Mais de um milhão em isolamento no dia das eleições, antecipa o IST

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

A partir de meados de fevereiro é a altura de “preparar o pós Covid-19 em Portugal”, defende ainda o grupo de trabalho do Instituto Superior Técnico. Covid passará a ser uma "doença residente".

Todos os portugueses estarão imunizados após a atual vaga da pandemia, o que deverá acontecer depois fevereiro, e a Covid-19 vai evoluir para uma “doença residente” como a gripe ou a herpes, prevê o Instituto Superior Técnico. O documento antecipa também que 1,05 milhões de pessoas estão em isolamento no dia das eleições.

Entre vacinação e infeção, depois do final de fevereiro toda a população terá alguma imunidade ao vírus” que causa a Covid-19, adianta o relatório do grupo de trabalho de acompanhamento da pandemia do Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa que a Lusa teve acesso.

O documento adianta que, uma vez que toda a população residente em Portugal terá algum tipo de imunidade após esta vaga pandémica, a partir de meados de fevereiro é a altura de “preparar o pós covid-19 em Portugal”.

“Os sistemas de saúde terão agora de preparar a resposta para as pessoas em número a estimar que poderão sofrer de ‘longo covid’ e manter alguma reserva de resposta para eventuais variantes”, alertam Pedro Amaral, José Rui Figueira, Henrique Oliveira e Ana Serro, que compõem o grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço.

O documento sublinha ainda que a “imunidade de grupo não se poderá alcançar e este vírus passará a fazer parte das preocupações futuras, como a gripe sazonal e muitas outras doenças”.

“Podemos considerar que a covid-19 passará a ser uma doença residente na Europa em geral e em Portugal em particular. O que não obsta a que se relaxem os mecanismos da avaliação, monitorização e resposta a esta doença em geral e a outras pandemias que, no futuro, são expectáveis”, alerta o relatório.

Segundo preveem os especialistas do Técnico, a covid-19 passará a ser uma doença a “longo prazo como em tempos foram poliomielite, sarampo ou varíola” ou, atualmente no mundo, a “dengue, febre-amarela, gripe, hepatite, herpes, HPV e SIDA, entre tantas outras”.

Em termos epidemiológicos, o relatório com dados de terça-feira alerta que o índice de transmissibilidade do vírus (Rt), depois de ter estado em “travagem forte até 19 de dezembro”, registou uma inversão da tendência de descida, o que tem como “explicação a explosão de contágios nas escolas (classe entre zero e 9 anos) e a campanha eleitoral” para as eleições de domingo.

No pico da incidência da atual vaga pandémica, Portugal deve atingir um valor real de 150 mil casos de infeção, dos quais serão visíveis apenas 60 mil a 65 mil casos que se obtém ao nível de saturação de testes. “Prevemos que, em média a sete dias, não se supere os 50 óbitos por dia até 31 de janeiro”, refere o documento, referindo que, relativamente aos isolados, a campanha eleitoral “extremamente participada e os contágios descontrolados nas escolas” levaram estes números a superar mais de um milhão.

Prevemos um número de casos em isolamento acima de 1.050.000 para o dia 30 de janeiro”, o que terá como consequência que o pico da incidência ocorra mais tarde, entre o início de fevereiro e o dia 12 do mesmo mês.

As autoridades terão de contar com um número efetivo de eleitores isolados a pretenderem votar, descontando os que votaram em voto antecipado, os abstencionistas prováveis e os menores de 18 anos, de um número previsível situado entre 300 mil e 450 mil eleitores reais (em situação de isolamento) a irem às câmaras de voto”, adianta o relatório do IST.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Venda de seguros de saúde ultrapassou 1.000 milhões em 2021

  • ECO Seguros
  • 26 Janeiro 2022

Mais de 3,3 milhões de portugueses pagam em média 300 euros, por ano cada um, para terem acesso a seguros de saúde. Fidelidade, Ageas e Tranquilidade lideram o mercado.

A venda de seguros de saúde ultrapassou mil milhões de euros em 2021, revelou a ASF, entidade reguladora do setor, no seu relatório Prémios de Seguro Direto da Atividade Seguradora, agora publicado, em que apresentou dados preliminares do setor relativos ao ano passado.

O sucesso das apólices saúde tem-se acentuado desde 2015, quando os prémios emitidos pelas seguradoras no ramo doença/saúde se ficavam pelos 555 milhões de euros e o total de beneficiários era de 2 milhões de pessoas. Em junho do ano passado o número de beneficiários já ultrapassava os 3,3 milhões de pessoas.

