Sondagem: Portugueses preferem Rio a Passos no PSD

  • Leonor Rodrigues
  • 28 Novembro 2016

De acordo com a sondagem do CESOP, a maioria dos inquiridos afirma que o maior partido da oposição só teria a ganhar com a substituição de Pedro Passos Coelho por Rui Rio na liderança do PSD.

Para a maioria das pessoas, Rui Rio seria uma alternativa positiva à liderança do PSD. De acordo com um estudo do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica, o maior partido da oposição só teria a ganhar com a substituição de Pedro Passos Coelho pelo ex-autarca do Porto.

Para 42% dos inquiridos neste estudo, o PSD ficaria melhor ou muito melhor se Rui Rio fosse secretário-geral ao invés do anterior primeiro-ministro. Esta percentagem, de acordo com o Diário de Notícias, pode ser entendida como um alerta para avaliar o desgaste da imagem de Passos Coelho, depois de quatro anos no papel de primeiro-ministro de Portugal e numa altura difícil para o país, consequência do pedido de resgate económico por parte de José Sócrates, em 2011.

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Fonte: CESOP

Essa avaliação pode mesmo vir a ser feita no próximo ano. 2017 é ano de eleições autárquicas e é normalmente nessa altura que os partidos fazem um balanço da sua atuação até ao momento. Neste sentido, 52% dos inquiridos no estudo afirmam que as próximas eleições autárquicas podem vir a ser prejudiciais para o PSD, mais do que para a estabilidade do Governo liderado por António Costa (20%).

Quanto à situação económica e social dos portugueses em 2016, 55% considera que está melhor do que no ano anterior, sendo que apenas 10% consideram que a situação se degradou. O otimismo faz-se sentir também nas expectativas dos portugueses para o próximo ano: 44% pensa que 2017 será ainda melhor do que 2016.

Rui Rio já admitiu uma possível candidatura à liderança do PSD e as reações não se fizeram esperar: Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais e coordenador autárquico do PSD, afirmou que o foco do partido são as eleições autárquicas e que, se Rio “quer tanto ser candidato, que seja às autárquicas”.

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PSI-20 não escapa aos receios sobre Itália

  • Rita Atalaia
  • 28 Novembro 2016

Os receios sobre a banca italiana pressionaram os mercados europeus. E o PSI-20 não foi exceção. O BCP reagiu à queda dos pares europeus, caindo 2%. A Galp também não respondeu à subida do petróleo.

A tensão em Itália está a ter impacto na bolsa portuguesa. O setor financeiro liderou as perdas na Europa. E esta descida contagiou o PSI-20, que encerrou no vermelho. Para além da queda do BCP, a petrolífera Galp Energia não reagiu à recuperação da cotação do petróleo. Os investidores aguardam pela reunião da OPEP, na quarta-feira, na qual poderá, ou não, haver acordo para reduzir a produção de “ouro negro”.

O referendo em Itália está a criar dúvidas sobre a banca italiana. E estas dúvidas contagiaram Lisboa. O PSI-20 desceu 0,8% para 4.426,51 pontos, pressionado pelo setor bancário. O BCP acompanhou os pares europeus, caindo 1,7% para 1,18 euros. Oito bancos do problemático sistema financeiro italiano correm o risco de falência caso o primeiro-ministro Matteo Renzi seja derrotado no referendo constitucional que está agendado para o próximo dia 4 de dezembro.

A energia também agravou as perdas da praça lisboeta. A Galp Energia caiu 1,5% para 12,45 euros, mesmo depois de os preços do petróleo terem registado uma recuperação. O mercado está a reagir positivamente às notícias de que o Iraque prometeu cooperar com o cartel no sentido de alcançar um acordo para cortar a produção. O Brent, negociado em Londres, dispara 2,3% para 49,37 dólares por barril, cada vez mais próximo da fasquia dos 50 dólares.

Entre os outros pesos pesados, a EDP cedeu 0,3% para 2,71 euros e a subsidiária EDP Renováveis recuou 0,7% para 6,01 euros.

