Empresas públicas recorrem menos a serviços externos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 30 Novembro 2016

Setor da arquitetura e engenharia foi o mais solicitado por parte das empresas públicas, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os Serviços Prestados às Empresas (SPE) continuam a ganhar terreno. Há mais empresas e mais trabalhadores ligados a este universo e o valor dos serviços prestados também cresceu. Mas as empresas públicas estão a recorrer menos a esta opção, enquanto as privadas viram aumentar a quota em 2015, indicam os dados publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os SPE integram atividades informáticas, jurídicas, contabilidade, auditoria e consultoria, arquitetura e engenharia, ensaios e análises técnicas, publicidade, estudos de mercado e sondagens de opinião e, por fim, atividades de emprego.

“Em 2015, no conjunto dos setores dos SPE houve uma maior procura dos serviços por parte das empresas privadas que atingiram os 88,2% de quota, (+0,6 pontos percentuais que no ano anterior), por contrapartida da quota correspondente às empresas públicas”, que desceu de 8,7% em 2014 para 8,2% em 2015, indica o INE.

Mais uma vez, foi o “setor da arquitetura e engenharia” o “mais solicitado por parte das empresas públicas e apesar do decréscimo registado, 15,2% dos seus serviços prestados foram para este cliente”, continua. Já no setor privado, foram as atividades de emprego e da publicidade as mais requisitadas.

Serviços de emprego são os que mais crescem

Em 2015, os SPE abrangiam 108,5 mil empresas (mais 1,4% face a 2014), empregavam quase 351 mil pessoas (mais 5%) e prestaram serviços no valor de 13,2 mil milhões de euros (mais 2,5%). O Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado foi de quase 7,5 mil milhões de euros (mais 2%),

Os setores que mais contribuíram para o total da prestação de serviços foram os da Contabilidade, auditoria e consultoria e da Informática. Mas, pelo segundo ano consecutivo, foram as atividades ligadas a serviços de emprego as que mais cresceram, atingindo 1,4 mil milhões de euros.

E foi também esta atividade a responsável por 59% do aumento do pessoal ao serviço. O número de trabalhadores nesta atividade específica aumentou 10,7%, para cerca de 102,2 mil pessoas. “Com este aumento, as Atividades de emprego passaram a ser a atividade dos SPE com mais pessoal ao serviço (29,1% do total dos SPE), destronando o setor da Contabilidade, auditoria e consultoria que, em 2014, foi o mais empregador”, indica o INE.

O valor da prestação de serviços das atividades de emprego também avançou: o crescimento de 6,5% “foi sustentado pelos Serviços das empresas de trabalho temporário que, em termos absolutos, foram responsáveis pelo maior aumento observado em 2015: 94,9 mil milhões de euros”, revela o INE.

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PokerStars é legal e já está em primeiro na App Store

Para já, só será possível jogar com outros jogadores registados em Portugal, mas a PokerStars quer mudar isso e permitir jogar com pessoas de todo o mundo.

A PokerStars, maior plataforma online de póquer do mundo, obteve licença para operar em Portugal há cinco dias. Foi o suficiente para se tornar na aplicação mais descarregada na App Store.

Depois de ter estado inacessível, o site da PokerStars volta a funcionar em Portugal, depois de a Comissão de Jogos do Turismo de Portugal ter concedido a licença à empresa.

“A Comissão de Jogos do Turismo de Portugal, em reunião realizada em 25 de novembro de 2016, deliberou emitir à REEL Europe Limited, sob a marca PokerStars, com sede em Malta, licença para a exploração de jogos de fortuna ou azar, no sítio na internet www.pokerstars.pt”, anunciou o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, em comunicado.

Os jogadores portugueses apressaram-se a descarregar a aplicação, colocando-a rapidamente no top das apps na App Store, da Apple.

pokerstars

 

A empresa poderá explorar os seguintes jogos:

  • Póquer em modo de torneio;
  • Póquer na variante “Hold’em“;
  • Póquer na variante “Omaha”;
  • Blackjack/21;
  • Roleta francesa.

A licença é válida por três anos e caduca em novembro de 2019, caso não seja prorrogada.

