Mercado de trabalho em Portugal foi mais dinâmico do que na UE em 2021

A procura não correspondida de emprego na UE atingiu 14% da mão-de -obra alargada, enquanto em Portugal atingiu 12,6% em 2021.

Portugal registou maior dinamismo no mercado laboral do que a média dos países da União Europeia (UE) em 2021. Segundo os dados do Eurostat, divulgados esta quinta-feira, no ano passado, a procura não correspondida por emprego atingiu 12,6% da população ativa portuguesa, número que subiu para 14% no caso da média comunitária.

A procura insatisfeita de emprego na UE, que se pode encarar como a folga do mercado de trabalho, atingiu 14% da mão-de-obra alargada (15-74 anos), correspondendo a 31,2 milhões de pessoas, adianta o gabinete de estatísticas europeu. Este indicador caiu face a 2020, quando tinha chegado aos 14,9%, principalmente devido à pandemia, que fez aumentar o número de pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não o procuram.

Olhando para as componentes desta métrica do mercado de trabalho em 2021, o desemprego na UE chegou a 6,7% da força de trabalho alargada, as pessoas disponíveis para trabalhar mas que não procuravam situou-se em 3,7%, os trabalhadores a tempo parcial subempregados em 2,8% e as pessoas à procura de trabalho mas não imediatamente disponíveis a 0,8%.

Em Portugal, a componente com mais peso neste indicador é o número de desempregados (6,4%), seguido das pessoas que estão disponíveis para trabalhar mas não estão à procura (3,1%), enquanto os trabalhadores em part-time correspondem a 2,7% da população ativa.

Quanto aos restantes Estados-membros, foi em Espanha que se registou uma maior “folga” do mercado de trabalho (24,1%), seguida pela Itália (22,8%) e Grécia (22,2%). Por outro lado, a República Checa (3,9%), Malta (5,5%) e a Polónia (5,7%) registaram a menor taxa neste indicador.

O Eurostat destaca também que, tendo em conta as componentes do indicador, os países do leste e do sul (exceto Itália) foram caracterizados por uma maior proporção de desemprego na folga do mercado de trabalho do que os países do ocidente e do norte. Na República Checa, Eslováquia, Lituânia, Malta e Grécia, mais de seis em cada dez pessoas que enfrentam uma procura não satisfeita de emprego não estavam empregadas, estavam disponíveis para trabalhar e à procura. No entanto, menos de quatro em cada dez pessoas à procura estavam desempregadas nos Países Baixos, Irlanda, Itália e Luxemburgo.

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Salários subiram, mas inflação ditou corte real de 2%

A inflação levou a que se registasse uma queda, em termos reais, do salário bruto médio mensal, no primeiro trimestre deste ano. Fixou-se em 1.258 euros.

A inflação está a levar a uma perda de poder de compra dos portugueses. A remuneração bruta média mensal por trabalhador aumentou 2,2%, para 1.258 euros, no primeiro trimestre deste ano, mas em termos reais, devido à evolução dos preços, diminuiu 2%, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira.

“Em termos reais, tendo como referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total média diminuiu 2,0% e tanto a regular como a base diminuíram 2,5%“, explica o INE. Valores abrangem 4,3 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações.

A inflação tem vindo a acelerar, tendência que se acentuou com a guerra na Ucrânia, e ainda não mostrou sinais de abrandar. O INE confirmou esta quarta-feira que a taxa de inflação homóloga em Portugal acelerou para 7,2% em abril, o valor mais elevado desde março de 1993 e um aumento de 1,9 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior.

É à luz deste indicador que o INE salienta o corte real nos salários, que não acompanharam os preços. “Ajustando para a inflação, medida pela variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), que foi 4,3% no trimestre terminado em março de 2022, as remunerações analisadas (total, regular e base) registaram as seguintes variações homólogas reais: -2,0%, -2,5% e -2,5%”, diz o gabinete de estatísticas.

A componente regular da remuneração (que exclui, entre outras componentes salariais, os subsídios de férias e de Natal) situou-se em 1.127 euros, enquanto a remuneração base atingiu os 1.058 euros, ambas registando subidas homólogas que em termos reais se transformam em quebras.

Olhando para os vários setores, o INE conclui que, em relação a março de 2021, “os maiores aumentos da remuneração total foram observados nas Atividades Imobiliárias (secção L; 6,4%), nas empresas de 1 a 4 trabalhadores (6,2%), no setor privado (3,0%) e nas empresas de Serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento (5,5%)”.

Por outro lado, registaram-se quedas nos salários dos trabalhadores nas atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (secção D; -16,3%), nas empresas de 500 ou mais trabalhadores (-0,6%) e nas empresas de Alta tecnologia industrial (-0,5%).