"Temos mais e mais incertezas políticas e económicas que precisam de ser resolvidas. As pessoas estão a ficar preocupadas em relação ao impacto” que a ausência de um Governo em Itália pode ter nas necessidades de financiamento dos bancos italianos.”

Kevin Lilley

Old Mutual Global Investors

Destaque negativo também para as papeleiras, que estão a corrigir os ganhos das últimas sessões. A Altri e a Semapa fecharam em baixa de 1,8% e de 2,4%, respetivamente, depois de uma semana positiva por causa da exposição benéfica ao dólar. Entretanto, o CaixaBI cortou na sexta-feira passada a avaliação da Altri em 20% por considerar que os preços do papel só vão recuperar em 2018.

“O mercado está nervoso numa altura em que a liquidez é fraca”, diz Kevin Lilley, da Old Mutual Global Investors, em Londres, à Bloomberg. “Temos mais e mais incertezas políticas e económicas que precisam de ser resolvidas. As pessoas estão a ficar preocupadas em relação ao impacto” que a ausência de um Governo em Itália pode ter nas necessidades de financiamento dos bancos italianos, acrescenta o analista. Estas dúvidas contagiaram as principais praças europeias, pressionadas pelo setor bancário, que recuou mais de 2%.

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Procura de OTRV supera dois mil milhões de euros

Cerca de 94% da terceira emissão de obrigações para o retalho (OTRV) ficou nas mãos de investidores portugueses, anunciou a Euronext Lisbon. Foram processadas mais de 92 mil ordens.

A terceira emissão de obrigações para o retalho (OTRV) foi alvo de uma elevada procura. Segundo dados da Euronext Lisbon, a procura ascendeu a mais de dois mil milhões de euros, acima da emissão de 1.500 milhões. Ou seja, a procura foi de 1,36 vezes a oferta. Grande parte da emissão ficou em mãos de investidores nacionais: 94%.

“Durante o período de subscrição, que decorreu entre 14 e 25 de novembro, a procura das “OTRV NOVEMBRO 2021” ultrapassou os 2 mil milhões de euros”, diz a Euronext no comunicado enviado às redações, onde anuncia os resultados da oferta da terceira emissão de obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV).

“O montante global inicial previsto para esta colocação foi fixado em 500 milhões de euros, mas após a forte procura verificada, ultrapassou largamente este valor no primeiro dia de subscrição, o IGCP-Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública decidiu triplicar o montante para um total de 1,5 mil milhões de euros”, avança ainda o comunicado da entidade que gere a bolsa lisboeta.

Os dados apurados nesta operação, que foi a mais alargada desde que, em abril de 2016, o Tesouro arrancou com as emissões de obrigações vocacionadas para os pequenos investidores, indicam que 94% do montante emitido ficou nas mãos de portugueses. Designadamente, com cerca de 90 mil investidores nacionais, enquanto os restantes 6% foram adquiridos por investidores estrangeiros também residentes em Portugal. Neste âmbito, destacaram-se as nacionalidades francesa, suíça, angolana e alemã. Já o valor médio aplicado relativo às ordens inseridas rondou os 16 mil euros.

No universo de subscritores nacionais, cerca de 78 mil (86,3%) subscreveram montantes entre mil e 20 mil euros, mais de 11 mil subscreveram entre 20 mil e 50 mil euros. Com fasquias mais elevadas, 487 (0,5%) subscritores ficaram com montantes entre 50 mil e 100 mil euros, e 218 (0,2%) portugueses com valores entre 100 mil e 500 mil euros.

Tendo em conta que a procura superou o valor que o Tesouro estava a emitir foi necessário um rateio. O montante atribuído através de rateio, que deu prioridade à data da ordem de subscrição, superou 137,8 milhões de euros. Já 4,1 milhões de euros foram atribuídos através de sorteio.

A Euronext salienta ainda que esta emissão foi a maior das três operações já levadas a cabo pelo Tesouro português, tendo o número de ordens válidas processadas ascendido a cerca de 92 mil no total.

