EDP com prejuízo de 76 milhões no primeiro trimestre

Elétrica passou de lucros de 180 milhões em 2021 para prejuízos. Empresa justifica com impacto da seca e custos mais altos de energia que não foram refletidos no preço cobrado ao consumidor.

A EDP fechou o primeiro trimestre com um prejuízo de 76 milhões de euros, que compara com os lucros de 180 milhões obtidos no mesmo período do ano passado.

“O desempenho financeiro da EDP no primeiro trimestre de 2022 foi fortemente impactado pela seca extrema em Portugal no inverno 2021/2022, o mais seco dos últimos 90 anos, que resultou num défice recorde de produção hídrica da EDP no mercado Ibérico de 2,6TWh face à média histórica”, justifica a elétrica em comunicado.

O défice hídrico obrigou à compra de eletricidade no mercado grossista “para satisfazer o consumo da carteira de clientes”, acrescenta a empresa liderada por Miguel Stilwell. Uma compra realizada num contexto de preços historicamente elevados (preço médio de eletricidade €229/MWh, uma subida homóloga de 407%).

“O forte aumento do custo da eletricidade vendida, não repercutido na carteira de clientes, implicou uma perda de 400 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022 ao nível do EBITDA, que justifica o resultado líquido negativo de 76 milhões registado pela EDP”, assinala a empresa.

“Claramente não há qualquer tipo de aproveitamento por parte das ‘utilities’” do contexto de preços elevados da energia, afirmou o CEO da elétrica em declarações à agência Lusa, afirmando que a empresa absorveu “os impactos”, “até com prejuízo”.

Os factos são os que são, não há qualquer tipo de lucro extraordinário, pelo contrário.

Miguel Stilwell

CEO da EDP

“Os factos são os que são, não há qualquer tipo de lucro extraordinário, pelo contrário”, garantiu, questionado sobre a possibilidade de aplicação de um imposto por lucros extraordinários, admitido pelo Governo.

O EBITDA recorrente da EDP recuou 16% para os 710 milhões de euros face aos primeiros três meses de 2021, com a quebra de 9% no negócio das renováveis, para 405 milhões, a não ser compensada pelo crescimento de 17% nas redes de eletricidade para 362 milhões.

A descida nas renováveis é explicada pelo EBITDA negativo de 34 milhões das barragens na Península Ibérica. O segmento de clientes e Gestão de Energia em Portugal e Espanha também fechou o trimestre no vermelho: -105 milhões.

A elétrica registou ainda um aumento de 10% nos custos operacionais, para 502 milhões, e um agravamento de 41% nos resultados financeiros para 173 milhões negativos.

A dívida líquida da elétrica aumentou 14% para os 13.134 milhões de euros, o equivalente a 4,3 vezes o EBITDA. Uma subida que segundo a EDP “reflete a conclusão em fevereiro de 2022 das aquisições da CELG-T no Brasil e da Sunseap em Singapura”. O investimento bruto mais do que triplicou no período, para 2,3 mil milhões.

(notícia atualizada às 18h30 com declarações do CEO da EDP)

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ANMP quer isenção ou redução do IVA de 13 para 6% nas refeições escolares

A Associação Nacional dos Municípios Portugueses reivindica a isenção ou redução do IVA nas refeições escolares de 13 para 6%. E que o Estado pague os 104 milhões que estão em dívida às autarquias.

A presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro, reivindicou, durante a audição na comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, “a isenção ou redução do IVA nas refeições escolares de 13 para 6%”. A socialista lamentou o facto de a proposta de Orçamento de Estado (OE), apresentada pelo Governo, “não abordar o preço das refeições e das comparticipações aos municípios; não isenta ou reduz o IVA aplicável agora de 13%”.

Acompanhada por Ribau Esteves, vice-presidente da ANMP, Luísa Salgueiro lamentou o facto de “esta questão ainda continuar por resolver“, sendo necessário “que este IVA seja reduzido para 6% ou tenha isenção”.

Esta exigência faz parte de um pacote de reivindicações que a ANMP levou ao Parlamento e que conduziu “à emissão de um parecer desfavorável unânime no Conselho diretivo da associação” e também do Conselho Geral dos municípios à proposta de Orçamento do Estado para 2022. Temos uma forte expectativa de que – quer através das propostas de alteração que possam ser apresentadas pelos grupos parlamentares, quer através das alterações que o Governo venha a apresentar – se façam correções, quando nesta casa for votado o OE para o corrente ano”, considerou Luísa Salgueiro, durante a audição no Parlamento. A socialista deu como exemplo a atualização de verbas no âmbito da descentralização de competências, nomeadamente nas áreas da Saúde, Educação e Ação Social. “Pretendemos que os municípios tenham condições para continuar a servir as comunidades a servir o país”.