Entre estas reduções, é de destacar a diminuição da remuneração total nas atividades de Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio, que atingiu os 16,3%.

Já entre setores, é possível verificar que no setor privado, as remunerações aumentaram de forma mais expressiva, apesar de continuarem abaixo dos valores registados nas Administrações Públicas. No setor institucional das Administrações Públicas, a remuneração total atingiu 1.667 euros em março de 2022, enquanto no privado foi de 1.173 euros.

É de recordar que os funcionários públicos tiveram um aumento de 0,9% este ano, valor que foi definido a partir do valor da inflação comunicado a 30 de novembro do ano passado. Os sindicatos que representam estes trabalhadores têm vindo a reivindicar um aumento intercalar, mas o ministro das Finanças já afastou essa hipótese.

(Notícia atualizada às 11h55)

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Bruxelas decide eliminar a partir de junho alívio de regras para ajudas estatais

  • Lusa
  • 12 Maio 2022

Bruxelas não vai prolongar quadro temporário de auxílios estatais Covid-19 além de 30 de junho de 2022, dada a “melhoria da situação económica tendo em conta a flexibilização das restrições”.

A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira que, devido à “melhoria da situação económica tendo em conta a flexibilização das restrições” da Covid-19, optou por não prolongar, além de junho, o quadro temporário com alívio de regras para ajudas estatais.

“A melhoria da situação económica, tendo em conta a flexibilização das restrições, é a principal razão pela qual decidimos não prolongar o quadro temporário de auxílios estatais Covid-19 para além de 30 de junho de 2022, com exceção das medidas de apoio ao investimento e à solvência, que estarão em vigor até 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2023, respetivamente, como já previsto nas regras atuais”, anuncia em comunicado a vice-presidente executiva da Comissão Europeia com a tutela da Concorrência, Margrethe Vestager.

De acordo com a responsável, está prevista uma “eliminação gradual, progressiva e coordenada”, pelo que “as empresas afetadas não ficarão subitamente isoladas do apoio necessário”.

Em comunicado, a Comissão Europeia informa então que “irá eliminar progressivamente o quadro temporário de auxílios estatais Covid-19”, adotado inicialmente em março de 2020 para ultrapassar graves perturbações na economia no contexto da pandemia.

Isto significa que este enquadramento temporário não será prorrogado para a maioria dos instrumentos além da atual data de termo, que é 30 de junho de 2022, sendo, porém, possível que os Estados-membros ainda forneçam medidas específicas de apoio ao investimento e à solvência até 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2023.

Adotado em março de 2020, este quadro veio alargar os apoios que os Estados-membros podem dar às suas economias, normalmente vedados pelas regras concorrenciais da UE, que se traduzem em empréstimos com garantias estatais, subvenções, entre outros.

Na declaração à imprensa, Margrethe Vestager destaca que este quadro temporário “permitiu aos Estados-membros agirem rápida e eficazmente para ajudar as empresas afetadas pela crise, assegurando ao mesmo tempo que o apoio permanecia limitado às que realmente necessitavam”.

E, segundo dados de Bruxelas, a Comissão adotou mais de 1.300 decisões no contexto da pandemia, aprovando cerca de 950 medidas nacionais para um montante total estimado de auxílio estatal aprovado de mais de três biliões de euros.

Já falando sobre as consequências económicas do conflito armado da Ucrânia, causada pela invasão russa, Margrethe Vestager adianta que o executivo comunitário está “consciente de que a guerra na Europa está a ensombrar os sinais positivos de recuperação”.

Admitindo que “isto está a criar uma perturbação na economia europeia e a ter um impacto grave na recuperação”, a responsável europeia vinca que “cada crise é diferente e requer instrumentos específicos”.

E lembra que, além dos auxílios estatais, os países da UE podem avançar com medidas de compensação às empresas por danos diretamente sofridos devido a circunstâncias excecionais ou com medidas que ajudem as empresas a fazer face a carências de liquidez e que necessitem de auxílio de emergência urgente.

 

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A ASAP – O começo de uma longa história com 20 anos

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  • 12 Maio 2022

João Pedro Gonçalves Gomes, 1º Presidente do Conselho Diretor da ASAP

Corria o mês de Novembro do ano 2000 quando fui convidado no Brasil (São Paulo) para estar presente num jantar informal do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados – CESA. O jantar era em casa de um advogado ilustre e amigo de longa data, Horácio Bernardes, então Presidente da Association International des Jeunes Avocats – AIJA – e também Vice-Presidente do CESA.

O evento teve como propósito um encontro informal dos membros da CESA alusivo à época de Natal. Fiquei curioso sobre a Instituição, de que já tinha ouvido falar (o escritório Castro, Barros, Sobral, Gomes havia sido sócio fundador em 1983). Assim, resultou por demais esclarecedora a troca de impressões informal que ocorreu em casa do Dr. Horácio Bernardes com os diversos elementos, todos eles sócios de Sociedades de Advogados que integravam o CESA.

