Só há quatro portugueses em altos cargos na União Europeia

Com António Costa mais perto de Bruxelas, contam-se pelo dedos o número de portugueses nos cargos de topo das instituições europeias. Falta de representação afeta reputação e grau de influência.

Numa altura em que António Costa é apontado para a presidência do Conselho Europeu, conta-se com uma mão o número de portugueses que estão, atualmente, em altos cargos na União Europeia (UE). São apenas quatro: Elisa Ferreira, comissária da Coesão e Reformas; Vasco Cordeiro, presidente do Comité das Regiões; Rodrigo da Costa, diretor executivo da Agência da União Europeia para o Programa Espacial (EUSPA) e João Negrão, diretor do Instituto da Propriedade Intelectual da UE. Fora estes, não há qualquer cidadão nacional como diretor-geral no bloco europeu. É a primeira vez que isso acontece desde que Portugal aderiu à União Europeia. O último diretor-geral foi Mário Campolargo, que ficou com a liderança da Direção-Geral de Informática, até 2022, ano em que abandonou a posição para ser secretário de Estado da da Digitalização do anterior Governo. O seu mandato foi interrompido.

Neste momento, Portugal está numa situação má porque não temos nenhum diretor-geral, sub diretor ou diretor adjunto na Comissão”, sublinha Tiago Antunes, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus ao ECO, referindo que “esse problema está identificado” e que o próprio executivo comunitário “está ciente de que é preciso corrigir essa omissão”. “Sempre tivemos mais do que um [diretor-geral]”, acrescenta.

Mas excluindo os cargos de topo, há nomes portugueses que se destacam nas organizações das instituições europeias hoje. Nomeadamente, João Aguiar Machado, como chefe da missão permanente da UE junto da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ou até mesmo, Fernando Andresen Guimarães, como conselheiro diplomático da Presidente da Comissão Europeia, e Luísa Cabral, uma das diretoras da Direção-Geral do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Inclusão. Estas duas posições foram preenchidas na sequência do plano lançado pelo anterior Governo que visava aumentar a presença de portugueses em cargos de topo na União Europeia.

Se esta sub-representação afeta a reputação e o nível de influência de Portugal a nível europeu? “Sim, e muito”, responde Henrique Burnay, consultor em Assuntos Europeus e professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em declarações ao ECO.

Segundo o consultor, “houve uma falta de atenção” durante muitos anos no ingresso de portugueses em cargos de topo nas instituições europeias, não por falta de talento mas por falta de incentivo, sobretudo a seguir ao alargamento de 2004, altura em que dez países da Europa Central e do Leste aderiram ao bloco europeu e preencheram muitas vagas no âmbito das políticas de equilíbrio regional. “A partir daí, tivemos um hiato. Não tivéssemos tido e hoje já teríamos muitas pessoas com maturidade para estar nos cargos de topo”, lamenta.

E o impacto desta falta de representatividade de Portugal não coloca o país apenas numa situação mais vulnerável no que toca à sua influência e reputação. “Ainda que os funcionários nos cargos de topo não estejam a representar o seu Estado-membro, e neste caso Portugal, têm uma visão do mundo que faz a diferença na avaliação de propostas e nas negociações”, acrescenta Burnay. “Falta gente que tenha a nossa visão do mundo. É importante que haja uma visão portuguesa”, diz.

A importância dessa perspetiva portuguesa nas discussões que são tidas em Bruxelas é subscrita por Margarida Marques, ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus e eurodeputada pelo PS, que refere, a título de exemplo, as negociações que irão decorrer a propósito do orçamento plurianual para o período 2028-2034 na próxima legislatura. Nessa altura, o alargamento a outros Estados-membros deverá estar em curso, ou já concluído e, por isso, poderá haver “uma tentação para encaminhar verbas para outros destinos”, como por exemplo, para a Ucrânia ou para a Defesa, sugere. Será nesta situação que uma visão portuguesa, como a de António Costa na presidência do Conselho Europeu, fará a diferença.

“Evidentemente, que se António Costa for presidente do Conselho Europeu terá um papel de defender nas políticas de coesão, não só pelos Estados-membros que mais dela precisam, mas sobretudo de Portugal, que é um beneficiário”, acrescenta.

Para já, a indicação de António Costa para o Conselho Europeu ainda não foi formalizada e, em Bruxelas, o processo irá permanecer em curso até à reunião entre os chefes europeus a 27 e 28 de junho. O pontapé de saída foi dado esta segunda-feira, quando os 27 Estados membros se reuniram para um Conselho Europeu informal que serviu, não só, para fazer um rescaldo das eleições como também para apontar os quatro nomes que irão liderar as principais instituições europeias, no próximo ano. Além de Costa, estão em cima da mesa os nomes de Ursula von der Leyen para uma recondução no cargo de presidente da Comissão Europeia, Roberta Metsola para mais um mandato na presidência do Parlamento Europeu e Kaja Kallas para alta representante da UE para a política externa.

No entanto, o primeiro encontro não terá corrido como expectável e terá terminado sem que os 27 chegassem a um acordo entre as partes sobre o quarteto que irá liderar a União Europeia nos próximos cinco anos.

De acordo com o Politico, o Partido Popular Europeu, vencedor das eleições para o Parlamento Europeu (PPE), pediu mais concessões e mais poder entre os cargos de topo. Como esperado, o PPE quis renomear von der Leyen e Metsola, ambos pertencentes à sua família política. Além disso, propuseram aos socialistas que o mandato do presidente do Conselho Europeu fosse dividido em dois períodos de 2,5 anos – e o PPE ficaria com um deles. A proposta não terá agradado os socialistas que esperavam garantir a posição somente para António Costa. Mas as negociações vão continuar.

António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal

Se António Costa rumar ao Conselho Europeu, terá um papel de mediar a negociação entre os países do bloco e de encontrar consensos. “A função principal de Costa será de negociar posições, nunca será de tomar decisões políticas”, sublinha Henrique Burnay.

