Contratação de trabalhadores altamente qualificados financiada pelo Portugal 2030

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

Os programas Algarve 2030, Norte 2030 e Centro 2030 têm candidaturas abertas para o apoio à contratação de recursos humanos altamente qualificados.

A contratação de trabalhadores altamente qualificados pelas empresas, de norte a sul do país, conta com o financiamento que pode ultrapassar os 50% da despesa pelo programa Portugal 2030 (PT 2030). Os programas Algarve 2030, Norte 2030 e Centro 2030 têm candidaturas abertas para o apoio à contratação de recursos humanos altamente qualificados (RHAQ) por micro, pequenas e médias empresas, instituições científicas e laboratórios.

Os trabalhadores em causa devem ser licenciados, mestres, doutores ou pós-doutorados. Para a região algarvia foram lançados dois avisos, um geral e outro específico para as regiões de baixa densidade. Nos dois casos, o período de candidaturas teve início no final de janeiro, estando previstas três datas para a decisão final – 30 de abril (primeira fase), 30 de agosto (segunda fase) e 30 de dezembro (terceira fase).

A contratação de recursos humanos altamente qualificados em infraestruturas científicas, instituições científicas e tecnológicas e laboratórios colaborativos tem 2,4 milhões de euros de dotação e uma taxa máxima de cofinanciamento de 60%. Já a contratação de recursos humanos altamente qualificados por empresas – territórios de baixa densidade tem uma dotação indicativa de 200.000 euros e um cofinanciamento máximo de 50%.

Para a região Norte estão abertos dois avisos desde 30 de dezembro de 2023 e até 29 de março do corrente ano. O primeiro aviso, que diz respeitos aos territórios de baixa densidade, conta com 4,5 milhões de euros de dotação e uma taxa de financiamento máxima de 50%.

O segundo, destinado aos territórios de baixa densidade, tem 1,5 milhões de euros de orçamento e um máximo de cofinanciamento de 50%. O programa Centro 2030 também abriu dois avisos para a contratação de trabalhadores altamente qualificados, com candidaturas desde novembro de 2023 até dezembro de 2024.

Para os territórios de baixa densidade no Centro a dotação global é de quatro milhões de euros, enquanto para os restantes é de seis milhões de euros, com um máximo de 50% de cofinanciamento. O PT 2030 conta com uma dotação de 22.995 milhões de euros até 2027.

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Embedded Savings: a conversão de aforradores em investidores

  • BRANDS' ECO
  • 16 Fevereiro 2024

A conversão de aforradores em investidores tem sido um desafio para a banca de retalho em Portugal. Num momento chave para a promoção do investimento, as fintech podem ser a solução.

Os hábitos de poupança em Portugal tem sido extensamente discutidos, tipicamente associados a uma baixa literacia financeira quando comparada a nível europeu ou a uma tradicional aversão ao risco. Adicionalmente, poderiam ser incluídos fatores como a capacidade de poupança ou fatores culturais, como a utilização do imobiliário como forma de poupança/investimento.

De acordo com o Inquérito à Situação Financeira das Famílias 2021, promovido pelo Banco Central Europeu, a penetração de instrumentos de poupança em Portugal é quase sempre inferior à média europeia (18,7% das família tem planos voluntários de pensão versus 28,4% a nível europeu, 0,8% e 4,7% detêm obrigações e ações correspondentemente comparando com 3,2% e 10,9% da zona euro). Estes indicadores apontam para uma realidade onde as poupanças são mantidas em depósitos ou contas à ordem.

O setor financeiro nacional tem realizado apostas na simplificação de jornadas de subscrição, ao mesmo tempo que tem focado os canais digitais mobile e na criação de conteúdos e plataformas educativas, mas existem ainda oportunidades a explorar. Esse será o foco do painel sobre Embedded Savings, com a participação do Nuno Pereira, da Paynest, e David Conde, da Coinscrap Finance.

Embedded Savings representa a disponibilização de ferramentas que, no contexto adequado, promovem ou facilitam a poupança e tem sido explorado pelo ecossistema fintech como estratégia para acelerar a poupança.

Para a banca, embedded savings apresenta duas principais oportunidades:

  • Por um lado, a criação de novas funcionalidades que aumentem o envolvimento do utilizador com as suas poupanças, desde simuladores de longo prazo (caso da inveert), a motores de regras de poupança (caso da Coinscrap Finance) ou até abordagens open banking aos investimentos (caso da Flanks).
  • Por outro lado, começam a surgir opções de poupança disponibilizadas por players não bancários. Veja-se o exemplo da Apple Wallet, que começou a disponibilizar opções de poupança remunerada para o cashback recebido. A nível europeu, a Coverflex, uma fintech dedicada à gestão da compensação e benefícios de colaboradores, disponibiliza aos utilizadores jornadas digitais para subscrever um Plano Poupança Reforma, de forma a criar um novo contexto para gerar poupança. Assim, geram-se novas oportunidades para a banca encontrar também novos parceiros para distribuir opções de poupança de forma contextualizada.

No próximo dia 27 de Fevereiro, a Embedded Everything Conf dará palco a este tema, discutindo de que forma poderão os players financeiros criar novas formas de converter aforradores em investidores.

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Quem são os oito executivos que saíram da Farfetch?

Entre os diretores de saída destaca-se a veterana da indústria de luxo Elizabeth von der Goltz, Kelly Kowal, e os portugueses Hélder Dias, diretor de produtos, e Luís Teixeira, diretor de operações.

A notícia, esta quinta-feira, da saída do português José Neves da liderança da Farfetch, menos de dois meses após o anúncio da venda aos sul-coreanos da Coupang e duas semanas após a conclusão do negócio, surpreendeu o mercado. Mas a saída do fundador e até então CEO do markplace de produtos de luxo luso-britânico é apenas a ponta do iceberg. Além do empresário português, a empresa agora liderada pelo dono da Coupang perdeu outros oito importantes diretores, num momento em que já está a ser apontada a porta de saída a muitos profissionais da Farfetch em Portugal.