Desde logo, dei-me conta da enorme solidariedade, simpatia e facilidade de comunicação que se gerara entre todos os membros que ali se encontravam. Com um e outro fui conversando e recolhendo a sua opinião sobre a associação e os seus frutos.

O intercâmbio de ideias, a colaboração nos dossiers em função da especialidade, a rotatividade dos estagiários em áreas de escritório complementares, a mais valia de uma força conjunta na aquisição de equipamento, o clima de abertura, simpatia e solidariedade que se gerou entre as Sociedades de Advogados, era, de facto, notório. Não existia naquele jantar uma única opinião divergente sobre as enormes vantagens, sendo o saldo amplamente positivo!

Ali estavam representadas as grandes Sociedades de Advogados do Brasil – nomes ilustres como Clemencia Beatriz Wolthers, Celso de Sousa Azzi, Thomas Benes Felsberg, Otávio Uchôa da Veiga Filho, António Alberto Gouveia Vieira, António Corrêa Meyer, João Humberto Martorelli e Ronaldo Camargo Veirano, entre outros. Lá me foram contando que anteriormente à existência do CESA todos estavam muito voltados de costas uns para os outros e que a intervenção da Associação abriu novos horizontes, estabeleceu pontos de contacto e gerou um saudável convívio que favoreceu tudo e todos.

Passou a ser comum Sociedades mais especializadas em determinadas áreas do direito colaborarem com as outras, com a garantia da independência de clientela e salvaguarda da mesma. Os grandes temas de debate que se colocavam à profissão de advogado passaram a ser abarcados pela Associação ao estilo de fórum interno, permitindo ser esta o interlocutor qualificado para tratar dos assuntos junto à Ordem dos Advogados do Brasil.

Acima de tudo notei que quem ali estava não eram só concorrentes, mas sim amigos solidários, colegas de trabalho na mesma profissão, capazes de se ajudar, apoiar, pondo as suas capacidades, as suas áreas de especialização, os seus contactos no exterior, os seus escritórios no estrangeiro, à disposição de uns e de outros.

O que aprendi levou-me a refletir profundamente no quanto de útil seria batalhar e avançar por um caminho similar em Portugal. De facto, também na advocacia nacional e no crescimento ainda embrionário das Sociedades de Advogados Portuguesas, existia, e ainda existe um pouco, a política do «orgulhosamente sós». Na sua maioria, as Sociedades de Advogados viviam centradas em si próprias, com falta de diálogo e capacidade de troca de opiniões e ideias para um trabalho com benefício conjunto.

João Pedro Gonçalves Gomes, 1º Presidente do Conselho Diretor da ASAP

 

Assim, a pouco e pouco assentámos ideias sobre a necessidade de criar uma Associação em Portugal que representasse as Sociedades de Advogados junto das entidades públicas e privadas, que promovesse estudos e tomasse posição em nome das Sociedades de Advogados nas decisões jurídicas e assuntos relativos à administração da justiça, promovendo também estudos em defesa das questões dos interesses desses mesmos advogados.

Visava-se também a obtenção de maiores facilidades no exercício da profissão de advogado organizada societariamente, sendo um fórum de debate dos problemas de interesse dessas mesmas Sociedades de Advogados com capacidade de diálogo e expressão junto à Ordem dos Advogados de Portugal.

Tratava-se igualmente de promover cursos, conferências, congressos e outras organizações visando o estudo de matérias ligadas ao exercício da nossa profissão.

Enfim, fazendo curta uma longa história, pretendia-se aproximar mais as Sociedades de Advogados, os seus sócios e colaboradores, visando um intercâmbio profissional que permitisse muitas vezes satisfazer as necessidades do cliente em termos de especialização, de forma coordenada, minimizando também os gastos e custos administrativos e promovendo, acima de tudo, uma maior abertura de diálogo entre todos os profissionais da advocacia organizados societariamente.

Começaram, pois, logo no início de 2001, as démarches nesse sentido. Com os estatutos do CESA na mão e organizadas as ideias, tive as conversas preliminares com o então bastonário António Pires de Lima a quem expus o projecto e a ideia e que não deixou de ser bem aceite pela então primeira figura da nossa Ordem de Advogados. Em nada se pretendia substituir a Ordem, apenas se apostava num fórum de debate e de reflexão de temas, alguns dos quais já preocupava a própria Ordem que encontrava dificuldade em analisá-los na profundidade desejada.