Para já, só será possível jogar com outros jogadores registados em Portugal, mas a PokerStars quer mudar isso. “Enquanto Portugal continuar a ser um mercado de póquer de liquidez fechada, a Pokerstars pretende colaborar ativamente com as autoridades portuguesas competentes para ajudar a desenvolver e reforçar o quadro regulamentar português do póquer, incluindo, sem limitação, a promoção da liquidez partilhada”, refere a Pokerstars, em comunicado.

A empresa de jogo espera ainda obter licença para oferecer apostas desportivas em Portugal, através da BetStars, outra marca da Amaya, que detém a Pokerstars.

Esta é já a quinta licença concedida para exploração de jogo online em Portugal. Além da PokerStars, também a Betclic (que tem duas licenças), a Bet e a Estoril Sol vão explorar jogo online.

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Inflação na zona euro chegou aos 0,6% em novembro

  • Lusa e ECO
  • 30 Novembro 2016

Num pequeno aumento relativamente a outubro, a inflação dos países do euro continua a sua lenta subida.

A taxa de inflação homóloga na zona euro é de 0,6% em novembro, acima dos 0,5% de outubro, segundo uma estimativa do Eurostat, hoje divulgada.

Continua assim a tendência de subida que se tem registado nos últimos meses, embora a inflação se mantenha ainda longe dos objetivos do Banco Central Europeu (BCE), que pretende chegar perto dos 2%.

De acordo com o gabinete de estatísticas da União Europeia, foi no setor dos serviços que os preços mais subiram (1,1%, estável face a outubro), seguindo-se o da alimentação, álcool e tabaco (0,7%, face aos 0,4% do mês anterior) e dos bens energéticos (0,3%, estável face a outubro).

No setor da energia os preços caíram 1,1%, uma descida ligeiramente mais acentuada do que a de 0,9% registada em outubro.

A estratégia de aumento da inflação do BCE tem sido uma dor de cabeça para Mario Draghi — o banco tem comprado mais de 80 mil milhões de euros em dívida todos os meses para procurar injetar mais liquidez no sistema bancário.

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Petróleo dispara, petrolíferas também. Bolsas em recorde

Há acordo para cortar a produção. Os preços do petróleo estão a disparar, superando a fasquia dos 50 dólares. As petrolíferas estão a ser catapultadas, puxando os índices. Há bolsas em recorde.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) já tinha acordado reduzir a oferta. A dúvida era como. E em quantos barris. Após várias semanas de negociações, os detalhes foram acertados, levando o petróleo a disparar. E com o barril acima dos 50 dólares, as petrolíferas estão em destaque nos mercados internacionais. As bolsas sobem, algumas para recorde.

Os três principais produtores do cartel — Arábia Saudita, Iraque e Irão — resolveram as diferenças em relação a este corte de produção. O cartel vai reduzir a produção em 1,2 milhões de barris por dia para 32,5 milhões por dia, confirmou um delegado da OPEP, citado pela Bloomberg, em Viena, na Áustria. E o efeito do corte está a fazer-se sentir de forma expressiva nas cotações da matéria-prima.

O Brent, negociado em Londres, dispara 7,18% para 49,71 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, segue em alta de 6,65% para 48,26 dólares. O Brent londrino já chegou a superar a referência dos 50 dólares, cotação que está a puxar pelas petrolíferas a nível mundial. Na Europa, o setor valoriza 3,3%.

Empresas como a Tullow e Saipem registam valorizações de 10% e 7%, respetivamente, já em Portugal o destaque vai para a Galp Energia que está a disparar quase 5%. A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva segue a ganhar 4,98% para cotar nos 12,84 euros, uma valorização expressiva por parte de uma cotada com grande peso no índice português, o PSI-20.

A bolsa nacional apresenta uma valorização de quase 1%, um desempenho ainda assim superior ao registado nas restantes praças europeias — o Stoxx 600 está a somar 0,6%. E também nos EUA a tendência é de ganhos. Tanto o S&P 500 como o Nasdaq estão a valorizar, mas o destaque vai para o Dow Jones que arrancou em recorde. Chegou aos 19.225 pontos.