Mesmo assim, consideram os especialistas ouvidos pelo ECO, uma eventual ida do ex-primeiro-ministro para Bruxelas abriria portas para que mais portugueses seguissem a mesma rota de liderança nas noutras instituições europeias, à semelhança do que aconteceu entre 2004 e 2014.

“O período de maior destaque para os portugueses nas instituições europeias foi o de Barroso. Valorizou a presença dos portugueses nas várias instâncias a nível europeu. Imagino que, se Costa chegar ao Conselho Europeu, isso possa voltar a acontecer”, aponta Tiago Antunes.

Estou convencida de que haverá mais portugueses no gabinete de Costa”, admite Margarida Marques. Desde logo, com a posição do chefe de gabinete vaga, que, à partida, será preenchida por um diplomata em funções.

Plano para ter mais portugueses em Bruxelas com poucos resultados

Mas há quem rejeite noção de uma sub-representação portuguesa. “Historicamente, não vejo razão para dizermos que estamos sub-representados”, aponta Paulo Sande, ex-consultor do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e especialista em assuntos europeus. E há provas disso.

Além do mandato de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, entre 2004 e 2014, Portugal teve cinco comissários europeus — cargos que são obrigatoriamente distribuídos pelos 27 Estados-membros — dez vice-presidentes no Parlamento Europeu e três ‘número dois’ no Banco Europeu de Investimento, o último Ricardo Mourinho Félix. E, a nível internacional, um dos cargos de topo de maior destaque é preenchido por António Guterres, na secretaria-geral das Nações Unidas.

“Somos um país pequeno mas não acho que estejamos sub-representados. A principal questão não é a quantidade mas sim que funções ocupam estes portugueses. O nosso principal défice são as posições de primeira linha, mas a verdade é que há poucas pessoas disponíveis”, considera Paulo Sande, acrescentando que os concursos que são lançados “não são suficientemente participados por portugueses”.

No sentido de colmatar essa falha, a secretaria de Estado de Tiago Antunes lançou, em 2022, um plano que visava incentivar o número de portugueses em cargos europeus. A solução permitiu aumentar o número de bolsas para candidatos portugueses no Colégio da Europa o que, por seu turno, irá produzir resultados a médio prazo. Ou assim se espera.

“Na gíria, costumamos dizer que o colégio é um passaporte para entrar nas instituições europeias. Daqui a dois anos, haverá mais portugueses a passar nos concursos” e, daí, passarão a integram as instituições europeias, tal como se pretende com estas formações, garante a antiga secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques.

Segundo dados da Comissão Europeia, a 1 de janeiro de 2024, o número de portugueses – entre funcionários, pessoal temporário e trabalhadores locais — no conjunto dos serviços da Comissão era de 806, num total de 30.451 – ou seja, 2,6%. Os países com maior representação são, naturalmente, a Bélgica (14%) e a França (10%) por serem casa das principais instituições europeias. Excluindo esses dois, Espanha (8,7%) e Dinamarca (6,7%) são os países que contam com mais funcionários a trabalhar em Bruxelas e Estrasburgo.

Face a esses valores, que não ultrapassam a marca dos 2% há vários anos, o objetivo português passa por preencher a quota mínima de 3,1% de trabalhadores portugueses nas instituições europeias. De acordo com Bruxelas, a quota portuguesa traduz-se num “défice significativo” de representação.

Tiago Antunes não sabe se o programa terá continuação sob a liderança da Inês Domingos, nova secretária de Estado dos Assuntos Europeus do Governo de Luís Montenegro, mas mantém-se convicto de que os resultados começarão a surgir nos próximos anos.

“Tem havido várias entradas de recrutamento. Temos muitos profissionais em contratos temporários e houve um número muito grande que passaram a efetivos”, diz o ex-secretário de Estado, sublinhando que “o único grau em que Portugal está bem representado” atualmente é no cargo de diretor, que serão, atualmente, cerca de dez. “Está acima do número de referência. Há uma pool de diretores que estão bem colocados e que podem vir a subir”, garante, não adiantando nomes.

O otimismo não é, no entanto, partilhado por Henrique Burnay. O consultor de assuntos europeus afirma que não tem sentido “os efeitos do plano”, mas também ressalva que o seu tempo de execução “foi curto”, uma vez que a legislatura do anterior Governo foi interrompida na sequência da demissão de António Costa devido às suspeitas levantas na Operação Influencer. “Este plano tem de ser posto em prática. É importante que os portugueses que quiserem concorrer aos cargos na UE sintam que o Estado se interessa por eles”, defende.

Notícia atualizada às 10h23 com a substituição de Ricardo Conde, presidente interino da Agência Espacial Europeia (ESA), que afinal é presidente da Agência Espacial Portuguesa, por Rodrigo da Costa, diretor executivo da Agência da União Europeia para o Programa Espacial (EUSPA).

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5 coisas que vão marcar o dia

O Eurostat vai confirmar esta terça-feira a inflação na Zona Euro de maio. Já o Parlamento da Madeira vai dar início à discussão do Programa do Governo.

Esta terça-feira, o Eurostat vai confirmar a inflação na Zona Euro de maio. Já o Parlamento da Madeira vai dar início à discussão do Programa do Governo. A marcar o dia está ainda a ida do presidente da TAP, Luís Rodrigues, ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre os prejuízos registados no quarto trimestre de 2023 e no primeiro trimestre de 2024.

Eurostat confirma inflação de maio

O Eurostat confirma esta terça-feira a inflação na Zona Euro de maio. No final do mês passado, a estimativa rápida do Eurostat indicou que a inflação homóloga da Zona Euro acelerou para os 2,6% em maio, contra os 2,4% do mês anterior. É o primeiro aumento em cinco meses e acima das expectativas do mercado, que apontava para uma aceleração de 2,5%. Os serviços terão sido a componente com a taxa de inflação mais elevada. Portugal foi o país com a maior aceleração da taxa de inflação, devido ao efeito base do IVA zero.

