Petróleo cai mais de 1% penalizado por receios de uma recessão

Preços da matéria-prima estão a cair 1,5% para cerca de 106 dólares na Europa e 104 dólares em Nova Iorque.

Depois de uma subida de quase 5% na sessão anterior, os preços do petróleo estão novamente em queda, ao desvalorizar 1,5% para cerca de 106 dólares na Europa e 104 dólares em Nova Iorque. Este desempenho acontece numa semana de volatilidade para a matéria-prima, marcada por preocupações económicas e temores de uma recessão.

O brent, que serve de referência às importações nacionais, desvaloriza 1,14% para 106,28 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, perde 1,4% para 104,23 dólares. Este desempenho representa uma perda face à valorização de quase 5% desta quarta-feira.

Na quarta-feira, os preços do petróleo subiram quase 5% depois de a Rússia ter sancionado 31 empresas sediadas em países que impuseram sanções a Moscovo na sequência da invasão à Ucrânia. Isso acabou por trazer desconforto aos mercados, ao mesmo tempo que o fluxo de gás natural russo para a Europa via Ucrânia caiu em cerca de um quarto. Foi a primeira vez que as exportações através da Ucrânia foram interrompidas desde a invasão.

Nos Estados Unidos, o stock de petróleo aumentou na semana passada devido a uma libertação recorde de petróleo das reservas estratégicas norte-americanas, diz a Reuters.

Os preços do ouro negro estão sob pressão esta semana, juntamente com os mercados financeiros globais, devido ao nervosismo com o aumento das taxas de juros, o dólar mais forte em duas décadas, preocupações com a inflação e uma possível recessão, explica a Reuters. Os confinamentos prolongados devido à Covid-19 no maior importador de petróleo do mundo, a China, também impactaram o mercado.

“Essas preocupações com a recessão estão a falar mais alto e a levar o petróleo para baixo esta manhã”, diz Howie Lee, economista do Oversea Chinese Banking Corp de Singapura, citado pela agência de notícias.

O especialista nota os fortes dados da inflação dos Estados Unidos que foram conhecidos esta quarta-feira. A taxa de inflação em abril saltou para os 8,3%, reafirmando as preocupações de que as taxas de juros precisarão de subir rapidamente para conter esse aumento.

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Gazprom anuncia que vai deixar de fornecer gás russo através da Polónia

  • ECO
  • 12 Maio 2022

A gigante estatal russa anunciou esta 5.ª feira que vai parar de enviar gás russo pelo gasoduto Yamal que atravessa a Polónia, na sequência das sanções do Kremlin contra várias empresas estrangeiras.

A decisão surge na sequência de o Kremlin ter anunciado, na quarta-feira, sanções a mais de 30 empresas da União Europeia (UE), dos EUA e de Singapura, todas do setor da energia, que incluem a polaca EuRoPol GAZ, proprietária da parte polaca do gasoduto Yamal.

Numa declaração publicada no Telegram, o porta-voz da energética russa, Sergei Kupriyanov, acusou a Polónia de violar “repetidamente” os direitos da Gazprom como acionista da EuRoPol GAZ ao sancionar a empresa estatal no final de abril. As sanções ocidentais, impostas na sequência da invasão russa da Ucrânia, impediram a Gazprom de “exercer os seus direitos ligados às ações e receber dividendos”, acrescentou Kupriyanov.

No mês passado, a empresa de gás natural russo anunciou a suspensão do fornecimento de gás à empresa polaca PGNiG e à Bulgaraz, da Bulgária, depois da recusa dos países em cumprir a exigência do Kremlin de pagamento do gás em rublos em vez de euros ou dólares.

Esta quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia afirmou que a Rússia “é hoje a principal ameaça à ordem mundial, tendo em conta a guerra bárbara contra a Ucrânia e o pacto preocupante que tem com a China”.

Ursula von der Leyen, que se encontra no Japão a propósito da cimeira UE-Japão, sublinhou, em declarações após um encontro com o primeiro-ministro japonês, que “a invasão da Rússia à Ucrânia não é apenas uma questão europeia”. “Abala o âmago da ordem internacional incluindo a Ásia”, acrescentou.

O Presidente e a primeira-ministra da Finlândia, país que partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia, já anunciaram a decisão de avançar com uma candidatura à NATO, pondo fim a décadas de neutralidade. Uma sondagem publicada na segunda-feira pela emissora pública Yle revela que 76% dos finlandeses apoiam a adesão à aliança, quando nos últimos anos, antes da guerra na Ucrânia, apenas entre 20 e 30% se mostravam favoráveis. A candidatura será anunciada oficialmente domingo.

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Sitel está a recrutar em teletrabalho. Tem 530 vagas

Em Portugal, a maioria dos 4.000 colaboradores estão em regime de teletrabalho. Companhia prevê no contrato apoio financeiro a este regime de trabalho.

Benedita Miranda, General Manager da Sitel PortugalD.R.