O crescimento do ramo saúde foi mais acelerado em 2020 com a pandemia Covid-19 e com a criação de novas apólices com coberturas adicionais para responder ao novo risco. Nesse primeiro ano de pandemia, o crescimento permitiu uma atividade lucrativa para as seguradoras de 11,6% dos 940 milhões de euros de receitas de prémios. No entanto, e seguindo as informações da APS, as seguradoras precisaram de pagar 685 milhões de euros em sinistros e, depois das despesas, o lucro foi de 110 milhões de euros. No ano de 2019, esse resultado positivo tinha sido de 44 milhões.

O número de utilizadores também registou uma subida de 63%, comparando 2021 com 2015. Ainda com dados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), em junho do ano passado o número de beneficiários era de 3.325. 994 e pagavam em média 300,97 euros por ano cada um. Despesa particular para, além dos impostos que pagam para financiar o Serviço Nacional (SNS), poderem dispor de uma solução alternativa de acesso a cuidados de saúde.

Ainda segundo dados da APS, o número de subscritores individuais de seguros particulares tem aumentado o peso no total dos aderentes, significa agora 43% contra cerca de 40% entre 2015 e 2019. Os restantes beneficiários são inseridos em grupo, em que os seguros de empresa predominam e onde os preços médios são mais baixos. Em junho de 2021 um subscritor individual pagava 325 euros por ano pela sua apólice, enquanto os seguros de grupos – que têm em média 22 pessoas – custavam 277 euros por ano per capita.

No entanto, a indicação de preços depende das coberturas contratadas e dos limites de capitais, fatores a que a concorrência entre seguradoras tem obrigado a aumentar para conquistarem e reterem clientes. Em 2015 o custo anual do seguro por pessoa era de 277 euros, mas desde aí os benefícios para os segurados melhoraram e o custo médio anual subiu apenas 8%.

Os 5 maiores grupos têm 90% do mercado

Os maiores operadores do mercado no ramo doença/saúde, que representa 7,5% do total dos prémios anuais do setor segurador, quase coincidem com os maiores grupos ou companhias do setor.

A Fidelidade detém 37% de quota de mercado através da sua marca e ainda da Multicare e da OK! teleseguros. O Grupo Ageas concentra 29% dos prémios com as marcas Médis, Ageas Seguros e da Ocidental Seguros que comercializa seguros através da rede bancária do Millennium bcp. A Generali, através da sua marca Tranquilidade, obteve 12% de quota em 2021. No top 5, para além da Allianz, a Victoria apresenta uma posição relevante, indicador de especialização no ramo.

Em 2021 existiram 25 seguradoras, agrupáveis em 21 grupos ou companhias, a operar em Portugal em seguros de saúde. As 3 maiores faturaram 78% dos prémios, as 5 primeiras conseguiram 89% e no top 10 ficaram 96% das vendas de seguros de saúde.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE alerta bancos europeus para risco de sanções à Rússia

Entre os bancos internacionais com grande exposição à Rússia encontra-se o Citi, o Société Générale, o Raiffeisen e o UniCredit. 

O Banco Central Europeu (BCE) alertou os bancos com exposição significativa à Rússia para se prepararem para a imposição de sanções internacionais caso o país decida invadir a Ucrânia, numa altura em que as tensões entre os países estão em alta e algumas potências decidiram já retirar os diplomatas de Kiev.

Entre os bancos internacionais com grande exposição à Rússia encontra-se o norte-americano Citi, o francês Société Générale, o austríaco Raiffeisen e o italiano UniCredit.

No âmbito deste alerta, autoridades do BCE pediram detalhes de como os bancos lidariam com diferentes cenários, como por exemplo como impediriam que bancos russos acedessem ao sistema de pagamentos internacionais Swift, segundo avança o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), citando pessoas informadas sobre as negociações.

O BCE terá também solicitado informações sobre as exposições à Rússia e Ucrânia ao Deutsche Bank e ao ING, os maiores credores da Alemanha e da Holanda.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OMC autoriza China a impor tarifas de 645 milhões de dólares aos EUA

A Organização Mundial do Comércio autorizou a China a impor 645 milhões de dólares em tarifas contra produtos dos EUA, depois desta acusar os americanos de imporem tarifas ilegais entre 2008 e 2012.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou a China a impor tarifas compensatórias no valor de 645 milhões de dólares contra os Estados Unidos da América (EUA), no âmbito de uma disputa comercial de 2012, avançou esta quarta-feira a Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

A decisão da OMC, com origem numa disputa do governo de Barack Obama, estipula que a China pode impor tarifas anuais de 645 milhões de dólares (cerca de 571 milhões de euros ao câmbio atual) sobre produtos norte-americanos. O valor estipulado ficou abaixo dos 2,4 mil milhões de dólares (cerca de 2,1 mil milhões de euros ao câmbio atual) inicialmente propostos pela China.