Parlamento madeirense discute Programa do Governo

Esta terça-feira começa a discussão do Programa do Governo no parlamento da Madeira. A discussão prolonga-se até quinta-feira. O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, está “otimista” em relação à aprovação do Programa do Governo, mas há partidos que já afirmaram que vão chumbar o programa, como o PS, JPP e Chega.

Presidente da TAP vai ao Parlamento explicar prejuízos trimestrais

O presidente da TAP, Luís Rodrigues, vai ser ouvido esta terça-feira, pelas 16h30, em Comissão Parlamentar requerida pelo Chega para prestar esclarecimentos sobre os prejuízos registados no quarto trimestre de 2023 e no primeiro trimestre de 2024. Também o diretor financeiro da TAP, Gonçalo Pires, vai prestar declarações, pelas 15h00, sobre a situação financeira da companhia aérea.

Comissão Europeia assina acordo com Banco de Fomento

Esta terça-feira, a Comissão Europeia vai assinar um acordo com o Banco Português de Fomento – InvestEU, em Bruxelas. O evento contará com a presença do primeiro-ministro Luís Montenegro e está agendado para as 12h00. O InvestEU é o programa da União Europeia que apoia investimentos públicos e privados em tecnologia verde, inovação, infraestruturas sociais e empresas mais pequenas. Juntamente com as instituições financeiras europeias e internacionais, a União Europeia ajuda as empresas a obter um melhor acesso ao financiamento e aos investimentos.

Luís Paes Antunes ouvido no Parlamento

O candidato proposto pelo PSD e CDS-PP para presidir ao Conselho Económico e Social, Luís Paes Antunes, vai ser ouvido no Parlamento, pelas 11h30. O ex-secretário de Estado poderá suceder a Francisco Assis, que deixou o lugar vago para ser candidato às eleições legislativas de março e entrou depois como número três na lista do PS às eleições europeias. Luís Paes Antunes vai precisar de ser aprovado por dois terços dos deputados na Assembleia da República, sendo, por isso, necessário um entendimento com o PS. A eleição está marcada para dia 19 de junho.

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CTT falharam todos os objetivos de qualidade do correio em 2023… exceto um

Empresa voltou a ficar muito aquém dos objetivos da concessão do serviço postal universal. Mas, pela primeira vez, cumpriu ao limite um dos indicadores definidos pela Anacom em abril de 2021.

Os CTT CTT 0,00% voltaram a ficar muito aquém dos objetivos fixados para o serviço postal universal em 2023. Mas, pela primeira vez desde que estão em vigor os atuais indicadores, a empresa conseguiu cumprir uma das 22 metas fixadas pela Anacom, segundo dados preliminares divulgados em maio pelo regulador, e já publicados no site dos CTT, que não tinham sido noticiados até agora.

Todos os anos é feita uma avaliação técnica ao desempenho dos CTT na concessão do serviço postal universal, atualmente a cargo da consultora PwC. O incumprimento permite ao Estado acionar um mecanismo de compensação, que, ao abrigo da nova lei postal, pode assumir a forma de cortes no preço do correio ou obrigações de investimento para melhorar o serviço.

Os atuais indicadores foram aprovados pela Anacom em abril de 2021, mas há muito que são alvo de críticas por parte da administração da empresa, com o CEO, João Bento, a considerar que alguns são mesmo “impossíveis” de cumprir. Por isso, em 2022, a notícia de que os CTT tinham falhado todos os indicadores de qualidade não causou surpresa, pois é o que tem acontecido ano após ano.

Em 2023, porém, houve uma novidade. A empresa postal conseguiu cumprir um dos 22 objetivos fixados pela Anacom, aquele que diz respeito à “demora de encaminhamento de envios de correspondência registada (D+1)”, registando um cumprimento de 94,5%, equivalente ao objetivo definido. Isto é, bastava uma décima a menos para ter falhado novamente todos os indicadores.

Os restantes 21 indicadores não foram respeitados pelos CTT, com desvios que, num dos casos, superou os 21 pontos percentuais. Em cinco outros indicadores, os CTT ficaram entre 10 e 20 pontos percentuais aquém das respetivas metas (ver tabela).

Fonte: Anacom

Estes dados incluem dois pedidos de dedução apresentados pelos CTT, e aceites pela Anacom, devido aos efeitos do mau tempo que afetou a Madeira em maio e os Açores em junho, “com interrupções do tráfego aéreo nos aeroportos do Funchal, Ponta Delgada e Terceira”, que “impactaram a qualidade do serviço postal, prejudicando as normais condições de transporte dos envios postais”, lê-se no relatório anualmente produzido pela Anacom.

Esse relatório, que foi divulgado no início de maio no site do regulador, indica também que os valores apresentados “não incluem informação sobre o intervalo de confiança a 95% do valor observado dos IQS [Indicadores de Qualidade do Serviço] apurados através de amostras, pelo que qualquer conclusão sobre o atingimento do respetivo objetivo deve ser interpretada como indicativa”.

O ECO pediu um comentário à empresa sobre o facto de ter falhado quase todos os indicadores, exceto um, que respondeu: “A posição dos CTT face aos indicadores de qualidade aplicáveis ao contrato de 2022 não se alterou.”

Compensação por falhas de 2022 ainda por conhecer

Que posição é essa? Desde 2022 que os CTT estão sujeitos a uma nova concessão, que foi negociada pelo anterior Governo, sob o comando do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que atualmente é secretário-geral do PS e líder da oposição, e atribuída por ajuste direto.

Nessa negociação, o Governo retirou à Anacom a competência de definir os indicadores de qualidade do serviço postal e aceitou vir a aprovar novos indicadores “alinhados com as melhores práticas vigentes na União Europeia”.

