BCP na corrida à unidade polaca do Société Générale

  • Rita Atalaia
  • 19 Junho 2018

O Bank Millennium, detido maioritariamente pelo BCP, é um dos interessados na unidade polaca do Société Générale. O banco quer expandir a sua atividade na Polónia.

O BCP quer expandir a sua presença na Polónia. O Bank Millennium, detido maioritariamente pelo banco liderado por Nuno Amado, está na corrida à unidade polaca do Société Générale, numa tentativa de expandir a sua atividade no país.

De acordo com a Bloomberg, citando fontes próximos do processo, o banco francês Société Générale quer vender o Eurobank e o BCP será um dos interessados. Questionado pelo ECO, o banco liderado por Nuno Amado não comenta.

O Eurobank tem 13,8 mil milhões de zlotys (cerca de 3,2 mil milhões de euros) em ativos. E as suas agências estão espalhadas por centros comerciais, de acordo com a agência noticiosa.

Não é a primeira vez que o Bank Millennium tenta reforçar a sua presença na Polónia. O banco detido pelo BCP tentou comprar o Deutsche Bank Polska, a unidade polaca do Deutsche Bank, mas não foi o escolhido para ficar com o negócio. Foi o Santander que ganhou esta corrida, numa operação que custou 305 milhões de euros ao banco espanhol.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCP só deve pagar dividendos em 2020, diz o BPI

  • Rita Atalaia
  • 19 Junho 2018

O banco ainda liderado por Nuno Amado prevê começar a pagar dividendos já no próximo ano. Contudo, os analistas do BCP não estão tão otimistas. Retorno só deve chegar no ano seguinte.

O BCP só deve começar a pagar dividendos em 2020. Esta é a previsão dos analistas do BPI, que se mostram menos otimistas do que a administração ainda liderada por Nuno Amado. Na apresentação dos resultados, a instituição financeira afirmou que prevê começar a distribuir dividendos já no próximo ano, respondendo ao pedido do seu segundo maior acionista, a Sonangol, que quer começar a ver o retorno do seu investimento.

Em relação aos dividendos, prevemos que o BCP comece a pagar com base nos resultados de 2019“, afirmam os analistas do BPI numa nota a que o ECO teve acesso. Ou seja, a administração do banco deverá começar a pagar dividendos em 2020.

"Em relação aos dividendos, prevemos que o BCP comece a pagar com base nos resultados de 2019.”

Analistas do BPI

Esta previsão não vai ao encontro do que foi projetado pelo banco. Na conference call sobre os resultados trimestrais, o CFO do BCP afirmou que prevê começar a distribuir dividendos já no próximo ano. “Neste momento, estamos a aproximarmo-nos de um rácio de capital CET de 12% (…) estamos a gerar capital orgânico e o que faz sentido é que distribuamos esse capital aos acionistas”, disse Miguel Bragança em resposta às questões dos analistas e investidores.

“Com base na informação atual, pensamos que até ao final deste ano devemos estar em condições de começar a distribuir dividendos, referiu o administrador financeiro.

Esta projeção deve agradar mais aos acionistas do que a estimativa dos analistas do BPI. Isto depois de a Sonangol, o segundo maior acionista do banco liderado por Nuno Amado, ter afirmado que espera que o banco dê um salto e alcance resultados “melhores e maiores” de maneira a começar a devolver dividendos aos investidores. “Seria muito bom. Até se fosse este ano”, referiu Carlos Saturnino após a assembleia-geral de acionistas onde foi aprovada a nova administração liderada por Miguel Maya.

O BCP está a cair na sessão desta terça-feira, com os títulos a recuarem 0,57% para 26,35 cêntimos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonangol diz que participação no BCP “é investimento que está a dar certo”

  • Lusa
  • 18 Junho 2018

O investimento no Millennium BCP “é estratégico e de longo prazo”, diz Saturnino. “O banco melhorou substancialmente” os seus resultados, sublinhou o presidente da Sonangol.