Em 2012 a China acusou os EUA de imporem tarifas ilegais, entre 2008 e 2012, sobre 22 produtos chineses desde painéis solares, fios de aço, ácido cítrico, papel térmico, entre outros. Em causa esteve a falta de clareza jurídica quanto ao direito dos EUA a tratar empresas chinesas, controladas maioritariamente pelo estado, enquanto empresas públicas. Ao longo do processo a OMC julgou repetidamente a favor da China, e entendeu que os EUA não retiraram as tarifas ilegais em tempo útil.

O governo dos EUA já condenou a decisão da OMC, que considera “profundamente dececionante”, avançou esta quarta-feira a Reuters (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

O porta-voz dos representantes comerciais dos EUA, Adam Hodge, sublinhou que a decisão “reforça a necessidade de reformar as normas da OMC”, que acusa de terem sido aproveitadas pela China para proteger as suas “práticas económicas não comerciais” e comprometer a “justa concorrência orientada para o mercado”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Moedas assegura que vai continuar a investir nas ciclovias

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

Presidente da Câmara de Lisboa reiterou o compromisso de “muito brevemente” apresentar a proposta alternativa para a ciclovia da Avenida Almirante Reis.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), assegurou esta quarta-feira que vai continuar a investir na rede ciclável, ressalvando que tal implica avaliar a segurança, inclusive para encontrar “muito brevemente” uma alternativa para a ciclovia da Almirante Reis.

“Penso que a Avenida Almirante Reis merece que se olhe para ela do ponto de vista do longo prazo, reperfilar urbanisticamente a avenida, para valorizar toda aquela avenida que durante anos foi, de certa forma, abandonada, ou seja, nós temos uma Avenida da Liberdade extraordinária, temos todo o eixo que vai do Saldanha até Entrecampos e, depois, temos realmente aquela parte a seguir à Alameda que tem de ser repensada”, declarou o autarca do PSD.

No âmbito da reunião pública de câmara, em que o vereador do PS Pedro Anastácio apresentou um requerimento sobre a rede ciclável e solicitou um esclarecimento da governação PSD/CDS-PP perante o que diz ser “algum ziguezague” de posições sobre este tema, o presidente da câmara disse que a intenção é de “continuar um plano de ciclovias”, porque “é importante para a cidade”, mas isso implica avaliar a rede existente em termos de segurança, estudo que aguarda por parte do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Carlos Moedas reiterou o compromisso de “muito brevemente” apresentar a proposta alternativa para a ciclovia da Avenida Almirante Reis.

Em complemento às palavras do presidente, o vereador do Planeamento de Mobilidade, Ângelo Pereira (PSD), referiu que tem tido reuniões de trabalho com o LNEC, que solicitou “uma série de dados da Direção Municipal de Manutenção e Conservação (DMMC) e da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL)”.

Ainda segundo Ângelo Pereira, está a ser realizada uma análise a toda a rede ciclável, com a identificação dos pontos que devem ser corrigidos ou adaptados, “para que se garanta a segurança não só de quem anda de bicicleta, mas também do peão que tem de atravessar as várias ciclovias”.

A vereadora do PS, Inês Drummond, apoiou a ideia de tornar as ciclovias mais seguras, mas questionou o contrato estabelecido com o LNEC, referindo que a instituição “ainda não está preparada para essa matéria”, até porque “os maiores especialistas, neste momento, em Portugal estão na Câmara Municipal de Lisboa, são trabalhadores do município”, sugerindo que sejam integrados especialistas internacionais no processo.

Na abertura da reunião, os vereadores do PS insistiram no esclarecimento sobre a interrupção da votação do orçamento municipal de Lisboa para 2022, na sequência das palavras de Carlos Moedas de que a proposta foi aprovada “depois de alguns dias de incerteza”, o que consideraram “inaceitável”, porque ser “totalmente falso que tenha havido alguma instabilidade à volta do tema como é que o PS votaria o orçamento”.

É o momento de se retratar perante a cidade, de pedir desculpa aos lisboetas, de dizer que falhou na clareza, falhou na transparência”, afirmou o socialista Pedro Anastácio, referindo-se ao orçamento para habitação, em que foi anunciada a verba de 116 milhões de euros, “quando na verdade na rubrica que diz respeito à habitação apenas são 76 milhões de euros”.