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Quando a falta de curso dá em demissão

Um, dois, três, quatro: em apenas um mês, o Governo disse adeus a quatro membros por causa de problemas relativos ao grau de escolaridade. Cada caso tem as suas nuances e o ECO relembra-lhe quais são.

Não é inédito. Governos anteriores também tiveram os seus casos de licenciaturas falsas ou informações incorretas publicadas em Diário da República. No entanto, no último mês esta tem sido uma constante no atual Governo socialista. Apesar de em muitos cargos não ser necessário ter uma licenciatura, há quem alimente currículos com informações erradas. Já vão em quatro das demissões do Executivo por causa do grau de escolaridade dos membros em questão, depois da primeira denúncia feita pelo Observador.

1. Rui Roque

Era o adjunto do primeiro-ministro para os Assuntos Regionais e foi o primeiro a cair no role de demissões por causa de licenciaturas falsas. O que dizia o despacho de nomeação do assessor de António Costa? Dizia que Rui Roque, de 37 anos, era licenciado em engenharia eletrotécnica e de computadores.

Problema? O adjunto do primeiro-ministro não tinha nenhuma licenciatura, tendo feito apenas quatro cadeiras do curso de Engenharia Eletrónica na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, segundo avançou na altura o Observador. Por causa da denúncia de falsa licenciatura, Rui Roque saiu pelo próprio pé, tendo António Costa aceite a sua demissão.

2. Nuno Félix

O ex-chefe de Gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto não tinha uma licenciatura falsa… tinha duas: uma em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e outra em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa. O documento que servia para nomear Nuno Félix foi fatal para a sua continuação no Governo. As universidades em questão confirmaram que Félix não tinham nenhuma das duas licenciaturas.

Por causa da polémica o então chefe de Gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto demitiu-se, mas defendeu-se dizendo que teria colocado que estava em frequência no Ensino Superior e não que era licenciado. Esta foi a segunda baixa do Governo em apenas uma semana.

3. Carla Fernandes

Cerca de um mês depois da semana fatídica com duas demissões, o Observador divulgou esta quarta-feira que — após uma análise aos currículos da equipa do Executivo — foram demitidos mais dois membros dos gabinetes do Governo por causa de casos semelhantes. Segundo o jornal, António Costa incumbiu a secretária de Estado Adjunta, Mariana Vieira da Silva, de resolver o assunto e dessa análise vieram mais duas demissões. A primeira foi Carla Fernandes, assessora do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos.

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A azul, a secretária de Estado Adjunta, Mariana Vieira da Silva.Paula Nunes / ECO

No entanto, este caso é ligeiramente diferente: não há prova efetiva de que a licenciatura é falsa porque a Universidade de Dublin — onde Carla Fernandes terá feito o bacharelato em Business Studies — não confirma nem desmente a denúncia. Contudo, Pedro Nuno Santos explicou o caso ao Observador: “Pedimos entrega de certificados de habilitações, mas a Carla não entregou e disse que não tinha forma de entregar e pediu a exoneração. Não ignorámos a mentira, mas não foi preciso tomar a iniciativa porque ela pediu a exoneração”.

Ou seja, a assessora de imprensa não conseguiu provar que tinha o bacharelato e, por isso, demitiu-se.

4. Fausto Coutinho

Um caso mais bicudo é o de Fausto Coutinho. O ex-diretor de informação da RDP era assessor de imprensa da ministra do Mar, mas caiu não por ter mentido nas suas habilitações. Pelo contrário: foi sincero no currículo que aparece no despacho de nomeação. Nesse documento relativo ao ex-jornalista pode ler-se o seguinte: “Em 2005, matriculou-se na Universidade Lusófona de Lisboa que, devido à sua intensa atividade profissional, não chegou a frequentar”.

O Observador escreve que o caso tornou-se viral nas redes sociais e Ana Paula Vitorino não terá ficado agradada com o ocorrido, principalmente por estar a ser partilhado como exemplo da falta de rigor dos membros do Governo. Resultado: Fausto Coutinho pediu a exoneração e, tal como Carla Fernandes, abandonou o Executivo.

Déjà Vu?