O Sitel Group está a recrutar durante o mês de maio e tem 530 ofertas de emprego em regime de teletrabalho. Procura candidatos fluentes em português, espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, dinamarquês, finlandês e norueguês, para funções de customer service, helpdesk e social media no turismo, banca, automóvel, aviação, logística e e-commerce. No próximo dia 20, a empresa fornecedora de serviços de customer experience management vai realizar um Open Day Virtual, entre as 10h às 12h, no seu Facebook.

Os colaboradores juntam-se à equipa num regime de trabalho à distância. O motivo é simples. “Quando a pandemia eclodiu em Portugal e fomos para o primeiro confinamento, em apenas 10 dias conseguimos colocar 97% dos 3.000 colaboradores que empresa tinha na altura a trabalhar a partir de casa. Para além da preocupação em assegurar a manutenção da qualidade de serviço aos nossos clientes, a maior prioridade foi garantir o bem-estar, o cuidado e o apoio a todos os colaboradores”, começa por referir Benedita Miranda, general manager da Sitel Portugal, Espanha, Itália e Grécia, à Pessoas.

Desde então, o regime de teletrabalho, devido à flexibilidade de horários, redução dos custos de deslocação, maior disponibilidade para dar assistência à família, melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional e uma produtividade otimizada, é a opção escolhida pela maioria dos candidatos“, justifica a responsável.

Os mais de 500 colaboradores a serem recrutados terão acesso à solução Sitel at Home — que lhes permite estarem conectados em tempo real com a restante equipa, comunicando através de voz, chat, social media, entre outros; terem formação online em tempo real, mandar emails, fazer videoconferências, de uma forma segura e protegida –, garantindo a empresa um apoio financeiro para extra custos de energia ou outros.

Desde abril de 2020, no âmbito do contrato celebrado para o desempenho das funções em teletrabalho, a Sitel paga aos seus colaboradores um apoio às despesas decorrentes do regime de teletrabalho“, diz a general manager sem avançar números.

A Sitel procura agora candidatos fluentes (com nível nativo) em português, espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, dinamarquês, finlandês e norueguês, para funções de customer service, helpdesk e social media no turismo, banca, automóvel, aviação, logística e e-commerce. E, apesar de serem valorizadas candidaturas de quem já disponha de competências técnicas na área do serviço ao cliente, a companhia garante oferecer formação necessária aos novos colaboradores.

Empresa promove relocalização de talento estrangeiro

Apesar das ofertas serem em regime de trabalho remoto, a empresa foca o recrutamento no talento local, embora, em casos que não consiga preencher candidatos recorre a uma pool global, promovendo a sua relocalização. “O recrutamento fora de Portugal deve-se sobretudo ao número limitado de candidatos disponíveis no mercado local que consigam corresponder às necessidades da nossa área de negócio“, diz Benedita Miranda.

Procuramos recrutar o nosso talento em Portugal e no estrangeiro, sendo que neste segundo caso facilitamos a sua vinda para o nosso país financiando as viagens e o alojamento durante o período de adaptação”, continua. Benedita Miranda.

Inauguração Sitel, Sete Rios, LisboaD.R.

A companhia disponibiliza ainda aos colaboradores apoio ao nível da saúde — com um seguro de saúde, médico e enfermeiro em permanência nas instalações — e um programa de apoio legal, psicossocial e fiscal. “Dispomos de uma equipa especializada que apoia os novos colaboradores durante a sua integração na Sitel e no país”, diz.

Atualmente, os cerca de 4.000 trabalhadores da empresa em Portugal estão, na sua maioria, em teletrabalho. “É o regime que predomina, apenas cargos de chefia é que estão em regime presencial“, afirma general manager. Quanto ao futuro? “Estamos a analisar o melhor modelo e a sondar os nossos colaboradores no processo de decisão.”

O processo de recrutamento decorre num momento em que vários setores referem como problemática a escassez de talento. Que estratégias — a nível salarial ou benefícios — está a companhia a desenvolver para atrair e reter talento?

“Pela especificidade da nossa área de negócio, a Sitel procura atrair novos colaboradores oferecendo qualidade nos seus espaços, um ambiente de trabalho dinâmico e acolhedor, formação contínua dos nossos talentos e a possibilidade de progressão de carreira dentro da empresa. Estes fatores são a principal parcela da nossa estratégia no que diz respeito ao recrutamento e retenção de talentos”, diz a responsável.

Para candidatura a oferta de emprego, basta enviar email para: [email protected].

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Aforrador conservador perde 3% do poder de compra em 20 anos

Depósito a prazo de 100 mil euros feito em 2002 e indexado à Euribor a 12 meses encolheu para 97 mil euros em 2022 em termos reais. Abanca ainda vê formas de proteger o poder de compra.