Precisamos que os 104 milhões que estão em dívida, nos últimos três anos, no Fundo Social Municipal sejam liquidados para garantir que as contas se mantenham equilibradas.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

O vice-presidente da ANMP, Ribau Esteves, afirmou, por sua vez, que no âmbito das “22 áreas da descentralização, há áreas que simplesmente ainda não começaram a ter execução – portuárias, habitação ou justiça – e há outras que já têm uma extensão muito clara de assunção das responsabilidades”. O também presidente da câmara de Aveiro defendeu que “é fundamental corrigirem-se as assimetrias, sejam elas ligadas à substância das matérias ou de natureza financeira”. Alertou para a necessidade “da elevação da qualidade do serviço público que se presta e a sustentabilidade financeira do serviço também”.

Por fim, Ribau Esteves reivindicou: “Queremos é que o tal artigo 82, que referencia que, nalguns orçamentos do Ministério, é possível buscar mais, seja operacionalizado financeiramente em razão da necessidade”.

Durante a audição, Luísa Salgueiro exigiu ainda o pagamento da dívida do Estado central aos municípios, relativos ao Fundo Social Municipal, que não consta da proposta de OE. “Precisamos que os 104 milhões que estão em dívida, nos últimos três anos, no Fundo Social Municipal sejam liquidados para garantir que as contas se mantenham equilibradas”, notou. Até porque, argumentou, “vivemos num momento em que há um aumento do preço das matérias-primas, do valor da energia, dos preços dos combustíveis”.

Entre os reparos feitos ao OE pela líder socialista da câmara de Matosinhos constam ainda “a alteração das regras da capacidade de endividamento”, a suspensão da regra de equilíbrio orçamental e a possibilidade de “recorrer a financiamento extraordinário” para que possam executar o fim do Portugal 2020 e as candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Outra das reivindicações consiste na “extinção da absurda regra que tem vindo a impedir os municípios de aumentar o valor gasto no ano anterior com contratos de aquisição de bens e serviços”. Mais ainda nos dias de hoje, quando, argumentou, “sabemos que manter os valores do ano anterior, ainda que com os mesmos bens ou serviços, é incomportável, já que todos os valores-base de contratos estão a disparar em função da inflação, do aumento dos custos da energia e dos combustíveis”.

A ANMP também defende “a possibilidade de adjudicar contratos com um valor acima do preço base, uma vez que os concursos têm-se vindo a verificar como desertos por todas as propostas virem acima do preço e isso torna inviável o avanço da contratação”. Este aspeto “é prejudicial para as autarquias, que não conseguem executar os seus planos”, avisou Luísa Salgueiro, sublinhado que acaba mesmo por ser “prejudicial para o próprio país neste momento em que temos tantas metas para atingir“.

Uma enorme sintonia entre todas as forças políticas no sentido de se reforçar o papel dos municípios, de se ajustar as verbas que estão previstas para a descentralização e de se clarificar todas as questões que a própria associação enumerou.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

A ANMP contestou ainda a redução, no OE2022, em 60 milhões de euros da verba que está prevista para o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART). “Até porque, estamos a falar de políticas que visam a descarbonização da economia e é urgente e imprescindível que estimulemos o uso do transporte público e o Programa de Apoio à Redução Tarifária, que será daqueles que tem mais impacto na vida das populações”.

Outra das exigências da associação passa também pela prorrogação do prazo para adaptação dos instrumentos de gestão territorial à nova versão dos Planos Diretores Municipais (PDM), que terminou a 30 de março, sob a sanção de que quem “não tenha os planos revistos, não tenha acesso a fundos comunitários”.

No final da audiência, a autarca socialista manifestou-se satisfeita com “a enorme sintonia entre todas as forças políticas no sentido de se reforçar o papel dos municípios, de se ajustar as verbas que estão previstas para a descentralização e de se clarificar todas as questões que a própria associação enumerou, desde as formais até às relacionadas com os equipamentos e de pessoal, de verbas”.

Ribau Esteves deixou, por sua vez, um aviso: “Prezamos muito a nossa independência e autonomia, assim como a cooperação institucional com o Governo no país em razão do bem-estar dos cidadãos, uma vez aplaudindo, outras criticando”. Mais, arrematou, para não restarem dúvidas de que”essa nota de independência, de isenção e de luta pelo bem servir dos cidadãos é uma marca de água que a ANMP tem, teve e continuará a ter seguramente”.

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Lisboa no vermelho penalizada pelo setor energético

Bolsa nacional encerrou em terreno negativo, acompanhando as quedas do resto da Europa. EDP Renováveis caiu quase 4%.

A bolsa de Lisboa encerrou em terreno negativo, penalizada pelo setor energético e por outros “pesos pesados” como o BCP. Jerónimo Martins representou a maior subida desta sessão ao valorizar 2%. Lisboa acabou, assim, por acompanhar a tendência de perdas do resto da Europa.

O PSI-20 perdeu 0,72% para 5.789,51 pontos, com sete cotadas no vermelho e oito no verde. A contribuir para este desempenho estiveram as cotadas do setor energético, com destaque para a EDP Renováveis que perdeu 3,65% para 20,59 euros, um dia depois de ter reportado um aumento de 75% nos lucros do primeiro trimestre. A EDP caiu 0,97% para 4,293 euros, enquanto a Galp Energia recuou 0,64% para 10,9 euros.