O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da petrolífera estatal angolana, Sonangol, diz que a participação no banco português Millennium BCP “é um investimento que está a dar certo”.

Carlos Saturnino recordou que em 2017 o banco apresentou resultados positivos de mais de 180 milhões de euros.

“O banco melhorou substancialmente, tem tido resultados positivos bons, este ano que findou, 2017, o resultado foi muito melhor, mais de 180 milhões de euros, e estamos a projetar um rendimento à volta dos 500 milhões de euros”, disse Carlos Saturnino, em declarações emitidas hoje pela rádio pública angolana.

Segundo o responsável, a meta é aumentar o rendimento atual para a sua distribuição pelos acionistas.

É um investimento que está a dar a certo, que começa a ter bons resultados, que quer a Sonangol quer Angola vão ter um rendimento adicional nas suas fontes de receitas” referiu.

O PCA da Sonangol sublinhou que o investimento no Millennium BCP “é estratégico e de longo prazo”, salientando que “o banco melhorou substancialmente” os seus resultados.

"É um investimento que está a dar a certo, que começa a ter bons resultados, que quer a Sonangol quer Angola vão ter um rendimento adicional nas suas fontes de receitas.”

Carlos Saturnino

Presidente da Sonangol

“A ideia é que até agora o banco sempre gerou dinheiro, felizmente, mas gerou dinheiro para o crescimento interno da organização, a partir de agora o que queremos é que o dinheiro que seja gerado seja muito maior para poder distribuir dividendos aos seus acionistas”, frisou.

A concessionária angolana no seu relatório e contas de 2016, divulgado em julho de 2017, referia que a sua participação no banco português, iniciada em 2007, representava uma perda potencial de 365,7 milhões de euros.

Em 2017, o BCP teve lucros de 186,4 milhões de euros, acima dos 23,9 milhões do ano anterior.

O BCP tem como principal acionista o grupo chinês Fosun, com 27,06% do capital social, sendo a petrolífera angolana Sonangol o segundo maior acionista, com 19,49%, segundo a página do banco na Internet. Já o Grupo EDP tinha 2,11% do capital social.

Ainda segundo informações divulgadas ao mercado, em fevereiro, o fundo de investimento norte-americano BlackRock tinha 2,73% do BCP e o Norges Bank 1,76%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp é a melhor na relação com os investidores em Portugal. Melhor CFO é do BCP

  • Rita Atalaia
  • 14 Junho 2018

A Galp domina nas relações com investidores em Portugal. Ganhou o prémio de melhor CEO e empresa neste segmento. Já Miguel Bragança, do BCP, é o melhor CFO.

Carlos Gomes da Silva continua a destacar-se na relação com os investidores. O CEO da Galp Energia conquistou novamente o galardão na edição deste ano do Extel Survey. A empresa que lidera também venceu, assim como a equipa de investor relations (IR). O prémio de melhor CFO escapou à petrolífera: foi para o BCP.

A edição deste ano do ranking elaborado pelo Extel Survey, que elege os 25 melhores CEO europeus nas relações com investidores, não inclui nenhum presidente de uma empresa portuguesa. Mas o Extel Survey também faz o ranking por país. Em Portugal, a Galp voltou a ganhar: a petrolífera não só tem o melhor CEO, como é considerada a melhor empresa na relação com os investidores. Cátia Lopes ganhou o prémio de melhor IR Professional.

“A Galp Energia continuou a posicionar-se entre as empresas que seguem as melhores práticas de relações com investidores tanto a nível nacional como internacional”, afirmou a petrolífera ao ECO, sublinhando que tanto em termos de empresa como de CEO “conseguiu chegar ao top 5 no setor de Oil & Gas a nível europeu”.

"A Galp Energia continuou a posicionar-se entre as empresas que seguem as melhores práticas de relações com investidores tanto a nível nacional como internacional.”