Foi através de um email dirigido aos trabalhadores que a Farfetch informou que “José Neves decidiu demitir-se como CEO com efeitos imediatos” e “Hélder Dias, Kelly Kowal, Edward Sabbagh, Sindhura Sarikonda, Tim Stone, Luís Teixeira, Nick Tran e Elizabeth Von Der Goltz seguirão em frente para outros projetos”, não detalhando se estes executivos saem pelo próprio pé ou se já fazem parte do plano de despedimentos que a “nova” Farfetch vai implementar.

Na lista de diretores de saída sobressai o nome da veterana da indústria de luxo Elizabeth von der Goltz, que era diretora de merchandising, e a diretora de plataformas Kelly Kowal, juntamente com funcionários de longa duração daquele que foi o primeiro unicórnio de capital português, como os portugueses Hélder Dias, diretor de produtos, e Luís Teixeira, diretor de operações.

Veja quem são os executivos de saída da Farfetch.

Elizabeth von der Goltz, Chief Fashion and Merchandising Officer e CEO of Browns

Com uma longa carreira no mundo da moda, que inclui passagens pela MatchesFashion, Bergdorf Goodman e Net-a-Porter, Elisabeth von der Goltz chegou ao universo Farfetch apenas no ano passado, quando foi convidada para assumir o departamento de moda e merchandising da empresa e ser CEO da Browns Fashion.

A saída da veterana da moda foi apontada pelos meios especializados como uma das principais machadadas na equipa executiva da Farfetch, dada a sua experiência e ter sido uma das apostas da plataforma de roupa de luxo no início de 2023.

Kelly Kowal, diretora de plataformas

Kelly Kowal é outra das executivas que está de saída da Farfetch. A responsável pelas soluções de plataformas conta com uma longa carreira na tecnológica. Começou a trabalhar na Farfetch em novembro de 2010, como diretora de marketing digital. Com uma carreira de mais de duas décadas, exercia o cargo de diretora de plataformas há mais de quatro anos.

Com a entrada da Coupang, Kowal despede-se da Farfetch, agora controlada pelos sul-coreanos.

Luís Teixeira, diretor de operações

Luís Teixeira exercia as funções de diretor de operações, sendo responsável internacionalmente por todas as áreas de operações da Farfetch e pela supervisão de todas as equipas na área de service, order experience e content creation. Era ainda responsável por todas as operações da Farfetch nos quatro escritórios portugueses da empresa, no Porto, Lisboa, Guimarães e Braga.

Licenciado em Gestão e Engenharia Industrial pela Universidade do Porto e com um MBA em Logística pela Porto Business School, Luís Teixeira contava com quase 12 anos de Farfetch e era considerado um dos elementos mais importantes da equipa executiva.

Hélder Dias, diretor de produtos

O português Hélder Dias é outro dos membros da comissão executiva que abandonou esta semana a Farfetch. Há oito anos na equipa de Matosinhos, no Porto, Hélder Dias, enquanto diretor de produtos, era responsável por garantir a estratégia global, organização e alinhamento da equipa de Produto e Engenharia, tendo contribuído para a Farfetch se assumir como uma plataforma global no retalho de luxo.

Engenheiro de formação, passou os primeiros 15 anos de carreira a trabalhar com retalhistas em todo o mundo. Chegou à Farfetch em 2016 e liderava toda a estratégia de evolução de produtos do primeiro unicórnio de capitais portugueses.

Tim Stone, administrador financeiro

Tim Stone foi apontado como o novo chief financial officer (CFO) da Farfetch apenas no passado mês de setembro, substituindo no cargo Elliot Jordan, cuja saída tinha sido anunciada em fevereiro do ano passado. Foi ele quem apanhou com a turbulência financeira da plataforma de bens de luxo, antes da venda à Coupang, devido à iminência de uma entrada em situação de rutura financeira.

“Este é um momento maravilhoso para ingressar na Farfetch. A empresa está a liderar, com sucesso, a digitalização da indústria da moda de luxo, colocando-a no centro de um mercado de crescimento global de longo prazo. Com o foco nos nossos clientes e parceiros, no crescimento lucrativo e na execução operacional, estamos bem posicionados para impulsionar a geração de fluxo de caixa livre”, comentava em comunicado no passado mês de agosto.

Formado em contabilidade pela University of Southern California, nos Estados Unidos, ao longo da sua carreira profissional, Tim Stone passou pela Ford, tendo desempenhado a função de CFO, e pela Amazon, onde esteve mais de 20 anos, assumindo, por último, o cargo de vice-presidente. Sai da Farfetch menos de meio ano depois de ter sido contratado.

Sindhura Sarikonda, presidente da Farfetch na América

Sindhura Sarikonda foi contratada em janeiro de 2023 para assumir a operação no continente americano. Sete meses depois, em setembro, juntou-se à comissão executiva da plataforma criada por José Neves. A sua contratação foi anunciada na mesma altura que a de Elizabeth von der Goltz.

No currículo, Sarikonda, que é formada pela universidade da Pensilvânia, acumula cargos na Klarna, Walmart eCommerce e na Jet.com.

Edward Sabbagh, Chief Marketplace Officer

Edward Sabbagh iniciou a sua carreira na Farfetch em 2017. Na empresa desempenhou vários cargos como diretor, até assumir o cargo de chief marketplace officer em setembro de 2022, altura em que passou também a integrar o quadro de executivos da empresa.

O seu percurso profissional começou, contudo, no mundo financeiro, tendo iniciado a sua vida profissional na KPMG, onde trabalhou na área bancária e de fundos de investimento. Mais tarde juntou-se à L’Óreal, onde desempenhou funções de analista financeiro, tendo ainda passado pelo Chalhoub Group, antes de se ter juntado à Farfetch.

