras de subscrição de seguros e resseguro.

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Reembolsos do Fisco atingiram os 1.585 milhões de euros em IRS

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Maio 2022

Entre as declarações já liquidadas, cerca de 1,6 milhões levaram a reembolsos aos contribuintes.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) já devolveu cerca de 1.585 milhões de euros em IRS até esta quarta-feira, segundo o balanço divulgado pelo Ministério das Finanças. Até ao momento, foram entregues cerca de 3,6 milhões de declarações, das quais foram liquidadas 2,7 milhões.

No comunicado enviado esta quarta-feira, o ministério tutelado por Fernando Medina detalha que, das cerca de 3,6 milhões de declarações de IRS entregues pelos contribuintes, 40% foram submetidas através do IRS Automático e 60% foram submetidas de forma manual.

Entre as cerca de 2,7 milhões de declarações já liquidadas, cerca de 1,6 milhões correspondem a reembolsos aos contribuintes.

Por outro lado, foram também emitidas cerca de 342 mil notas de cobrança, num total de cerca de 224 milhões de euros, sendo as restantes nulas (isto é, sem lugar a reembolso ou nota de cobrança), de acordo com o gabinete das Finanças.

Estima-se que, no total, sejam entregues mais de seis milhões de declarações de IRS, tendo em conta o número fixado em 2021. Os contribuintes têm até ao final de junho para o fazer, mas muitos procuram acelerar este processo, obtendo mais rapidamente o reembolso, caso exista lugar a tal.

A entrega da declaração de IRS em 2022, relativa aos rendimentos auferidos em 2021, é feita exclusivamente através do Portal das Finanças. Os contribuintes podem também recorrer à linha de apoio da AT (217 206 707).

(Notícia atualizada às 20h32)

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Jaime Silvela desenvolve negócios da Solera em Espanha e Portugal

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2022

Gestor retorna à companhia para impulsionar implantação de novas soluções IA da Solera junto de seguradoras e do setor automóvel. Além do mercado ibérico, terá a região Latam.

Jaime Silvela, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Solera para Ibéria e Latam: “Queremos garantir o sucesso das seguradoras na revolução que é a aplicação de IA nos seus processos”

A Solera, especialista na gestão de ciclo de vida de veículos, incorporou Jaime Silvela como Diretor de Desenvolvimento de Negócios para chefiar implantação de soluções IA da companhia – através da sua plataforma Qapter – nos mercados de Portugal, Espanha (Ibéria) e América Latina (Latam).

Depois de ter exercido como Diretor Comercial da companhia em Espanha, ainda numa fase em que a empresa implementava soluções para digitalização de processos de gestão de sinistros, o gestor exerceu direção comercial na Equifax e, depois, foi responsável de Desenvolvimento de Negócios na Tractable. “Se queremos garantir o sucesso das seguradoras na revolução” que é a aplicação de IA (inteligência artificial) nos seus processos, “devemos fazê-lo a partir de uma posição de liderança, capacidade de inovação e investimento”, afirmou Silvela.

O regresso do executivo à empresa “coincide com o próximo lançamento nos mercados espanhol, português e latino-americano da nova geração de soluções baseadas em IA”, uma implantação que começou nos Estados Unidos e está a ser progressivamente replicada nos cerca de 100 países onde a multinacional de software opera várias linhas de negócio, como sinistros e reparação de veículos.

No caso dos mercados ibérico e latino-americano, “a experiência de Silvela na implantação de produtos inovadores será decisiva, acompanhando os clientes na integração de novas tecnologias que tornem os seus processos mais eficientes,” realça comunicado da companhia que se posiciona como SaaS (Software as a Service) no fornecimento de dados, serviços de gestão de frota e ciclo de vida integrado de automóveis.

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Conversas com Energia. Júlia Seixas ensina a reduzir emissões de CO2

A pró-reitora da Universidade Nova de Lisboa deu uma aula na Escola Secundária Marquês de Pombal sobre os efeitos das alterações climáticas e deu algumas dicas para se reduzir o CO2.

De discurso prático e olhos postos no futuro, Júlia Seixas, pró-reitora da Universidade NOVA de Lisboa, dedicou uma aula na Escola Secundária Marquês de Pombal ao tema das alterações climáticas, aos seus efeitos no quotidiano e em como podem os jovens combater este fenómeno.

Começando por ilustrar o excesso de CO2 na atmosfera enquanto um desequilíbrio do balanço energético, Júlia Seixas associa os chamados “eventos extremos”, como os tufões ou as cheias inesperadas, às consequências deste fenómeno. A professora, convidada para a segunda aula do Programa “Conversas com Energia”, promovido pela Fundação EDP, apontou para as consequências deste excesso de CO2 com um caso alemão, “talvez o país mais avançado do mundo”, onde cheias inesperadas no ano passado levaram à perda de 200 pessoas.

Para Seixas, quando um evento desta natureza atinge países menos desenvolvidos, a dimensão de vítimas atinge contornos superiores, pelo que sublinha a necessidade de pensar no futuro. A professora afirma que “já não vamos voltar ao clima dos vossos trisavós”, e como tal, é preciso adaptar o local onde estamos a viver ao “novo normal”, ou seja, viver com ondas de calor ou cheias rápidas.