Os aforradores portugueses mais conservadores que tiveram a Euribor a 12 meses no seu depósito a prazo perderam o equivalente a quase 3% do seu poder real de compra ao longo dos últimos 20 anos, segundo as contas do Abanca.

Um tradicional investidor português que tenha colocado 100 mil euros num depósito a prazo em 31 de março de 2002, com uma remuneração indexada à Euribor a 12 meses, ficou com 123.206 euros passados 20 anos. À primeira vista, esta rentabilização atinge quase 24%. Mas deduzidos os efeitos da inflação e dos impostos, o valor real do investimento caiu para 97.184,36 euros.

Posto de outra forma, se quisesse fazer um cabaz de bens de consumo, hoje “teria de abdicar de 3% dos bens de consumo”, ou mais precisamente 2,82%, garante Hugo Freitas.

Na origem desta perda de poder de compra estão vários fatores, desde o movimento da inflação, já em força ainda antes da guerra na Ucrânia, à perturbação nas cadeias de abastecimento provocada pela Covid-19 e significativamente agravada pela guerra na Europa, assim como a expectativa do mercado quanto à subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) ainda este ano.

No ar continua a dúvida sobre se o BCE conseguirá ou não evitar uma recessão, diz Hugo Freitas. Mas, para os aforradores portugueses com dinheiro parado ou em depósitos a prazo, a grande questão é saber se será possível manter o poder de compra com um perfil de risco conservador. Basta olhar para as últimas duas décadas para verificar como isto foi um desafio.

O diferencial da Euribor a 12 meses ficou marcado pelo prémio baixo e a inflação alta, e tendo este indicador uma “correlação muito elevada com as taxas dos depósitos” mesmo a nível histórico, é possível verificar que em 61% do tempo a Euribor a 12 meses esteve abaixo da inflação no período de 20 anos em análise, segundo o Abanca.

Em termos líquidos, a situação “ainda é pior”, com um ganho real (isto é, acima da inflação) presente em apenas 18% do tempo analisado, avança Hugo Freitas. Ou seja, em 82% houve perda para o aforrador.

Hugo Freitas considera que aforradores portugueses estão a viver “o pior momento” atualmente, com o “pico da inflação a acontecer algures entre três e quatro meses”.

É possível, ainda assim, manter o poder de compra, segundo o responsável. Sem contar com o efeito da inflação, um investimento de 100 euros num depósito a prazo indexado à taxa Euribor 12 meses, constituído em outubro de 2014, cresceu 0,24% até março de 2022, para 100,24 euros.

Em alternativa, um investimento, nos mesmos moldes, em obrigações de curto prazo atingiria, ao fim desse período, os 106,48 euros (um crescimento de 6,48%) e um mesmo investimento em obrigações indexadas à inflação, o investimento, depois desses anos, seria de 110,67 euros (+10,67%). Na estratégia mista defensiva em ações, o capital acumulado poderia ser de 112,34 euros (+12,34%), isto assumindo uma valorização das unidades de participação e cupões brutos mensais pagos pelo fundo.

Considerando agora o impacto da inflação sobre esses retornos, a estratégia da taxa de juro sem risco da Euribor representa uma perda de 5,68% do poder real de compra no período em análise. Pelo contrário, no caso das obrigações de curto prazo, o ganho bruto real corresponde a 0,56% — portanto, uma ligeira defesa do poder real de compra, de acordo com o banco.

Aplicando o mesmo cálculo no retorno das obrigações indexadas à inflação, existe uma defesa e rentabilização “marginal” de 4,75%, segundo Hugo Freitas. E é possível verificar o mesmo resultado ao avaliar o retorno da estratégia mista defensiva em ações, com um ganho bruto real de +6,42%, nas contas do Abanca.

A conclusão é a de que existem estratégias defensivas que permitem reter o poder de compra, embora seja necessário aumentar a exposição ao risco. Neste aspeto, Hugo Freitas destaca que o “risco compensa face ao aforrador tradicional”.

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Casos Covid em maio são quase 45 vezes superiores face há um ano

Nos primeiros 10 dias de maio, foram identificados 140.985 novos casos por Covid-19 em Portugal, isto é, um valor 44,6 vezes superior face a igual período de 2021. Mortalidade também está a acelerar.

A pandemia está a acelerar em Portugal e os especialistas alertam para o risco de uma sexta vaga. Só nos primeiros dez dias de maio, foram identificados 140.985 novos casos por Covid-19 em território nacional, isto é, um valor 44,6 vezes superior face a igual período de 2021. Neste período, houve também 204 mortes associadas à Covid, o que representa um valor 11,3 vezes superior face ao período homólogo.

Entre 1 e 10 de maio, foram identificados 140.985 novas infeções em Portugal, segundo os dados de vigilância diária divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no site dedicado à Covid. Contas feitas, trata-se de cerca de 14.098,5 novos casos por dia e um valor quase 45 vezes superior face a igual período do ano passado (tinham sido reportados 3.160 novos casos nos primeiros 10 dias de maio de 2021), segundo as contas realizadas pelo ECO com base nos dados da entidade liderada por Graça Freitas.