Sim, não foi a primeira vez que este tipo de polémicas assombrou um Governo. Em Executivos passados, os casos afetaram membros do Governo com maior peso político por causa do cargo que ocupavam. Nomeadamente, o caso da licenciatura de José Sócrates, ex-primeiro-ministro entre 2005 e 2011, e o de Miguel Relves, ex-ministro dos Assuntos Parlamentares do Governo de Pedro Passos Coelho.

1. Miguel Relvas

Recuemos ao ano de 2013. O verão desse ano foi quente para Miguel Relvas: o Ministério Público investigou uma queixa contra a licenciatura em em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Lusófona. Em junho deste ano, a TSF noticiou que Relvas ficou sem a licenciatura uma vez que o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa considerou nulo o grau de licenciado anteriormente atribuído.

Em causa está a atribuição do diploma depois de Miguel Relvas só ter feito quatro das 36 cadeiras do curso. As restantes foram atribuídas por equivalência, invocando a experiência e formação profissionais. A principal causa da anulação foram as duas cadeiras que Miguel Relvas teria feito e que, afinal, já tinham sido retiradas do plano de estudos da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais. À falta de créditos académicos, o aluno universitário Miguel Relvas ficou sem licenciatura.

2. José Sócrates

O ex-primeiro-ministro ainda tem de ser tratado por Sr. Engenheiro? Na prática sim uma vez que o Ministério Público, apesar de considerar que a licenciatura é nula, não avançou com uma ação para invalidar a licenciatura em Engenharia Civil pela Universidade Independente. Porquê? No final do ano passado, o Ministério Público justificava a sua decisão com a falta de fiscalização ao funcionamento da faculdade em questão, encerrada em agosto de 2007.

Sócrates terá terminado a licenciatura em 1996, mas só em 1997 é que o conselho científico da instituição se reuniu. Esta sequência de eventos é importante para a história: a lei exige que esse conselho reúna para serem concedidas equivalências, tal como aconteceu no caso do ex-primeiro-ministro por este ter estudado anteriormente no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra e de Lisboa.

Editado por Mónica Silvares

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Hoje é o último dia para pagar a prestação do IMI

  • ECO
  • 30 Novembro 2016

Se tem IMI a pagar, não se esqueça que o prazo que termina hoje.

Os contribuintes têm até hoje para pagar a segunda ou a terceira prestação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), referente ao ano anterior, consoante o valor em causa.

A segunda prestação aplica-se a valores entre 250 e 500 euros e a terceira a valores superiores a 500 euros, indica o Portal das Finanças.

E não se esqueça: quem se atrasar, fica sujeito a juros de mora e eventualmente a coimas.

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Petrolíferas norte-americanas disparam com acordo da OPEP

A companhia petrolífera ConocoPhilips subia mais de 6%. A Marathon superava este registo, com um disparo de 12%. Investidores em Wall Street brindam ao acordo da OPEP que vai cortar produção.

Também em Wall Street os investidores brindam ao acordo alcançado em Viena, Áustria, que vai conduzir ao primeiro corte de produção de petróleo em oito anos no seio do poderoso cartel petrolífero Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O entendimento entre os membros da organização está a fazer disparar os preços do barril de petróleo, com impacto direto nas ações das companhias petrolíferas mundiais.

Enquanto em Lisboa, a Galp dispara quase 5%, as petrolíferas norte-americanas também abriram a sessão em forte alta. Marathon Oil disparava 12% para 16,78 dólares e ConocoPhillips subia 6,3% para 47,10 dólares, beneficiando da perspetiva de que os preços mais altos do petróleo vão impulsionar as receitas do setor.

Neste cenário, o índice de referência mundial S&P 500 avançava 0,37% para 2.212,90 pontos. Também o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq subiam 0,4% e 0,13%, respetivamente.

“O acordo em torno de cortes na produção é positivo para as ações das petrolíferas no curto prazo, mas a tendência de subida dos preços do ouro negro será limitada”, referiu Heinz-Gerd Sonnenschein, estratego do Deutsche Postbank, à Bloomberg. “As ações norte-americanas ainda têm espaço para ganhar à medida que as políticas de Trump parecem encaminhar-se numa melhor direção do que os investidores esperavam antes das eleições”, acrescentou.

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OE2017 vai para Belém. Mas como chegámos até aqui?