Júlia Seixas destaca a onda de calor portuguesa de 2003, que evidenciou a falta de ar condicionado nas enfermarias dos hospitais, e também a iniciativa de algumas câmaras municipais que transportavam pessoas de risco para locais refrigerados. No entanto, para a professora, o essencial é “ir à origem do problema” e “acabar com o CO2 definitivamente”.

As “máquinas que sugam CO2” são as árvores

O ambiente refrigerado no interior do MAAT, em Lisboa, local onde decorre a “aula” de Seixas a estudantes do 11º ano, contrasta com o calor do exterior. Júlia Seixas destaca duas estratégias aparentemente simples para atingir a neutralidade carbónica: reduzir as emissões de CO2 e aumentar o número de “máquinas que sugam CO2, as árvores”.

Para a professora, “vocês é que vão tomar conta deste problema”, lamenta dirigindo-se aos jovens, de 17 anos, e por isso apela às novas gerações que coloquem pressão junto dos governos e das empresas. Em reação, um aluno admite não sentir confiança nos governos, de um modo geral, para a resolução da questão climática; já outro reconhece a existência de um diálogo, mas também não acredita que seja encontrada uma solução.

Júlia Seixas remata e aponta para o fecho das centrais elétricas a carvão do Pego e de Sines como um dos primeiros passos rumo à redução das emissões de CO2, mas também aponta para Elon Musk como um dos pioneiros da mobilidade elétrica automóvel. Ainda assim, a professora da Universidade Nova considera que as cidades do futuro vão ser desenhadas para as pessoas, em detrimento dos veículos pessoais, um conceito que estimulou o debate no auditório.

Medindo o pulso aos alunos quanto à sua opinião no que toca à posse de um carro, alguns dos jovens inquiridos mostraram-se adeptos da ideia. Para a pró-reitora o espaço público numa cidade é algo “raro”, e ora este existe para ser usufruído, ora é ocupado com carros. Embora Seixas sublinhe soluções de partilha de transportes, algumas vozes mantêm a preferência pela propriedade de um carro, mas rapidamente as visões voltam a convergir na questão alimentar.

Mais alimentos à base de plantas, menos consumo de carne

Para a pró-reitora, a indústria alimentar, nomeadamente a da carne, levanta questões em diversas frentes – desde a libertação de metano para a atmosfera pelas vacas à perda da biodiversidade causada pela produção intensiva das suas rações, sendo este último aspeto também parte de um problema geral no sistema alimentar global. “A produção de alimentos exige extensões enormes de terra”, esclarece Seixas, acrescentando que nos últimos 50 anos tem havido uma “alteração do solo de florestas e ecossistemas para a produção agrícola” a nível extremo.

Uma das soluções sugeridas pela professora passa pelas opções alimentares baseadas em plantas, visto que a pegada carbónica de um hambúrguer desta natureza difere face a um convencional. “Isto é algo que vocês enquanto consumidores conseguem fazer”, garante Seixas, destacando que as empresas desta área específica são das que registam, atualmente, o maior crescimento económico.

No entanto, antes de encerrar a sessão, a professora da Universidade Nova de Lisboa sublinha ainda soluções adicionais para o combate às emissões de CO2, como a organização de movimentos civis de pressão ao governo e empresas, ou medidas mais simples como hortas urbanas. No caso deste último exemplo, a professora reforça ainda que isto incentiva o modelo das cadeias de abastecimento curtas, em contraste das longas, havendo assim menos encargos de CO2 com a produção e transporte de alimentos.

Jazieli, aluna da escola presente esta terça-feira, mostrou-se sensibilizada em relação à mensagem transmitida pela professora, mas considera que as soluções apresentadas não são fáceis de implementar. Ainda assim, a aluna mostra-se esperançosa quanto ao futuro, e espera encontrar um maior número de pessoas a fazer reciclagem, como a própria já admite fazer, e coloca ainda como objetivo pessoal reduzir o consumo de carne.

Por sua vez, para o professor José Alberto Silva a sessão revelou-se uma oportunidade tanto para alargar perspetivas como para acrescentar informação. Apesar de reconhecer que a escola tem uma horta pedagógica, e que os assuntos alimentares são algo também em destaque no seu clube de ciência, o professor admite a necessidade de uma sensibilização constante dos alunos. José Silva considera que o quotidiano dos alunos nem sempre é propício a alterações nos seus hábitos, mas nota que os jovens mostram uma preocupação pelas questões alimentares, de mobilidade e de energias renováveis.

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Generali alcança posição maioritária em 2 seguradoras na Índia

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2022

Seguradora italiana reforçou até ao limite a participação acionista que detém em duas companhias companhias indianas. É o primeiro grupo internacional a usar a nova prerrogativa legal nos seguros.

O grupo Generali, com operação na Ásia desde 1975, onde serve cerca de 5 milhões de clientes distribuídos por 8 mercados da região, completou a aquisição de 25% de Future Generali India Insurance (FGII), alcançando assim o limite de 74% autorizado pelo governo indiano (desde 2021) às entidades internacionais que são acionistas de companhias locais.

A seguradora italiana refere que já obteve as autorizações regulatórias e, segundo a agência Reuters, vai pagar 145 milhões de euros pelos 25% adquiridos ao grupo Future Enterprises Limited, parceiro local na joint venture que opera em não Vida (P&C), elevando assim aos 74% a sua participação na FGII.