Portugal é atualmente o país da União Europeia (UE) com a maior taxa de infeções diárias por milhão de habitantes. Só na terça-feira, o país registou 24.538 infeções pelo SARS-CoV-2 e mais 26 óbitos, tendo registado mais de 20 mil casos por dia pelo segundo dia consecutivo. Os especialistas estão a associar esta subida das infeções ao levantamento das restrições, dado que a máscara deixou de ser obrigatória na generalidade dos espaços fechados a 22 de abril, bem como ao surgimento de novas variantes do vírus, nomeadamente da B.A.5 da Ómicron, que representava aproximadamente “37% dos casos positivos ao dia 8 de maio”, mas que se estima que possa chegar aos 80% a 22 de maio, segundo o último relatório do INSA divulgado na terça-feira.

Neste contexto, os especialistas do Instituto Superior Técnico alertam que uma sexta vaga da pandemia poderá estar a “desenhar-se de forma muito intensa” e que a subida de casos “provavelmente contribuirá” para o aumento da mortalidade nos próximos 30 dias. Certo é que a subida de casos está também a ter reflexo na mortalidade associada à Covid. Entre 1 e 10 de maio, foram declarados 204 óbitos por Covid-19 em Portugal, isto é, um valor 11,3 vezes superior ao registado em igual período de 2021 (tinham sido declarados 18 óbitos nesse período). Contas feitas, nos primeiros 10 dias deste mês foram declarados 20,4 óbitos por dia, segundo as contas realizadas pelo ECO.

Esta tendência é também demonstrada noutros indicadores que ajudam a monitorizar a pandemia, nomeadamente a incidência e o índice de transmissibilidade (Rt). Portugal registava uma incidência de 740 casos por 100.000 habitantes, a 7 dias, na passada sexta-feira, o que representa mais 33% face à semana anterior e ainda que com uma “tendência estável” em quase todas as regiões e grupos etários, isto é, à exceção dos “casos com 80 ou mais anos, anos, que apresentam uma tendência crescente”, segundo o último relatório semanal da DGS e do INSA. Já o índice de transmissibilidade fixava-se nos 1,07 com tendência crescente nas regiões Norte, Centro e nos Açores.

Contudo, importa sublinhar que o facto de a variante Ómicron ser aparentemente menos severa, sobretudo em pessoas vacinadas, e a elevada taxa de vacinação da população portuguesa reflete-se em larga medida na menor pressão sobre o sistema hospitalar, pelo que o país está longe dos valores registados na terceira vaga da pandemia. A 2 de maio, havia 1.119 doentes internados em enfermaria geral, dos quais 60 em unidades de cuidados intensivos (UCI), de acordo com o último balanço da DGS e do INSA. Isto significa que a taxa de ocupação em UCI está em 23,5% do limite de 255 camas definido como crítico, ainda que com “tendência crescente” (um aumento de 22% face à semana anterior).

Casos nos últimos três meses são 10 vezes mais, mas mortalidade cai para pouco mais de metade

Mas o aumento de casos não é exclusivo deste mês. Apesar de os valores estarem substancialmente abaixo dos registados no “pico” da quinta vaga — dado que só em janeiro deste ano foram identificados mais de 1,27 milhão de novos casos –, nos últimos três meses, o número de infeções aumentou significativamente face a igual período do ano passado. Entre 1 fevereiro e 30 de abril deste ano, foram registados 1.130.074 casos por Covid-19 em Portugal, isto é, um valor cerca de 10 vezes superior face às 110.715 identificadas, em termos acumulados, em igual período de 2021. Recorde-se que a 19 de fevereiro, o Governo levantou a generalidade das restrições aplicadas no âmbito da pandemia, pondo fim ao confinamento de contactos de risco, à recomendação de teletrabalho, aos limites de lotação dos estabelecimentos, bem como à exigência de apresentação de certificado digital para eventos desportivos, bares e discotecas, entre outras medidas, mantendo apenas a obrigatoriedade do uso de máscara na generalidade dos espaços (que agora foi praticamente toda levantada).

Não obstante, a mortalidade associada à Covid caiu para pouco mais de metade nos últimos três meses deste ano, face ao período homólogo. Entre 1 de fevereiro e 30 de abril foram declarados 2.350 óbitos associados à Covid contra os 4.176 óbitos declarados em igual período do ano passado, segundo os dados divulgados pela DGS. Estes valores refletem, desde modo, o impacto da vacinação, dado que só em julho do ano passado a inoculação entrou em fase “cruzeiro”, pelo que nessa altura grande parte dos portugueses ainda não tinha sequer o esquema vacinal primário completo.

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IRS Jovem continua este ano com mesmas regras. Dá benefício de 30% no primeiro ano

O IRS Jovem vai sofrer alterações, mas por agora mantém-se nos mesmos moldes. Dá benefício aos jovens até aos 26 anos, de 30% no primeiro ano, 20% no segundo e 10% no terceiro.