Galp Energia

A Galp Energia pode ter o melhor CEO, mas é o BCP que ganha o prémio de melhor CFO — impedindo a petrolífera de fazer o pleno. Este ano, o galardão foi entregue a Miguel Bragança. No ano passado, o melhor CFO na relação com os investidores foi entregue a Filipe Crisóstomo Silva, da petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva.

Galp é a melhor por cá. Deutsche Telekom ganha lá fora

Em Portugal, a Galp Energia pode destacar-se na relação com os investidores, acumulando os prémios de melhor CEO, melhor emprego e melhor equipa de IR. Mas lá fora não é a petrolífera que sobe ao primeiro lugar no setor de petróleo e gás. No ranking por setores, é Josu Jon Imaz, CEO da Repsol, que se destaca na relação com os investidores.

No ranking global, por empresas, a Deutsche Telekom conseguiu destacar-se, repetindo o feito do ano anterior. Conquistou também no campo da melhor equipa na relação com os investidores, bem como na votação para administrador financeiro. Perdeu, contudo, o melhor CEO, que coube à JCDecaux. Jean-Charles Decaux ficou à frente de Tim Höttges que, por sua vez, bateu outro Decaux, o Jean-François.

Aqui fica a lista completa dos melhores CEO da Europa:

  1. Jean-Charles Decaux, JCDecaux
  2. Tim Höttges, Deutsche Telekom AG
  3. Jean-François Decaux, JCDecaux
  4. José Antonio Álvarez, Santander
  5. Francesco Starace, Enel
  6. Carlo Messina, Intesa Sanpaolo
  7. Remo Ruffini, Moncler SpA
  8. Arthur Sadoun, Publicis Groupe
  9. Vittorio Colao, Vodafone
  10. Paul Hermelin, Capgemini
  11. Gonzalo Gortázar, CaixaBank SA
  12. Stéphane Richard, Orange Group
  13. José María Alvarez-Pallete, Telefónica
  14. Jean-Pierre Mustier, UniCredit
  15. Matthias Zachert, LANXESS AG
  16. Christos Megalou, Piraeus Bank SA
  17. Daniel Hofer, JCDecaux
  18. Sergio Ermotti, UBS Group
  19. Jean-Pascal Tricoire, Schneider Electric
  20. Andreas Treichl, Erste Group Bank AG
  21. Martin Zielke, Commerzbank AG
  22. Carlos Torres Vila, BBVA
  23. Johannes Teyssen, E.ON SE
  24. Ralph Hamers, ING Group
  25. Frédéric Oudéa, Société Générale

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco engorda lucros do setor. Imparidades emagrecem

  • Rita Atalaia
  • 12 Junho 2018

É a primeira vez em muitos trimestres que os maiores bancos conseguem, todos, resultados positivos. O Novo Banco foi a surpresa, permitindo que os lucros do setor superassem a fasquia dos 500 milhões.

A banca está de regresso aos lucros. Depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Santander Totta terem apresentado resultados positivos no arranque do ano, o Novo Banco vem agora engordar estes lucros, levando-os a superar os 500 milhões de euros. As maiores instituições financeiras colhem assim os frutos dos esforços para regressarem à rentabilidade, beneficiando da quebra das imparidades, mas também do aumento das margens.

O Novo Banco passou de prejuízos a lucros nos primeiros três meses do ano. Registou um resultado positivo de 60,9 milhões de euros, em comparação com um prejuízo de 130,9 milhões de euros no período homólogo. Uma recuperação que, segundo a instituição financeira liderada por António Ramalho, se deve sobretudo à venda do ramo segurador GNB Vida.

Cinco maiores bancos estão de regresso aos lucros

Estes lucros vêm aumentar o “bolo” do setor para 554,9 milhões de euros, no qual o BPI é o responsável pela maior “fatia”: sozinho lucrou 210 milhões de euros. Isto depois de ter sido também o banco liderado por Pablo Forero um dos principais “culpados” pelos lucros de apenas 55,6 milhões registados no setor nos primeiros três meses de 2017. Enquanto o Novo Banco perdeu 130 milhões, o BPI teve prejuízos de 122 milhões.