Destaque ainda para o BCP, que desvalorizou 1,78% para 0,1435 euros, acompanhado pelos CTT que perderam 0,59% para 4,225 euros.

No lado oposto, a travar uma descida mais acentuada do PSI-20, estiveram as ações da Jerónimo Martins, que subiram 2,02% para 20,22 euros, representando a maior subida desta sessão. A Navigator cresceu 0,77% para 3,938 euros, acompanhada pela Sonae que avançou 1,17% para 1,041 euros.

A REN ganhou 0,52% para 2,875 euros e a Mota-Engil cresceu 2,07 euros para 6,65 euros.

Lisboa acompanhou, assim, a tendência de perdas do resto da Europa, no dia em que o índice de referência europeu, Stoxx-600, perdeu 0,74% para 438,10 pontos.

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Cidadãos da UE devem poder processar governos se poluição afetar saúde

  • ECO
  • 5 Maio 2022

Os cidadãos europeus devem poder avançar com uma ação judicial e pedir uma indemnização aos respetivos governos se considerarem que os níveis de poluição estão a prejudicar a sua saúde.

Os cidadãos que integram países da União Europeia (UE) podem avançar com uma ação judicial e pedir uma indemnização aos respetivos governos se considerarem que os níveis de poluição estão a prejudicar a sua saúde, defendeu esta quinta-feira a advogada-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), citada pela Reuters (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Uma violação dos valores-limite para a proteção da qualidade do ar sob a lei da UE poderá dar direito a uma compensação do Estado”, sinaliza, em comunicado. Em causa está um parecer relativo a uma ação interposta por um cidadão residente em Paris, que pede ao Governo francês uma indemnização de 21 milhões de euros, alegando que a poluição do ar prejudicou a sua saúde e que o Executivo não respeitou os limites impostos pela UE.

Juliane Kokott, advogada-geral do TJUE, nota ainda que são, muitas vezes, as comunidades mais pobres que vivem e trabalham em áreas altamente poluídas, pelo que precisam particularmente de proteção judicial. Não obstante, a responsável alerta que os cidadãos precisam de provar que a sua saúde foi diretamente afetada pelo nível de poluição do ar e que os governos podem evitar ter de pagar uma indemnização se provarem que os limites de poluição do ar continuariam a ser violados mesmo se os respetivos Estados tivessem um plano de qualidade de ar em vigor.

Nos últimos anos, cerca de dez Estados-membros da UE, incluindo França, Polónia, Itália e Roménia, foram considerados culpados pelos respetivos níveis de qualidade do ar.

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Grupo ETE volta a ganhar concessão do Terminal “Multipurpose” do Porto de Sines

  • Lusa
  • 5 Maio 2022

O grupo de capitais exclusivamente portugueses vai manter a gestão depois de ter vencido o concurso público internacional para a concessão por mais 20 anos.

O Grupo ETE, através da sua empresa ETE S.A., anunciou esta quinta-feira que ganhou novamente a concessão do Terminal “Multipurpose” do Porto de Sines, por mais 20 anos, tendo já assinado o respetivo contrato.

Em comunicado enviado à agência Lusa, este grupo de capitais exclusivamente portugueses, que já era concessionário do terminal, revelou que vai manter a gestão, ao ter vencido o concurso público internacional para a concessão por mais 20 anos, e que assinou esta quinta o contrato.

O Terminal “Multipurpose” (ou multiúsos) do Porto de Sines (TMS) é estratégico para aquela região e para o sistema portuário nacional e “tem sido uma alavanca para o progresso económico”, realçou o grupo do setor marítimo portuário. Estes fatores mantêm-se “como prioridade com a nova concessão” e tornam “ainda mais evidente a importância de investimento direto português no desenvolvimento das infraestruturas portuárias”, acrescentou.

O terminal multiúsos vai ser equipado “com novas valências, nomeadamente capacidade de armazenagem e novos equipamentos, reforçando aquele que será o seu contributo para o desenvolvimento do concelho sineense, para o alargamento do seu hinterland e da indústria nacional”, o que permitirá “continuar a posicionar o TMS como um hub logístico de exportação e importação”, garantiu o Grupo ETE.

“No que respeita ao tipo de carga operada em terminal, poderemos assistir à movimentação de carga geral diversificada, carga de projeto, graneis sólidos e, eventualmente, carga contentorizada”, disse. O grupo concessionário destacou que o TMS é o único terminal multiúsos de águas profundas a nível nacional, com fundos até 18 metros, o que possibilita a receção de navios até 190 mil toneladas Dwt (Deadweight tonnage).

Ocupando uma área de 40 hectares, o TMS dispõe de quatro cais de atracação equipados com gruas móveis e de pórtico, bandas transportadoras e rampa RoRo e capacidade de parqueamento. “Tem acessibilidades diretas às redes nacionais rodoviárias e ferroviárias, bem como uma localização que reforça a importância geoestratégica no contexto das rotas europeias e internacionais do comércio marítimo”, referiu o concessionário.

A proximidade ao aeroporto de Beja “fortalece também toda a região enquanto plataforma logística”, enquanto “a ligação à rede ferroviária nacional reforça o hinterland do porto e potencia a intermodalidade no transporte de mercadorias”, afirmou.