Na entrega do IRS este ano, os jovens voltam a ter a opção de obter um benefício. Quem aderir ao IRS Jovem tem uma isenção durante três anos, que começa nos 30% e termina nos 10%.

Esta medida abrange os jovens entre os 18 e os 26 anos, que já não estejam contemplados no agregado familiar dos pais, tenham completado ciclos de estudos iguais ou superiores ao nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações e tenham um rendimento coletável igual ou inferior ao limite superior do 4.º escalão de IRS. Mas por agora só estão abrangidos os rendimentos da categoria A, ou seja, trabalho dependente.

Este regime tem um benefício no IRS que é reduzido à medida que passa o tempo. Prevê uma isenção de 30% no primeiro ano com o limite de 7,5 o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), de 20% no segundo ano com o limite de 5 IAS e de 10% no terceiro ano (até 2,5 IAS).

Os jovens que encaixam nos requisitos desta medida vão ser avisados do desconto do IRS Jovem antes de submeterem a declaração. “Mesmo que não procurem ativamente [o benefício], receberão um aviso quando tentarem submeter a declaração de que, sendo um jovem entre os 18 e os 26 anos, tem a possibilidade de aceder ao IRS Jovem e, com isso, poder poupar cerca de 30% no primeiro ano daquilo que é o IRS a pagar”, adiantou António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, à Lusa.

Além disso, este ano passou também a estar disponível a funcionalidade de simulação para as declarações de rendimentos dos sujeitos passivos que podem beneficiar do IRS Jovem, segundo anunciaram as Finanças.

Nas alterações que estão previstas, e que deverão avançar com o novo Orçamento do Estado para 2022 (que será aprovado em junho), a idade e o período de tempo em que é aplicado este benefício serão alargados: passa a ser um regime de cinco anos e aplica-se até aos 28 anos se estiver em causa um doutoramento. Além disso, está também nos planos alargar para os trabalhadores a “recibos verdes”, mas para já não é ainda o que está em vigor na campanha do IRS deste ano, que arrancou a 1 de abril, e prolonga-se até 30 de junho.

As novas regras vão aplicar-se aos sujeitos passivos cujo primeiro ano de obtenção de rendimentos, após a conclusão de um ciclo de estudos, seja o ano de 2022 ou posterior, e por isso à campanha de IRS de 2023. Além disso, o Governo incluiu uma norma transitória no OE que permite que quem já tenha usufruído de IRS Jovem relativamente aos rendimentos auferidos em 2020 e 2021, também possa beneficiar do regime com as novas regras pelo período remanescente.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Maio 2022

O Parlamento tem três audições ao longo do dia a propósito da discussão na especialidade do OE2022. A CGD dá a conhecer os resultados financeiros do primeiro trimestre.

Esta quinta-feira será marcada novamente pela discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), com audições ao CES, CFP e ao ministro da Economia e do Mar na Assembleia da República. A Caixa Geral de Depósitos apresenta os resultados financeiros do primeiro trimestre, enquanto o INE dá a conhecer a remuneração bruta mensal média por trabalhador referentes ao mesmo período. Decorre ainda o Fórum Económico Internacional e arranca o Salão Imobiliário Automóvel na FIL.

CES, CFP e ministro da Economia no Parlamento

O Conselho Económico e Social (CES), o Conselho das Finanças Públicas (CFP) e o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, vão esta quinta-feira à Assembleia da República para discutir com os deputados a proposta do OE2022, que se encontra em fase de negociações das medidas na especialidade. O organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral já disse que considera exequíveis os objetivos orçamentais inscritos no documento, apesar dos riscos descendentes, mas destaca a rápida e inesperada subida da receita fiscal fruto da inflação.

CGD divulga resultados do 1.º trimestre

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresenta esta quinta-feira, após o fecho do mercado, os resultados financeiros relativos ao primeiro trimestre deste ano. Em 2021, o banco liderado por Paulo Macedo registou lucros de 583 milhões de euros, que equivalem a uma subida de 18,7% em relação a 2020, e um resultado individual de 441 milhões de euros. Estes resultados permitem o pagamento de um dividendo de 241 milhões de euros ao Estado.

Como evolui o salário médio dos portugueses?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica os dados da remuneração bruta mensal média por trabalhador referentes ao primeiro trimestre deste ano. Em 2021, este indicador aumentou 3,4%, para 1.361 euros, mas relativamente ao período de outubro a dezembro, a subida foi de apenas 1,9%.

Arranca o SIL 2022

Na Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, tem lugar a partir desta quinta-feira e até 15 de maio a mais recente edição do Salão Imobiliário de Portugal (SIL). A Fundação AIP decidiu antecipar a realização do evento, que acontece habitualmente em outubro, visto que o 1º semestre é um período mais propício à aquisição de imóveis, especialmente para o segmento Residencial Turístico. O foco estará nas cidades de Lisboa, Porto e Funchal.