Com 2024 a meio, os indicadores mantêm-se os antigos, os tais aprovados pela Anacom em abril de 2021. O regulador já apresentou uma proposta inicial de novos indicadores — que também já foi alvo de críticas dos CTT — e promoveu uma consulta pública, já concluída, faltando conhecer-se o relatório da mesma e apresentar a proposta final ao novo Governo. É o novo ministro Miguel Pinto Luz quem terá de decidir.

O ECO contactou o Ministério das Infraestruturas e a Anacom sobre este assunto, mas não obteve resposta.

Outra das cedências do anterior Governo na negociação com os CTT — tida como a única empresa capaz de prestar este serviço — foi que, até à aprovação de novos indicadores, sempre que fosse acionado o mecanismo de compensação por falhas dos CTT, a penalização seria por via de obrigações de investimento, ao invés de cortes no preço do correio (que, segundo a empresa, ameaçavam a sustentabilidade financeira do serviço, exclusivamente financiado pelos utilizadores).

Não foi possível apurar qual irá ser o tipo de compensação que os CTT terão de dar por falharem a maioria dos indicadores de 2023. Mas também não se conhece qualquer desenvolvimento na compensação, por via de obrigações de investimento, a que os CTT estão sujeitos por terem ficado aquém de todos os objetivos em 2022.

“Quanto aos mecanismos de compensação, como também já foi referido, o processo administrativo está a decorrer”, limita-se a responder fonte oficial da empresa postal.

Sobre isto, em janeiro deste ano, o então secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa, Mário Campolargo, tinha dito ao ECO: “A pedido do Governo, a proposta do regulador para a aplicação do mecanismo de compensação foi submetida aos CTT, estando atualmente em fase de audiência prévia. Finda a audiência prévia, o regulador deverá remeter ao Governo a respetiva proposta de decisão final.”

Certo é que, como noticio o ECO em março de 2022, a nove meses do final do ano, os CTT já estavam a acautelar possíveis obrigações de investimento caso falhassem, como veio a verificar-se, as metas de qualidade definidas para o correio. Em resposta a um analista numa conferência telefónica de apresentação de resultados, o líder dos CTT disse que, caso o Governo acionasse o mecanismo de compensação, não haveria necessidade de realizar investimentos adicionais.

Além disso, um mês antes, em fevereiro de 2022, fonte oficial do então Ministério tutelado por Pedro Nuno Santos confirmou não existir “qualquer ‘normativa’ definida, à partida, para as obrigações de investimento”.

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Expetativa dos fãs do automobilismo para a exibição de carros de F1 no centro de Barcelona

  • Servimedia
  • 18 Junho 2024

As ruas de Barcelona preparam-se para receber centenas de milhares de pessoas para o Grande Prémio de Espanha de Fórmula 1.

Desde 1991, o Circuito de Montmeló leva grandes lendas do automobilismo a milhares de fãs nas suas instalações, situadas a cerca de vinte quilómetros da capital catalã. Este ano, como novidade, a cidade de Barcelona torna-se protagonista com um extenso programa, com o objetivo de democratizar e dar a conhecer os monolugares que participarão no GP de Fórmula 1, que começa na sexta-feira, 21 de junho.

O Paseo de Gracia, com edifícios tão conhecidos da arquitetura modernista como a Casa Batlló e La Pedrera, é o palco escolhido para a exibição ao ar livre na quarta-feira, na qual os monolugares vão conduzir a até 100 km/h para realizar uma demonstração com curvas incluídas num percurso de 600 metros até à Plaça Catalunya, no coração da cidade, segundo os organizadores.

Neste ponto, que servirá de meta, está montada desde domingo uma zona para os adeptos com um palco que atraiu mais de 6.000 espetadores num só dia – espera-se a chegada de mais de 100.000 pessoas – e onde podem experimentar um simulador de F1, bem como tirar fotografias com os carros das principais equipas que competem no Grande Prémio.

Estas instalações contam com bancas de gastronomia catalã, réplicas de uma garagem e de uma pista Scalextric, bem como com actuações de artistas como Txarly Brown DJ, Mon DJ, Els Amics de les Arts, Hotel Cochambre, Magic Pol e Robert de Palma Dj, entre outros.

A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL, UM MOTOR DE I&D

A exposição que percorrerá o Paseo de Gracia será uma oportunidade para conhecer as últimas inovações tecnológicas em matéria de motores, aerodinâmica e materiais do setor, uma vez que a indústria automóvel se converteu recentemente num laboratório para a redução das emissões na indústria automóvel.

Um facto que transformou o Circuito de Barcelona no circuito mais sustentável do mundo, de acordo com um estudo da empresa de consultoria italiana Right Hub, que classifica o circuito de Montmeló à frente dos circuitos de Mugello (Itália) e Paul Ricard (França).

Outras capitais mundiais, como Londres, Nova Iorque ou Madrid, já tiveram equipas de F1 a percorrer as ruas das suas cidades noutras ocasiões, com o objetivo de destacar não só o seu património arquitetónico, mas também cultural e comercial.

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20% das empresas familiares em Portugal já têm um CEO de 4ª geração

Metade das empresas familiares portuguesas integra múltiplas gerações na gestão do negócio, sendo que em média 5,57 elementos da família detêm ações do negócio, conclui um estudo da KPMG.

Cerca de dois terços das empresas familiares portuguesas são geridas pela segunda e terceira geração da família e 20% já são mesmo lideradas pela quarta geração. A conclusão é de um estudo realizado pela KPMG junto de cerca de 2.700 empresas familiares a nível global e que inquiriu uma centena de empresas portuguesas. Refere ainda que metade das companhias detidas por famílias afirma ter múltiplas gerações a gerir o negócio.