Em março último, a Generali completou transação similar, tornando-se igualmente acionista maioritária no capital da Future Generali India Life Insurance (FGILI) ao comprar a totalidade dos 16% que o Industrial Investment Trust Limited detinha nesta companhia do ramo Vida. Após esta operação, o grupo italiano passou a controlar 68% e poderá ainda reforçar para 71% no capital da FGILI até final de 2022, segundo comunicado.

Assumindo o controlo acionista nestas duas sociedades conjuntas, a seguradora italiana emerge como a primeira entidade internacional a beneficiar em pleno da lei indiana que, em 2021, elevou o limite máximo de participação estrangeira no setor segurador, dos 49% permitidos até então, para 74% do capital das operadoras indianas.

Ainda, segundo explica a companhia italiana, estes investimentos no mercado indiano estão alinhados com a estratégia definida no plano “Lifetime Partner 24: Driving Growth,” de reforçar a posição do grupo em mercados de crescimento acelerado.

Em outro comunicado, a Generali Asia confirma a nomeação de Bruce de Boize como Managing Director e CEO da companhia indiana do ramo Vida (FGILI). Bruce acumula mais de 30 anos de experiência na indústria de seguros e, mais recentemente, esteve cinco anos baseado na filial em Hong Kong com responsabilidade pelas operações de distribuição da Generali no conjunto de países da região (China, Hong Kong, Tailândia, Indonésia, Índia, Vietname, Malásia e Filipinas).

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Travão ao preço da eletricidade captura parte dos lucros inesperados das elétricas, diz ministro

Custos do mecanismo que introduz um teto no preço do gás não serão suportados apenas pelas elétricas. Consumidores de eletricidade que beneficiam com a medida vão também pagar parte dos custos.

O mecanismo que introduz um teto no preço do gás “é uma forma de capturarmos parte dos ganhos não esperados” das elétricas, afirmou o ministro do Ambiente e Ação Climática no Parlamento. Depois de aprovado o diploma em Conselho de Ministros, a solução que permite baixar os preços da eletricidade terá de receber a validação final de Bruxelas.

Portugal e Espanha conseguiram o acordo político da Comissão Europeia para a criação de um mecanismo que limita a cotação do gás natural usado na definição do preço da eletricidade, de forma a baixar o custo desta no mercado. Questionado pelo Bloco de Esquerda sobre os lucros extraordinários conseguidos pelas empresas de energia, Duarte Cordeiro afirmou que o teto no preço da eletricidade vai buscar parte dessa margem. “É uma forma de capturarmos parte dos ganhos não esperados destas empresas e mutualizarmos os ganhos não esperados no sistema”, disse o ministro.

Aqueles que estão a vender eletricidade pela fixação do preço do gás a um valor muitíssimo superior ao que esperavam — e que são os seus custos de produção — têm ganhos extraordinários e inesperados. Com o mecanismo veem esses ganhos capturados e aplicados e socializados no mercado de eletricidade para baixar o preço da eletricidade”, acrescentou Duarte Cordeiro, que está a ser ouvido esta tarde numa sessão conjunta da Comissão de Ambiente e Energia e da Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito da apreciação do Orçamento de Estado para 2022 na especialidade.

O mercado de eletricidade é marginalista, o que significa que o valor de referência é fixado com base no preço da última oferta que permite satisfazer a procura por energia. E a maior parte do tempo, são as centrais de ciclo combinado, onde a eletricidade é produzida a partir do gás natural, que em última instância satisfazem a procura. Com os preços da matéria-prima até seis vezes mais caros do que estavam há um ano, também o custo da eletricidade disparou.

O ministro deu o exemplo das barragens, onde as elétricas têm um custo de produção muito baixo mas acabam por vender aos preços elevados marcados pela influência do gás natural. “Através da produção hídrica vendem a um preço muito superior aquilo que venderiam, porque estão a vender ao preço que está a ser fixado pelo mercado do gás. É parte desse ganho que estamos a utilizar neste mecanismo. Para pagar a garantia de que o gás continua a ser pago pelo valor, mas ao mesmo tempo para baixar o preço” da eletricidade, acrescentou o sucesso de João Pedro Matos Fernandes.

Os custos não recaem apenas sobre as elétricas, mas também sobre os consumidores que são beneficiados com a medida. “Conseguimos fazê-lo dentro do sistema elétrico sem custos para os contribuintes. Obviamente que é suportado pelos consumidores que estão expostos ao mercado”, afirmou o ministro. Ou seja, são os consumidores do mercado liberalizado, expostos à flutuação dos preços, que beneficiam do mecanismo e o pagam.

Teto no preço da eletricidade ainda tem de voltar a Bruxelas

O processo de introdução de um teto nos preços do gás, que permita travar o impacto no custo da eletricidade, deverá estar concluído esta semana, depois de ter recebido esta semana a aprovação preliminar da Comissão Europeia.

O trabalho está “praticamente finalizado” e neste momento, Portugal e Espanha estão a “operacionalizar o mecanismo na lei”, um trabalho que o Governo “espera concluir esta semana”, acrescentou Duarte Cordeiro. O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, anunciou hoje, também no Parlamento, que Espanha e Portugal vão realizar um Concelho de Ministros extraordinário na sexta-feira para aprovar o diploma.