A forte adesão a esta operação já tinha sido visível logo no arranque da operação, que esgotou escassas oito horas após os 500 milhões de euros inicialmente colocados. Os dados da Euronext apontam para que no primeiro dia tenham sido dadas ordens superiores a mil milhões de euros. Ou seja, mais do dobro da colocação inicial. O executivo alargou assim para 1.500 milhões o valor global da emissão.

Esta emissão de OTRV paga um juro semestral variável e igual à Euribor a 6 meses acrescida de 2%, com uma taxa de juro mínima de 2% (Taxa Anual Nominal Bruta). Esta emissão vence a 30 de novembro 2021. O BPI, o Banco Comercial Português, o Caixa Banco de Investimento e o Novo Banco foram os organizadores e coordenadores globais desta emissão.

(Notícia atualizada com mais informação às 17:05)

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Draghi alerta: economia do Reino Unido vai ser a primeira a sofrer

  • Ana Luísa Alves
  • 28 Novembro 2016

A telenovela Brexit continua e aproxima-se o início formal das negociações para a saída da UE. Mario Draghi alerta: as maiores consequências vão ser sofridas na economia do Reino Unido.

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, alertou esta manhã, no Parlamento Europeu, para o facto de a economia do Reino Unido ser a primeira a sofrer as consequências da saída do país da União Europeia.

A economia da Zona Euro tem resistido às consequências do Brexit “encorajando a resiliência”, em parte devido aos esforços feitos pelo Banco Central Europeu, referiu Mario Draghi. Ainda assim, alerta o presidente, as consequências desta saída vão fazer-se sentir em todos os países da Europa, dependendo das ligações que cada um tem com o mercado britânico.

“Se, a longo prazo, a economia do Reino Unido se tornar cada vez mais fechada ao comércio exterior, e as políticas da migração e investimento direto forem levadas avante, vai haver um impacto negativo não só na inovação e na concorrência, mas também na produtividade do país”, referiu o presidente. “Os mais recentes desenvolvimentos vão pesar na economia do Reino Unido”, acrescentou.

Os comentários de Draghi surgem depois de Theresa May, primeira-ministra britânica, ter anunciado a intenção de avançar com as negociações para a saída já em março, embora possam demorar anos as conversações entre Bruxelas e Londres, avança a Bloomberg.

Draghi argumentou contra qualquer “desmembramento do mercado único”, que procura garantir igual acesso a todos os estados-membros da União.

“O referendo no Reino Unido criou incerteza quanto à participação do país no mercado único, mas o Mercado Único não pode voltar atrás”, disse Draghi, citado pela Bloomberg. “Isto significa também que não podemos recuar nas medidas que tomamos em relação ao regulamento e supervisão dos bancos e do mercado financeiro, que têm aumentado desde 2008”, acrescentou.

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Prémio dos certificados vai acabar. E agora?

A partir de janeiro de 2017, os certificados de aforro vão perder o prémio provisório atribuído à série C. Se apostou nessa série, saiba o que fazer: manter, desinvestir e onde reinvestir.

Após quase 7,5 mil milhões de euros perdidos em 41 meses consecutivos de resgates líquidos, finalmente surgia a boa notícia. Os portugueses que regressavam de férias após o verão de 2012, eram surpreendidos com a notícia de que o Governo iria aumentar a remuneração dos certificados de aforro. A medida a aplicar a partir de setembro desse ano adicionava à remuneração da série C de certificados de aforro um prémio provisório de 2,75 pontos percentuais.

Se foi uma das pessoas que se deixou tentar pela atratividade desta remuneração, prepare-se. Este prémio está em vigor apenas até ao final deste ano. A partir dessa altura, os certificados de aforro dessa série sofrem um corte considerável face à atual remuneração. Deve, por isso, avaliar se pretende manter, ou não, o seu dinheiro neste produto e se existem alternativas mais vantajosas.

Porquê este prémio?