Com uma idade média de vida de 67 anos, que compara com uma idade média de 42 anos das empresas a nível global, apenas 6% das empresas familiares portuguesas mantêm um CEO de 1.ª geração, mostra o estudo “Potenciar o legado – o caminho de crescimento das Empresas Familiares”, realizado pela KPMG, que questionou 2.683 empresas de 80 países, e que vai ser apresentado esta terça-feira no Porto.

O inquérito realizado pela KPMG conclui ainda importantes transformações ao nível do governo societário destas empresas. Cerca de 78% das empresas familiares portuguesas tem uma comissão de diretores para a gestão do negócio, com uma média de 3,5 pessoas nesta gestão, sendo que a nível global esta percentagem desce para 61%, com uma média de 5,3 pessoas.

Cerca de 78% das empresas familiares portuguesas tem uma comissão de diretores para a gestão do negócio, com uma média de 3,5 pessoas nesta comissão.

No que diz respeito a quem detém o capital, a média em Portugal está em linha com as respostas internacionais, com o inquérito a referir que 88% dos negócios familiares tem as ações da empresa detidas pela família, tal como nas empresas familiares a nível global. Dentro do seio familiar, em média 5,57 elementos da família detêm ações do negócio, revela o estudo.

O estudo avaliou a importância do legado familiar – biológico ou geracional (nome da família e linhagem), material (património financeiro, heranças, etc), social (relações com a comunidade), de identidade (história e rituais da empresa) e empreendedor (resiliência para novos desafios, etc) – nos negócios das empresas, concluindo que companhias onde este legado é mais forte tendem a apresentar negócios mais fortes e duradouros.

45% das empresas familiares a nível global, que referiram ter fortes legados nas suas empresas, também revelam ter um forte desempenho empresarial e 53% apresentam elevados níveis em termos de sustentabilidade. “Há uma ligação convincente entre a profundidade do legado de uma empresa familiar, o seu desempenho financeiro e a força das suas práticas de sustentabilidade”, conclui o estudo.

O relatório reforça ainda a importância do empreendedorismo transgeracional como fator-chave de um desempenho sustentado das empresas familiares, sendo o legado, por si só, insuficiente para garantir o progresso no longo prazo. Segundo o estudo, os legados são amplificados pelo empreendedorismo transgeracional que obrigam os antecessores a comunicar abertamente e a reforçar os seus legados empresariais, colmatando o que por vezes pode parecer uma divisão geracional.

Os valores que integram o conceito de ‘legado’ conectam as gerações, asseguram a continuidade do percurso de sucesso empresarial e moldam a visão a longo prazo da empresa familiar, orientando algumas das suas opções.

Luís Magalhães

Head of tax da KPMG

“Os valores que integram o conceito de ‘legado’ conectam as gerações, asseguram a continuidade do percurso de sucesso empresarial e moldam a visão a longo prazo da empresa familiar, orientando algumas das suas opções”, explica Luís Magalhães.

Para o head of tax da KPMG Portugal, “no contexto atual o tema representa um desafio para os líderes das empresas familiares que consideram necessário tratar o paradoxo no sentido de adotar valores históricos e tradicionais com estratégias atuais para reforçar o processo empresarial de sucesso, construindo um legado dinâmico, sustentável e com valor tendo em mente as gerações futuras.”

“Pela experiência que temos, trabalhando diariamente com os nossos clientes, estamos certos de que o legado da empresa familiar contribui para o empreendedorismo transgeracional, o desempenho financeiro e para práticas de sustentabilidade“, acrescenta Luís Magalhães.

Das cerca de cem empresas portuguesas que responderam ao estudo, 61% são de grande dimensão, com mais de 250 colaboradores, 28% são de dimensão média e 11% são de pequena dimensão, refere a KPMG. Em termos de setores de atividade, 73% são empresas de serviços, 22% são do setor agrícola, 3% são industriais e 2% são da área da construção.

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Jantar de líderes termina sem acordo sobre cargos de topo na União Europeia

  • Lusa
  • 18 Junho 2024

O jantar informal de líderes da União Europeia terminou sem acordo, numa primeira discussão que será retomada na próxima semana sobre cargos de topo e que envolve o ex-primeiro-ministro António Costa.

O jantar informal de líderes da União Europeia terminou esta segunda-feira sem acordo, numa primeira discussão que será retomada na próxima semana sobre cargos de topo no mandato seguinte que envolve o ex-primeiro-ministro António Costa, avançou à Lusa fonte comunitária.

“Não há uma decisão esta noite. Muitos líderes [no Conselho Europeu] querem ver um programa antes de chegarem a acordo sobre os nomes”, disse à Lusa um diplomata europeu envolvido nas negociações. Fonte oficial do Conselho Europeu confirmou depois aos jornalistas europeus em Bruxelas, cerca das 23h40 (menos uma em Lisboa) que o jantar tinha terminado, tendo começado pelas 21:20, hora de Bruxelas.

Este foi o início oficial de um debate sobre os cargos de topo da União Europeia (UE) que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia ordinária da próxima semana, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen e o de Roberta Metsola para segundos mandatos na Comissão e no Parlamento, respetivamente, e o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para chefe da diplomacia comunitária.

Este jantar informal dos líderes da UE sobre os cargos de topo no próximo ciclo institucional, entre 2024 e 2029, decorreu uma semana depois das eleições europeias, que deram vitória ao Partido Popular Europeu (PPE), seguido dos Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa.

A fonte europeia adiantou à Lusa que, esta segunda-feira à noite, “os três partidos [PPE, S&D e liberais] apresentaram os três primeiros candidatos”, incluindo, assim, o nome de António Costa para o Conselho Europeu.