“Com a nova concessão em Sines e face à sua experiência e know-how no setor marítimo-portuário e logístico, o Grupo ETE dá mais um passo na sua estratégia de logística integrada”, o que é “fundamental para responder às necessidades da cadeia de abastecimento global” e para “o desenvolvimento dos sistemas portuários e da economia nacional”, pode ler-se no comunicado.

Fundado em 1936, o Grupo ETE emprega mais de 1.200 colaboradores e gera um volume de negócios anual superior a 200 milhões de euros, estando presente com operações próprias, além de Portugal, em outros cinco países (Colômbia, Uruguai, Cabo Verde, Moçambique e Bélgica), além de operar em parcerias no Gana e no Japão.

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PRR. 267 milhões para a Justiça com o foco na transição digital

Durante 2022 está previsto um investimento, financiado pelo PRR de 98,3 milhões de euros para a Justiça.O objectivo é aumentar a eficiência dos Tribunais. acelerando a transição digital.

O Plano Recuperação e Resiliência (PRR) da Justiça, a realizar até 2025, com 267 milhões de euros de verbas, servirá para acelerar a Transição Digital e tem como objetivo “diminuir a carga administrativa, reduzir obstáculos setoriais ao licenciamento e aumentar a eficiência dos Tribunais”, segundo um documento entregue pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, após a discussão do Orçamento do Estado de 2022 para a Justiça, realizada na quarta-feira.

Tendo por base procedimentos administrativos e judiciais mais ágeis, o Plano prevê “agir sobre as pendências e morosidade dos processos judiciais, nomeadamente nos tribunais administrativos e fiscais e também nos processos de execução e de insolvência”.

O documento refere que nos Juízos de Execução, “o levantamento das moratórias relativamente à execução dos créditos e o aumento do endividamento das famílias terá seguramente repercussão num aumento de processos para cobrança de dívidas”.

Assim, o PRR assinala como prioritário “assegurar o aumento da eficácia dos tribunais judiciais, especialmente os administrativos e fiscais e da justiça económica”, no que respeita aos processos de insolvência, de recuperação de empresas e acelerar a recuperação de créditos, “por via de reformas legais e organizativas do sistema judicial e no investimento no suporte tecnológico a essas reformas”.

Concretizando:

  • Plataformas Digitais dos Tribunais;
  • Plataformas Digitais para os ciclos de vida dos cidadãos e das empresas;
  • Plataformas Digitais para a Investigação Criminal e Forense;
  • Plataforma da Gestão do Conhecimento;
  • Reforço das Infraestruturas e dos Equipamentos Tecnológicos da Justiça.

Durante o ano de 2022 está previsto um investimento, financiado pelo PRR de cerca de 98,3 milhões de euros, o qual será executado pelos seguintes serviços e organismos do MJ:

  • Secretaria Geral do Ministério da Justiça: 1 353 000 euros;
  • Comissão de Proteção de Vítimas de Crimes: 246 000 euros;
  • Direção-Geral de Política de Justiça: 10 209 000 euros;
  • Direção-Geral da Administração da Justiça: 7 011 000 euros;
  • Polícia Judiciária : 11 685 000;
  • Instituto dos Registos e Notariado: 14 637 000 euros;
  • Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça: 51 291 000 euros;
  • Instituto Nacional de Medicina Legal: 1 107 000 euros;
  • Instituto Nacional da Propriedade Industrial: 492 000 euros;
  • Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça: 246 000 euros;

O mesmo documento refere que o IGFEJ assume “um papel preponderante” na execução do PRR da Justiça face às suas competências transversais a todo o sistema de Justiça na área das tecnologias de informação. Por isso, irá proceder, nomeadamente, à implementação de diversos projetos, destacando-se a “modernização dos Sistemas de Informação Core Judiciais, a modernização dos equipamentos tecnológicos e software de base do Ministério da Justiça, o reforço das infraestruturas de comunicação e computação, a reconversão do Data Center da Justiça, a criação do Centro de Continuity of Serviçe and Disaster Recovery, bem como do Centro de Operações de Gestão e de Monitorização de Sistemas e de Cibersegurança e a implementação de diversas Plataformas Digitais”.

Já a Polícia Judiciária “irá assegurar o desenvolvimento da Plataforma Integrada de Serviços de
Polícia Científica – interface de comunicação dos serviços de Polícia Científica
prestados pelo LPC da PJ, de um processo de transformação digital global da atividade de
Investigação criminal e à atividade forense.

O investimento previsto permite intervenções nas plataformas digitais dos Tribunais e meios Resolução Alternativa de Litígios, incluindo os TAF e as insolvências e o desenvolvimento e implementação dos sistemas de tramitação processual (Magistratus e Codex) que irá abranger cerca de 400 Tribunais de todas as instâncias e cerca de três mil magistrados.

Serão desenvolvidas as novas interfaces para advogados, solicitadores, representantes de entidades públicas e criada uma plataforma de serviços e informação “Insolvências, Falências e Recuperação” para empresas e cidadãos.

