Marcelo: “Confiança é bem raro e volátil”
O Presidente da República discursava no encerramento do seminário promovido pelo Fórum para a Competitividade. Marcelo Rebelo de Sousa tem reforçado a importância do investimento e exportações.
Existe “uma necessidade urgente de investimento em Portugal”, confessou Marcelo Rebelo de Sousa esta quinta-feira. Mas esse investimento é dependente da confiança, um “bem raro, imaterial e volátil”, considerando que este bem “desaparece num ápice”.
O Presidente da República descreveu a realidade existente quando tomou posse em março para explicar os lados negativos e positivos da confiança e concluiu que agora o “Governo tem posição menos frágil em termos de afirmação política, mas um quadro económico de evolução complexa e problemática”.
No entanto, “não esperemos ajudas excecionais” internacionais, alertou Marcelo. O petróleo barato e a evolução da taxa dos juros, por causa da atuação do Banco Central Europeu, são fatores positivos, mas o Presidente da República referiu que “o essencial do trabalho tem de ser nosso”. “Temos pela frente exercícios difíceis e urgentes”, previu.
Marcelo Rebelo de Sousa voltou a colocar “acento tónico na estabilidade fiscal”, tal como tinha afirmado ao ECO, alertando para a aplicação dos fundos europeus “atrasada” e de “eficácia limitada”, algo que quer ver mudado. Em suma, “evitar tudo o que pode atingir a confiança”, considerou.
“Desde a entrada do euro que praticamente não crescemos”
Também no encerramento, o presidente do Fórum para a Competitividade criticou os crescimentos económicos atuais. “Desde a entrada do euro que praticamente não crescemos. Temos de crescer a uma média de 3% ao ano”, considerou Pedro Ferraz da Costa. “Somos uma economia relativamente pequena, mas aberta ao mercado global da União Europeia”, o qual pode trazer mais benefícios, analisou.
Pedro Ferraz da Costa elogiou as políticas de Pedro Passos Coelho. “Decisões muito boas”, classificou, perante a presença do ex-primeiro-ministro. “Arrastar anos a fio problemas de solução conhecida, por motivos constitucionais que nunca facilitaram” Portugal é um problema, disse.
Sobre a União Europeia, Ferraz da Costa atacou a “ligeireza com que se fala de o país sair do euro”. “O euro é um desafio difícil para um país que não tem uma política orçamental responsável”, considerou no discurso de fecho do seminário.
Editado por Mariana de Araújo Barbosa.
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