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#5 Canhões preparados, CR(ecordes)7 e o onze de Portugal

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

A Roménia mostrou à Europa que também sabe e quer jogar futebol. Nunca tinham vencido um jogo de Europeu e agora mudaram a narrativa com o seu maior triunfo de sempre numa grande competição, após um futebol de garra, vertical e agressivo na defesa. “Geração de alma” apelidou Edward Iordanescu, o selecionador da Roménia. Valeu Dennis Man, Nicolae Stanciu e Denis Dragus. Por falar em surpresas, no mesmo grupo, a Eslováquia derrotou a Bélgica. Romelu Lukaku só errou e Stanislav Lobotka transcendeu-se. A noite terminou com vitória francesa sobre a Áustria. Olivier Giroud é o jogador mais velho da seleção francesa a atuar num Europeu (37 anos e 8 meses) e a França é a equipa com mais autogolos na história da prova (4).

Hoje é o grande dia de Portugal. Por isso, e além de haver Turquia x Geórgia às 18h00, os holofotes estão apontados na turma de Roberto Martínez, que se estreia no Euro 2024 frente à Chéquia. Deixamos alguns apontamentos a ter em conta sobre o desafio da Seleção Nacional.

Os 3 Cantos do Dia

Chéquia não é “medricas”

Roberto Martínez não tem dúvidas sobre o estilo de jogo da Chéquia. O primeiro adversário de Portugal no Euro 2024 aposta na pressão alta e fisicalidade de vários jogadores (bolas paradas e cruzamentos), mas também há qualidade técnica. Tomás Soucek – recupera, distribui, inteligente a nível posicional e chega a zonas de ataque – e Patrick Schick – forte no apoio e finalização – destacam-se. Ivan Hasek, selecionador da Chéquia, afirmou que vão jogar para ganhar. Roberto Martínez respondeu e acredita quea Chéquia está preparada para arriscar e disputar a partida olhos nos olhos com Portugal.

Diogo Costa e mais 10

Já foi revelado por Roberto Martínez que Diogo Costa vai ser titular. O resto é para análise, ponderação e debate. A maior dúvida na defesa é entre uma linha de três centrais (e possível 3-4-3) ou de dois centrais (e possível 4-3-3). Acredito em Gonçalo Inácio, Rúben Dias e Pepe, com as alas entregues a João Cancelo (esquerda) e Diogo Dalot (direita). O meio-campo, à semelhança de todos setores na verdade, está repleto de qualidade e não é tarefa fácil. Bruno Fernandes é o mais consensual e poderá ser acompanhado de João Palhinha (papel de recuperação e desarme em possíveis transições rápidas da Chéquia) e Vitinha a complementar. O ataque poderá ser composto por Rafael Leão (esquerda), Cristiano Ronaldo (ponta de lança) e Bernardo Silva (direita).

Cristiano Ronaldo ou CR(ecordes)7

Sempre disse que não persegue os recordes, os recordes é que o perseguem. Não há ninguém com mais minutos (2033) e jogos (25) em Europeus que Cristiano Ronaldo, daí também preparar-se para ser o primeiro jogador a disputar seis Europeus (já é o detentor do recorde com presença em cinco provas). Está a uma assistência do jogador com mais assistências na competição (8) e pode tornar-se no único atleta com 15 golos em Europeus. Além disso, caso brilhe e no final tenha espaço na equipa do torneio, seria o primeiro jogador a aparecer quatro vezes no melhor 11 do Euro.

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Portugal ultrapassa Espanha no ranking da competitividade mundial

A adoção da IA, o risco de abrandamento económico global e os conflitos geopolíticos são as três tendências que este ano terão maior impacto nas empresas, apontam os inquiridos.

Portugal subiu três posições, para o 36.º lugar, o melhor desempenho do país desde 2021, tendo ultrapassado a Espanha, na 40.ª posição, no “Ranking de Competitividade Mundial do IMD 2024”. Singapura, Suíça e Dinamarca lideram o ranking do IMD World Competitiveness Center (WCC), seguidos da Irlanda e de Hong Kong. A adoção da IA, o risco de abrandamento económico global e os conflitos geopolíticos são três tendências que este ano terão o maior impacto nas empresas.

Desde 2021 que Portugal não registava um tão bom desempenho em termos de competitividade mundial, tendo ultrapassado Espanha na edição deste ano do ranking do IMD World Competitiveness Center (WCC), compilado com base em inquéritos a 6.612 executivos, entre março e maio de 2024, e na análise de 164 dados estatísticos, e que analisa indicadores como infraestruturas ou desempenho económico em 67 economias.

 

Espanha fixa-se na 40.ª posição, quando nos últimos dois anos ocupava o 36.º lugar.Portugal sobe três posições, para o 36.º lugar, recuperando a performance de 2021, depois do 42.º lugar obtido em 2022 e do 39.º em 2023.

As subidas são comuns aos quatro indicadores-chave do estudo: as infraestruturas (32.ª para 26.ª), aquele que regista melhores resultados; seguidas do desempenho económico (sobe da 42.ª para a 39.ª posição), da eficiência empresarial (41.ª para 39.ª) e, por último, da eficiência governativa (43.ª para 41.ª), aponta o estudo.

“O país obteve as suas melhores pontuações em matérias de educação (21.º), infraestruturas tecnológicas (24.º), saúde e do ambiente (25.º), quadro científico (25.º), legislação empresarial (25.º) e comércio internacional (25.º)”, aponta comunicado.

Política fiscal (58.ª posição), práticas de gestão empresarial (46.ª), produtividade e eficiência (45.ª), mercado laboral (45.ª), economia doméstica (44.ª) e finanças (44.ª) são os indicadores onde o país pontua pior.

Entre as principais melhorias face ao ano passado, no que respeita ao desempenho económico e à competitividade em geral, o estudo destaca “o crescimento da população, o excedente orçamental, o saldo atual das contas públicas e as evoluções no campo da transparência, entre outros fatores”. Já nos indicadores em declínio estão, por exemplo, o “crescimento real do PIB per capita, o crescimento real do PIB, a chamada “fuga de cérebros”, o risco de instabilidade política e o crescimento a longo prazo do emprego”, elenca.