O PRR prevê ainda o desenvolvimento da fase 2 do Projeto Tribunal que inclui o Balcão+ eletrónico (serviços online/remotos), o Comarca+ para apoio aos órgãos de gestão das comarcas e o desenvolvimento dos Sistemas de Informação de suporte à Resolução Alternativa de Litígios.

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Presidente e vogal do IEFP foram nomeados “pelos seus perfis e curricula”, diz Governo

  • Lusa
  • 5 Maio 2022

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social garante que nomeou Adelaide Franco e Paulo Langrouva para presidente e vogal do IEFP, respetivamente, "pelos seus perfis e curricula".

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social nomeou em regime de substituição Adelaide Franco e Paulo Langrouva para presidente e vogal do IEFP, respetivamente, “pelos seus perfis e curricula“, disse fonte oficial à Lusa.

Foram avaliadas várias pessoas para garantir o regular funcionamento do IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional], tendo sido nomeados Adelaide Franco e Paulo Langrouva pelos seus perfis e curricula“, afirmou fonte oficial do ministério, acrescentando que os dois responsáveis “foram os únicos nomeados”.

As nomeações de Adelaide Franco e de Paulo Langrouva em regime de substituição, noticiadas pelo Jornal de Negócios na quarta-feira, acontecem depois de, a 6 de dezembro 2021, terem terminado as comissões de serviço do então presidente do IEFP, António Valadas da Silva, e de um dos vogais do instituto.

Em março de 2022, segundo um despacho publicado pelo anterior governo, António Valadas da Silva iria manter-se em funções até ser concluído o concurso de recrutamento pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

O concurso público foi aberto em 1 de abril e as candidaturas encerraram em 14 de abril, estando ainda o processo “em avaliação” pela CRESAP. “No dia 30 de abril o presidente do conselho diretivo [António Valadas da Silva] teve de cessar funções por aposentação, deixando o IEFP de ter o quórum necessário para deliberar”, disse fonte oficial do gabinete liderado pela ministra Ana Mendes Godinho.

Segundo o ministério, “uma vez que o procedimento concursal ainda não se encontra concluído pela CReSAP foi necessário, para não comprometer o normal funcionamento deste organismo, nomear em regime de substituição o lugar de presidente e vogal do Conselho Diretivo do IEFP”. Os despachos relativos às nomeações aguardam publicação em Diário da República, acrescentou.

Questionado sobre se os dois nomeados são candidatos ao concurso aberto em abril pela CReSAP, o gabinete da ministra afirmou que “os concursos da CReSAP decorrem de forma autónoma, não se conhecendo os candidatos até à decisão final de designação”.

De acordo com o Jornal de Negócios, Adelaide Franco era desde de 2019 consultora na MindsetPlus, depois de uma experiência de quinze anos em cargos diretivos da Microsoft, nomeadamente na área da educação, e foi vice-presidente do Instituto Português da Juventude no final dos anos noventa (96-97).

Já Paulo Langrouva foi presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, pelo PS, entre 2013 e 2021, e é desde 1998 técnico superior do IEFP.

Sobre o cargo de vice-presidente do IEFP, que por sua vez ficou vago com a saída de António Leite para o Governo, como secretário de Estado da Educação, o ministério refere que “o Governo procederá, naturalmente, ao pedido de abertura de procedimento concursal (…), como aliás tem feito em todas as situações”.

No âmbito do Ministério do Trabalho decorrem ainda os concursos para os cargos de inspetor-geral da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e de diretor-geral da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

Estes cargos “estão a ser assegurados em suplência e em substituição, respetivamente, enquanto decorrem os respetivos procedimentos concursais na CReSAP”, referiu o gabinete.

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Abanca à espera de Angola para fechar compra do EuroBic

Já há entendimento para a venda do EuroBic aos galegos do Abanca. Negócio está à espera de autorização prévia das autoridades angolanas e de supervisão de Angola.

O negócio para a venda do EuroBic ao Abanca está quase fechado. Já há um entendimento entre os acionistas angolanos do banco português e os galegos, mas a conclusão da operação ainda aguarda a autorização das autoridades angolanas, que arrestaram os bens de Isabel dos Santos, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

mais de dois anos que o EuroBic se encontra à venda, na sequência do caso Luanda Leaks, que rebentou em janeiro de 2020 e obrigou Isabel dos Santos a sair da estrutura acionista da instituição. Logo na altura, o banco português esteve perto de ser vendido ao Abanca, mas divergências em relação ao preço (os galegos ofereceram inicialmente mais de 200 milhões, mas reviram o preço em baixa após a realização da due dilligence) impossibilitaram a concretização do negócio já na 25.ª hora.

Agora, os acionistas do EuroBic e o banco de Juan Carlos Escotet estão novamente perto de selar o negócio, havendo já um entendimento entre as duas partes que terá de esperar, ainda assim, que as autoridades judiciais e de supervisão de Angola deem luz verde. O ECO contactou o Abanca, que disse que não tem nada a acrescentar ao que já disse em fevereiro sobre o interesse no EuroBic. O Jornal Económico avançou no início do ano que o Abanca estava em “negociações exclusivas para comprar a totalidade” do capital do EuroBic, depois de lançado novo processo de venda que chegou a atrair o interesse, entre outros, do Banco CTT e do Novobanco.