Nick Tran, Chief Marketing Officer

O ex-TikTok Nick Tran foi contratado em abril do ano passado, ficando a reportar a Edward Sabbagh, o então chief marketplace officer. Ficou responsável pelas operações de marketing a nível global, com especial foco nas gerações mais jovens, os millennials e a geração Z.

Com uma carreira de mais de 20 anos, Tran tem experiência premiada na construção de marcas, no desenvolvimento de equipas de elevado desempenho e na criação de estratégias de marketing inovadoras. Além de ter ganho vários prémios de marketing, passou ainda pela plataforma Hulu, onde desempenhou o cargo de vp of brand and culture marketing, e pela Samsung, como diretor de marketing e head of social media & brand culture.

“O marketing de sucesso requer inovação constante e vontade de ir mais além, algo que Nick mostrou no TikTok [onde exerceu funções de diretor de marketing global]. Com Nick no comando dos nossos esforços de marketing e incríveis equipas de marketing global, estou confiante que a nossa marca continuará a prosperar e a evoluir, o que é um foco fundamental para o novo capítulo dos marktplaces da Farfetch”, adiantou Edward Sabbagh, o antigo Chief Marketplace Officer da Farfetch, aquando da contratação.

Com a saída destes oito diretores, cai metade da equipa executiva da Farfetch. José Neves deixa de ser CEO mas vai continuar para já na empresa, a prestar serviços de consultoria, nesta fase de transição de gestão para as mãos dos sul-coreanos.

Já nos próximos dias deverão ser conhecidos novos detalhes sobre o plano de despedimentos da companhia, que vai abranger entre 25% e 30% das equipas a nível global.

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IGCP realiza na próxima quarta-feira dois leilões de Bilhetes do Tesouro

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

O leilão duplo de Bilhetes do Tesouro será de sete meses e 11 meses, para angariar até 1.500 milhões de euros.

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública realiza na quarta-feira, dia 21 de fevereiro, um leilão duplo de Bilhetes do Tesouro (BT) a sete meses e a 11 meses, para angariar até 1.500 milhões de euros.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a agência que gere a dívida pública portuguesa refere que “vai realizar no próximo dia 21 de fevereiro pelas 10:30 horas dois leilões das linhas de BT com maturidades em setembro de 2024 e em janeiro de 2025”.

O leilão tem um montante indicativo global entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros. No último leilão de BT a um prazo de 11 meses, realizado há cerca de um ano, em 15 de fevereiro de 2023, foram colocados 300 milhões de euros à taxa de juro média de 2,975%.

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Tiago Oliveira é o nome apontado para substituir Isabel Camarinha na CGTP

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

Isabel Camarinha vai deixar de ser secretária-geral da CGTP no próximo congresso da intersindical, que se realiza nos dias 23 e 24, no Seixal, por atingir o limite de idade para mais um mandato.

Tiago Oliveira, coordenador da União de Sindicatos do Porto, é o nome apontado para suceder a Isabel Camarinha na liderança da CGTP, uma decisão que deverá ser confirmada na segunda-feira, na comissão executiva, disse fonte sindical à Lusa. Isabel Camarinha vai deixar de ser secretária-geral da CGTP no próximo congresso da intersindical, que se realiza nos dias 23 e 24, no Seixal, por atingir o limite de idade para mais um mandato de quatro anos.

Segundo fontes sindicais contactadas pela Lusa, “é quase certo” que o nome do sindicalista do norte Tiago Oliveira reúna consenso para suceder a Isabel Camarinha na reunião da comissão executiva da CGTP, agendada para segunda-feira. O nome será depois votado no congresso da intersindical. O coordenador da União de Sindicatos do Porto é operário e tem uma ligação próxima ao PCP. Com 43 anos de idade, poderá fazer mais do que um mandato como líder da CGTP, uma vez que tem uma margem de progressão na intersindical de 20 anos.

A CGTP tem um limite de idade para o acesso aos corpos sociais da central. Ou seja, os sindicalistas não podem candidatar-se a um novo mandato quando têm a perspetiva de atingir a idade de reforma nos quatro anos seguintes. No XV congresso da intersindical vão ser substituídos 38 dirigentes sindicais dos 147 que integram o Conselho Nacional, entre os quais a secretária-geral Isabel Camarinha, por limite de idade, uma vez que tem 63 anos.

Dos 38 dirigentes que vão ser substituídos, 19 estão de saída devido à idade e os outros 19 saem por terem sido substituídos na coordenação das respetivas uniões ou federações sindicais.

Entre os dirigentes que vão sair da Comissão Executiva da CGTP por motivo de idade estão, além de Isabel Camarinha, Mário Nogueira (líder da Fenprof – Federação Nacional dos Professores), Libério Domingues (ex-coordenador da União de Sindicatos de Lisboa), José Manuel Oliveira (coordenador da Fectrans – Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações) ou Vivalda Silva (dirigente do STAD – Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas).

Assim que for eleito no congresso, o novo Conselho Nacional da CGTP tem a responsabilidade de eleger a Comissão Executiva e o próximo secretário-geral da intersindical. Isabel Camarinha (63 anos) foi eleita secretária-geral da CGTP no anterior congresso, em fevereiro de 2020, para um mandato de quatro anos que agora termina.

Antes de substituir Arménio Carlos como líder da CGTP, Isabel Camarinha era presidente do Sindicato do Comércio e Serviços de Portugal (CESP) e coordenadora da Federação dos Sindicatos do Comércio e Serviços de Portugal.

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CMVM alerta que Wave Makers LTD não pode exercer intermediação financeira

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

A CMVM advertiu também que a Wave Makers "não se encontra legalmente habilitada para realizar publicidade ou prospeção de clientes dirigidas à celebração de contratos de intermediação financeira".

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou esta sexta-feira que a entidade Wave Makers LTD, que opera o site Binarycent, não está autorizada nem registada para o exercício de qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal.