Em segundo lugar neste top dos lucros surge o Santander Totta, com um resultado positivo de 130,5 milhões de euros — já com a integração total do Banco Popular Portugal, seguida do BCP, que ganhou 85,6 milhões de euros. A CGD foi a “mais pequena” em termos de lucros, mas quando comparado com o mesmo período do ano passado, é das instituições financeiras que mais recuperou: deixou para trás prejuízos de 39 milhões de euros.

Novo Banco contribui para queda das imparidades

Se o banco liderado por António Ramalho contribuiu para que os cinco maiores bancos registassem lucros de mais de 500 milhões de euros, os seus resultados também não penalizaram muito as imparidades.

O total das imparidades reconhecidas nas contas dos primeiros três meses deste ano passou de 380,8 milhões para apenas 142,5 milhões de euros, segundo cálculos do ECO, com base nas contas dos bancos. Isto com o “contributo” de 37,8 milhões de euros da entidade que foi comprada em outubro pelo fundo norte-americano Lone Star.

No caso do BPI e do Santander Totta, houve mesmo uma reversão das imparidades. Ou seja, os bancos, depois de terem reconhecido imparidades significativas nas suas contas, acabaram por conseguir recuperar mais do que o previsto destes créditos em incumprimento. Isto traduziu-se num impacto positivo nos resultados. No BCP, apesar de o montante para provisões ainda ser elevado, também caiu para 106, enquanto a CGD registou menos 95 milhões em imparidades — assumiu uma perda de 13 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DBRS prepara subida do rating à espera de redução de malparado do BCP

  • Rita Atalaia
  • 11 Junho 2018

A agência canadiana melhorou a perspetiva do rating do BCP para "positivo". Ou seja, pode subir a notação em breve. Mas, para isso, banco tem de reduzir ainda mais o crédito malparado.

A DBRS está preparado para subir o rating do BCP, podendo tirá-lo de “lixo”. A agência canadiana melhorou a perspetiva do banco ainda liderado por Nuno Amado (falta a aprovação do Banco Central Europeu para Maya assumir o cargo) para “positivo”, na expectativa de que a instituição financeira continue a reduzir o peso do crédito malparado e o risco no seu balanço. Isto vai permitir, diz a agência, “gerar mais capital de forma orgânica”.

“A tendência positiva reflete a expectativa da DBRS de que, graças às boas condições económicas em Portugal, forte posição de franchise e melhoria da gestão de risco, o BCP vai continuar a reduzir os NPL [malparado] e o custo do risco. Este último vai traduzir-se numa maior capacidade para gerar capital organicamente”, refere a DBRS numa nota de investimento.

Para a DBRS, o BCP tem feito progressos significativos a nível da melhoria do perfil de risco e redução dos empréstimos em incumprimento nos últimos 15 meses. “A redução de NPL acelerou em 2017 e esta tendência continuou no primeiro trimestre de 2018, graças à gestão ativa do portefólio, mas também beneficiando da melhoria da economia portuguesa.”

"A tendência positiva reflete a expectativa da DBRS de que, graças às boas condições económicas em Portugal, forte posição de franchise e melhoria da gestão de risco, o BCP vai continuar a reduzir os NPL [malparado] e o custo do risco. Este último vai traduzir-se numa maior capacidade para gerar capital organicamente.”

DBRS

Apesar de reconhecer os progressos feitos a nível da “limpeza” do balanço, a agência considera que este trabalho tem de continuar. E, por isso, manteve o rating em BB high (um nível abaixo do patamar de investimento), podendo subi-lo a qualquer momento a partir do momento que passa a perspetiva para “positivo“. “O rating continua a refletir o nível elevado de NPL e o rácio de NPL não provisionado, que é mais elevado em comparação com a maioria dos bancos europeus”, refere a DBRS, alertando ainda para as “almofadas de capital modestas” relativamente aos requisitos mínimos.