Isabel dos Santos controla 42,5% da instituição portuguesa através da Santoro e Finisantoro, mas viu os seus bens e contas bancárias arrestados na sequência do processo judicial colocado pela Justiça angolana, que tenta reaver o que a empresária angolana tirou do erário público, segundo alega. Por causa dos arrestos, que envolvem as várias empresas da empresária angolana, há questões que têm de ser tratadas para que a venda do EuroBic se possa concretizar. O ECO sabe que tem existido uma atitude de cooperação e de coordenação com as autoridades angolanas para desbloquear o negócio e o processo está a decorrer dentro dos prazos previstos, descreveu uma fonte ouvida pelo ECO.

Por outro lado, como em todas as operações envolvendo bancos, o negócio do EuroBic também tem de ser autorizado pelo Banco Central Europeu (BCE), em coordenação com o Banco de Portugal, que terá de aferir as condições e capacidade do comprador. Mas tratando-se o Abanca de um banco já estabelecido na Zona Euro, que nos últimos anos adquiriu várias operações, incluindo à Caixa Geral de Depósitos e Novobanco em Espanha, não deverão surgir problemas. Isto mesmo já tinha sido sinalizado pelo anterior governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

A aquisição do EuroBic permitirá ao Abanca, que anunciou esta terça-feira lucros de 82 milhões de euros no primeiro trimestre, reforçar a sua presença em Portugal, um dos mercados prioritários para Juan Carlos Escotet, depois de ter adquirido a operação de retalho do Deutsche Bank em 2019.

Já o EuroBic ainda não apresentou as contas de 2021, mas registava um lucro de cerca de 9,3 milhões de euros no exercício dos primeiros nove meses do ano passado. Apresentava em setembro um capital próprio de 565 milhões de euros.

A seguir a Isabel dos Santos, a estrutura acionista do EuroBic conta com Fernando Teles como segundo maior acionista, com 37,5%, e outros acionistas angolanos como Luís Cortez dos Santos, Manuel Pinheiro Fernandes e Sebastião Lavrador (cada um com 5% do capital).

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Air France-KLM passa de lucro a prejuízo de 552 milhões até março

  • Lusa
  • 5 Maio 2022

Companhia franco holandesa admite, no entanto, “estar otimista” quanto ao equilíbrio das contas, já que regista um aumento da sua atividade desde março.

A Air France-KLM anunciou esta quinta-feira que teve um prejuízo de 552 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, que compara com um lucro de 1.481 milhões em idêntico período do ano anterior. A companhia aérea franco holandesa admite, no entanto, “estar otimista” quanto ao equilíbrio das contas, já que regista um aumento da sua atividade desde março deste ano e conta com perspetivas positivas para o verão.

O resultado operacional também foi negativo, em 350 milhões de euros, mas o “buraco” foi claramente inferior aos 1.179 milhões registados nos primeiros três meses do ano passado. Quanto ao resultado operacional bruto (EBITDA), este foi positivo no primeiro trimestre deste ano, tal como nos últimos três meses do ano passado, cifrando-se em 221 milhões de euros.

O volume de negócios, por sua vez, mais do que duplicou em relação ao primeiro trimestre do ano passado, isto é, 2,06 vezes mais, para 4.445 milhões de euros, graças ao aumento do número de passageiros que triplicou para 15,58 milhões.

O grupo, que tem participação dos Estados francês e holandês, está a trabalhar para fortalecer a sua situação financeira com medidas como um aumento de capital com direitos preferenciais para os seus atuais acionistas ou a emissão de títulos para, entre outros aspetos, acelerar o reembolso dos fundos públicos de ajuda que recebeu durante a crise.

Estas medidas poderão representar até 4.000 milhões de euros num calendário que dependerá das “condições de mercado”, mas também da obtenção da aprovação da Comissão Europeia, salienta a transportadora aérea.

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Governo usa 100 milhões de fundos europeus para reabilitar escolas e centros de saúde mais degradados

Ministra da Coesão anunciou que, através dos Programas Operacionais Regionais, vai lançar, no próximo mês, “avisos de concurso no Portugal 2020, mas com a possibilidade de transitar para o PT2030".

Governo vai usar 100 milhões de euros de fundos europeus para que escolas e centros de saúde mais degradados possam ser reabilitados. Os concursos vão ser abertos no próximo mês.

A ministra da Coesão anunciou que, através dos Programas Operacionais Regionais vai lançar, no próximo mês, “avisos de concurso, com enquadramento ainda no quadro comunitário do Portugal 2020, mas com a possibilidade de transitar para o PT2030”, um quadro comunitário que vai ter um programa específico para as freguesias que até agora não se podem candidatar diretamente aos fundos europeus.