Em comunicado, a entidade avisou que a entidade Wave Makers LTD que opera o website Binarycent, https://www.binarycent.app/ não está “autorizada nem registada junto da CMVM para o exercício de qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal”.

A CMVM advertiu também que “a referida entidade não se encontra legalmente habilitada para realizar publicidade ou prospeção de clientes dirigidas à celebração de contratos de intermediação financeira”.

O regulador aconselhou que “para assegurar que uma determinada entidade que oferece serviços de investimento em instrumentos financeiros está autorizada a exercer atividade em Portugal” devem ser consultadas “as listas de entidades habilitadas a prestar serviços financeiros em Portugal”.

 

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Gestores do Negócio são também Gestores Financeiros

  • BRANDS' ECO
  • 16 Fevereiro 2024

Quando os recursos financeiros são abundantes, as taxas de juro baixas, e o acesso a financiamento é fácil, otimizar o capital circulante não é de todo prioritário.

Mas estes não são os tempos de agora. Ainda mal saídos de uma pandemia mundial com todas as consequências nas cadeias logísticas, nas alterações dos hábitos de consumo, na gestão e retenção das pessoas, o mundo viu-se confrontado com uma guerra, e, depois, com outra. E, com as economias à beira da recessão e taxas de juro elevadas, as empresas mudaram a sua atitude em relação ao endividamento e à gestão do chamado capital circulante. O equilíbrio depende mais da capacidade de ter cash disponível do que ter acesso a financiamento.

Otimizar o capital circulante é, agora, obrigatório!

A sustentabilidade dos negócios, em particular das pequenas e médias empresas, passou a exigir um esforço redobrado para reduzir custos, melhorar o serviço e libertar capital, condições necessárias para continuar a investir e fazer crescer os negócios.

A gestão eficiente do capital circulante parece ser algo de elementar, básico. Muitas vezes esta gestão aparece associada ao gestor financeiro, uma vez que é ele o responsável por angariar os recursos financeiros para fazer face aos investimentos.

Contudo, a responsabilidade pela otimização do capital circulante, por assegurar que o negócio liberta cash, vai para além das atribuições do gestor financeiro. Está dependente das características da indústria, da capacidade de negociação dos clientes e fornecedores, e também da habilidade e competências dos gestores operacionais na forma como gerem as componentes das necessidades em fundo de maneio.

Ora, vejamos.

Partindo da informação contabilística, o capital circulante resulta da diferença entre os ativos correntes e os passivos correntes. Ou seja:

Capital Circulante = valores em stocks, tesouraria, dívidas de clientes, adiantamentos a fornecedores e outros valores a receber no curto prazo – valores de dívidas a fornecedores, adiantamentos de clientes e outras obrigações a pagar no curto prazo

O capital circulante deverá ser positivo, demonstrando a capacidade da empresa em gerar liquidez para fazer face às obrigações de curto prazo. Demasiado positivo pode significar má gestão das disponibilidades financeiras (tesouraria parada); negativo significa pressão sobre a tesouraria provocada pelas obrigações de curto prazo.

É responsabilidade do gestor financeiro assegurar a adequada estrutura de capital da empresa, o equilíbrio do capital circulante e, naturalmente, a contratação do financiamento adequado para que a empresa tenha liquidez que lhe permita solver compromissos e manter a exploração do negócio de forma sustentável.

Ana Maria Simões, Comissão Executiva do Iscte Executive Education (IEE), Diretora da Pós-Graduação em Controlo de Gestão e Execução da Estratégia e da Pós-Graduação em Finanças e Controlo Empresariais (IEE)

Agora, é responsabilidade da gestão operacional gerir algumas das variáveis de negócio que impactam no capital circulante. E estas variáveis traduzem-se financeiramente naquilo que se designa por necessidades em fundo de maneio.

As necessidades em fundo de maneio (NFM) traduzem as necessidades e recursos financeiros cíclicos que resultam do ciclo de exploração da empresa, tendo em conta o desfasamento temporal existente entre as compras e os recebimentos.

As NFM são habitualmente quantificadas em valor absoluto:

NFM = Stocks + Crédito concedido a clientes – Crédito obtido de fornecedores +/- outras necessidades ou recursos associados ao ciclo de exploração.

Quando as NFM são iguais ou inferiores a zero, significa que o ciclo de exploração se autofinancia. De forma simplificada, os créditos de fornecedores financiam os créditos a clientes e os stocks. NFM negativas resultam de um ciclo de exploração que liberta cash. A velocidade de recebimento dos clientes é superior à do pagamento a fornecedores e, por isso, o ciclo de exploração é favorável à tesouraria. NFM positivas significam necessidade de financiar parte dos ativos cíclicos por endividamento ou capitais próprios.

Por norma, as NFM elevadas encontram-se associadas a ciclos de exploração longos, ou seja, com grande desfasamento temporal entre as compras e os recebimentos de clientes, como o caso das empresas industriais ou os projetos de construção.

As empresas comerciais ou de serviços tendem a manter ciclos de exploração mais curtos e, por isso, NFM mais reduzidas. Alguns negócios são mesmo caracterizados por manterem NFM negativas, ou seja, com prazos de realização dos ativos cíclicos menores do que os prazos de exigibilidade das dívidas. É o exemplo típico do setor da distribuição com recebimento a pronto, elevada rotação de stocks e prazos de pagamentos a fornecedores alargados.