Governo e Marcelo participam no Fórum Económico Internacional

Ainda esta quinta-feira, decorre o Fórum Económico Internacional no Centro Cultural de Belém, com o objetivo de promover e potenciar oportunidades de negócio, agrupando membros do patronato e empresas. O evento, organizado pelo Instituto do Mundo Lusófono, será dedicado ao tema “Depois da Covid-19 e a situação trágica na Ucrânia: Que retoma económica?” e contará com o Presidente da República e o ministro da Economia e do Mar na abertura. O encerramento fica ao encargo do primeiro-ministro, António Costa.

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PIB cresce 6,4% em 2022 mesmo que economia estagne

Após a surpresa positiva no primeiro trimestre, a economia portuguesa até pode estagnar nos próximos trimestres que, mesmo assim, o PIB crescerá 6,4% em 2022. Governo previa 4,9% no Orçamento de 2022.

O desempenho da economia portuguesa veio trocar as voltas aos economistas que acompanham e fazem previsões para o PIB português. Ao contrário do esperado, a atividade económica acelerou e tornou o ponto de partida para o resto do ano ainda melhor. Agora, se o PIB estagnar nos próximos três trimestres devido à guerra na Ucrânia e à aceleração da taxa de inflação, a economia crescerá mesmo assim 6,4%, acima do esperado por todas as instituições, incluindo o Governo (4,9%).

A estimativa é feita pelos economistas do ISEG na síntese de conjuntura de maio divulgada esta terça-feira e foi confirmada pelo ECO com cálculos a partir dos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) até ao momento. Por estagnação do PIB entende-se a variação nula em cadeia (entre trimestres) no segundo, terceiro e quarto trimestre — em termos homólogos, o PIB deverá continuar a exibir crescimentos expressivos por causa do efeito de base. No primeiro trimestre, o PIB cresceu 2,6% em cadeia e 11,9% em termos homólogos.

O nível do PIB no 1º trimestre faz com que, mesmo sem crescimento em cadeia até ao final do ano, o crescimento anual em 2022 se venha a fixar em cerca de 6,4%, valor que excede as melhores previsões anteriores à estimativa do INE para o 1º trimestre“, lê-se na síntese de conjuntura. Antes de serem conhecidos os dados do primeiro trimestre, tanto o ex-ministro das Finanças, João Leão, como o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, apontava para um crescimento de 3,6% se o PIB não fosse crescer em cadeia nos trimestres de 2022.

Caso se confirme um crescimento de 6,4% este ano, o PIB português chegará ao final deste ano 2,2% acima do nível pré-pandemia (ano de 2019), segundo os cálculos do ECO. A expectativa do Governo na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) era que o crescimento de 4,9% em 2022 pusesse o PIB 0,7% acima do nível anterior à Covid-19.

A dúvida agora está no desempenho da economia portuguesa nos próximos trimestres. Por um lado, fatores como o impacto da guerra e a aceleração da taxa de inflação, assim como as dificuldades das cadeias de abastecimento e a normalização da política monetária, poderão fazer-se sentir mais. Por outro lado, setores como o turismo e a construção deverão continuar a crescer e a dar gás à retoma portuguesa pós-Covid, a qual está atrasada face à média europeia.

A questão que se põe é se irá continuar a haver nos próximos trimestres um crescimento em cadeia positivo, ou não, e qual a sua dimensão“, explicam os economistas do ISEG, apontando que “não é impossível um crescimento anual inferior, com taxas de crescimento trimestrais marginalmente negativas, o que poderia acontecer na segunda metade do ano”. Daí que o intervalo de previsão vá de 6% a 7,2%.

O ISEG nota que “este cenário torna-se mais provável se o crescimento da Zona Euro se aproximar da recessão até ao final do ano devido à guerra da Ucrânia”. “Contudo, o que atualmente se considera mais provável para Portugal é um cenário com crescimentos positivos em cadeia do PIB trimestral, ainda que a diminuir fortemente até ao final do ano“, admitem os economistas. Ou seja, na realidade o cenário mais provável atualmente é que o PIB português cresça mais de 6,4% no conjunto do ano.

Este desempenho da economia portuguesa diverge da maioria dos outros países europeus em que o PIB está a travar, já afetado pela guerra no primeiro trimestre. Mas há potenciais explicações para este diferencial, como explicam os economistas do ISEG: “Os diferentes ritmos de crescimento entre países estão relacionados com a estrutura da sua economia e com efeitos base originados pelos períodos de maior intensidade local da pandemia”.

“No caso português, tendo a atividade turística um peso relevante, Portugal foi dos países que mais decresceu no primeiro ano da pandemia, e que recuperou abaixo da média em 2021 (sobretudo devido ao 1º trimestre)”, explicam, notando que “agora, com a pandemia controlada, e a retoma da procura turística internacional, o desempenho português inverte-se“. Já outros países, porventura mais dependentes da economia russa, terão tido um “primeiro impacto negativo decorrente da guerra na Ucrânia” mais pronunciado.