Pedi à época ao Dr. António Pires de Lima que junto dos seus contactos Brasileiros indagasse do sucesso do CESA. Dei-lhe a conhecer o que significava essa Associação, que já estava constituída desde 1983, na altura por trinta e sete Sociedades de Advogados, entre as quais se encontrava o então denominado escritório de advocacia Castro Barros SC, mais tarde Castro, Barros, Sobral, Gomes Advogados.

Faltava, pois, o mais difícil: convencer os meus ilustres colegas de que o projecto tinha a valia, que não pretendia ser mais do que aquilo a que se propunha. Comecei por identificar os Managing Partners das Sociedades de Advogados existentes, muitos deles já meus conhecidos, com quem, primeiro telefonicamente, depois em visita pontual, fui conversando, transmitindo ideias e dando conta dos conhecimentos adquiridos sobre o CESA, da sua realidade de vinte anos de história de sucesso no Brasil, evidenciando as vantagens que uma associação similar traria para todos nós.

Como entre o dizer e o fazer vai uma grande distância, entendi por bem que seria necessário um ponto de encontro com os representantes das principais Sociedades de Advogados para, de viva voz, lhes fazer sentir e transmitir a confiança no futuro sucesso que o projecto merecia.

Assim, em 24.01.2001, tomei a liberdade de convidar, para um jantar informal na Quinta da Praia em Alcochete (a nossa casa de Família), as principais Sociedades de Advogados, com quem já havia trocado impressões telefonicamente. Estiveram presentes o Dr. Pedro Cardigos dos Reis, representante, na altura, da Abreu, Cardigos & Associados, o Dr. Afonso Barroso, representante da Abreu & Marques e Associados, o Dr. Jorge Bleck que representou a A.M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice & Associados e também a Morais Leitão, Galvão Telles & Associados, pela Barrocas & Alves Pereira compareceu o Dr. José Alves Pereira, o Dr. Octávio Castelo Paulo que representou o Grupo Legal Português, o Dr. Paulo Pinheiro representando a Vieira de Almeida & Associados, o Dr. Duarte Athaíde representante Xavier, Bernardes, Bragança & Associados, para além da Barros, Sobral. G. Gomes, representada por mim.

Nesse jantar debateu-se o tema «A actual organização do exercício da profissão de advogado» e retiraram-se umas conclusões.

Entendeu-se nesse encontro que seria oportuna a constituição do CESA Portugal (posteriormente ASAP) até ao final desse mesmo ano e que, obviamente, ela deveria funcionar em estreita colaboração com a Ordem dos Advogados.

Estabeleceu-se que, independentemente da morosidade e do formalismo de constituição, o tema prioritário de debate seria, desde logo, o estudo e discussão sobre as matérias organizacionais e deontológicas dos advogados. Deste encontro já surgiu o interesse de marcar uma nova reunião para o final de Fevereiro que, segundo sugestão, deveria decorrer preferencialmente na Ordem dos Advogados, com a presença do Sr. Bastonário António Pires de Lima, caso fosse viável.

Assim, a 16.02.2001, foi enviada ao então Sr. Bastonário, Dr. António Pires de Lima, uma carta onde se juntava a respetiva súmula do nosso encontro de 24.01.2001.

Existiram algumas retificações/sugestões: por parte do então Grupo Legal Português fazendo menção à problemática da atuação profissional de outras organizações que, não estando sujeitas às regras da Ordem dos Advogados – nomeadamente as deontológicas -, prestam um tipo de serviço em concorrência desleal; também a Xavier Bernardes e Bragança, na altura através do Dr. Duarte Athaíde, mencionou que, apesar de concordar inteiramente com o modelo, seria inconveniente manter o nome CESA similar ao do Brasil pois seria suscetível de gerar confusão e indiciar qualquer relação de interdependência que não se enquadrava nos objetivos desta iniciativa. Daí veio a optar-se pelo nome ASAP – Associação das Sociedades de Advogados de Portugal.

Contributos foram igualmente prestados por parte do Dr. Paulo Pinheiro da Sociedade de Advogados Vieira de Almeida, o mesmo acontecendo quanto à Abreu e Marques representada pelo Dr. Afonso Barroso.

Assentes as alterações, foi enviado à Ordem dos Advogados, em 16.02.2001, a versão final que muito beneficiou do contributo das diversas sociedades participantes.

No dia 19.02.2001 tivemos a resposta do Sr. Bastonário António Pires de Lima, demonstrando todo o interesse na iniciativa, pondo à disposição as instalações da Ordem e manifestando o seu interesse em estar presente na primeira reunião formal.

Estava, assim, concluído o terceiro passo que se seguiu ao de recolha dos conhecimentos no Brasil, ao da aproximação a um grupo de Sociedades de Advogados em Portugal que acederam a uma reunião de trabalho (realizada durante um jantar) e sendo finalmente, o último, a aprovação pela Ordem dos Advogados da iniciativa.