Passa por Bruxelas, Terreiro do Paço, Assembleia da República, São Bento, Belém... até chegar a todos nós. Eis os percursos do Orçamento do Estado guiados pelo Direção-Geral do Orçamento.

O Orçamento do Estado tem origem no Terreiro do Paço, onde está sediado o Ministério das Finanças, mas conta com a colaboração de todos os ministérios. Passará, certamente, por São Bento, para ter o cunho político do primeiro-ministro. Do cenário macroeconómico aos orçamentos setoriais são meses de discussão. Até chegar a Belém, o documento passa pela Assembleia da República e faz uma viagem decisiva até Bruxelas para ter o aval da Comissão Europeia. É um percurso longo que a Direção-Geral do Orçamento (DGO) decidiu explicar no seu site.

A DGO, a entidade que assegura de forma eficiente e transparente a estabilidade e a sustentabilidade das finanças públicas, integrada no Ministério das Finanças, dividiu em seis passos o processo orçamental: Preparação do Quadro Plurianual, Trabalhos Preparatórios, Proposta de Orçamento, Análise e Decisão, Elaboração da Proposta de Orçamento do Estado e, por fim, a Aprovação.

OE
Fonte: DGO

O Orçamento do Estado (OE) dedica-se a um ano específico, mas o seu ciclo de vida é bem maior. Começa desde o momento em que é apresentado na Assembleia da República (AR) — o dia limite é 15 de outubro do ano anterior ao qual o OE se aplica — até à aprovação da Conta Geral do Estado, no ano seguinte à aplicação do OE, na AR. Um OE aplica-se todos os dias do ano em questão e, mensalmente, é alvo de monitorização na Síntese de Execução Orçamental divulgada pela DGO.

OE

Fonte: DGO

Vai de fevereiro a dezembro do ano anterior, por isso podemos concluir que não há Governo que não esteja — a todo e qualquer minuto — a pensar no Orçamento do Estado, seja a execução do que está em vigor seja a elaboração do próximo. Este ano, por exemplo, o Governo tinha também de apresentar o Programa de Estabilidade, em abril, à Comissão Europeia, mais um documento para além das Grandes Opções do Plano e da Programação Orçamental Plurianual. Estes dois documentos políticos e económicos dão as guidelines para o que acontecerá nos próximos anos a nível orçamental.

OE
Fonte: DGO

Importante para a elaboração destes documentos é o enquadramento macroeconómico definido pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI), integrado no Ministério das Finanças. Superada a fase do Programa de Estabilidade, entra a fase burocrática: os trabalhos preparatórios começam tendo como base a Circular de Elaboração do Orçamento do Estado.

Nesta altura a DGO articula-se com a eSPap para trabalhar a enorme quantidade de informação no Sistema do Orçamento do Estado (SOE) onde as entidades da Administração Central convergem. Nesta fase são essenciais os contactos com as várias instituições para haver troca de dados.

OE
Fonte: DGO

Neste momento a proposta está quase terminada mas faltam os ajustamentos necessários. Nesta altura a DGO elabora relatórios preliminares por programa orçamental para submeter à tutela (Governo). Faz ainda estimativas quanto ao défice em contabilidade pública e nacional para o ano corrente e o próximo. Fazem-se os ajustes e também se faz decisões em relação a cativações a incidir sobre as dotações orçamentais.

OE
Fonte: DGO

Nesta altura o Governo já pode respirar de alívio. A proposta do Orçamento do Estado para o ano seguinte é entregue: a proposta de lei do OE, o relatório que acompanha a proposta e todos os mapas de despesas e receitas dos vários setores que compõem as Administrações Públicas. Primeiro a proposta é votada na generalidade para depois ser discutida na especialidade, altura em que os grupos parlamentares podem apresentar propostas de alteração.

OE

45 dias depois, o Orçamento é aprovado (contando que há estabilidade política e uma maioria parlamentar) e o documento é enviado, sob a forma de decreto, para o Presidente da República que deverá analisar e (se assim o entender) promulgar a Lei do Orçamento do Estado para que esta comece a ser aplicada a partir de dia 1 de janeiro do ano seguinte.