Quanto menor o capital empregue em NFM, menor o custo de financiamento exigido ao negócio. E, por isso, mesmo sabendo que as características das indústrias influenciam a duração dos ciclos de exploração, e que há inúmeros fatores exógenos não controláveis, os gestores operacionais têm a responsabilidade de ponderar e implementar práticas, políticas, processos que reduzam o capital empregue no ciclo de exploração. Ficam algumas sugestões:

  • Privilegie os canais de venda, mercados e clientes bons pagadores. E negoceie melhor o prazo de recebimentos concedido a clientes.
    Receber de imediato, ou até de forma antecipada, será o ideal. As vendas online vieram potenciar esta prática eliminando, por vezes, intermediários. Não sendo possível receber de imediato, negoceie bem os prazos de recebimento, tente reduzi-los, conjugue-os com descontos financeiros. Certifique-se que o cliente é bom pagador. Em síntese, procure reduzir os dias de crédito concedidos a clientes, mesmo com o volume de negócios a crescer.
  • Negoceie bem com os fornecedores, minimize e rode o stock.
    Garanta uma gestão eficiente dos stocks. Implemente os processos necessários para evitar ruturas, mas sem criar gorduras no armazém ou ao longo do processo produtivo. Promova a rotação do stock. Negoceie, com o fornecedor, quantidades, mas com entregas e pagamentos parcelares. Ganhe a sua confiança e pague nos prazos combinados. Se alargados, melhor. Em síntese, seja eficiente na relação com cadeia de abastecimento, e na gestão dos stocks. Se ainda for possível, reduza o tempo de permanência do stock e alargue prazos de pagamentos a fornecedores.
  • Implemente boas práticas de gestão e reduza custos.
    Em particular nas empresas industriais e de projeto, um bom planeamento das necessidades e alocação dos recursos permitirá com certeza obter ganhos de eficiência ao nível dos custos e do capital empregue. Implemente metodologias e práticas de gestão que promovam a redução de stocks, dos tempos de espera, de produção, de setups, da ocupação de espaços, de desperdício de recursos.
  • Melhore a qualidade da prestação de serviços.
    Se prestar um bom serviço, dentro dos prazos, de qualidade, o cliente terá maior dificuldade em apresentar argumentos para atrasar o pagamento. Aliás, pelo contrário, um serviço de excelência pode servir de argumento para antecipar recebimentos, negociando com o cliente adiantamentos que farão reduzir as NFM.

Estas e outras dicas contribuirão para, por um lado, reduzir o ciclo de exploração do seu negócio – tempo entre as compras e os recebimentos de clientes – e, por outro, para ganhar eficiência ao nível das NFM. Atente-se que reduzir ou ganhar eficiência ao nível das NFM significa libertar cash e ganhar liquidez.

Não é muitas vezes visível para os gestores operacionais. Mas a gestão eficiente das NFM apresenta benefícios para a performance financeira do negócio, como por exemplo:

Redução de custos – não só a redução dos custos operacionais muitas vezes decorrentes da melhoria dos processos, mas também a redução dos custos de financiamento (juros ou custo de oportunidade) do capital empregue em NFM.

Aumento do cash flow – maior eficiência das NFM significa reduzir o ciclo de exploração do negócio e, por conseguinte, receber mais rápido. As disponibilidades financeiras da empresa incrementam. Criam-se novas oportunidades para investir e crescer.

Melhoria da rendibilidade – NFM mais baixas reduzem o capital empregue no negócio e, por isso, aumentam a taxa de rendibilidade.

Criação de valor para o investidor – maior eficiência das necessidades em fundo de maneio, resultará no incremento do resultado residual gerado para o investidor.

A gestão das variáveis que verdadeiramente impactam as NFM é da responsabilidade dos gestores operacionais. Claro que o gestor financeiro estará vigilante até porque é ele que tem a responsabilidade de angariar o financiamento necessário e de negociar o seu custo. Mas são os gestores operacionais que no terreno tomam, a montante, as decisões que determinam maior ou menor capital empregue em NFM. E, por isso, devem ter visibilidade e monitorizar a informação relativa ao comportamento e performance destas variáveis.

Não esquecer, por exemplo, que quando o departamento comercial dá mais crédito aumenta as necessidades de financiamento da empresa, e por isso os custos financeiros. Em períodos de taxas de juro elevadas o efeito é mais impactante. Claro que se pode compensar o crédito com o pricing, com volume; ou a montante, com uma melhor negociação dos créditos e preços com fornecedores. Os gestores operacionais devem ponderar estes vários efeitos conjugados. Ficam alguns indicadores que podem ajudar os gestores operacionais neste processo:

*A taxa de custo de capital deve traduzir o custo de financiamento da empresa, incluindo o custo de oportunidade decorrente do financiamento via capitais próprios.

O efeito global da gestão das múltiplas variáveis com que os gestores de negócio são confrontados – pricing, eficiência, produtividade, custos, política de créditos, gestão de stocks, tempos, setups, volume …. – pode ser monitorizado pelo resultado residual.

O resultado residual integra a performance económica do negócio, mas também o custo de financiar as NFM associadas ao ciclo de exploração. Custo de capital elevado, como o que se assiste agora, penaliza a performance financeira do negócio e obriga a uma melhor gestão das NFM. Os gestores operacionais, os que estão mais próximo do negócio, têm muito a dizer sobre a redução do ciclo de exploração do negócio. Fazem a gestão das operações e, de forma menos visível, são também gestores financeiros porque são responsáveis, no dia-a-dia, pela otimização do capital investido no ciclo de exploração das empresas. Reduzir o tempo de ciclo de exploração significa libertar liquidez para investir nos atuais ou novos negócios.

Agora, é essencial dar visibilidade aos gestores dos negócios desta responsabilidade. É essencial partilhar, fazer-lhes chegar informação, indicadores que lhes mostre os benefícios de fazer uma boa gestão das variáveis que impactam no capital investido no ciclo de exploração. E quando o dinheiro custa mais caro, o essencial passa a prioritário.

Ana Maria Simões, Comissão Executiva do Iscte Executive Education (IEE), Diretora da Pós-Graduação em Controlo de Gestão e Execução da Estratégia e da Pós-Graduação em Finanças e Controlo Empresariais (IEE)

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Oficiais da PSP alertam em carta aberta para “o colapso” da polícia

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

O sindicato que representa a maioria dos comandantes e diretores da PSP indica que as exigências dos polícias "não vão parar nas questões remuneratórias".