Não posso deixar de referir que não foi sem algum esforço diplomático e grande persistência que estes passos decorreram num curto período de tempo. Houve que vencer o ceticismo tão português muitas vezes avesso à inovação.

Foi assim com grande honra que estive presente, a 14 de Fevereiro de 2002, na outorga da escritura de constituição da A.S.A.P.

Mais tarde, decorreu na Ordem dos Advogados uma sessão de abertura de trabalhos com o novo bastonário José Miguel Júdice, tendo tido a presença do então já Presidente do CESA Brasil Dr. Horácio Bernardes (à data recente ex presidente da IBA), que nos transmitiu o historial, a experiência e o sucesso da instituição no Brasil.

Por último, registo com grande agrado a evolução e sucesso alcançado pela ASAP nos anos que se seguiram, de que o nível dos últimos encontros foi um exemplo, felicitando o Dr. José Luis Moreira da Silva, pelo dinamismo que está a implementar.

Ficam também duas palavras de agradecimento aos dois ilustres bastonários, António Pires de Lima e José Miguel Júdice, que com a sua postura aberta, moderna e inovadora acolheram esta iniciativa da melhor forma, a qual sem o apoio da Ordem dos Advogados não faria sentido.

 

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Vestuário e cerâmica para usos técnicos excluídos do subsídio para o gás

O Governo retificou a lista de setores que podem beneficiar do apoio a fundo perdido criado para as indústrias intensivas em gás natural, que tem limite máximo de 400 mil euros por empresa.

Menos de um mês depois de ter entrado em vigor o apoio de até 400 mil euros a fundo perdido para compensar as indústrias intensivas em gás natural pelo aumento dos custos, o Governo vem retificar a portaria que tinha aprovado as atividades elegíveis para este sistema de incentivos.

Numa retificação publicada esta quinta-feira em Diário da República, assinada pela secretária-geral adjunta da Presidência do Conselho de Ministros, Catarina Romão Gonçalves, é retirado o ramo do vestuário da categoria de artigos têxteis confecionados e também corrigido o tipo de artigos cerâmicos abrangidos: em vez de produtos para usos técnicos, o apoio é para o fabrico dos de uso doméstico e ornamental.

Quando anunciou a criação desta subvenção, o Ministério da Economia estimou que a medida terá um custo de 160 milhões de euros e chegará a 3.000 empresas. António Costa Silva precisou que o objetivo é que este apoio a fundo perdido “cubra 30% da diferença entre os custos incorridos em 2021 e os incorridos em 2022”, com um limite máximo por empresa de 400 mil euros.

O apoio é destinado a indústrias no território continental cujos custos unitários de gás entre fevereiro e dezembro deste ano sejam, pelo menos, o dobro dos custos médios de 2021 e que estejam inseridas na lista de setores com utilização intensiva de gás ou que tenham um custo total nas aquisições de gás em 2021 superior a 2% do volume de negócios anual. Os pagamentos são realizados por trimestre, depois de as empresas se candidatarem através do IAPMEI.

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Ibersol prolonga negociações para venda de restaurantes Burger King até 31 de maio

  • Lusa
  • 12 Maio 2022

Ibersol prolonga até 31 de maio o prazo para negociações exclusivas com a Restaurant Brands Ibéria para a venda dos restaurantes Burguer King, agora avaliados em cerca de 250 milhões de euros.

A Ibersol anunciou esta quinta-feira que prolongou até 31 de maio o prazo para negociações exclusivas com a Restaurant Brands Ibéria para a venda dos restaurantes Burger King que detém em Portugal e Espanha

“Na sequência dos comunicados de 10 de março de 2022 e de 20 de abril de 2022 relativos à proposta não vinculativa apresentada pela Restaurant Brands Iberia, S.A. (“RBI”) para aquisição dos restaurantes da insígnia Burger King, a Ibersol, SGPS, S.A. informa que o regime de exclusividade acordado para as negociações iniciadas com a RBI foi prorrogado até dia 31 de maio de 2022”, lê-se num comunicado publicado ao final da noite de quarta-feira no ‘site’ da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em 10 de março, a Ibersol comunicou que havia iniciado negociações exclusivas com a Restaurant Brands Ibéria para a venda dos restaurantes Burger King, avaliados agora em cerca de 250 milhões de euros, segundo um comunicado.

Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa indicou que “na presente data, a Ibersol e a Restaurant Brands Iberia, S.A. iniciaram negociações em regime de exclusividade (por um período de seis semanas) relativamente à potencial aquisição por esta dos restaurantes da insígnia Burger King da propriedade da Ibersol no território português e espanhol”.