Editado por Mónica Silvares

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Governo prepara reforma da regulação da supervisão financeira

Ministro das Finanças adiantou que o Governo vai preparar "uma reforma do quadro regulatório da supervisão financeira" para reforçar as ferramentas que promovam a estabilidade do sistema financeiro.

O Governo vai preparar “uma reforma do quadro regulatório da supervisão financeira”, no sentido de reforçar “o caráter necessariamente transversal da supervisão macroprudencial”, adiantou esta quarta-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno, na cerimónia de tomada de posse da nova presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Uma das prioridades de Centeno passa por “reforçar a solidez do sistema financeiro“. E esta estabilidade financeira é “indissociável da existência de um quadro regulatório bem definido e capaz de dar resposta aos desafios e problemas que possam surgir nos mercados financeiros”, sublinhou o ministro, sem adiantar pormenores em relação ao novo quadro regulatório que pretende.

Ainda assim, dirigindo-se diretamente à CMVM, Banco de Portugal, Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, as autoridades de supervisão financeira em Portugal, Centeno veio defender um quadro que permita uma coordenação e partilha de informação “rápida, ágil e completa” entre os supervisores, num ambiente de confiança e reciprocidade.

“Cada autoridade deve poder agir e decidir com base em informação completa e atualizada. O que só é possível de uma forma eficiente se a mesma for partilhada entre todos os reguladores e supervisores”, referiu o responsável, considerando que “as lições do passado recente devem ser compreendidas”.

"Cada autoridade deve poder agir e decidir com base em informação completa e atualizada. O que só é possível de uma forma eficiente se a mesma for partilhada entre todos os reguladores e supervisores.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Em relação ao novo conselho de administração da CMVM, Centeno reconheceu que falta dotar o regulador “das condições necessárias ao seu equilíbrio financeiro”. “Da mesma forma, falta ainda dotar a CMVM da autonomia de gestão necessária para concretizar, na sua plenitude, a independência orgânica, técnica e funcional que se encontra consagrada na lei-quadro das entidades reguladoras”, precisou.

No final do seu discurso, o ministro das Finanças aproveitou para desejar bom trabalho à nova equipa de Gabriela Figueiredo Dias, que terá também como novos elementos na administração Filomena Oliveira e Rui Pinto.

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Samsung em máximos de 40 anos depois de anunciar reestruturação

A tecnológica está a estudar a criação de uma 'holding' e a entrada em bolsas estrangeiras. Os investidores gostaram.

A Samsung alcançou máximos de 40 anos na bolsa sul-coreana, depois de ter anunciado que está a estudar avançar com uma reestruturação profunda, que irá implicar a divisão da empresa em duas.

Quando fez o anúncio, a empresa mais valiosa da Coreia do Sul deixou claro que esta era apenas uma hipótese e que ia ser analisada, não havendo ainda qualquer decisão. Mas os investidores interpretaram de outra forma e, segundo, a Bloomberg, a criação de uma holding, que ficaria com a operação dos negócios da Samsung, deverá avançar já no próximo ano.

Resultado: as ações da tecnológica dispararam e atingiram o valor mais alto desde 1975, altura em que foi lançada a oferta pública inicial. A capitalização bolsista da Samsung está agora acima dos 197 mil milhões de euros.

Além da criação de uma holding, a tecnológica está ainda a estudar a entrada em bolsas estrangeiras. O objetivo é criar valor “sustentável” e “de longo prazo” para os acionistas.

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OPEP chega a acordo para cortar produção de petróleo

  • Rita Atalaia
  • 30 Novembro 2016

O cartel chegou a acordo para cortar a produção de petróleo. Vai produzir menos 1,2 milhões de barris por dia, no que é o primeiro corte em oito anos. O Brent dispara quase 8%, acima dos 50 dólares.

Finalmente fumo branco dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O cartel conseguiu chegar hoje a acordo para reduzir a produção de petróleo, visando reequilibrar o mercado e impulsionar os preços da matéria-prima. Trata-se do primeiro corte de produção em oito anos. O mercado está a reagir positivamente a esta decisão, com o Brent a disparar quase 8% e já acima da fasquia dos 50 dólares.