Os oficiais da PSP alertam, numa carta aberta, para “o colapso” da polícia por falta de investimento e de agentes, e pela pouca atratividade da carreira, associada ao “estado deplorável” em que se encontram viaturas, instalações e equipamentos.

“O colapso está mesmo diante dos nossos olhos, pena que seja apenas dos nossos”, escreve o Sindicato Nacional dos Oficiais da Polícia (SNOP), numa carta a que Lusa teve hoje acesso, aprovada na quinta-feira à noite num jantar que reuniu oficiais da PSP para debater a segurança interna e o futuro da Polícia de Segurança Pública.

Na carta, intitulada a “Segurança é o ‘petróleo’ de Portugal”, o SNOP denuncia a baixa atratividade da carreira policial, a falta de efetivo e uma polícia envelhecida, bem como uma PSP “depauperada por imperativos governamentais e falta de investimento”. O sindicato que representa a maioria dos comandantes e diretores da PSP indica que as exigências dos polícias “não vão parar nas questões remuneratórias” e que é preciso “uma discussão profunda sobre o nível de investimento e financiamento para manter as forças de segurança a trabalhar adequadamente”.

O SNOP sublinha que “a gestão miserabilista das forças de segurança vem de longe” e que mais de 90% do seu orçamento é absorvido com despesas de pessoal, um “número inédito na Europa”.

“O investimento numa força de segurança como a PSP, com quase 5.000 viaturas, 400 instalações e um inumerável stock de equipamento técnico e operacional não passa, por ano, dos 13 milhões de euros, ou seja, menos de 2% do orçamento”, escreve o sindicato, sustentando que a lei de programação “apenas consegue executar dois terços dos montantes aprovados” e, destes “apenas um terço vai para equipamentos ou instalações” das polícias.

“Pouco mais do que um quinto do valor aprovado nos Conselhos de Ministros é efetivamente dedicado às instalações, viaturas e equipamentos das forças de segurança, e é aqui que reside a verdade. Percebe-se por isso o estado deplorável em que se encontram. Nenhuma instituição consegue funcionar com esta estrutura financeira”, precisam os oficiais.

Sobre os recursos humanos, o SNOP salienta que a idade média dos polícias é 11 anos mais baixa do que a da população em geral, a taxa de suicídio é quase o dobro, o número de polícias mortos em serviço é de 1,4 por ano (32 casos totais) e de polícias agredidos é de 901 por ano, valores médios, entre 2000 e 2022. Segundo o SNOP, no ano passado, 18% dos polícias da PSP (3.719) reuniam os requisitos para a pré-aposentação e 53% (11.060) tinham mais de 45 anos de idade, num total de 20.870 elementos da PSP.

“Dentro de cinco anos, 34% dos polícias reunirão os requisitos para a pré-aposentação. O cenário é ainda mais preocupante quando os resultados dos últimos quatro concursos de admissão para ingresso na carreira de agente demonstram que a Polícia portuguesa vai enfrentar uma grave ameaça à sua prontidão e eficácia operacional por não conseguir substituir, completar e rejuvenescer os agentes de polícia, tal como havia sido planeado”, frisam.

Os oficiais da PSP sustentam que o número de candidatos aprovados nos últimos quatro concursos tem ficado “muito aquém do esperado” e não permitiu preencher a totalidade das vagas anunciadas politicamente e que constam do Plano Plurianual de Admissões. De acordo com o SNOP, entre 2019 e 2023 estava previsto o alistamento de 4.200 novos polícias, mas apenas entraram para a PSP 2.849 novos agentes, ou seja, menos 1.351.

“Este é o resultado do ataque vil à dignidade das carreiras policiais e do papel essencial das forças de segurança”, refere o sindicato, dando ainda conta de que cerca de 20% dos polícias com formação superior que ingressaram na PSP entre 2008 e 2014 já saíram da instituição, tendo a maioria como destino PJ, SEF e outras carreiras de técnico superior dentro da Administração Pública.

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Guterres defende paz sustentável para terminar o conflito na Ucrânia

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

"A atual ordem global não funciona para todos. Na verdade, eu iria mais longe e diria: não funciona para ninguém", admitiu Guterres.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu esta sexta-feira que o mundo precisa urgentemente de uma paz justa e sustentável para acabar com a guerra na Ucrânia. “Precisamos desesperadamente de uma paz justa e sustentável para a Ucrânia, para a Rússia e para o mundo”, disse Guterres no seu discurso de abertura na Conferência de Segurança de Munique, alegando que a invasão russa da Ucrânia é uma clara violação da Carta das Nações Unidas e não deve ter “lugar na Europa do século XXI”.

“Dois anos depois, o custo em vidas humanas e em sofrimento é atroz e o impacto na economia global tem sido particularmente devastador para os países em desenvolvimento”, disse o secretário-geral da ONU, defendendo a paz, “em linha com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional, que estabelece a obrigação de respeitar a integridade territorial dos Estados soberanos”.

Durante o seu discurso, Guterres também sustentou que o mundo enfrenta mais uma vez a ameaça nuclear no meio de um planeta mais fragmentado do que na Guerra Fria e com alguns países “a fazerem o que querem”. “A atual ordem global não funciona para todos. Na verdade, eu iria mais longe e diria: não funciona para ninguém”, admitiu Guterres, lembrando que na altura da Guerra Fria a ameaça de guerra nuclear era real e existencial, mas no mundo multipolar de hoje “ainda enfrentamos o perigo nuclear”.

Para Guterres, a multipolaridade criou oportunidades importantes para o equilíbrio e a justiça, e para uma nova liderança na cena mundial, mas a transição sem instituições globais fortes pode criar o caos. “Hoje vemos países a fazer o que querem, sem prestar contas”, denunciou Guterres, que acusou ainda a comunidade internacional de ignorar os compromissos da Carta das Nações Unidas.