As Finanças atribuíram a incorporação deste prémio adicional após aquilo que se considerou ser “uma redução significativa” na captação de poupanças pela via dos certificados de aforro. De salientar que este produto sempre foi uma das soluções de poupança preferidas pelos portugueses. No entanto, no período entre o início de 2009 — altura em que os certificados de aforro da série C viram a fórmula de cálculo alterada — até à altura da revisão em alta da sua remuneração em setembro de 2012, os portugueses viraram costas a este produto de poupança do Estado, para passarem a privilegiar os depósitos a prazo, cuja remuneração era mais apelativa.

Durante mais de três anos de sangria, os certificados de aforro perderam quase 7,5 mil milhões de euros de aplicações. Com a introdução do prémio provisório de 2,75 pontos percentuais em 2012, e a suspensão da anterior fórmula de remuneração, gradualmente os portugueses foram regressando aos certificados de aforro. As subscrições líquidas chegaram a rondar valores superiores a 250 milhões de euros mensais durante o verão de 2014, apoiadas numa remuneração superior a 3% que batia os juros em torno de 1,5% que eram oferecidos, em média, pelos novos depósitos a prazo dos bancos.

Impacto na remuneração dos certificados de aforro

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Fonte: IGCP| ECO

Investir ou desinvestir?

Quem deixou seduzir-se pela remuneração oferecida pelos certificados de aforro da série C, em setembro de 2012, teve acesso nessa altura a uma remuneração de 3,268%, em termos brutos. Entretanto, essa taxa de juro foi baixando gradualmente a acompanhar o rumo descendente da Euribor a três meses, que lhe serve de referência. Estes mesmos aforradores viram assim a taxa de juro deste produto recuar até aos 2,75% que vigoravam em setembro de 2016, valor idêntico ao prémio provisório, já que a Euribor a três meses se encontra negativa há mais de ano e meio.

Contudo, quando estes aforradores perderem o prémio provisório, em janeiro do próximo ano, vão ver a taxa de juro dos seus certificados baixar para apenas 1%. Isto porque, como a Euribor a três meses ronda os -0,313%, a taxa de juro será determinada apenas pelo valor do prémio de permanência pelos quatro anos de manutenção da aplicação: 1%.

Quem tenha aderido aos certificados de aforro da série C posteriormente a essa data vão ter remunerações ainda mais baixas, tendo em conta que o prémio de manutenção é menor. Por exemplo, quem tenha subscrito este produto em janeiro de 2015, em janeiro de 2017 cumpre dois anos de aplicação. Ou seja, terá direito a uma taxa de juro bruta de 0,75%, exatamente igual ao valor do prémio de permanência.

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Esta alteração já prevista para os certificados de aforro torna assim muito menos apelativo o investimento neste produto, razão que leva a Deco a desaconselhar manter o dinheiro aplicado. “A série C deixa de ser interessante, porque passam a vigorar as condições que existiam anteriormente. A taxa base passa a ser calculada com base na Euribor a três meses a que é acrescido um prémio de permanência que não é tão interessante como nas séries anteriores. Quem tem essa série há dois ou três anos, no máximo terá 1% de prémio. Ou seja, o rendimento vai ficar muito próximo da série D, que é à volta de 0,5%, em termos líquidos”, diz António Ribeiro, economista da Proteste Investe, que aconselha, no entanto, a manutenção das séries anteriores: a B e a A.

"A série C deixa de ser interessante, porque passam a vigorar as condições que existiam anteriormente. A taxa base passa a ser calculada com base na Euribor a três meses a que é acrescido um prémio de permanência que não é tão interessante como nas séries anteriores.”

António Ribeiro

Proteste Investe

Encontrar retornos mais atrativos face aos que vão passar a ser obtidos pelos certificados de aforro da série C não é, contudo, muito fácil. A melhor via, segundo o economista da Proteste Investe, será reencaminhar esse dinheiro para outro produto de poupança do estado: os certificados do Tesouro poupança mais (CTPM). “Quem tem certificados da série C, o que tem a fazer é resgatar e transferir para CTPM”, diz António Ribeiro. No primeiro ano, os CTPM remuneram com uma taxa de juro bruta de 1,25% no primeiro ano, que supera os 1% que passarão a ser oferecidos na série C dos certificados de aforro a partir do próximo ano. Nos quatro anos seguintes a remuneração sobe gradualmente para atingir um valor médio de 2,25%, em termos brutos, nos cinco anos de aplicação.