“O rating pode ser melhorado caso o banco continue a reduzir os NPL a um ritmo significativo e a melhorar a rentabilidade em Portugal, através de um crescimento das receitas e redução do custo de risco”, afirma a agência de notação. “O rating ficará sob pressão caso haja uma deterioração significativa da qualidade dos ativos e do capital. E a tendência pode regressar a ‘estável’ caso o banco não seja capaz de cumprir os planos de redução de NPL”, remata.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Três razões para a escalada do BCP. Subiu 13% em sete dias

  • Rita Atalaia
  • 7 Junho 2018

Depois de queda atrás de queda, o BCP tem vindo a recuperar. Não é uma, nem duas ou três sessões de ganhos. Vai em sete sessões consecutivas a subir. Já ganha 13%.

O BCP não para de subir. Desde que atingiram mínimos, os títulos do banco encetaram uma forte valorização. São já sete sessões consecutivas de ganhos em bolsa. Há um movimento de recuperação, mas também um sinal de confiança dos investidores numa nova gestão que se compromete em aumentar a rentabilidade do banco. Com lucros, há dividendos à espreita.

A correção dos mínimos de setembro, mas também a distribuição de resultados não são, contudo, as únicas explicações para esta evolução das ações do banco que acabou de mudar de gestão. O BCE também está a ajudar.

Conheça, em detalhe, três motivos para a subida dos títulos do banco.

 

BCP recupera após mínimos

O banco tocou os 23,92 cêntimos na semana passada. Chegou a um mínimo de setembro de 2017. Em cinco dias, o valor de mercado do BCP emagreceu 650 milhões de euros por causa da instabilidade política em Espanha e Itália.

A tensão nos mercados ditou uma desvalorização de 15,3% dos títulos num curto espaço de tempo. Por norma, depois de um mínimo, os títulos tendem a recuperar. E foi o que aconteceu no caso do BCP.

As ações terminaram a sessão desta quinta-feira em alta de 0,56% para 27,05 cêntimos. Chegaram a cotar nos 27,42 cêntimos por ação, o que representou uma valorização acumulada de quase 15%. O saldo destas sete sessões de ganhos está em 13%.

Ações do BCP estão a recuperar 13% desde mínimos de setembro

BCP promete dividendos. Sonangol diz que “seria muito bom”

A ajudar à recuperação têm estado as perspetivas dos investidores para a evolução do negócio do banco, isto numa altura em que a gestão mudou, mas os compromissos mantêm-se.

Na semana passada, os acionistas do BCP aprovaram várias mudanças, nomeadamente com Miguel Maya a assumir o cargo de CEO, enquanto Nuno Amado passou para chairman, mais focado na atividade internacional. Mas foi a promessa de pagamento de dividendos que animou os títulos do BCP.

“A promessa de dividendos ajudou a suster a queda das ações na semana passada, e ajudou na recuperação”, refere Pedro Lino, CEO da Dif Broker, ao ECO.

"A promessa de dividendos ajudou a suster a queda das ações na semana passada, e ajudou na recuperação.”

Pedro Lino

Dif Broker

Após a assembleia-geral de acionistas, o segundo maior acionista do banco afirmou que “seria muito bom” começar a ver retorno. Carlos Saturnino, o representante da Sonangol no banco, disse ainda que espera que o banco dê um salto e alcance resultados “melhores e maiores” de maneira a começar a devolver dividendos aos investidores.

Miguel Maya, o novo CEO do BCP — ainda aguarda a aprovação do BCE –, viu este pedido do acionista com normalidade. “A Sonangol teve um papel muito importante na estabilização do banco”, por isso é “normal que os acionistas que fizeram esse esforço peçam mais”, referiu o gestor à saída da assembleia-geral, reforçando a confiança dos investidores em receberem parte dos lucros.