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Apesar do preço, consumo de gasolina e gasóleo bate recorde em Portugal

Apesar da subida acentuada dos preços na bomba por causa da guerra, nunca como agora os portugueses consumiram tanto gasóleo. Só em março foram consumidas 504 mil toneladas.

Apesar da subida do preço dos combustíveis para valores acima dos 2 euros/litro, já reparou que há mais trânsito nas estradas? Não é impressão sua, é mesmo isso que revelam os números.

Março foi o primeiro mês completo de guerra na Europa e os preços dos combustíveis dispararam. Mas isso não travou o consumo de combustíveis em Portugal, muito pelo contrário. Os números da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) disponibilizados ao ECO mostram que em março foram consumidos em Portugal 105 mil toneladas de gasolina, o que representou um aumento de 45% face a fevereiro. É preciso recuar a agosto de 2019 para encontrar um valor tão elevado.

Consumo mensal de gasolina em Portugal

Fonte: ERSE | Valores em toneladas

Olhando para o gasóleo, o combustível mais usado em Portugal pelas famílias e pelas empresas, o consumo é ainda mais impressionante. O consumo de diesel atingiu as 504 mil toneladas, sendo esta a primeira vez que o consumo supera a fasquia das 500 mil toneladas. Este valor representa um aumento de 36% face a fevereiro e já está bastante acima dos dados pré-pandemia.

Consumo mensal de gasóleo em Portugal

Fonte: ERSE | Valores em toneladas

Estes consumos acontecem num mês em que o preço de venda ao público da gasolina aumentou 7,6% e o do gasóleo 11,3%, tendo o litro dos dois combustíveis superado a fasquia dos 2 euros. Isto por causa da invasão russa na Ucrânia que começou a 24 de fevereiro e levou o barril do Brent para valores acima dos 100 dólares.

O único combustível que ainda está longe de valores recorde é o Jet Fuel usado na aviação. Em março, segundo os dados fornecidos pela ERSE ao ECO, foram consumidas 87 mil toneladas, mais 16% face a fevereiro, mas ainda bastante aquém dos valores pré-pandemia e do verão quente de 2019, quando o turismo em Portugal bateu todos os recorde. Em julho de 2019, por exemplo, o consumo de Jet Fuel chegou às 167 mil toneladas.

Olhando para o mercado português como um todo (soma da gasolina, gasóleo, Jet, GPL e Fuel) em março foram consumidos um total de 763 mil toneladas de combustível, mais 33% face a fevereiro.

Os níveis recorde de consumo de gasolina e gasóleo coincidem com a retoma da economia e com o progressivo desconfinamento depois de dois anos de pandemia. Foi a 19 de fevereiro que o país deixou de estar em estado de calamidade e o Governo afrouxou várias restrições relacionadas com a covid-19.

Desconfinamento e fim do teletrabalho

Nessa altura caiu a recomendação de teletrabalho e milhares de trabalhadores regressaram à empresa presencialmente. Desapareceu também a obrigação de confinamento por causa de contactos de risco e acabaram os limites de lotação nos espaços comerciais.

Este consumo acentuado de gasolina e gasóleo também ajuda a explicar o crescimento brusco da economia portuguesa nos primeiros três meses de ano. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia portuguesa cresceu 2,6% no primeiro trimestre face ao final do ano passado (e 11,9% face ao período homólogo de 2021), um valor que surpreendeu todos os analistas.

O INE explica que foi o consumo privado a dar o impulso inesperado ao PIB durante o primeiro trimestre. Agora, sabe-se que o consumo de combustível deu um empurrão valente ao PIB, não obstante os preços em máximos históricos.

Os combustíveis mais consumidos e a decomposição do preço em março

Fonte: ERSE
Fonte: ERSE | Preço da gasolina simples 95

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Wall Street fecha em queda penalizada por setor tecnológico

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Maio 2022

Bolsas norte-americanas fecharam em terreno negativo apesar de ligeira desaceleração da inflação nos EUA para 8,3%.

Os principais índices de Wall Street encerraram em queda na sessão desta quarta-feira, liderados por uma queda acentuada do Nasdaq, dando sinais de que a ligeira redução da inflação dos EUA pouco aliviou as preocupações dos investidores com o aumento das taxas de juro anunciadas pela Reserva Federal.

De acordo com o relatório do Departamento do Trabalho norte-americano sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a inflação nos EUA pode ter atingido o seu pico em abril (8,3% no acumulado dos 12 meses), o que se trata de uma queda em relação aos 8,5% registados em março, o valor mais elevado em mais de 40 anos. No entanto, é provável que continue suficientemente forte para manter a intenção da Fed de subir as taxas de juro.