“Milhões de civis estão a pagar um preço terrível. Um número recorde foi forçado a fugir”, denunciou o secretário-geral da ONU, que também falou da guerra israelita em Gaza e disse que uma ofensiva militar seria devastadora para os deslocados de Gaza em Rafah. Guterres lembrou ainda que a Nova Agenda para a Paz, que será discutida na Cimeira do Futuro, em setembro, visa reformar ou atualizar os sistemas de segurança coletiva “com base num multilateralismo mais interligado e inclusivo”.

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Flexdeal conclui compra de 33,10% da Raize

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

O projeto de aquisição "de participação qualificada tinha sido sujeito a comunicação prévia ao Banco de Portugal, que não se opôs”.

A Flexdeal – Sociedade de Investimento Mobiliário para o Fomento da Economia (SIMFE) concluiu a aquisição de 33,10% da Raize, adiantou o grupo, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Assim, as empresas “informam ter concretizado, nesta data” a aquisição “pela Flexdeal de participação qualificada direta de 33,10% do capital e dos direitos de voto da Raize”. A nota recorda que “o projeto de aquisição de participação qualificada tinha sido sujeito a comunicação prévia ao Banco de Portugal, que não se opôs”.

Com a concretização desta operação, “a Flexdeal – que já era a maior acionista da Raize desde a Oferta Pública de Aquisição (OPA), concluída em 30 de dezembro de 2020 – passa a deter 1.655.049 ações representativas de 33,10% do capital social” da empresa de pagamentos.

A Raize informou ainda, na mesma nota, que, nesta data, “José Maria Antunes dos Santos Rego apresentou a sua declaração de renúncia ao cargo de presidente executivo do Conselho de Administração da Raize e também às funções de gerente que exerce noutras sociedades do grupo”, e que António José Ribeiro da Silva Marques renunciou ao cargo de vogal do Conselho de Administração da empresa.

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Caso na Madeira. Em cinco páginas, juiz reduziu os indícios de crimes investigados pelo Ministério Público a nada

“Não existem indícios, muito menos fortes indícios, de o arguido Custódio Correia, o arguido Avelino Farinha e o arguido Pedro Calado terem incorrida na prática de um qualquer crime”, diz o juiz.

Nada. Toda a indiciação levada pelas três procuradoras do Ministério Público (MP) ao juiz de instrução criminal da alegada corrupção na Madeira foi reduzida a nada. Segundo o despacho das medidas de coação – a que o ECO/Advocatus teve acesso –, o magistrado Jorge Melo não confirmou nenhum dos indícios dos crimes económico-financeiros imputados aos três arguidos.

Das 74 páginas, maioria são dedicadas à imputação dos crimes feita pelo Ministério Público. Em apenas cinco páginas, o juiz explica que não encontrou qualquer ilegalidade nos factos investigados pelas procuradoras. Das provas que viu e dos testemunhos, não encontrou qualquer crime, deitando por terra toda a indiciação do MP.

Na quarta-feira foram conhecidas as medidas de coação dos três detidos no âmbito da investigação por suspeitas de corrupção na Madeira. Pedro Calado, ex-presidente da Câmara do Funchal, Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, ficaram em liberdade e apenas com termo de identidade e residência (TIR), a medida cautelar menos gravosa e que todos os arguidos em qualquer processo ficam sujeitos, precisamente por serem arguidos. O MP tinha pedido para Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia a medida de coação mais gravosa, prisão preventiva, tendo já anunciado recurso da decisão do juiz de instrução.

Não existem, nos autos, indícios, muito menos fortes indícios, de o arguido Custódio Correia, o arguido Avelino Farinha e o arguido Pedro Calado terem incorrida na prática de um qualquer crime”, diz o despacho.

Hospital Central da Madeira

No que respeita à construção do novo hospital central e universitário da Madeira, sobre o qual o MP suspeita que o concurso teria sido desenhado à medida do grupo AFA, de Avelino Farinha, o juiz considerou “não se mostrar indiciado, muito menos fortemente indiciado”, que tivesse existido uma combinação entre o empresário – por via de Marinho Oliveira – e Pedro Calado.

Na análise de um email, em concreto, trocado entre Martinho Oliveira e Pedro Calado a 22 de junho de 2020, quando terminou o concurso para a empreitada de construção do hospital, o juiz de instrução criminal sustenta que não foi por isso que o procedimento ficou sem apresentação de propostas e assinalou as declarações do ex-autarca em interrogatório, nas quais declarou que Avelino Farinha não teve conhecimento do email.

O juiz salientou ainda que os critérios de adjudicação que vieram a ser estabelecidos, tanto na primeira como na segunda fase, não têm nada a ver com os critérios referidos naquele email e que, por isso, “não existe o mínimo indício de que tivesse existido um qualquer conluio”.

Empresas do grupo Socicorreia

Quanto ao alegado favorecimento de Pedro Calado às empresas do grupo Socicorreia – que tem o arguido Custódio Correia como principal acionista – pelo apoio financeiro à equipa de rali na qual o ex-autarca do Funchal competia, Jorge Bernardes de Melo defendeu também não haver indícios no processo que sustentassem a tese do Ministério Público (MP). Nas declarações que prestou, o empresário defendeu a normalidade destes apoios, acrescentando ter já patrocinado outros pilotos. A este respeito, escreveu o juiz de instrução, “no requerimento da apresentação de arguido(s), o Ministério Público não individualiza um qualquer contrato, um que fosse, que tivesse sido adjudicado ao Grupo Socicorreia e/ou a qualquer outra sociedade comercial ligada a Custódio Correia, como contrapartida de tais patrocínios”.

O juiz destacou que o grupo de Custódio Correia destina toda a verba para publicidade no apoio a pilotos ou equipas em competições de rali (e não apenas para a equipa de Pedro Calado), assinalando um investimento de 1,38 milhões de euros nesta área entre 2016 e 2023.