De acordo com a Ibersol, “os referidos restaurantes foram avaliados indicativamente pela Restaurant Brands Iberia, S.A. por um enterprise value de 250 milhões de euros, numa base cash and debt-free, que pode vir a ser aumentado em até sete milhões de euros relativos à potencial utilização de créditos fiscais”.

Segundo a Ibersol, “esta proposta continua sujeita a um conjunto de pressupostos e condições, incluindo, entre outros, (i) à realização de um processo de due diligence confirmatória e (ii) à obtenção de autorizações internas e de financiamento externo por parte da entidade proponente”, referiu.

A Ibersol informou, no dia 16 de fevereiro, estar a analisar uma proposta de compra, na altura por 230 milhões de euros, dos restaurantes Burger King que detém em Portugal e Espanha apresentada pela Restaurant Brands Ibéria, que gere a marca naqueles países.

“Na sequência de notícias vindas a público, a Ibersol confirma que lhe foi dirigida pela Restaurant Brands Iberia uma proposta não vinculativa para a potencial aquisição dos restaurantes da insígnia Burger King da propriedade da Ibersol no território português e espanhol”, lê-se num comunicado enviado pela empresa à CMVM.

Segundo avançou, a proposta recebida nessa altura avaliava “indicativamente os referidos restaurantes com um enterprise value de 230 milhões de euros, numa base cash and debt-free, e encontra-se sujeita a um conjunto de pressupostos e condições”.

O anúncio oficial desta proposta de compra aconteceu dias depois de o Burger King ter rescindido o contrato com a Ibersol para o desenvolvimento da marca em Portugal, invocando incumprimento na abertura e remodelação de restaurantes, numa decisão que a cotada portuguesa considerou “injusta e desajustada”.

O contrato de desenvolvimento permitia que a Ibersol construísse mais 27 novos restaurantes durante os anos de 2022 e 2023.

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Gás natural dispara 12% para 105 euros por MWh

Subida do preço acontece um dia depois de a Ucrânia ter interrompido a passagem de gás da Rússia para a Europa na estação ucraniana de Sokhranivka.

O preço do gás natural na Europa está a disparar 12%, numa altura em que se espera uma redução no volume de gás russo que entra no Velho Continente através da Ucrânia. Isto porque, desde esta quarta-feira, Kiev suspendeu o fluxo de gás no hub de Sokhranivka, o principal ponto de passagem do gás natural da Rússia para a Europa.

O contrato Dutch TTF Gas para entrega em junho, que ganhou um impulso adicional com o eclodir da guerra na Europa, está ao início desta manhã a disparar 12,22% para 105,5 euros por MWh. Nos últimos cinco dias, acumula uma queda ligeira de 0,17%.

Evolução dos futuros do gás TTF na Europa

Fonte: Barchart

Este desempenho acontece um dia depois de a Ucrânia ter suspendido o fluxo de gás natural no hub de Sokhranivka, um dos dois principais pontos de passagem do gás natural da Rússia para a Europa. Com esta interrupção, já se esperava uma queda no volume de gás a entrar na Europa, o que acabou por ditar um disparo nos preços, seguindo a lei da oferta e da procura.

A Gas TSO of Ukraine também bloqueou o transporte de gás através da estação de Novopskov, através da qual é transportado quase um terço do gás (até 32,6 milhões de metros cúbicos por dia) da Rússia para a Europa, diz a CNBC. A operadora ucraniana culpa as ações das tropas russas por esta interrupção. Tanto Sokhranivka como Novopskov estão situadas em áreas ocupadas pelos russos, no leste da Ucrânia.

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Nas notícias lá fora: Disney Plus, Softbank, Coreia do Norte

  • ECO
  • 12 Maio 2022

Espanha abre 14 mil vagas na Função Pública. Draghi sugere criação de um "cartel" de compradores de petróleo para aumentar produção de crude.

Disney Plus acrescenta 7,9 milhões de subscritores, acima da projeção de 5 milhões, e duplica a receita de parques temáticos. Softbank acumula prejuízos equivalentes a cerca de 15 mil milhões de euros devido à queda de Vision Funds. Coreia do Norte deteta primeiro caso de Covid-19 e decreta estado de “emergência máxima”.

El País

Governo espanhol abre 14 mil novas vagas na Função Pública

O Ministério das Finanças espanhol está a negociar uma nova oferta pública de emprego com os sindicatos. De acordo com fontes sindicais, os planos do Governo passam por criar 14 mil novas vagas e permitir a progressão de nove mil de funcionários públicos. As organizações sindicais gostariam de ver estes números melhorados, mas acreditam que não haverá alterações “substanciais”. A próxima reunião acontece esta quinta-feira. Desde 2018, quando Pedro Sánchez tomou posse, já foram lançados 109.778 postos de trabalho no Estado.