“Garantir um nível sustentável de crescimento do PIB que permita um aumento sustentável dos rendimentos reais médios, promovendo a diversificação setorial da economia e resolvendo os problemas potenciais de uma futura dependência excessiva do turismo” estão entre os alertas que o estudo aponta para o país este ano.

Mas não só. O IMD realça a necessidade de reforçar a qualidade da gestão, através da criação de estratégias nacionais para promover competências nesta área, na transformação digital e na transição energética.

“Estas estratégias podem alavancar a competitividade das empresas, criando o ambiente adequado para atrair investimento e empregos com maior valor acrescentado”, aponta, defendendo ainda a adoção de reformas importantes no setor público em áreas como saúde, justiça, educação, segurança social e a nível fiscal e regulamentar.

Singapura recupera liderança

Singapura lidera o ranking — recuperando a posição de 2020 — destronando a Dinamarca, que recua para a 3.ª posição, devido a uma queda do seu desempenho económico. A Suíça ocupa a segunda posição no ranking, graças à melhoria do seu desempenho económico e da eficiência das empresas, à manutenção da sua liderança em matéria de eficiência da administração pública e de infraestruturas.

No Topo 10 está ainda a Irlanda (4.º), Hong Kong (5.º) e a Suécia, que subiu dois lugares para o 6.º, à frente dos Emirados Árabes Unidos (7.º), de Taiwan (8.º), dos Países Baixos, que num ano cai da 6.ª para a 9.ª posição, e da Noruega, que sobe quatro posições para a 10.ª posição.

A adoção da IA (55,1%), o risco de abrandamento económico global (52%) e os conflitos geopolíticos (36,1%) são as três tendências que os inquiridos acreditam que terão o maior impacto nas empresas em 2024.

Para 27% dos executivos, a transição para as emissões zero é igualmente uma tendência a curto prazo, com apenas 12,2% a destacar o impacto do aquecimento global como relevante.

“Acreditamos que as economias mais competitivas do futuro serão aquelas que forem capazes de antecipar e adaptar-se a este contexto global em mudança, ao mesmo tempo que criam valor e bem-estar para os seus cidadãos, o que também as tornará sustentáveis”, diz Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Global do IMD, citado em comunicado. “Entre os principais desafios de competitividade estão a transição para uma economia circular e de baixo carbono, a crescente integração dos mercados emergentes na economia global e o ritmo da transformação digital.”

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Estimativas da UTAO sobre custo da recuperação dos professores “são inferiores aos cálculos” do Governo

Gabinete de Fernando Alexandre admite que a estimativa do Governo quanto ao custo da recuperação do tempo de serviço dos professores é superior à da UTAO.

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação admitiu esta segunda-feira à noite que as estimativas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sobre o custo da recuperação do tempo de serviço dos professores “são inferiores aos cálculos” do Governo.

Em causa está o relatório da UTAO que estima que a reposição dos anos perdidos na carreira dos docentes terá um impacto, a partir de 2028, de 469 milhões de euros brutos e 202 milhões de euros líquidos (ou seja, contando com a receita adicional que o Estado terá em impostos e contribuições).

Em maio, o Governo disse que a medida acordada com sete sindicatos dos professores “terá um custo para o Estado estimado em cerca de 300 milhões euros” a partir de 2027, o que causou a aparência de que a estimativa da UTAO era superior à do Governo em 169 milhões de euros, conforme noticiou também o ECO.

Agora, porém, o Executivo esclarece que a sua estimativa também é líquida, pelo que compara não com os 469 milhões, mas sim com os 202 milhões de euros, como explicou esta segunda-feira o Público.

Ora, sobre a divergência, diz o Ministério que “a diferença resulta da adoção de critérios e cenários diferentes do cálculo do custo, nomeadamente a idade de saída para a reforma”, lê-se num comunicado do gabinete do ministro Fernando Alexandre para esclarecer as “notícias divulgadas” esta tarde na imprensa.

“O custo hoje divulgado pela UTAO de 470 milhões de euros em 2028, dos quais ‘202 milhões de euros em termos líquidos’, tem em conta o universo dos professores dos quadros entre o 1.º e o 9.º escalão da carreira, tendo sido retirados os docentes que atingem a idade legal de aposentação”, refere a nota do Governo.

Em contrapartida, as estimativas da “equipa técnica” do Ministério “têm em conta que todos os professores abrangidos permanecem na carreira até aos 70 anos, sendo esta a principal diferença para os custos da UTAO”, refere o Executivo.

O Ministério lembra ainda, no comunicado, que, no dia 21 de maio, depois de ter alcançado o acordo com a maioria dos sindicatos dos professores para a reposição dos seis anos, seis meses e 23 dias que faltavam, Fernando Alexandre disse que “a recuperação do tempo de serviço congelado dos docentes teria, em 2024, um custo para o Estado (líquido, de acordo com a denominação do relatório da UTAO) de cerca de 40 milhões de euros”.

O ministro “referiu também que, a partir de 2027, após estar concluído o processo de recuperação do tempo de serviço, a medida teria um custo anual para o Estado (líquido, de acordo com a denominação do relatório da UTAO) de cerca de 300 milhões de euros”, valor que atribui à referida equipa técnica.

Assim, segundo o Governo, “os 300 milhões de euros não representam o acumulado da despesa ao longo de 2024, 2025, 2026 e 2027”, e “vão reduzindo a partir de 2028, à medida que os docentes vão passando à aposentação”.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h28)

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Veterinários Sobre Rodas chega a Braga, Guimarães e Torres Vedras

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2024

A empresa faz parte do Grupo Fidelidade e da rede de prestadores do seguro Fidelidade Pets, sendo atualmente o único prestador ao domicílio. 

O Grupo Fidelidade anunciou em comunicado a chegada da sua empresa vocacionada a prestar serviços de cuidados médico-veterinários – Veterinários Sobre Rodas – às cidades de Braga, Guimarães e Torres Vedras.