Inversão dos juros do BCE dá um novo impulso

Além destes fatores, há um outro. O economista-chefe do BCE, Peter Praet, revelou que a autoridade monetária vai discutir na próxima semana a retirada gradual dos estímulos monetários. Declarações que tiveram impacto nos bancos europeus, nomeadamente no BCP.

“A sinalização da inversão da politica monetária, ou seja retirada de estímulos e eventual subida lenta dos juros, sustentou a subida dos bancos da Zona Euro e do próprio BCP”, refere Pedro Lino.

“Após um longo período de taxas de juro negativas, é normal que o BCE queira colocar os juros em terreno positivo, o que ajudará os bancos a recuperarem uma parte da sua margem financeira”, acrescenta o especialista. A subida dos juros vai refletir-se numa melhoria da rentabilidade, permitindo aos bancos aumentarem os lucros. E, por fim, garantir dividendos aos investidores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal dá razão a Jardim Gonçalves. Ex-presidente do BCP terá pensão de 167 mil euros

  • ECO
  • 2 Junho 2018

No início de maio, o Tribunal de Sintra decidiu que fundador do BCP continua a ter direito à pensão de 167 mil euros e outras regalias. Banco deverá recorrer para a Relação.

O Tribunal de Sintra deu razão a Jardim Gonçalves e o fundador e antigo presidente do BCP vai manter a pensão de reforma que recebe desde que se reformou em 2005, com 69 anos: 167 mil euros mensais mais o pagamento de várias despesas como segurança, carro e motorista.

De acordo com o semanário Expresso (acesso pago), o banco havia recorrido para o tribunal em 2011 e, apesar de Jardim Gonçalves ter continuado a receber a pensão (40% paga pelo Fundo de Pensões e 60% por uma renda vitalícia da seguradora Ocidental Vida, detida pelo BCP e Ageas), deixou de ter essas despesas pagas desde 2010. Mas vai agora ser compensado.

“O BCP colocou a ação contra mim não sei com que intuito, já não estavam a pagar as despesas, mas defendi-me porque as regalias que tinha e a pensão que recebo foram aprovadas pelos órgãos competentes e diziam respeito a todos os ex-administradores desde a fundação do banco”, comentou Jardim Gonçalves ao semanário.

Do lado do BCP não há comentários em relação a esta decisão, mas o jornal avança que o mais certo é que o banco recorra para o Tribunal da Relação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Fechámos um ciclo de resiliência do banco. Vamos para um ciclo de inovação”, promete Miguel Maya, o novo CEO do BCP

  • Rita Atalaia
  • 30 Maio 2018

Miguel Maya, o novo CEO do BCP, garante que o banco vai entrar numa nova fase. Se até agora o foco foi a resiliência, a partir deste momento a instituição vai apostar na inovação.

O BCP entrou num novo ciclo. Se até agora o foco era a resiliência, a partir deste momento o caminho é o da inovação. Esta é a linha de pensamento do novo CEO do BCP, Miguel Maya, aprovado pela assembleia-geral de acionistas com 95,21% dos votos. O gestor, que está no banco há 28 anos, garante, no entanto, que o plano estratégico, que deverá ser apresentado em junho, não será “substancialmente diferente” do que foi que traçado nos últimos anos.

“Fechámos um ciclo de resiliência do banco. E agora vamos para um ciclo de inovação”, afirma o novo CEO do BCP, que, apesar de já ter a aprovação dos acionistas, ainda aguarda pela luz verde do Banco Central Europeu.

“Temos de revitalizar o banco. É isso que temos de fazer. Mas quero discutir com os colegas e depois em conselho de administração. Aí sim apresentaremos ao mercado o plano estratégico”, nota o gestor, que diz abraçar este desafio com “enorme entusiasmo” e “honrando por ter este desafio e por poder contar com um conselho de administração forte”. Este plano, garante Maya, não deverá ser “substancialmente diferentes do que traçámos nos últimos anos”.