Casamento no Hotel Savoy

De acordo com o despacho, o tribunal também não reconheceu indícios de que o ex-presidente da câmara do Funchal tivesse sido beneficiado por Avelino Farinha, face à relação de amizade entre os dois arguidos, para a celebração do casamento de Pedro Calado no hotel Savoy Palace, em 2021. A este nível, foi apontado como prova o pedido de orçamento para o evento e as declarações do ex-autarca, que confirmou o pagamento pela realização do evento.

O juiz recuperou ainda o depoimento de um diretor do hotel, Rui Sousa, no qual este responsável nunca fez “alusão a que o arguido Pedro Calado alguma vez tivesse beneficiado de algum tratamento de favor ou de algum desconto nesta unidade hoteleira”.

O juiz indicou ainda não haver indícios de que Custódio Correia tivesse oferecido presentes de valor superior a 150 euros a Pedro Calado, com o objetivo de ser favorecido em adjudicações pela autarquia do Funchal ou pelo governo regional da Madeira.

Sublinhou também que a inclusão do ex-autarca numa lista de 296 pessoas e entidades para receberem prendas de Natal do grupo Socicorreia “se enquadra numa conduta tolerável, socialmente adequada e conforme aos usos e costumes”, tendo Custódio Correia referido que o orçamento para estas prendas era de 10 mil euros.

Pedro Calado, ex-autarca do FunchalLusa

O que investiga o Ministério Público?

Em causa estão cerca de 30 possíveis crimes que vão da corrupção à prevaricação. Segundo o Ministério Público, Pedro Calado é suspeito de sete crimes de corrupção passiva. Já Custódio Correia é suspeito de três crimes de corrupção ativa e Avelino Farinha de quatro. Mas a lista de crimes não fica por aqui. O Ministério Público sublinha ainda que “são ainda suscetíveis de integrar a prática pelos arguidos dos crimes de prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio, abuso de poder e tráfico de influência”. Ou seja: poderão ser cerca de cinco crimes por cada um dos arguidos.

Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Na sequência das buscas, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado (PSD), que renunciou ao mandato, Avelino Farinha e Custódio Correia. A operação também atingiu o ex-presidente do Governo Regional da Madeira Miguel Albuquerque (PSD), que foi constituído arguido e renunciou ao cargo, o que foi formalmente aceite pelo representante da República na segunda-feira e publicado em Diário da República no mesmo dia.

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+M

Nova lei dos serviços digitais aplicada a todas as plataformas da UE a partir de sábado

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

As empresas que não cumpram a nova legislação podem ter coimas proporcionais à sua dimensão, sendo que as companhias de maior dimensão podem ser sancionadas até 6% do seu volume de negócios global.

A nova Lei dos Serviços Digitais da União Europeia (UE) passa a aplicar-se no sábado a todas as plataformas online que operam no espaço comunitário e têm mais de 45 milhões de utilizadores, seis meses após período transitório.

“No dia 17 de fevereiro [sábado], a Lei dos Serviços Digitais, o marco normativo da UE que visa tornar o ambiente em linha mais seguro, mais justo e mais transparente, começa a aplicar-se a todos os intermediários online na União”, recorda a Comissão Europeia esta sexta-feira em comunicado.

Esta legislação comunitária entrou em vigor em agosto, aplicando-se a 19 plataformas online e a dois motores de pesquisa de muito grande dimensão — por terem mais de 45 milhões de utilizadores mensais –, mas entretanto foram adicionadas outras três e, agora, todas “têm cumprir as obrigações gerais” a partir de sábado.

Na nota publicada esta sexta-feira, Bruxelas recorda que estas grandes plataformas “serão supervisionadas ao nível dos Estados-membros por um regulador independente que atuará como coordenador nacional dos serviços digitais”, cabendo aos coordenadores dos serviços digitais da UE “garantir que essas plataformas cumpram as regras”.

“Os coordenadores dos serviços digitais e a Comissão formarão um grupo consultivo independente, o Conselho Europeu dos Serviços Digitais, para garantir que a lei é aplicada de forma coerente e que os utilizadores em toda a UE gozam dos mesmos direitos, independentemente do local onde as plataformas em linha estão estabelecidas”, adianta a instituição.

A UE tornou-se, desde final de agosto passado e após um período de adaptação, a primeira jurisdição do mundo com regras para plataformas digitais como X (anterior Twitter) e Facebook, que passarão a ser obrigadas a remover conteúdos ilegais.

Estas obrigações devem-se à entrada em vigor da Lei dos Serviços Digitais na UE, no âmbito da qual a Comissão definiu inicialmente 19 plataformas em linha de muito grande dimensão, com 45 milhões de utilizadores ativos mensais, que terão de cumprir as novas regras, entre as quais AliExpress, Amazon, Apple AppStore, Booking.com, Facebook, Google Play, Google Maps, Google Shopping, Instagram, LinkedIn, Pinterest, Snapchat, TikTok, Twitter, Wikipedia, YouTube e Zalando.

Acrescem dois motores de pesquisa de muito grande dimensão, como Bing e a ferramenta de busca da Google.

Entretanto, a Comissão Europeia juntou as plataformas de vídeos Pornhub, Stripchat e XVideos à lista de ‘sites’ que têm de cumprir a nova Lei dos Serviços Digitais, obrigando à remoção de conteúdos ilegais e à proteção de menores.

A nova Lei dos Serviços Digitais foi criada para proteger os direitos fundamentais dos utilizadores online e tornou-se numa legislação inédita para o espaço digital que responsabiliza plataformas por conteúdos ilegais e prejudiciais, nomeadamente desinformação.

As empresas que não cumprem esta nova legislação podem ter coimas proporcionais à sua dimensão, sendo que as companhias de maior dimensão podem ser sancionadas até 6% do seu volume de negócios global.

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