Sem querer abrir a discussão vivida nos últimos dias, Carlos Moedas respondeu que se a situação podia ter sido solucionada no próprio dia em que foi levantada, mas “ao não ter sido resolvida criou incerteza”.

“O importante agora é que está resolvido”, reforçou o presidente da câmara, considerando que “não houve nenhum erro técnico”, porque “esses 116 milhões existem, esses 116 milhões que têm habitação, mas que também têm outra parte que é habitat”.

Na terça-feira, a Câmara de Lisboa aprovou o orçamento municipal para 2022, que prevê uma despesa de 1,16 mil milhões de euros, ligeiramente superior à do ano anterior (1,15 mil milhões), e que foi viabilizado graças à abstenção do PS. A proposta orçamental do executivo tem de ser ainda votada na Assembleia Municipal de Lisboa, na reunião pública agendada para quinta-feira.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Washington rejeita excluir adesão de Kiev à NATO na resposta a Moscovo

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

"Os Estados Unidos pensam que a diplomacia tem melhores hipóteses de êxito", adiantou o Secretário de Estado norte-americano, antes de frisar que mantém "princípio da porta aberta na NATO".

Os Estados Unidos rejeitaram esta quarta-feira excluir uma adesão da Ucrânia à NATO, como exigiu a Rússia, mas propuseram o que consideram uma “via diplomática séria” para sair da crise, na sua resposta escrita às exigências de Moscovo.

A carta enviada à Rússia oferece “uma via diplomática séria, se a Rússia desejar”, disse o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, declarando-se disposto a falar com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, “nos próximos dias”.

Deixámos claro que estamos determinados a manter e a defender a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e o direito dos Estados a escolherem os seus próprios dispositivos de segurança e as suas alianças”, afirmou o secretário de Estado norte-americano à imprensa.

Blinken indicou que a resposta dos Estados Unidos não será tornada pública “porque os Estados Unidos pensam que a diplomacia tem melhores hipóteses de êxito”, mas divulgou alguns pontos. “Sem entrar nos pormenores do documento, posso dizer-vos que ele reitera o que Washington publicamente afirma há semanas e, de alguma forma, há muitos anos: que defendemos o princípio da porta aberta na NATO”, precisou.

“Falamos sobre a possibilidade de medidas de transparência recíprocas no que respeita às nossas posições militares, bem como de medidas para aumentar a confiança no que se refere aos exercícios militares e às manobras na Europa”, acrescentou.

No documento, elaborado em coordenação com Kiev e os europeus, Washington propõe igualmente relançar as negociações com a Rússia sobre o controlo de armamentos, em particular sobre a questão dos mísseis estratégicos e das armas nucleares estacionadas na Europa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fidelidade ativa Multicare Vitality apoiando surf

  • ECO Seguros
  • 26 Janeiro 2022

A seguradora participou na seleção dos surfistas que estarão num campeonato na praia de Carcavelos. Promovendo saúde e prática desportiva, acompanha a espera pelas melhores ondas até março.

Sérgio Carvalho: “Presença da Fidelidade no Capítulo Perfeito enquadra-se na estratégia de ativação do programa Multicare Vitality, que pretende estimular a adoção de um estilo de vida saudável”.Hugo Amaral/ECO

A Fidelidade decidiu associar-se ao surf com objetivo de reforçar o seu posicionamento na prevenção da saúde física e mental. Neste sentido, explica um comunicado, a seguradora apoia o Capítulo Perfeito, campeonato da modalidade que decorre no melhor dia de ondas do inverno, na Praia de Carcavelos (Cascais). A iniciativa da companhia enquadra-se no programa Multicare Vitality foco da organização na prevenção da saúde e prática regular de exercício físico como eixo fundamental para uma “sociedade equilibrada e um futuro mais sustentável”, sustenta.

Nesta oitava edição da prova, e pela primeira vez, a Fidelidade, participou na seleção dos surfistas, disponibilizando nas suas redes sociais vídeos de apresentação dos seus melhores tubos e onde os seus seguidores puderam votar no vídeo (tubo) preferido para ir à seleção final. O período de espera, para o dia do evento, decorre entre janeiro e até ao dia 17 de março e pode acontecer com um aviso de 72h, quando estiverem reunidas as condições de ondulação e meteorológicas para garantir ondas potentes e tubulares para a execução da prova.

Para Sérgio Carvalho, head of Marketing da Fidelidade, “a nossa presença no Capítulo Perfeito enquadra-se na estratégia de ativação do programa Multicare Vitality, que pretende estimular a adoção de um estilo de vida saudável e a prática de exercício físico junto da população para a construção de uma sociedade mais sustentável e mais equilibrada em termos de saúde e bem-estar”.