Após várias semanas de negociações tensas, os três principais produtores do cartel — Arábia Saudita, Iraque e Irão — resolveram as diferenças em relação a este corte de produção. O cartel reduziu a produção em 1,2 milhões de barris por dia para 32,5 milhões por dia, segundo confirmou um delegado, citado pela Bloomberg, em Viena. O objetivo que a OPEP tinha estabelecido na reunião de setembro, na Argélia, previa um corte da produção para um intervalo entre os 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia.

“Isto deverá ser uma chamada de atenção para os céticos que apostavam na morte da OPEP“, diz Amrita Sen, analista de petróleo da Energy Aspects, à Bloomberg.

O mercado está satisfeito com esta decisão. O Brent, negociado em Londres, dispara 7,85% para 50,02 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, segue em alta de 7,05% para 48,42 dólares. O Brent londrino já chegou a superar a referência dos 50 dólares durante esta manhã.

Aparentemente, os sauditas terão aceitado que o Irão, num caso excecional, possa aumentar a produção para cerca de 3,9 milhões de barris por dia. O acordo deverá também incluir uma redução de cerca de 600 mil barris por dia por parte dos países fora da OPEP, como a Rússia. A Rússia, que se tem mostrado reticente em aderir a este acordo, disse que apenas iria cooperar depois de a OPEP chegar a um consenso sobre as quotas individuais de produção.

A Morgan Stanley diz que um acordo da OPEP pode impulsionar os preços do petróleo em 5 dólares ou mais. Embora o acordo não deve anular totalmente que o excesso que há no mercado, abre caminho para a participação dos países fora do cartel.

(Notícia atualizada às 14h06 com a reação do petróleo.)

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Automóveis travam economia nas empresas e nos particulares

O setor automóvel está a interferir negativamente com o crescimento da economia portuguesa na reta final do ano. No primeiro semestre o cenário era mais positivo, mas inverteu-se.

O setor automóvel está a prejudicar o crescimento da economia portuguesa, depois de uma evolução positiva no início do ano. Por um lado, os consumidores estão a adquirir menos automóveis. Por outro lado, também as empresas estão a travar o investimento no setor, tal como nos conta o destaque divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

A aceleração do consumo privado em bens não duradouros e serviços (alimentação, por exemplo) foi acompanhada por uma desaceleração no consumo privado de bens duradouros, após uma evolução positiva nos primeiros seis meses do ano. A variação homóloga registada no terceiro trimestre foi de 6,2%, face aos 7,9% registados no segundo trimestre. De quem é a culpa? Da “evolução da componente automóvel”, que estão incluídos na categoria de bens duradouros, indica o INE.

Taxa de variação homóloga, por trimestre, do consumo privado de bens duradouros

Fonte: INE (Valores em percentagem, taxa de variação trimestral homóloga)
Fonte: INE (Valores em percentagem, taxa de variação trimestral homóloga)

Além disso, não há melhores notícias do lado do investimento que se mantém em terreno negativo. Se até a meio do ano as empresas já estavam a travar os investimentos, essa realidade não mudou no terceiro trimestre: a variação homóloga agravou-se dos -2,3% no segundo trimestre para os -3,1% no terceiro trimestre.

As duas variáveis que compõem o são as Variações de Existências e a Formação Bruta de Capital Fixo tiveram comportamentos diferentes. A diminuição dos stocks em armazém (Variação de Existências) apresentou um contributo negativo de 0,3 pontos percentuais para a variação homóloga do PIB no terceiro trimestre, após um contributo nulo no trimestre anterior.

Já a variável da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) melhorou, beneficiada pelo componente outras máquinas e equipamentos, apesar de continuar com uma variação homóloga negativa: no segundo trimestre era -2,4% e no terceiro trimestre passou a -1,5%.

Taxa de variação homóloga, por trimestre, do FBCF de equipamentos de transporte

Fonte: INE (Valores em percentagem, taxa de variação trimestral homóloga)
Fonte: INE (Valores em percentagem, taxa de variação trimestral homóloga)

E aqui entra novamente o setor automóvel: é que a componente equipamentos de transporte da FCBF travou fortemente no terceiro trimestre passando de um crescimento homólogo de 3,7% no segundo trimestre para 0,8% no terceiro trimestre. Deve-se a quê? “Devido particularmente ao comportamento da componente automóvel”, indica o INE.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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