Leia a notícia completa no El País (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Financial Times

Draghi sugere criação de “cartel” de consumidores de petróleo após ver Biden

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, sugeriu a criação de um “cartel” de consumidores de petróleo após reunião com o Presidente dos EUA, Joe Biden, num encontro marcado pelo tema da energia, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Draghi defendeu, ao lado de Biden, que ambos partilham uma “insatisfação” com a atual estrutura dos mercados globais de energia, sendo que foi discutida a fixação de um teto máximo nos preços do petróleo e do gás. Ainda assim, Draghi defende que “a ideia é criar um cartel de compradores, ou persuadir os grandes produtores, e a OPEP em particular, a aumentar a produção”.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

The Verge

Novos subscritores do Disney Plus superam projeções e atingem mais 7,9 milhões

A Walt Disney registou no último trimestre um aumento de 7,9 milhões de subscritores no seu serviço de streaming Disney Plus, um valor que superou as projeções iniciais de cinco milhões. Já o segmento de parques temáticos da Disney também está em recuperação, sendo que a receita do último trimestre mais que duplicou em termos homólogos para os 6,6 mil milhões de dólares. O Disney Plus atinge assim 137,7 milhões de subscritores, sendo que no conjunto de plataformas de streaming da Disney este número já é de 205 milhões.

Leia a notícia completa no The Verge (acesso livre, conteúdo em inglês)

Wall Street Journal

Softbank afunda 8% com prejuízos do Vision Fund

Os fundos Vision Funds do japonês Softbank registaram um prejuízo histórico de 3,5 biliões de ienes, ou cerca de 26 mil milhões de euros, devido ao aumento das taxas de juro e um aumento das restrições de Pequim no setor da tecnologia. No total, o grupo Softbank teve um prejuízo líquido trimestral de 2,1 biliões de ienes, cerca de 15,6 mil milhões de euros, o que levou as ações do grupo a registar perdas de 8%, atingindo a cotação mais baixa em quase dois meses. À medida que as ações das empresas detidas pelo Vision Fund caíram, o CEO do grupo Softbank terá aconselhado a uma desaceleração dos investimentos.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago, conteúdo em inglês)

BBC

Coreia do Norte detetou o primeiro caso de Covid-19

A Coreia do Norte detetou o primeiro caso de Covid-19, desde o início da pandemia, há mais de dois anos e decretou o estado de “emergência máxima”. Este primeiro caso, detetado em testes efetuados no domingo, em Pyongyang, a um número não especificado de pessoas doentes e com febre, “corresponde à variante Ómicron” do coronavírus SARS-CoV-2. O líder norte-coreano anunciou a criação de um sistema de quarentena para controlar os contágios de “emergência máxima”, durante uma reunião de emergência da comissão política do Partido dos Trabalhadores, no poder. “O objetivo é eliminar a raiz o mais rapidamente possível”, disse Kim Jong-un.

Leia a notícia completa na BBC (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Linha SNS24 vai prescrever testes antigénio de forma robotizada

Objetivo do Governo é "descongestionar o acesso aos testes rápidos de antigénio", diz Marta Temido. Ministra descarta, por enquanto, mudanças nas regras do uso de máscara.

A linha de atendimentos SNS24 vai passar a prescrever, de forma robotizada, testes rápidos antigénio a doentes com autoteste positivo à Covid-19, informou esta quinta-feira a ministra da Saúde. A ideia, explicou Marta Temido, é “descongestionar o acesso” a estes testes.

“Vamos ter a possibilidade de as pessoas com um autoteste positivo, ao ligarem para a linha Saúde24 a partir do final desta semana, terem acesso a uma prescrição de forma automática para um teste rápido antigénio, disponibilizada pelo atendimento automático, robotizado”, explicou a ministra da Saúde, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3. O objetivo é “descongestionar o acesso aos testes rápidos e de antigénio”.

Marta Temido falou ainda na situação epidemiológica do país, referindo que, “neste momento, se regista um aumento de casos e isso era expectável”. “Estamos a ter um aumento da predominância de uma das linhagens da Omicron, com um crescimento bastante significativo — cerca de 37% de prevalência nos atuais casos e poderá atingir os 80% a 20 de maio. É expectável que tenhamos ainda um crescimento”, disse.

Apesar disso, a ministra explicou aos jornalistas que, “neste momento, o impacto da doença é totalmente diferente” e que, “muito provavelmente”, Portugal conseguirá “ultrapassar esta fase de crescimento de casos” de Covid-19. Por isso, descartou alterar, por enquanto, as regras quanto ao uso de máscaras, que atualmente são obrigatórias apenas em unidades de saúde e transportes públicos.

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Assis acredita que Costa pode ser “antídoto” da maioria absoluta

  • ECO
  • 12 Maio 2022

Francisco Assis vê no Governo grande vontade de valorização da concertação social, e acredita que António Costa estará empenhado num consenso com os restantes parceiros, apesar da maioria absoluta.