Neste contexto, o industrial Dow Jones perdeu 1,06%, para os 31.818,96 pontos, o S&P 500 recuou 1,71%, para 3.932,50 pontos, e o tecnológico Nasdaq desvalorizou 3,32%, para 11.347,79 pontos, com a Apple e a Microsoft a afundarem, respetivamente, 5,18% e 3,32%.

“Não houve surpresa positiva suficiente para sustentar o mercado”, disse Quincy Krosby, da LPL Financial em Charlotte, na Carolina do Norte, citado pela Reuters. “Este é um mercado ainda a tentar perceber se a Fed vai ser capaz de controlar a inflação no início”, acrescentou.

Por agora, os investidores aguardam por mais dados sobre a inflação, com a divulgação do Índice de Preços no Produtor dos EUA na quinta-feira.

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Petróleo sobe 4,74% para 107,32 dólares

  • Lusa
  • 11 Maio 2022

O brent recuperou parte das fortes quedas dos últimos dois dias, atribuídas em parte ao receio de uma forte inflação nos EUA, primeiro consumidor mundial de petróleo.

A cotação do petróleo Brent para entrega em julho terminou esta quarta-feira no mercado de futuros de Londres em alta de 4,74%, para os 107,32 dólares.

O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, concluiu a sessão no International Exchange Futures a cotar 4,86 dólares acima dos 102,46 com que fechou as transações na terça-feira.

A cotação do Brent recuperou parte das fortes quedas dos últimos dois dias, atribuídas em parte ao receio de uma forte inflação nos EUA, primeiro consumidor mundial de petróleo.

A recuperação ocorreu depois de se saber que o crescimento dos preços nos EUA se tinha moderado, apesar de ainda estar em 8,3% anuais.

Outro fator que reforçou esta tendência foi o debate aberto na União Europeia para embargar as exportações de petróleo russo, com sanção pela invasão da Ucrânia.

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NOS e Altice dizem que não estão livres de ser alvo de ataque como a Vodafone

  • Lusa
  • 11 Maio 2022

Um ataque simultâneo às três empresas não é impossível, disse Jorge Graça, administrador executivo da NOS , acrescentando que nesse caso, “o país parava”.

As operadoras NOS e Altice alertaram esta quarta-feira, durante o congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que “ninguém está 100% livre” de sofrer um ataque como o que afetou a Vodafone em fevereiro. Num debate, as três operadoras deram conta do trabalho que realizaram nessa altura, em conjunto, para ajudar a estabilizar a rede da Vodafone.

Depois de um incidente excecional seguiu-se uma operação de recuperação” rápida, referiu Paulino Corrêa, que lidera a área de redes (Chief Network Officer) da Vodafone em Portugal, referindo que a empresa contou com o “apoio das outras operadoras”. “As questões de cibersegurança não são românticas como vemos nas séries”, referiu, indicando que “a segurança já era uma prioridade fortíssima”, alvo de variadas auditorias e que nem isso foi suficiente, garantindo “ninguém está 100% livre”.

Para o gestor, “é preciso criar condições para que não se volte a repetir” um evento destes, mas, se acontecer, tentar reduzir o impacto ao máximo. “Quem diz que está livre está a enganar-se a si próprio”, indicou, destacando que as principais vítimas foram os clientes, com entidades como os bombeiros a serem afetadas.

Jorge Graça, administrador executivo da NOS, disse que um ataque simultâneo às três empresas não é impossível, avisando que, nesse caso, “o país parava” e as operadoras não se conseguiriam suportar mutuamente. “Acho que o setor não lhe vê reconhecida essa importância”, lamentou.

Para o gestor, com a implementação do 5G, a questão da cibersegurança, para evitar estes ataques, torna-se ainda mais importante, apontando por exemplo o impacto em futuros carros autónomos ou cirurgias a decorrer. “Pode haver danos, vidas postas em causa. Há uma necessidade grande de reconhecer esse papel que temos”, rematou.

Para João Teixeira, administrador com o pelouro da tecnologia (Chief Technology Officer) da Altice, “o que ressalta” deste episódio é que conseguiram “interagir os três” e perceber “que é um bem comum, e esta ligação tem de ser mantida” para “partilhar problemas” e outras experiências que possam vir a existir.

No encerramento do primeiro dia do congresso, o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, destacou a importância de capacitar os cidadãos e Administração Pública para a importância da cibersegurança. “O sucesso da digitalização e, por inerência, da modernização do país depende ainda e muito da confiança das pessoas no Estado e na utilização dos meios digitais, que está assente numa consciencialização para os riscos e na criação de uma perceção fundamentada que nos faça sentir tão seguros na vida digital como mundo físico”, referiu.

Por isso, “o Governo entende ser fundamental a promoção da capacitação para a cibersegurança das entidades públicas e privadas”, rematou.

O 31.º congresso da APDC arrancou esta quarta, em formato híbrido, e termina esta quinta-feira.

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