O “Capítulo Perfeito powered by Billabong”, explica ainda o comunicado, “é um campeonato inovador, também pelo facto de os surfistas participantes serem escolhidos pelo público, através de votação online, que recentemente apurou os atletas nacionais e internacionais para disputarem a oitava edição do evento, depois de uma pré-seleção feita pela Comissão de Notáveis, composta por elementos de destaque da comunidade do surf português”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vai pedir empréstimo para casa? Saiba tudo sobre o seguro de Vida

  • ECO Seguros
  • 26 Janeiro 2022

O seguro Vida no crédito da casa é obrigatório? Pode ser mudado para outra seguradora durante vigência do empréstimo? O prémio pago desce sempre? ASF responde a estas e outras questões.

“É uma prática comum as instituições de crédito exigirem como condição para a concessão de crédito à habitação a contratação de um seguro de vida que garanta o pagamento do valor das importâncias devidas em caso de morte ou invalidez do mutuário,” introduz o organismo presidido por Margarida Corrêa de Aguiar na nota informativa que liga ao conteúdo formativo.

Para tirar dúvidas, a Autoridade de Supervisão do setor (ASF) disponibilizou novo episódio da série “Vamos Falar Seguro,” no qual Lucélia Fernandes do Departamento de Supervisão Comportamental da ASF responde a um conjunto de questões acerca do seguro de Vida associado ao crédito à habitação.

No novo episódio “Comprei casa. E o seguro de Vida?” são abordadas as regras específicas a que devem obedecer estes contratos. Em primeiro lugar, a contratação do seguro de Vida não constitui uma obrigação legal, mas antes uma salvaguarda para as duas partes, instituição de crédito – banco ou outra – que garante o reembolso do crédito, ao mesmo tempo que o cliente bancário fica protegido dos efeitos de uma eventual execução da hipoteca, com perda da habitação.

A responsável da ASF sublinha que a lei estabelece condições específicas para este seguro. Uma das regras é que o valor do capital seguro deve ser sempre igual ao valor em dívida ao banco (regra da identidade), e o prémio do seguro deve ser sempre ajustado em conformidade. Ou seja, à medida que forem pagas as prestações do empréstimo e o capital em dívida diminui, o prémio cobrado pelo seguro também irá diminuir. Mas nem sempre, porque à medida que a pessoa segura envelhece, o prémio calculado tende consequentemente a agravar-se.

Outra regra legal estipula que o cliente da instituição de crédito pode sempre escolher a seguradora onde quer contratar o seguro e o banco não pode fazer depender a concessão do crédito à aceitação da seguradora que recomenda ao cliente.

Estas e outras questões, como a mudança do seguro Vida para outra seguradora durante a vigência do empréstimo, obrigações que vinculam mutuários e o caso de morte, são aspetos explicados com detalhe no suporte digital da ASF. O vídeo pode ser visto aqui.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões adianta que nas próximas semanas disponibilizará os episódios “Vou contratar um seguro. Que informações devo fornecer ao segurador?” e “Aspetos práticos do seguro de habitação”.

O projeto “Vamos Falar Seguro” é um programa de formação financeira que aposta no desenvolvimento e produção de conteúdos digitais, com o objetivo de apoiar o consumidor na compreensão dos produtos e serviços do setor segurador e dos fundos de pensões

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fed sinaliza subida dos juros em março para combater inflação

A Reserva Federal norte-americana sinalizou na reunião desta quarta-feira que vai subir os juros em março para combater a aceleração da taxa de inflação nos Estados Unidos.

Na sua primeira reunião de 2022, para contrariar a aceleração da taxa de inflação nos Estados Unidos, a Reserva Federal norte-americana sinalizou no comunicado da reunião desta quarta-feira que está pronta para subir os juros em março, encarecendo o “preço” do dinheiro. Neste momento, os juros estão em níveis historicamente baixos, entre 0% e 0,25%. A concretizar-se, será a primeira subida desde dezembro de 2018.

Com a taxa de inflação bem acima dos 2% e um mercado de trabalho forte, o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) espera que em breve seja apropriado aumentar o intervalo dos juros federais“, lê-se no comunicado divulgado esta quarta-feira, onde se refere que a Fed decidiu continuar a reduzir o ritmo mensal da compra líquida de ativos, “terminando-a no início de março”. Na reunião anterior, o comunicado da Fed referia que o apropriado era manter os juros naquele momento, mas apontava para três subidas de juros em 2022.