Duarte Cordeiro explicou que depois de aprovados os diplomas será ainda necessário “ter a validação de Bruxelas para depois implementar o mecanismo a nível nacional”.

Portugal e Espanha chegaram no final de abril a acordo com a Comissão Europeia para a introdução de um limite de 50 euros por MWh (preço médio) para o valor do gás natural que é usado no cálculo dos preços da eletricidade, por um período de 12 meses. Ficou a faltar o entendimento sobre as questões técnicas, que só ficou fechado esta semana.

“Desde o início do ano o gás marcou o preço da eletricidade em cerca de 88% das horas”, informou Duarte Cordeiro. “O valor médio que tivemos do preço do gás no mês de maio foi 85 euros por MWh, no mês de abril foi 95 euros, em março foi 138 euros, em fevereiro e em janeiro foi 86 euros”, enumerou, sublinhando que com o acordo o valor médio será de 50 euros. Pelas contas do Governo, se o teto já estivesse em vigor desde o início do ano, os preços no mercado de eletricidade seriam 18% mais baixos.

(Notícia atualizada às 19h45)

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Governo quer lançar este ano novo concurso para oleoduto de abastecimento ao aeroporto de Lisboa

  • Lusa
  • 11 Maio 2022

“O processo vai ter de ser repetido, temos celeridade no lançamento do novo concurso e, portanto, vamos ter de o fazer durante este ano”, disse o ministro Duarte Cordeiro.

O ministro do Ambiente disse esta quarta-feira que o processo para lançamento do concurso para construção de um oleoduto que abasteça o aeroporto de Lisboa “vai ter de ser repetido” e terá de ser lançado este ano.

O processo vai ter de ser repetido, temos celeridade no lançamento do novo concurso e, portanto, vamos ter de o fazer durante este ano”, disse o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, que respondia a uma questão do deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco, na Assembleia da República, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

Em causa está o anúncio feito pelo anterior ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em maio de 2019, sobre a construção de um oleoduto para abastecer o aeroporto de Lisboa, que aproveitará uma conduta de água existente, num investimento de cerca de 40 milhões de euros, feito por privados, cuja intenção era que estivesse concluído em 2021.

Vai ser construído, aproveitando a conduta do Alviela, da EPAL, que passa tangente à CLC [Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras] e vai até dois a três quilómetros do aeroporto [de Lisboa]. Está neste momento a ser desativada”, afirmou na altura Matos Fernandos, numa audição no parlamento. A decisão surgiu após uma greve de motoristas de matérias perigosas, já que o combustível chega ao aeroporto por via rodoviária.

Questionado sobre os moldes do novo concurso, Duarte Cordeiro esclareceu que “a estrutura será idêntica à que estava planeada”, sem no entanto explicar porque é que o processo terá de ser repetido.

Em 29 de maio de 2019, Matos Fernandes anunciou que estava a ser avaliada juridicamente a candidatura por parte da CLC, controlada pela Galp, que é a empresa responsável pela exploração do oleoduto entre Sines e Aveiras de Cima e também pela armazenagem e expedição de combustíveis na instalação de Aveiras de Cima.

Se a atividade fosse encarada como uma atividade de transporte, abria-se a possibilidade de negociar diretamente com este interessado. Caso fosse entendida juridicamente como atividade de distribuição, teria de se avançar com um concurso público.

Questionado ainda sobre as importações de gás natural e petróleo russos, o ministro do Ambiente lembrou que as importações de gás daquele território representaram cerca de 10% em 2021 e, no caso do petróleo, há dois anos que não Portugal não compra matéria-prima à Rússia.

Assim, no caso de a União Europeia avançar com um embargo ao petróleo russo, tal “não vai ter qualquer impacto” em Portugal, apontou o governante. No entanto, Duarte Cordeiro disse que o Governo português está “solidário” e acompanha as posições tomadas a nível europeu e que não têm sido tomadas “decisões de caráter individual” por parte de Portugal.

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Pequenos hotéis procuram ajuda para escalar “montanha” do digital

Especialistas e empresários da hotelaria estiveram reunidos no Porto para falar sobre transição digital e o obstáculo da inflação. Governo promete Estado 4.0 para não “afundar” setor em burocracia.

Ainda não havia Covid-19 quando a associação que representa hotéis, restaurantes, cafés e similares (AHRESP) começou a pensar na transição digital da hotelaria. Três anos depois do início dos trabalhos, o projeto Hotel 4.0 teve o evento final nesta quinta-feira, no centro de congressos da Alfândega do Porto. Ajudar os pequenos negócios a enfrentar o mercado digital é a principal preocupação.

“Preocupam-nos as pequenas empresas. São os pequenos empresários que mais precisam de nós. Por isso é importante desmistificar o digital e tornar o dia-a-dia mais simples“, destacou o vice-presidente da associação, Tiago Quaresma, na abertura da sessão.

Num hotel da geração 4.0, a tecnologia de inteligência artificial serve para ajudar os funcionários a tratarem melhor os hóspedes e proporcionar-lhes experiências personalizadas. “O digital é uma maravilhosa ferramenta para trazer soluções e reforçar a dimensão humana do nosso setor”, acrescentou o mesmo responsável.