Nuno Amado, que esteve seis anos na cadeira de CEO do BCP, já tinha afirmado que Maya deveria manter a mesma linha estratégica. O agora chairman do banco reitera a perspetiva de Maya em relação ao futuro do banco e à necessidade de se entrar num ciclo de inovação e de crescimento. “Vai ser um ciclo de trabalho em conjunto e de desenvolvimento. É importante termos um banco de base privada em Portugal. Lutamos ambos por isso”, diz.

“Acho que todos saímos desta fase e entramos noutra com o dever cumprido”, afirma ainda Amado, acrescentando que “todos vamos entrar no novo ciclo com a vontade de continuar o trabalho”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dividendos no BCP no próximo ano? “Seria muito bom”, diz Sonangol

  • Rita Atalaia
  • 30 Maio 2018

A Sonangol, o segundo maior acionista do BCP, está satisfeita com a evolução do banco. Mas quer mais, incluindo o pagamento de dividendos.

A Sonangol está satisfeita com a evolução do BCP. Mas pede mais. O representante da empresa no banco, Carlos Saturnino, afirma, após a assembleia-geral de acionistas que elegeu a nova administração, que espera que o banco dê um salto e alcance resultados “melhores e maiores” de maneira a começar a devolver dividendos aos investidores.

“Seria muito bom. Até se fosse este ano”, refere Saturnino questionado à porta da assembleia-geral de acionistas do BCP sobre a possibilidade de a instituição financeira vir a devolver os retornos. O representante da Sonangol pede, por isso, que o banco continue numa reta de recuperação da rentabilidade.

“Para o ano esperamos que, no fim deste exercício, os resultados sejam melhores e maiores. E, pelo que estamos a ver, a tendência caminha para tal”, nota Carlos Saturnino, mostrando-se otimista em relação à evolução das contas da entidade.

Miguel Maya, o novo CEO do BCP, vê este pedido do acionista com normalidade. “A Sonangol teve um papel muito importante na estabilização do banco”, por isso é “normal que os acionistas que fizeram esse esforço peçam mais”, refere o gestor à saída da assembleia-geral.

Quanto à possibilidade de a Sonangol vir a reforçar a participação no BCP, a Sonangol refere que isso não está neste momento em cima da mesa. “Essa decisão não está tomada. A própria Sonangol está num programa de regeneração. Com base nisso, vamos adaptar a estratégia”, afirma.

Foi no final do ano passado que a Sonangol deixou expirar o prazo para reforçar a posição acima dos 20%. “Estamos satisfeitos por sermos a segunda força. Isso não é mau”, diz o representante da empresa. A Sonangol tem, neste momento, 19,49% no capital do BCP, enquanto a Fosun, o maior acionista, tem 27,06%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acionistas aprovam Maya para CEO do BCP com 95% dos votos. Já só falta o BCE

  • Rita Atalaia
  • 30 Maio 2018

O nome do gestor para substituir Nuno Amado na liderança do BCP foi aprovado com 95,21% dos votos na assembleia-geral de acionistas realizada esta quarta-feira. Fica a faltar o 'ok' do BCE.

É oficial: Miguel Maya é o novo CEO do BCP. O nome do gestor para substituir Nuno Amado, que se mantém como chairman da instituição financeira, foi aprovado com 95,21% dos votos numa assembleia-geral de acionistas que contou com a presença de cerca de 63% do capital do banco. Fica a faltar a aprovação do Banco Central Europeu, que deve chegar dentro de duas semanas.

Na despedida do cargo de CEO, passando agora a chairman do BCP, Nuno Amado começou por fazer uma longa apresentação aos acionistas, seguida por uma sessão de perguntas e respostas. Só depois é que foram votados os dez pontos em discussão, nomeadamente a aprovação da nova comissão executiva agora liderada por Miguel Maya.