Em dezembro, a taxa de inflação atingiu os 7%, o valor mais elevado desde 1982, numa altura em que a economia norte-americana já está acima do nível pré-pandemia. Ainda assim, ficou dentro do esperado pelos economistas, tendo existido algum receio de que fosse além do esperado. A previsão da Fed divulgada em dezembro para a taxa de inflação em 2022 é de 2,6%, mas poderá ser revista em alta.

Será na reunião de 15 e 16 de março que a equipa de economistas da Fed vai divulgar novas projeções económicas, o que deverá dar mais informação ao banco central para tomar decisões sobre o rumo da política monetária. Nesse mês acabará o programa de compras líquidas de ativos, nomeadamente dívida pública e privada, que a Fed lançou por causa da pandemia como estímulo monetário. A redução do balanço acumulado de quase 9 biliões de dólares começará após a subida dos juros.

No comunicado, a instituição liderada por Jerome Powell assinala que o rumo da economia continua a depender do vírus, argumentando que o progresso na vacinação e a redução dos constrangimentos nas cadeias de abastecimento deverão levar à travagem da inflação. A Fed continua a relacionar os “níveis elevados de inflação” com os desequilíbrios entre a procura e a oferta relacionados com a reabertura da economia.

Após o anúncio da Fed, os três principais índices norte-americanos aceleraram os ganhos desta sessão. O Dow Jones sobe 1,4%, o S&P 500 valoriza 2,2% e o Nasdaq soma 3,3%, após uma série de sessões de fortes perdas nas sessões anteriores. Esta reação dos mercados financeiros mostra que a decisão da Reserva Federal está em linha com as expectativas dos investidores.

Powell promete “humildade” nas próximas decisões da Fed

Na conferência de imprensa, após a divulgação do comunicado, o presidente da Fed prometeu que terá “humildade” e uma comunicação transparente nos próximos passos que a Reserva Federal dará neste período em que tenta equilibrar a recuperação da economia com a luta contra a aceleração da inflação. Assegurando que vai adaptar-se à realidade neste momento de incerteza, Powell reconheceu que a subida dos preços está a pressionar o orçamento de muitos cidadãos, nomeadamente no custo dos alimentos e habitação.

Um dos pontos que terá a atenção da Fed é a subida dos salários nos Estados Unidos, principalmente se o crescimento dos salários exceder a evolução da produtividade, dado que terá uma pressão inflacionista. Powell acrescentou que há “algum espaço de manobra” para aumentar os juros sem afetar negativamente o mercado de trabalho uma vez que está “muito forte”.

Reconhecendo que as expectativas dos agentes económicos são uma parte muito importante da condução da política monetária, o presidente da Fed afirmou que utilizará todos os instrumentos para que os atuais níveis elevados de inflação não fiquem “enraizados”. Mas admitiu que a situação tem “piorado ligeiramente” uma vez que os problemas que estão a aumentar os preços têm-se mostrado “mais persistentes” do que o esperado anteriormente.

(Notícia atualizada às 20h15 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Diário de campanha. Aumenta a tensão entre Rui Rio e António Costa

  • Tiago Lopes
  • 26 Janeiro 2022

Com o aproximar do dia das eleições, a tensão aumenta entre Costa e Rio. O líder do PSD acusa o PS de fazer “campanha negra”, enquanto António Costa diz que o PSD ficará dependente da extrema-direita.

Com o avançar da pandemia de Covid19, os partidos foram obrigados a fazer algumas alterações nas suas campanhas. É, por isso, esperado que muitas das suas ações passem por uma comunicação mais presente nas redes sociais. O ECO vai resumir diariamente até ao dia 30 de janeiro tudo o que de mais importante foi dito pelos principais intervenientes na corrida às legislativas de 2022.

Esta quarta-feira fica marcada por uma troca de acusações entre os líderes do PS e do PSD, depois de António Costa ter dito, em declarações à RTP, que os “portugueses têm de conhecer o “real programa” do PSD e que a existir um Governo social-democrata este ficará “dependente pela primeira vez da extrema-direita.

No Twitter Rui Rio não demorou a responder. “É compreensível que o PSD seja criticado à direita e à esquerda, mas no caso dos ataques do PS é vergonhosa a forma como monta uma campanha negra, deturpando as propostas do PSD, truncando as minhas afirmações e procurando incutir o medo e a confusão. O seu nível é muito baixo.”

João Galamba, do PS, respondeu pouco depois ao comentário de Rui Rio, lembrando que o líder do PSD “foi contra o aumento do salário mínimo em 2021 e voltou a ser em 22”.