Depois das perdas astronómicas na pandemia, este é o momento de investir nas empresas. Ainda há muitas empresas, sobretudo as pequenas, que não tiram partido das novas ferramentas digitais

Mónica Gonçalves

Dirigente da região de turismo do Porto e Norte de Portugal

O mesmo aviso para as pequenas empresas de hotelaria foi deixado pela entidade de turismo do Porto e Norte de Portugal. “Depois das perdas astronómicas na pandemia, este é o momento de investir nas empresas. Ainda há muitas empresas, sobretudo as pequenas, que não tiram partido das novas ferramentas digitais”, assinalou a dirigente da região de turismo, Mónica Gonçalves.

Aposta na transição

A aposta no Hotel 4.0 também foi trazida ao debate pela convidada internacional da conferência, a diretora-geral da associação europeia congénere da AHRESP. Maria Audren destacou a transição digital como uma das quatro prioridades da entidade para o longo prazo.

“Queremos contribuir para uma hospitalidade mais inovadora, o que implica instalar ferramentas digitais. Isso implica investimento e compromisso de longo prazo. Só que para as pequenas empresas é uma montanha para escalar”, alertou a responsável da HOTREC.

A inovação na hotelaria foi também o tema em debate num outro painel, que contou com Fernando Alexandre, professor de Economia da Universidade de Aveiro; a diretora-geral do hotel Sheraton no Porto, Joana Almeida; e o presidente do programa operacional de fundos comunitários Compete, Nuno Mangas.

Quando estávamos a lançar a rampa [da recuperação pós-Covid], agora temos o impacto da guerra, que afeta a logística e o custo dos bens.

Joana Almeida

Diretora-geral do hotel Sheraton no Porto

O economista Fernando Alexandre destacou que Portugal “não passará para outro patamar de investimento se não inovar mais e apostar em conhecimento”.

Já a líder do Sheraton Portugal chamou a atenção para a nova dificuldade que a inflação está a gerar na gestão dos negócios. “Quando estávamos a lançar a rampa, agora temos o impacto da guerra, que afeta a logística e o custo dos bens”, lamentou.

Para ajudar na transição digital dos hotéis, o líder do Compete deixou uma sugestão para eventuais candidatos a apoios e financiamentos com selo europeu. “Não aguardem pelo aviso para desenvolverem a vossa proposta. Não deixem de ir trabalhando para aproveitarem as oportunidades”, recomendou Nuno Mangas.

Nuno Mangas, acompanhado pelo ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.Ricardo Castelo/LUSA 1 Março 2019

Em dois anos, o projeto Hotel 4.0 juntou centenas de empresas de Norte a Sul do país, assim como especialistas e decisores nacionais e internacionais, em estudos e análises, ações de sensibilização e debates. Foi dinamizado um think tank, coordenado por Jaime Quesado, do qual resultou um policy paper com ideias para seis áreas chave de desenvolvimento da hotelaria e do turismo.

O roadshow Hotel 4.0 Talks, que arrancou virtualmente, teve também sessões presenciais em Coimbra, Braga e Évora. Finalmente, foi ainda lançado um concurso de ideias para estudantes do ensino superior, que desafiou cerca de duas dezenas de escolas e universidades a apresentarem soluções inovadoras para acelerar a transformação digital na hotelaria.

Estado 4.0 para não “afundar” hoteleiros em burocracia

No encerramento da conferência, no Porto, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, lembrou que o turismo contava com perto de 400 mil trabalhadores antes da pandemia, perdeu 20% e está agora “em retoma na angariação de talento”. “Mas temos de reter, capacitar e fidelizar este talento para ficar connosco e continuar a permitir atingir as metas”, notou.

Visando os empresários na plateia, a governante assinalou que é igualmente relevante “trabalhar a Empresa 4.0”, sublinhando que “para transformar digitalmente o setor é preciso apostar no empreendedorismo e em instrumentos financeiros que acarinhem o investimento inteligente”.

Para transformar digitalmente o setor é preciso apostar no empreendedorismo e em instrumentos financeiros que acarinhem o investimento inteligente.

Rita Marques

Secretária de Estado do Turismo

“E temos de ter também o Estado 4.0, que ainda não temos. Estamos um bocadinho longe disso. Temos de criar serviços digitais, condições para que o empresário não se afunde” em burocracia, reconheceu Rita Marques. Uma administração pública mais ágil a nível central e também local, notou, falando no “papel importante dos municípios, que têm de estar mais conectados e abertos às necessidades” da indústria hoteleira.

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Guerra na Ucrânia alerta shipping e aumenta custos das seguradoras com sinistros

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2022

AGCS espera navios danificados ou perdidos em incidentes com minas marítimas, ataques de rockets e bombardeamentos em zonas de conflito. Seguradoras confrontadas com indemnizações por cargas retidas.

A indústria naval (shipping) manteve, em 2021, tendência de longo prazo com sinal positivo ao nível da segurança (safety), tendo sido reportadas 54 perdas totais (dados até 1 março 2022) em comparação com 65 um ano antes, indica o “Safety and Shipping Review 2022,” mais recente relatório anual da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) sobre tendência e evolução na perda de embarcações, novos riscos e segurança na marinha mercante.