Diogo Campos, CEO da Veterinários Sobre Rodas, afirmou que este alargamento a outras cidades alinha-se com os principais objetivos da companhia após a junção desta ao grupo segurador português.

Para Diogo Campos, CEO da Veterinários Sobre Rodas, “a chegada da Veterinários sobre Rodas a Braga, Guimarães e Torres Vedras acaba por ser o reflexo de um dos principais objetivos que traçámos quando passámos a fazer parte do Grupo Fidelidade e que se prendia com o nosso crescimento sustentado pelo país”.

A Veterinários Sobre Rodas presta cuidados veterinários ao domicílio a animais de companhia e já opera no Grande Porto, Grande Lisboa, Margem-Sul e no Algarve. Têm também uma clínica em Sintra, uma carrinha de banhos e tosquias e um espaço para cães, que inclu serviços de estadia, treino e creche diária. Além disso, dispõe uma loja online denominada “A Loja dos Animais”.

Nota que a empresa faz parte da rede de prestadores do seguro Fidelidade Pets, sendo atualmente o único prestador ao domicílio.

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Fundo quer vender insurtech Wefox a Ardonagh, mas outros investidores contestam

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2024

Fundo Mubadala avaliou a 4,2 mil milhões de euros a startup que a Ardonagh quer comprar por 550 milhões. Outros acionistas acreditam que a insurtech é mais valiosa que a avaliação atribuída.

O fundo de soberano do Emirado de Abu Dhabi chamado Mabadala propôs a outros acionistas vender alguns dos principais ativos da insurtech Wefox ao grupo de corretagem Ardonagh, que os avalia em 550 milhões de euros. Segundo avançou o Financial Times (acesso pago) alguns investidores opõem-se à venda e estão a preparar um acordo de financiamento de emergência, pois acreditam que a empresa pode gerar mais lucros e é mais valiosa que a avaliação do grupo de corretagem.

A proposta de Ardonagh pressupõe a aquisição de ativos não tecnológicos da startup por 350 milhões de euros e 200 milhões de euros em pagamentos condicionados ao cumprimento de metas predeterminadas. Segundo o jornal britânico, esta aquisição é apoiada pela autoridade de investimentos de Abu Dhabi.

A Mubadala tem mais a ganhar que outros acionistas devido a uma cláusula especial incluída no seu contrato de investimento onde acordou receber o dobro do seu investimento inicial em qualquer venda, isto antes dos restantes acionistas serem elegíveis para as receitas.

Por isso, acionistas iniciais correm o risco de não ver o retorno do investimento se a venda for efetuada nos termos propostos pelo fundo de investimento de Abu Dhabi.

Charysalis chegou-se à frente e em maio declarou que “foi posto em prática um plano de simplificação do modelo de negócio da Wefox para conduzir a empresa à rentabilidade” e que já tinha contribuído com 3 dos 20 milhões de euros de novos fundos angariados nas últimas semanas, cita o Financial Times.

A Wefox estava entre as startups europeias mais valorizadas na última década, tendo recebido há dois anos uma ronda de investimento liderada por Mubadala, que avaliava a companhia em 4,5 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros). Desde aí que tem vindo a enfrentar dificuldades financeiras e a situação agudizou-se quando o seu fundador, Julian Teicke, abandonou o cargo de diretor-executivo. Só no ano passado perdeu mais de 100 milhões de euros e tem agora até 70 milhões de euros de novas necessidades de capital até ao final deste ano.

Nota que em 2023 a insutech registou 739 milhões de euros em receitas, em lucros EBITDA registou uma perda de 72 milhões de euros. No primeiro quadrimestre deste ano as receitas aumentaram 33% face ao mesmo período no ano passado, enquanto a perda de lucros melhorou para 17 milhões de euros, segundo o Bloomberg.

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Margarida Lima Rego eleita vice-presidente da Câmara de Recursos das AES

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2024

A catedrática foi nomeada para o novo cargo na reunião anual da câmara a 13 de junho de 2024 para um mandato de dois anos e meio.

A professora catedrática e diretora da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa Margarida Lima Rego foi eleita vice-presidente da Câmara de Recursos das três Autoridades Europeias de Supervisão dos Mercados Financeiros (ou AES, que reúne os supervisores europeus do mercado segurador, bancário e dos valores mobiliários e dos mercados), anunciaram os reguladores.

Margarida Lima Rego em entrevista ao ECOSeguros - 23JUL19
A nova vice-presidente da Câmara de Recursos das três Autoridades Europeias de Supervisão dos Mercados Financeiros (AES) é a portuguesa Margarida Lima Rego, professora catedrática e diretora da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.Hugo Amaral/ECO

A catedrática foi nomeada para o novo cargo na reunião anual da câmara a 13 de junho de 2024. Ao mesmo tempo foi renovado o mandato do presidente da Câmara de Recurso Michele Siri, professor de Direito dos Seguros e dos Mercados Financeiros da Universidade de Génova, Itália. Ambos nomeados para um mandato de dois anos e meio.

Assim, Margarida Lima Rego desempenhará as funções do presidente de dirigir os trabalhos e a administração da Câmara de Recursos em caso de incapacidade deste ou por outras razões excecionais.

A Câmara de Recursos é um órgão conjunto das AES, criado para proteger os direitos das partes afetadas por decisões tomadas pelos supervisores. Nesse sentido, é responsável por decidir sobre recursos contra determinadas decisões dos supervisores.

Nota que a câmara é composta por seis membros efetivos e seis suplentes, nomeados pelas AES. São pessoas com experiência profissional comprovada nos domínios da banca, seguros, pensões complementares de reforma e dos mercados de valores mobiliários ou outros serviços financeiros bem como têm os conhecimentos jurídicos necessários para prestar aconselhamento jurídico especializado em relação às atividades das autoridades.

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