Catarina Martins destaca a necessidade da criação de um “parque público de habitação para regular o mercado e garantir casas a preços justos.” “A crise na habitação afeta todas as gerações. O Estado tem apenas 2% das casas, sete vezes menos do que a média europeia”, escreve a líder do Bloco de Esquerda no Twitter.

A conta oficial do CDS partilha uma imagem de Francisco Rodrigues dos Santos com Rui Moreira. “O CDS-PP agradece a presença de Dr. Rui Moreira na campanha do partido, uma figura que muito estimamos por todo o notável trabalho do autarca pelos portuenses, que eleva também o nome do CDS”, lê-se na publicação.

Depois de António Costa ter dito que estava orgulhoso por ser o “principal inimigo do Chega”, André Ventura respondeu ao secretário-geral do Partido Socialista. “Quem destrói Portugal e despreza os portugueses de bem será sempre nosso inimigo! Dia 30 veremos!”, escreveu o líder do Chega.

A quatro dias das eleições legislativas, Rui Tavares apresentou o Elvis, um novo animal nesta corrida às eleições. “Apareceu-nos há seis meses, pequenino e amarelo, vindo não se sabe de onde, para o nosso quintal de aldeia. Apesar de mudo, chamo-lhe Elvis. E já agora o Elvis também merece o seu destaque nesta campanha”, escreveu o líder do Livre.

O “Diário de campanha nas redes” é uma rubrica diária sobre os acontecimentos que estão a marcar a campanha eleitoral nas redes sociais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CMVM multa ex-auditor da Yupido em 50 mil euros, a empresa mistério que “vale” 29 mil milhões

Revisor que auditava Yupido foi multado em 50 mil euros por falhas na auditoria às contas de 2015 e 2016. Empresa mistério avaliada em quase 29 mil milhões de euros foi descoberta há perto de 5 anos.

A empresa que auditava as contas da Yupido foi multada pela CMVM em 50 mil euros. O supervisor dos mercados concluiu que a J. Rito & Associada cometeu infrações relacionadas com a auditoria e o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, envolvendo os pareceres dados às demonstrações financeiras da Yupido de 2015 e 2016.

A Yupido é a empresa misteriosa que tem o maior capital social do país, quase 29 mil milhões de euros, mas da qual não se conhece qualquer atividade. A empresa foi descoberta em 2017 por um professor universitário e o caso ganhou notoriedade nacional depois de uma notícia do ECO em setembro desse ano. A J. Rito & Associada, a sociedade do revisor oficial de contas José Rito, renunciou às funções de auditor da Yupido pouco depois.

Segundo a decisão de contraordenação da CMVM, conhecida esta quarta-feira, “a arguida não exigiu nem verificou a identidade dos representantes da entidade auditada” e não obteve informação sobre quem são os beneficiários efetivos da Yupido, nem qual é a estrutura de propriedade e de controlo da empresa.

A CMVM encontrou ainda falhas de documentação, incluindo o facto de José Rito não ter “nos seus papéis de trabalho solicitado uma declaração assinada pelo Conselho de Administração da entidade auditada, que faça menção a acontecimentos subsequentes ocorridos após a data de 31 de dezembro de 2015″.

A coima de 50 mil euros a José Rito é parcialmente suspensa, pelo que o revisor oficial de contas só terá de pagar, para já, metade deste montante — isto é, 25 mil euros. O ECO tentou contactar José Rito, mas não foi possível até ao momento.

A investigação da CMVM debruçou-se ainda sobre outro fator que levantou muitas dúvidas quando os holofotes incidiram neste caso — o facto de as demonstrações financeiras de 2016 da Yupido referirem que a empresa tinha mais de 243 milhões de euros inscritos como “caixa e depósitos bancários”, o que, depois, o ECO confirmou ser, na verdade, ativos intangíveis. A empresa teria apenas 35 mil euros em dinheiro.

Só mais tarde é que a Yupido realizaria um aumento de capital para quase 29 mil milhões de euros, sendo que o grosso destes montantes dizia respeito, novamente, a “ativos intangíveis”, certificados pelo revisor oficial de contas António Alves da Silva. Estes ativos eram, segundo este, uma “plataforma digital inovadora, de armazenamento, proteção, distribuição e divulgação de todo o tipo de conteúdo media” e “algoritmos”, noticiou o ECO em exclusivo.

A Yupido nunca divulgou publicamente que plataforma seria esta, nem tem, aparentemente, qualquer produto no mercado quase cinco anos depois. Um responsável da empresa, localizado nos EUA, em 2017, chegou a propor ao ECO mostrar a plataforma em funcionamento, com a condição de ser assinado um acordo de confidencialidade, o que acabou por não acontecer.