Esta medida para “a requalificação de equipamento e infraestruturas nas áreas da edução e saúde, que estejam sinalizados como prioritários” tem uma dotação de dez milhões de euros do PO Regionais, precisou Ana Abrunhosa na audição no Parlamento no âmbito da discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2022. Uma audição na qual revelou as medidas que o Executivo vai adotar para acelerar a execução dos fundos do Portugal 2020.

Esta lista ainda tem de ser “revista e afinada com os municípios e, naturalmente, com o ministério da Edução”, precisou a ministra que tem a tutela dos fundos europeus para as regiões, mas também da descentralização. A lista, que integra 335 escolas, já foi publicada em Diário da República, mas terá agora de ser atualizada.

“Reconhecemos a complexidade do processo de descentralização que ocorre num quadro de grande exigência”, disse Ana Abrunhosa. “Admitindo que ao longo deste processo não fomos capazes de chegar a toda a gente da melhor maneira e que ainda há dúvidas, receios e alguma incompreensão o Governo vai reforçar o diálogo com os municípios”, acrescentou. “O nosso interlocutor é a Associação Nacional de Municípios”, frisou, “o que não nos impede de reunir com os autarcas”.

“Não podemos falhar” neste processo, disse. “Todos os municípios são importantes para nós. Os que de forma discreta resolvem os problemas das suas populações nunca vão ficar atrás dos que falam mais alto ou têm acesso à comunicação social”, disse numa alusão às críticas de Rui Moreira que se manifestou contra a forma como o processo de descentralização está a ser levado a cabo e por isso vai abandonar a Associação Nacional de Municípios.

Escassez de verbas tem sido a principal crítica dos autarcas neste processo de descentralização e por isso um reduzido número de câmaras aceitou por exemplo competências na área da saúde. O prazo para a transferência de competências na saúde terminou a 31 de março. A ministra rejeita estas críticas e lembra que os valores a transferir para os municípios ainda não estão fechados e que “os autos na saúde estão neste momento a ser revistos”, “porque se passou a considerar como base o ano de 2019 contemplando a inflação, em vez de 2021, que prejudicava os municípios por não ser um ano de atividade normal, devido à pandemia”. “Os valores estão a ser revistos em alta”, garantiu Ana Abrunhosa.

Por outro lado, a ministra da Coesão recordou que existe a possibilidade de os valores a transferir para os municípios poderem ser revistos em alta. O Fundo de Financiamento da Descentralização tem 832 milhões de euros para a Saúde (70,4 milhões), Educação (718,7 milhões), ação social (42,3 milhões) e Cultura (890 mil euros), mas existe depois a possibilidade de estes valores serem revistos em alta através de um “mecanismo de atualização e ajustamento”, que está previsto na proposta de OE 2022. O reforço será “o necessário” tendo em conta os valores apontados pelos municípios.

Ana Abrunhosa estranhou que “à data de hoje haja dúvidas que já não deviam existir”, como por exemplo se a fatia de 20 milhões de euros se destina à manutenção das escolas ou à sua reabilitação. “É claro que é manutenção, a requalificação será feita através do apoio dos fundos europeus”, disse a ministra em resposta à deputada social-democrata Fátima Ramos.

Mas este montante vai ser algo de revisão, recordou a ministra da Coesão. Os 20 mil euros são um valor que tem de ser alterado, porque tanto pode ser muito, como pode ser pouco” dependendo do estado de conservação de cada escola. “Ao chegarmos à forma de cálculo, que será consensualizada com a ANMP, vamos chegar a valores diferentes que terão de ser respeitados e postos em prática”, disse de forma perentória em resposta à líder da bancada parlamentar do PCP, Paula Santos. “Se esse valor corresponder a uma necessidade de reforço do Fundo de Descentralização então obviamente que será, porque nem há outra forma de ser feito”, acrescentou Ana Abrunhosa.

Em cima da mesa está também o reforço das verbas para o transporte escolar, um tema que está a ser analisado pela comissão técnica de Desenvolvimento, que retomou as reuniões na quarta-feira. Será esta comissão que irá decidir o valor justo a atribuir para a manutenção dos edifícios escolares, apetrechamento das escolas, refeições escolares, atualização dos valores dos transportes escolares, e rácio dos assistentes operacionais por escola”, explicou Ana Abrunhosa. Será produzida uma portaria para cada uma destas áreas e o Fundo de Descentralização será atualizado em conformidade com estes valores.

São valores atualizados que contamos ter muito em breve. Aliás, as Comissões de Acompanhamento dos municípios, nas diferentes áreas, foram criadas precisamente para a monitorização das verbas transferidas e a sua adequação às necessidades efetivas – e esta é uma questão de transparência”, sublinhou.

A ministra da Coesão criticou o facto de não se falar “das áreas descentralizadas que dão receita aos municípios”. “Ninguém fala do estacionamento ou da gestão das praias que, bem geridas, podem gerar receitas significativas aos nossos municípios”, lamentou.

Na audição, a responsável fez questão de contrariar a ideia de os municípios estão a ser forçados a assumir responsabilidades. “Os autarcas querem a descentralização”, sublinhou por inúmeras vezes. “Não se está a impor nada aos municípios que não seja a sua verdadeira vocação: gerir os recursos do território em função das necessidades das pessoas”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Webtalk. O SoftPower na retenção de talento

  • Trabalho
  • 5 Maio 2022

No próximo dia 16 de maio, acompanhe o debate sobre o chamado "softpower", as melhores estratégias e os desafios das empresas para conquistar e reter talento.