As perdas anuais de navios diminuíram 57% durante a última década desde 2012 (127), enquanto 2021 representa uma melhoria significativa em relação à média móvel de perdas de 10 anos (89), refletindo o “maior enfoque em medidas de segurança, tais como regulamentação, melhor conceção e tecnologia de navios e avanços na gestão de riscos”, explica o estudo. O Sul da China, Indochina, Indonésia e Filipinas constituem principal ponto de perdas a nível global, sendo responsável por cerca de 20% das perdas (12), embora em decréscimo, ano após ano. O Golfo Arábico (9), com aumento significativo em perdas, ocupa segundo lugar à frente do Mediterrâneo Oriental e do Mar Negro, que é terceiro (7). As águas do Sudeste Asiático foram também epicentro de perdas da última década (225 em 892), explicado por fatores como “elevados níveis de comércio local e internacional, portos congestionados, frotas mais antigas e condições meteorológicas extremas”.

No entanto, além de constrangimentos criados pela pandemia e outros que implicam o setor marítimo na questão da transição climática, ambos objeto de análise no relatório, a tragédia da invasão da Ucrânia “causou perturbação generalizada no Mar Negro e noutros locais, exacerbando problemas nas cadeias de abastecimento, congestionamento dos portos e problemas da crise com as tripulações causadas pela pandemia de Covid-19,” afirma Rahul Khanna, Capitão de Marinha e Global Head of Marine Risk Consulting na AGCS, braço de linhas especiais e grandes riscos do grupo Allianz.

Mais sinistros em apólices com coberturas de guerra e risco cyber

Na abordagem ao impacto da guerra nos seguros e segurança marítima, o relatório sublinha que a invasão russa na Ucrânia afeta o shipping em múltiplas frentes, nomeadamente perda de vidas e de navios no Mar Negro; disrupção do comércio e o peso crescente das sanções sobre as operações com efeitos de arrastamento para a tripulação; custo e indisponibilidade de combustível e potencial de risco cibernético crescente.

É provável que a indústria de seguros se confronte com maior volume de participações de sinistro em coberturas de guerra de seguros especiais por navios danificados ou perdido em incidentes com minas marítimas, ataques de rockets e bombardeamentos em zonas de conflito,” desenvolve Justus Heinrich, Global Product Leader, Marine Hull, na AGCS. As seguradoras também serão confrontadas com pedidos de indemnização por cargas bloqueadas ou apreendidas em portos e águas costeiras ucranianas, admite o especialista em seguro de casco.

A evolução no rol de sanções contra interesses russos representa outro desafio de peso, acrescenta o documento da AGCS.

Além de efeitos diversos na marinha mercante, como ao nível laboral (Rússia e Ucrânia, representa juntas cerca de 14% da tripulação de frota mundial), o prolongamento do conflito poderá ter consequências mais marcante no comércio global de energia e outras mercadorias, acrescenta a AGCS. Ao mesmo tempo, as agências de segurança marítima apontam perspetiva acrescida de riscos cibernéticos no transporte marítimo, como bloqueio do GPS, falsificação do sistema de identificação automática (AIS) e potenciais interferências em sistemas eletrónicos navais, refere a Allianz.

A marinha mercante internacional é responsável pelo transporte de cerca de 90% do comércio mundial, pelo que a segurança dos navios “é fundamental,” nota a AGCS. Durante o início dos anos 90, a frota mundial perdia mais de 200 navios por ano, um número que desceu para cerca de 50 a 75 por ano, ao longo dos últimos quatro anos. Esta estatística torna-se ainda “mais impressionante” ao saber que existem atualmente cerca de 130.000 navios na frota global (mais de 100 toneladas brutas) em comparação com cerca de 80.000 GT há 30 anos.

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IL está “bastante otimista” que PS aceitará proposta de baixar IRS no OE2022

Essa proposta iria beneficiar os trabalhadores que ganhem entre 900 a 1.300 euros líquidos. Os liberais estão "otimistas" quanto às hipóteses do Governo PS aceitar a proposta.

Depois de reunir com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o deputado Carlos Guimarães Pinto disse estar “bastante otimista” de que o Partido Socialista vai aceitar uma proposta da Iniciativa Liberal em que se aplica uma única taxa, de 14,5%, a todos os contribuintes que auferem um rendimento inferior a metade do salário base de um deputado (cerca de 3.600 euros brutos).

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o deputado liberal explicou que essa proposta iria beneficiar os trabalhadores que ganhem entre 900 a 1.300 euros líquidos. “Estamos bastante otimistas de que esta proposta possa efetivamente passar, o que seria uma enorme vitória para os portugueses“, disse Carlos Guimarães Pinto, referindo que seria “hipocrisia” do PS rejeitar esta proposta uma vez que apenas se foca nos rendimentos mais baixos.

Porém, é de notar que do lado do Governo não existe, até ao momento, nenhum sinal público de que queira baixar mais o IRS neste Orçamento. Mesmo quando confrontado com uma medida comum (mas ausente do OE2022) que é atualização dos valores dos escalões de IRS à taxa de inflação prevista para 2022, o Executivo tem desvalorizado o seu impacto, argumentando que é mais importante o desagravamento fiscal decorrente do desdobramento dos escalões.