O conselho de administração do BCP vai contar com 17 gestores. Na equipa de Maya está Miguel Bragança, João Nuno Palma, José Miguel Pessanha e Rui Teixeira, que transitam do último mandato. Já Maria José Barreto de Campos, que entrou no BCP através do Banco Comercial de Macau, estreia-se nesta nova comissão.

Enquanto a comissão executiva será liderada por Maya, o conselho de administração terá Nuno Amado à frente. O gestor, que foi CEO do BCP nos últimos seis anos, terá consigo Jorge Magalhães Correia, presidente da Fidelidade indicado pela Fosun, José Elias da Costa (independente), Lingjiang Xu (Fosun), Teófilo da Fonseca (independente), Valter Barros (independente) e Xiao Xu Gu (Fosun).

Foi em março que foram anunciadas as mudanças dentro do BCP. Contudo, Maya ainda aguarda pela aprovação do Banco Central Europeu. Até chegar o ‘ok’ das autoridades, os nomes ficam congelados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pensões dos administradores do BCP geram polémica à porta da AG. Acionistas aprovam

  • Rita Atalaia
  • 30 Maio 2018

Cristina Miranda, uma das representantes dos trabalhadores do BCP, diz que o pagamento de 4,9 milhões para o fundo de pensões dos administradores do BCP é "escandaloso".

Os acionistas do BCP aprovaram em assembleia-geral uma proposta para o pagamento extraordinário de 4,9 milhões de euros para os fundos de pensões dos atuais administradores executivos do banco. Para a comissão de trabalhadores, isto é “escandaloso”. Cristina Miranda, uma das representantes da comissão de trabalhadores do Porto, disse que é um “verdadeiro ataque”, uma vez que as diferenças salariais ainda não foram repostas aos funcionários que viram os seus rendimentos serem alvo de cortes.

De acordo com a comissão de trabalhadores do BCP, a comissão executiva está a discutir a “reposição do que ficou suspenso”. E demonstrou vontade de o fazer num futuro, mas não indicou qualquer data para que isto aconteça. “As pessoas tiveram cortes para [passarem a receber um salário] básico. A administração não cortou para o básico”, realçou Cristina Miranda, representante da comissão de trabalhadores do Porto, enquanto decorria a assembleia-geral de acionistas do BCP.

Os acionistas aprovaram esta quarta-feira duas propostas muito criticadas pela comissão de trabalhadores e sindicatos. No ponto quatro, a votação incidiu sobre a “política de remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e outra”, proposta que foi aprovada com 98,84% dos votos. Sobre esta questão, o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Paulo Marcos, propôs alterações, nomeadamente que a política de remuneração variável fosse alargada a todos os trabalhadores e não apenas ao conselho de administração. Como o presidente da mesa não admitiu alterações, o sindicato decidiu votar contra.

Já no ponto cinco foi discutida a “alteração do Regulamento de Reforma dos Administradores Executivos do Banco Comercial Português considerando a aprovação de atribuição de uma contribuição única destinada ao complemento de reforma dos membros da Comissão Executiva”, ou seja, a contribuição de 4,9 milhões. Esta última foi aprovada com 99,47% dos votos.

A representante nota que as as horas extraordinárias não são pagas e que não há aumentos salariais desde 2010. “São vencimentos básicos”, não são ordenados elevados, salienta.

"As pessoas tiveram cortes básicos. A administração não cortou para o básico.”

Cristina Miranda

Representante da comissão de trabalhadores do BCP

“Qual é a prioridade? O banco esquece-se de que quem ganha menos não vê os ordenados repostos”, afirmou Cristina Miranda. “Descongelaram, mas não repuseram a diferença”, notou ainda a representante da comissão de trabalhadores.

(Notícia atualizada às 17h40 com o resultado da votação da assembleia-geral do BCP)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.