Num momento em que tanto se fala de escassez de talento, que estratégias estão a desenvolver as empresas para cativar e ‘recrutar’ todos os dias na companhia o seu talento? One size does not fit all e isso é cada vez mais verdade ao nível da política de benefícios das companhias. Como é que estão a ajustar ofertas ao talento que têm e querem conquistar? No rescaldo de uma longa pandemia, como estão as organizações a tratar das suas pessoas, ao nível de saúde física e mental? Será a semana de quatro dias de trabalho a resposta a um maior equilíbrio entre a vida laboral e pessoal? Que outras estratégias estão as organizações a avançar?

As perguntas estão lançadas e serão o ponto de partida para o debate “O Softpower na retenção de talento”, organizado pela Pessoas, em parceria com a Adecco, e que poderá acompanhar no próximo dia 16 de maio, às 16h, no site da Pessoas e no Facebook do ECO.

A webtalk conta com a participação de Alexandra Andrade, country manager da Adecco Portugal, Hugo Rodrigues, multilingual HR sites director da Majorel, e Marta Melo, head of recruitment do Grupo Ageas Portugal. A moderação estará a cargo de Ana Marcela, diretora executiva da Pessoas.

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Empresários da hotelaria e restauração preocupados com escassez de mão de obra e inflação

  • Lusa
  • 5 Maio 2022

O vice-presidente da Ahresp citou um organismo internacional que calculou que em Portugal "há oferta de 85 mil postos de trabalho no turismo que não estão a ser correspondidos com força de trabalho".

A inflação e a escassez de matérias-primas e de recursos humanos são atualmente as principais preocupações da Associação de Hotelaria Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), ouvida esta quinta-feira pela Assembleia Municipal de Lisboa.

A AHRESP foi ouvida pela Comissão de Economia e Inovação e Turismo da Assembleia Municipal de Lisboa no âmbito da elaboração de um futuro relatório sobre a recuperação económica da cidade no pós-pandemia. “Saímos de um momento difícil, apesar do esforço do município [Lisboa] e da administração central, que não foram suficientes. O impacto [pandemia] foi muito grande e ainda prevalece, e agora com novos problemas”, começou por referir aos deputados municipais o vice-presidente da AHRESP, Carlos Moura.

Segundo Carlos Moura, os empresários do setor da hotelaria e da restauração vêm-se atualmente confrontados com “dificuldades decorrentes, essencialmente, da inflação dos preços dos combustíveis e da energia, da escassez das matérias-primas, sobretudo devido à guerra na Ucrânia, e também de recursos humanos disponíveis para trabalhar nesta área.

Relativamente à inflação, o vice-presidente da AHRESP lamentou que não hajam “medidas para que as empresas possam suportar este círculo inflacionista” e que “não se avizinhe uma inversão do problema”. Além da questão da inflação, Carlos Moura apontou para os problemas de capital das empresas do setor e alertou para as dificuldades que existirão para as verbas de “recapitalização” previstas no âmbito do PRR (Plano Recuperação e Resiliência) chegarem ao “tecido industrial mais pequeno”.

Serão, com certeza, precisos programas alternativos para ajudar as pequenas e médias empresas”, defendeu.

O responsável da AHRESP apontou também para as dificuldades em encontrar trabalhadores disponíveis para trabalhar no setor, ressalvando que “não se trata apenas de uma questão de baixos salários”, mas sim também “demográfico”.

“É um problema sério. Um organismo internacional [Conselho Mundial de Viagens e Turismo] chegou mesmo a referir há duas semanas que em Portugal há oferta de 85 mil postos de trabalho no turismo que não estão a ser correspondidos com força de trabalho. É um número impressionante”, apontou.

Para fazer face a este problema, Carlos Moura defendeu a necessidade de se apostar na “imigração organizada” e no recrutamento de profissionais “devidamente credenciados” e que vejam as suas necessidades resolvidas.

“Nós sabemos que há grupos económicos que se colocam num avião e vão recrutar diretamente no estrangeiro. Isto não devia ser assim. Isto devia ter um dossiê devidamente organizado. O fenómeno da imigração é muito mais extenso do que o mero exercício da profissão”, defendeu, apontando para questões ligadas à habitação e à integração familiar destes imigrantes no país.

Por seu turno, numa curta intervenção a secretária geral da AHRESP, Ana Jacinto, defendeu a necessidade de a Câmara Municipal de Lisboa manter determinados apoios municipais, como a isenção de taxas na ocupação de espaços públicos, e alertou para o “excesso de burocracia” no acesso a alguns programas de apoio.

“Nós temos aqui sinais de aumento de procura, mas as empresas estão totalmente sufocadas e descapitalizadas. Era importante haver aqui, da parte do município, este apoio que é muito importante para os empresários e também simplificar ao máximo o relacionamento entre o empresário e a autarquia”, acrescentou.

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