O Ministério Público também investigou a Yupido, mas em 2019 decidiu arquivar o caso, sem constituir arguidos. O processo chegou a ter três dossiês com centenas de páginas, incluindo correspondência e recortes de artigos de jornal. No final, a Yupido continuou a estar avaliada em 29 mil milhões de euros.

O último ato societário da Yupido data de 7 de outubro de 2021, representando a mudança de sede para um escritório nas Avenidas Novas, em Lisboa.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h12)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seca: Atividade de inverno comprometida e pecuária a entrar em “gravidade extrema”

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

Avizinha-se um “ano terrível” para os agricultores, alerta a CAP, que está surpreendida com inexistência de uma "mensagem oficial dirigida a população em geral para que olhe para a torneira".

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) alertou que, face à seca, toda a atividade de inverno está comprometida, destacando que a pecuária está a entrar em situação de “gravidade extrema”, pedindo a intervenção do Governo. “Toda a atividade de inverno está comprometida e a entrar em situação de gravidade extrema no que diz respeito à pecuária e às culturas de outono e inverno”, afirmou o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, em declarações à Lusa.

Segundo este responsável, a seca começou por afetar a região Sul, mas, neste momento, já afeta praticamente todo o território. Eduardo Oliveira e Sousa lembrou que a chuva “é fundamental” para o abastecimento das águas subterrâneas e para a humidade superficial, consumida pelas plantas.

Assim, perante os dias de sol que se têm registado, as plantas entram em “atividade fotossintética expressiva” e, consequentemente, em carência por não terem humidade. A pecuária está a ser especialmente afetada, encontrando-se perto de uma “fase muito complicada” no que concerne à alimentação animal. Por outro lado, as barragens estão em níveis “historicamente baixos” e os rios sem um caudal “com alguma expressão”.

A CAP disse ainda que apenas poderia ser feita alguma coisa para contornar a situação se o país, sobretudo na região do Algarve, tivesse dessalinizadoras, evitando o consumo dos volumes armazenados nas barragens para o abastecimento humano e jardins públicos.

“O panorama é muito preocupante. Estou muito admirado por não haver já uma mensagem oficial dirigida a população em geral para que olhe para a torneira, tenha cuidado com os abastecimentos, não desperdice água de maneira nenhuma. Todo um cuidado coletivo em relação à água porque o problema da seca não se resume ao mundo rural e aos agricultores. A seca vai atingir-nos a todos. As carências começam na agricultura, mas vai haver um dia em que chegam às nossas torneiras nas nossas casas”, vincou.

Acresce a isto a subida dos preços dos fatores de produção, nomeadamente, dos combustíveis, energia elétrica ou da matéria-prima. Conforme exemplificou a confederação, no caso do aluguer de barcos para o transporte de cereais e outros produtos para o fabrico da alimentação animal, o aumento foi de até 500%. Assim, avizinha-se um “ano terrível” para os agricultores e a situação pode piorar se continuar a não chover.

No caso das plantas em dormência, como as fruteiras, se chover no princípio da primavera, “as coisas podem até não correr muito mal”, mas caso se verifique o contrário, será como “uma mancha de óleo a arrastar-se para todos os setores”. Pode mesmo não ser possível avançar com algumas culturas, o que será um “problema gravíssimo até pela potencialização dos desastres de verão associados aos fogos”.

Os preços para o consumidor vão também ser impactados pela seca, devido a necessidade de “reforçar a importação, com custos acrescidos de transporte e logística”.

Perante esta situação, a CAP notou que a Política Agrícola Comum (PAC) é um instrumento financeiro que pode ajudar a mitigar o impacto, mas pediu a intervenção do executivo. “É bom que o Governo comece rapidamente a pensar em ajudar os setores que manifestamente serão mais afetados por esta situação”, concluiu.

Na semana passada, a climatologista Vanda Cabrinha já tinha considerado que a situação de seca em Portugal, especialmente a Sul, começa a ser preocupante, salientando que ainda não chegou aos piores níveis dos últimos 20 anos para esta altura.

Em declarações à agência Lusa, a climatologista indicou, na altura, que a situação de seca “entre fraca e moderada” já se verificava no último trimestre de 2021 e que não há para já previsões de chuva significativa, pelo menos até ao fim de janeiro.

É uma situação anormal para esta altura. Não está ao nível de uma seca como tivemos em 2005. Mas se entre o final de janeiro e fevereiro não houver precipitação, a situação poderá agravar-se imenso”, referiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.