Quero acreditar que estão a negociar de boa-fé e que, portanto, vão aprovar esta medida. Os portugueses ficariam muito desiludidos se isso não acontecer“, acrescentou. O deputado liberal esclareceu que foi o Governo quem chamou a IL para esta reunião sobre o OE2022 e presume que foi com a vontade de negociar esta proposta em particular.

Contudo, mesmo que esta proposta seja aprovada pelo PS, “falta muito para que este Orçamento mereça a abstenção” do partido. Ou seja, à partida a Iniciativa Liberal vai manter o voto contra da generalidade na votação final global do OE2022 marcada para dia 27 de maio.

Esta proposta da IL foi anunciada pelo próprio deputado na discussão na generalidade do OE2022 a 22 de abril. “O desafio que vos lanço aqui é que nos unamos numa proposta não de uma taxa única, mas de uma única taxa para todas as pessoas cujo rendimento é inferior a metade do nosso salário base“, começou por dizer Carlos Guimarães Pinto, sugerindo aos deputados que se estenda “o limite máximo do 1º escalão até todas as pessoas que ganham menos de metade do nosso salário base”.

Se o vosso problema com a taxa única é o alívio de quem ganha mais, então sei que não irão rejeitar este desafio“, argumentou o deputado liberal, concluindo que “certamente” todos concordam “que quem ganha menos de metade do nosso salário merece, principalmente nesta fase, um aumento de rendimento”, sejam funcionários públicos, privados ou recibos verdes.

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Da energia limpa ao acelerador para a transição energética, estes são os vencedores do Prémio Cidades e Territórios do Futuro

A promoção de um ecossistema com eletricidade limpa ou um acelerador para a transição energética estão entre os vencedores dos prémios APDC por melhor transformarem a vida das cidades portuguesas.

Um projeto de inovação e empreendedorismo social, denominado 100 Aldeias, para combater a pobreza energética em comunidades rurais, através do acesso a eletricidade limpa “de origem solar, produzida localmente e mais barata, sem necessidade de investimento dos participantes”. Ou um Acelerador para a Transição Energética do Porto (ATEP) que resultou de uma colaboração entre a E-REDES, a Câmara Municipal do Porto e a Agência de Energia do Porto, com o objetivo de “acelerar”, de forma efetiva e eficaz, a transição energética e digital nas cidades.

Estes foram alguns dos vencedores das várias categorias do Prémio Cidades e Territórios do Futuro dados a conhecer durante o 31º Digital Business Congress, da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), em Lisboa. Todas estas ideias são pioneiras e contribuem para tornar “as cidades espaços mais habitáveis, sustentáveis e economicamente viáveis”, lê-se numa nota enviada às redações.

Entre as categorias premiadas estão a saúde e bem-estar, a economia circular, a descarbonização e desenvolvimento económico, a igualdade e inclusão, as qualificações, a mobilidade e logística, a colaboração intergeracional, além do relacionamento com o cidadão e participação. Há ainda o “Prémio Supra-Categoria”.

Entre os premiados que “melhor usam a tecnologia para transformar a vida nas cidades portuguesas”, realça a APDC, está, por exemplo, o projeto inovação e empreendedorismo social 100 Aldeias com “foco nos territórios de baixa densidade de Portugal”. Este projeto, do promotor Cleanwatts, distingue-se na categoria da economia circular e descarbonização por “aumentar o conforto térmico, baixar os custos energéticos em cerca de 30%, reduzir a pegada ecológica e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas aldeias de Portugal”, descreve a entidade no mesmo comunicado.

Na prática, este projeto consiste no desenvolvimento de comunidades de energia, numa espécie de ecossistema energético, que integram entidades locais, empresas, juntas de freguesia, IPSS, município, coletividades e cidadãos, incluindo famílias economicamente vulneráveis. “Quem participa pode ter acesso a energia limpa, com isenção de parte das tarifas de acesso à rede”, explica a nota.

Ainda nesta categoria, há uma menção honrosa atribuída às Águas de Gaia & Wakaru Consulting com o projeto Water Wise System que consiste numa solução de software para a monitorização inteligente de redes de distribuição de água, estando na dianteira da gestão sustentável da água.

“O projeto-piloto explora os dados de mais de 200 sensores de caudal instalados desde os pontos de entrega de água da Águas de Gaia até às zonas de monitorização e controlo, incluindo os reservatórios, ao longo da rede de distribuição de água para consumo humano”, refere a APDC. A empresa passa, assim, a monitorizar, em tempo real, toda a informação sobre movimentos e consumos de água, “com identificação de eventos anómalos para uma intervenção mais rápida ao nível de existência de caudais de fuga, roturas, consumos anómalos mas também padrões de consumo para gerir, de forma cada vez mais eficiente, a procura”.

Já o prémio da categoria desenvolvimento económico distinguiu o projeto Acelerador para a Transição Energética do Porto (ATEP) que resultou de uma colaboração entre a E-REDES, Câmara Municipal portuense e Agência de Energia do Porto, com vista a acelerar, de forma efetiva e eficaz, a transição energética e digital nas cidades.

No caso da saúde e bem-estar, os holofotes voltaram-se para o projeto HorteebyFhlud, um mercado online que surge como ferramenta de vendas para agricultores e consumidores. O promotor é Ivanoel Rodrigues, Karyna Yurchenko e António Luzio.