Filipe Garcia, presidente da IMF, explica que “a troca vale a pena marginalmente, mas há também que ter em atenção a indisponibilidade que está associada aos CTPM”. Ou seja, contrariamente aos certificados de aforro, não é possível resgatar o dinheiro durante o primeiro ano de aplicação nos CTPM. Isto significa que apenas se justificará a troca entre os dois produtos se o titular estiver disposto a não mexer na quantia aplicada durante esse período de tempo. Para além disso é necessário que o montante a aplicar nos CTPM seja no mínimo de mil euros.

"A troca [dos certificados de aforro para os CTPM] vale a pena marginalmente, mas há também que ter em atenção a indisponibilidade que está associada aos CTPM.”

Filipe Garcia

IMF

António Ribeiro realça ainda a importância de esperar mais algum tempo antes de avançar para uma retirada de dinheiro dos certificados de aforro. “O Prémio existe até final do ano. Não sabemos ainda se vai ser prolongada esta medida, apesar de não haver indicação até agora que tal aconteça. Por isso o melhor será esperar até ao final deste ano antes de decidir”, aconselha o economista. Ou seja, só no início de 2017 se justifica uma decisão final por parte do aforrador.

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Greve cancela 1.700 voos na Lufthansa nos próximos dois dias

  • Lusa
  • 28 Novembro 2016

Companhia aérea alemã Lufthansa anunciou hoje o cancelamento de 1.700 voos nos próximos dois dias devido à greve dos pilotos.

A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou hoje o cancelamento de 1.700 voos nos próximos dois dias devido à greve dos pilotos. No total, serão afetados pelo cancelamento 180.000 passageiros, indicou a Lufthansa em comunicado.

Após dois dias de pausa, no domingo e hoje, o sindicato dos pilotos Vereinigung Cockpit anunciou que a greve será retomada a partir de terça-feira, na ausência de acordo nas negociações salariais. Um porta-voz da companhia aérea indicou à AFP que já foi feita uma diligência junto do Tribunal do Trabalho de Munique no sentido de pôr fim à greve, que começou na quarta-feira passada.

Na semana passada, a Lufthansa tinha tentado suspender a greve recorrendo ao Tribunal do Trabalho de Frankfurt, mas sem sucesso. Na terça-feira serão afetados pela greve os voos domésticos e no dia seguinte serão os voos de médio e longo curso, precisou a Lufthansa.

Desde a passada quarta-feira, mais de 525.000 passageiros foram prejudicados pelas perturbações nos voos.

O diferendo entre o sindicato e a administração da Lufthansa prolonga-se desde abril de 2014. O sindicato aponta que não houve aumentos salariais nos últimos cinco anos, quando a empresa regista lucros e exige uma valorização salarial com efeitos retroativos e correspondente em média a 3,66% por ano.

A Lufthansa rejeita categoricamente a reivindicação e afirma que os seus pilotos ganham mais do que os da concorrência.

Na sexta-feira, o grupo propôs o pagamento de um prémio representando 1,8 meses de salário para compensar a ausência de atualização salarial desde 2012 e avançou ainda com a proposta de um aumento salarial de 4,4% em dois anos, o que o Cockpit recusou.

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Lisboa com mais jardins e wifi grátis em 2017

  • Leonor Rodrigues
  • 28 Novembro 2016

Fernando Medina anunciou hoje os projetos vencedores do Orçamento Participativo para 2017 do município lisboeta. Mais espaços verdes, segurança e acesso à internet são algumas das áreas mais votadas.

Uma ponte pedonal no Campo Grande, uma rede gratuita de wifi em vários pontos de Campo de Ourique e dois parques caninos são algumas das 17 novidades a implementar em Lisboa, resultado dos projetos que venceram a última edição do Orçamento Participativo. Os vencedores do concurso para 2017 no município de Lisboa foram anunciados, esta segunda-feira, nos Paços do Concelho, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

O autarca considerou o Orçamento Participativo um “instrumento de mobilização e participação” dos cidadão, afirmando que os projetos “vão fazer de Lisboa uma cidade melhor”. Este ano, a iniciativa contou com uma votação recorde, contabilizando mais de 51 mil votos.