Francisco Assis, o recém reeleito presidente do Conselho Económico e Social (CES), vê no Governo uma grande vontade de valorização da concertação social e mostra-se otimista em relação ao assunto, admitiu em entrevista avançada esta quinta-feira pelo Público e a Renascença. Segundo o ex-dirigente socialista, António Costa pode ainda ser o “antídoto” para os perigos da própria maioria absoluta, tendo em vista a sua valorização dos elementos de “contrapeso” na concertação social enquanto instância independente, esclarece.

Francisco Assis, acredita que António Costa estará empenhado num consenso com os restantes parceiros e reconhece que um dos aspetos positivos do atual Governo é “um horizonte de grande estabilidade para os próximos anos”. Apesar disso, o ex-dirigente aponta como riscos da maioria absoluta a tendência para “ocupar excessivamente o aparelho de Estado”, a tendência para a desvalorização do “papel das oposições” em vários segmentos da sociedade, e a tendência para fazer uma “idolatria do chefe”.

Para Francisco Assis, os perigos da maioria absoluta são aplicáveis “quer seja do PS ou do PSD”, mas considera que hoje existe uma cultura democrática “bastante mais forte” do que o verificado há alguns anos. As negociações da concertação social já arrancaram com o Governo a defender que o acordo sobre rendimentos não será em julho, mas sim no outono, embora Assis espere que seja possível chegar a um acordo sólido nos próximos meses.

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“Podemos estar perto do pico da inflação”, diz Klaus Regling

  • ECO
  • 12 Maio 2022

Líder do MEE afasta novas emissões conjuntas de dívida e considera que o PRR tem verbas para lidar com os impactos da guerra na Ucrânia.

O diretor-geral do Mecanismo de Estabilidade admite que o Banco Central Europeu, à semelhança da Reserva Federal norte-americana também vai aumentar as taxas de juro em resposta à inflação que, pode “estar perto do pico”, admite em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago).

“A inflação é tão alta, que mesmo algum aumento nas taxas de juros ainda significaria que as taxas reais permaneceriam altamente negativas. Nunca estiveram tão negativas, e um aumento não significa que veremos taxas de juros positivas”, acrescenta, Klaus Regling, afastando o cenário de estagflação.

O líder do MEE, que tem o ex-ministro das Finanças João Leão como candidato à sua substituição, afasta novas emissões conjuntas de dívida e considera que o PRR tem verbas para lidar com os impactos da guerra na Ucrânia. “No NextGenerationEU ainda há muito dinheiro disponível, a maior parte não foi desembolsado, será nos próximos cinco anos, e isso é muito útil para superar os problemas associados à pandemia, mas também para os países que sofrem com os preços altos da energia e dos alimentos, e o custo adicional da guerra. Ainda não foram alocados cerca de 230 mil milhões dos 800 mil milhões de euros. Isso pode ser alocado agora, especificamente onde houver problemas adicionais provenientes da guerra. Acho que não vai ser necessário neste momento. Isto pode mudar no futuro, mas para já não há necessidade e não há sequer uma discussão entre os Estados-membros sobre isso”, sublinhou em entrevista ao Negócios.

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Lisboa pintada de vermelho em dia de perdas na Europa

Lisboa acompanha o desempenho da Europa, com o Stoxx-600 a cair mais de 2%. BCP e setor energético lideram perdas.

A bolsa de Lisboa está pintada de vermelho esta manhã, acompanhando a tendência de perdas do resto da Europa. A nível nacional, o destaque são os títulos do BCP, que perdem quase 2%, mas também as cotadas do setor energético.

O PSI está a cair 1,26% para 5.716,91 pontos, com apenas duas cotadas inalteradas e as restantes em terreno negativo. Lisboa acompanha, assim, o desempenho da Europa, no dia em que o índice de referência do Velho Continente, Stoxx-600, desvaloriza 2,13% para 418,48 pontos.

Em Lisboa, destaque para o BCP, que recua 1,94% para 0,1467 euros, mas o setor energético também está a pesar no desempenho do índice. A EDP Renováveis perde 2,05% para 20,5 euros, a EDP desliza 0,84% para 4,472 euros e a GreenVolt cai 0,76% para 6,49 euros.

Os títulos da Galp Energia desvalorizam 0,84% para 10,575 euros, no dia em que o preço do petróleo cai 1,5% nos mercados internacionais.

O setor do papel também não escapa às perdas, com a Navigator a perder 0,61% para 3,892 euros. Ainda nos “pesos pesados”, a Jerónimo Martins desliza 1,48% para 19,36 euros e a Sonae perde 0,2% para 0,977 euros.

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