Também neste item foi atribuída uma menção honrosa, desta feita, ao Balcão SNS 24 dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E.P.E. Trata-se de um espaço físico, de inclusão digital para garantir a todos os cidadãos o acesso aos canais digitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este projeto resulta de uma rede de parcerias entre municípios, juntas de freguesia, agrupamentos de centros de saúde e Administrações Regionais de Saúde. “A iniciativa veio melhorar o acesso aos serviços de saúde digitais, evitando deslocações às unidades de saúde e permitindo que as pessoas possam, de uma forma segura e rápida, renovar receitas de medicamentos, consultar resultados de exames, aceder aos guias de tratamento, marcar consultas ou realizar uma teleconsulta através da RSE Live, entre outros”, descreve a APDC no comunicado.

Já no campo da igualdade e inclusão, a Associação para Inserção por Centros Digitais de Informação (AICD) foi a grande vencedora com os Centros de Cidadania Digital (CCD). “São espaços colaborativos, de disponibilização de ferramentas digitais, onde os cidadãos de diversas faixas etárias e origens, afastados das tradicionais respostas sociais e de educação, são convidados a identificar estratégias e soluções inovadoras para problemas” do quotidiano, da sua comunidade e/ou do mundo. Este projeto vencedor promove o recurso à tecnologia para a criação de projetos sociais, de modo a cumprir a missão de inclusão e inovação social e digital.

Também nesta categoria existe uma menção honrosa atribuída ao projeto Linhó Circular que resultou de um trabalho de investigação dos reclusos do Estabelecimento Prisional do Linhó em parceria com a Câmara de Cascais. Este projeto promove o desenvolvimento sustentável, através da economia circular, assente num projeto agrícola que contempla ainda um sistema local de tratamento de resíduos orgânicos com produção de fertilizantes e microgeração de energia.

O projeto, da Câmara Municipal de Cascais e da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, prevê a plantação de 5.800 árvores. Esta ideia casa a componente produtiva com a pedagógica e social dos reclusos, através da formação profissional certificada e produção de energia a partir de fontes renováveis nas zonas com potencial solar e eólico.

Na categoria qualificações, o grande vencedor foi a plataforma Recode, da Associação para Inserção por Centros Digitais de Informação. Esta plataforma disponibiliza cursos, de forma gratuita e acessível, para capacitar os formandos com competências comportamentais, digitais e tecnológicas. “O objetivo é melhorar a qualidade de vida, utilizando a tecnologia para criar uma nova geração de pessoas autónomas, conscientes e conectadas, capazes de reprogramar a realidade”, lê-se na mesma nota.

Uma aplicação para turistas denominada “Letzgo Travel”, do promotor Djalmo Gomes, arrecadou o prémio na categoria mobilidade e logística. “Pela primeira vez, os turistas conseguem encontrar, numa aplicação, tours self-drive com áudio guia, bilhetes skip-the-line para as principais atrações e ainda pacotes de dados de internet”.

Já a menção honrosa foi para Miguel Peliteiro e Luís Rita com a aplicação “cycleai” que foi criada para tornar as deslocações mais ecológicas e seguras. Este projeto contempla um planeador de rotas de aprendizagem automática com base na perceção de segurança dos ciclistas e prevê a criação de uma aplicação multiplataforma, com sugestão de rotas mais seguras.

No caso da categoria intergeracional, a distinção foi para a plataforma digital dNovo, da Associação dNovo, com vista à criação de “um contexto de ecossistema sinérgico para promover o regresso a uma atividade renumerada por parte de profissionais com mais de 50 anos, com formação superior, em situação de desemprego e experiência profissional em funções executivas de direção e cargos de liderança”.

A ferramenta digital “O Nosso Chão”, do promotor Rés do Chão e SPOT Games, venceu no item relacionamento com o cidadão e participação, com um jogo implementado em escolas e outras instituições, que permite aos “jovens experimentarem e vivenciarem processos participativos de auscultação, diagnóstico e melhorias do espaço físico e social dos territórios em que estudam e habitam”.

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Ministra espanhola de Economia recusa ser fotografada em evento onde era a única mulher

Há três meses a ministra Nadia Calviño anunciou que não iria participar como oradora em eventos ou sessões fotográficas em que fosse a única mulher.

A ministra espanhola dos Assuntos Económicos e Transformação Digital, Nadia Calviño, recusou participar numa sessão fotográfica de um evento quando se deu conta de que era a única mulher, cumprindo uma promessa feita em fevereiro.

Calviño recusou participar na fotografia de grupo do evento, organizado pela organização patronal de Madrid, justificando com a vontade de manter uma promessa feita há três meses de que só iria participar em fotografias acompanhada de outras mulheres, segundo a EFE.

Em fevereiro, Nadia Calviño anunciou que iria participar em eventos onde fosse a única mulher oradora.

Nadia CalviñoEC Audiovisual Services

“Não vou voltar a estar numa fotografia em que seja a única mulher. Não vou voltar a participar num debate em que sou a única mulher”, assegurou na época a ministra, a primeira vice-primeira-ministra do Governo e uma das 14 mulheres, de um total de 23 membros, que fazem parte do Governo espanhol.

A ministra só acedeu ser fotografada, depois de Sara Molero, a secretária geral da federação, a CEIM-CEOE, se ter juntado ao resto dos organizadores, disse um porta-voz do ministério.

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