A maior fatia do orçamento, cerca de 300 mil euros, destina-se a cada uma das cinco zonas da cidade sendo que, só no centro histórico vão ser executados seis projetos. Cerca de 1,5 milhões de euros serão aplicados em 15 projetos locais e mais um milhão será para os dois projetos estruturantes vencedores.

Mais espaços verdes e desportivos

São vários os projetos que incluem a criação de jardins. Um dos grandes projetos neste âmbito é o jardim do Caracol da Penha. O espaço terá áreas destinadas à produção agrícola, miradouro e equipamentos de recreio infantil e desportivo.

Na Estrada de Telheiras também vai nascer um novo jardim de proximidade e, na Ajuda e no Caracol da Graça mais dois, com uma diferença: é que aqui vão nascer dois parques caninos.

A requalificação do Pavilhão de Carnide é o segundo grande projeto estrutural da Câmara lisboeta, um espaço que anteriormente pertencia ao concelho de Odivelas.

Mais obras de requalificação das ruas lisboetas

As obras de requalificação pela cidade não dão sinais de terminar. No próximo ano, o município pretende melhorar a acessibilidade pedonal do troço entre o cruzamento da Rua Silva Carvalho, a Rua D. João V e a Rua do Cabo. O entroncamento da Avenida das Descobertas e a Rua Antão Gonçalves vão ser alvo de intervenções de melhoria das acessibilidades e vão ser criadas rampas e adaptadas as vias e passeios entre a Rua Padre Américo, a Igreja da Nossa Senhora da Luz e a Rua Poeta do Bocage, em Carnide.

O Campo Grande também vai ter novidades: será construída uma ligação pedonal aérea entre os dois jardins daquela zona de forma a aumentar a segurança dos que por lá passam.

Lisboa inovadora

Em 2017, Campo de Ourique vai poder contar com uma rede gratuita de wifi em vários pontos da freguesia. Lisboa vai criar ainda uma plataforma online para que os munícipes registem as suas queixas contra o ruído noturno, que será acessível à PSP e Polícia Municipal, permitindo a ação das autoridades logo a seguir aos registos.

De acordo com o autarca e, apesar de as críticas às obras que estão a ser levadas a cabo um pouco por toda a cidade e da falta de estacionamento, essas não foram as questões centrais que os lisboetas quiseram ver resolvidas.

Das 562 propostas recebidas pelo município de Lisboa e que estiveram em votação entre o dia 15 de outubro e 20 de novembro, mais de 180 reincidiam na reabilitação urbana, espaços verdes e públicos, mobilidade e ambiente.

A Câmara Municipal de Lisboa disponibiliza a informação sobre todos os projetos vencedores do Orçamento Participativo 2016/2017. Pode aceder a mais detalhes aqui.

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Iraque vai cooperar com OPEP, petróleo dispara 2%

Ceticismo dá lugar à crença de que vai ser possível à OPEP alcançar um acordo para cortar a produção. Promessa de cooperação da parte do Iraque faz disparar preços do barril.

Numa corrida de última hora para evitar novamente o fracasso, os membros da OPEP já conseguiram um apoio importante. O Iraque já prometeu cooperar com o cartel no sentido de alcançar um acordo para cortar a produção. O ministro do Petróleo iraquiano, Jabbar al-Luaibi, manifestou “otimismo” quanto a um entendimento na decisiva reunião da próxima quarta-feira. Isto depois de a Arábia Saudita, o principal produtor da OPEP, ter colocado tudo em dúvida ao colocar-se de fora deste encontro.

Neste cenário, o barril de Brent, contrato de referência para as importações nacionais, valorizava 1,82% para 48,09 dólares, ao mesmo tempo que o contrato de crude, negociado em Nova Iorque, avançava 1,81% para 46,94 dólares.

Preços do petróleo numa montanha-russa

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Fonte: Bloomberg (valores em dólares)

“As possibilidades de um acordo serão elevadas mas continuamos céticos”, referiu Norbert Rücker, analista da Julius Baer, à Bloomberg.

A Arábia Saudita sinalizou este fim de semana que a OPEP não tem necessariamente de chegar a um acordo para baixar a produção e retirou-se de uma reunião que vários membros do cartel vão realizar com outros produtores que não fazem parte da OPEP, incluindo a Rússia.

"As possibilidades de um acordo serão elevadas mas continuamos céticos.”

Norbert Rücker

Analista da Julius Baer

Segundo o ministro do Petróleo saudita, a procura global por petróleo deverá recuperar no próximo ano, permitindo a estabilização dos preços, mesmo que a OPEP não avance para cortes. Tinha sido a Arábia Saudita um dos principais impulsionadores deste acordo no seio do cartel que iria impor a primeira redução da produção de petróleo em oito anos.

Entretanto, enquanto os ministros da Energia da Argélia e da Venezuela deslocam-se a Moscovo para convencer a Rússia a integrar um acordo, os responsáveis da OPEP realizam esta segunda-feira um encontro interno para resolver as diferenças em antecipação à reunião de quarta-feira, a última oportunidade que o cartel terá para implementar uma restrição na produção de ouro negro a nível global.

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António Costa exorta empresários a instalarem-se próximo da fronteira

  • Lusa
  • 28 Novembro 2016

Primeiro-ministro exortou empresários a instalarem indústrias nos territórios próximos da fronteira com Espanha, de forma a aproveitarem os 60 milhões de habitantes do mercado da Península Ibérica.

O primeiro-ministro, António Costa, exortou hoje os empresários a instalarem as suas indústrias nos territórios próximos da fronteira com Espanha, de forma a aproveitarem os 60 milhões de habitantes do mercado da Península Ibérica.

Durante uma visita ao Centro de Produção de Mangualde da PSA, António Costa frisou que este concelho do distrito de Viseu não está situado naquela zona do país onde é habitual instalarem-se “as indústrias e as fábricas mais modernas”.

O governante disse que “só numa distância de 100/150 quilómetros entre as capitais dos distritos de fronteira e as províncias de fronteira em Espanha” há mais seis milhões de habitantes.

“E seis milhões de habitantes são mais 60% da população portuguesa. Portanto, hoje em dia não faz sentido olhar para o nosso mercado como um pequeno mercado de 10 milhões, faz sentido olhar pelo menos para um mercado de 60 milhões, que é o mercado da Península Ibérica”, sublinhou.

Na opinião de António Costa, “a ligação ao ‘interland’ ibérico é absolutamente fundamental”.

“O próximo Orçamento do Estado tem já condições para ter um aumento significativo de investimento público. Vai haver um aumento de 20% do investimento público, parte em escolas, parte em hospitais, mas também numa área essencial que é a da ferrovia”, acrescentou.

O primeiro-ministro aludiu à importância de “fazer a ligação entre o interface marítimo dos portos de Sines, de Lisboa, de Aveiro, da Figueira, de Leixões e outros, com o ‘interland’ da Península Ibérica”.

“Tal como o corredor de Sines ou Caia, este corredor da Linha da Beira Alta é absolutamente estratégico para podermos ser a plataforma marítima do conjunto da Península, mas também para que estas terras que nos habituámos mal a chamar de interior possam ser efetivamente o grande interface entre a nossa fachada atlântica e o centro da Península Ibérica”, acrescentou.

António Costa lembrou que, a este nível, o Orçamento do Estado tem duas medidas fiscais importantes: o “incentivo às empresas que se fixem no interior” e “o novo regime de IVA alfandegário, que dispensa as empresas de terem de pagar o IVA no ato de importação para depois o deduzirem no momento da exportação”.

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Referendo em Itália já preocupa investidores em Wall Street

Bolsas norte-americanas cedem de máximos históricos com a aproximação do referendo italiano a deixar investidores do outro lado do Atlântico mais nervosos.

Depois de Donald Trump ter dado o mote para valorizações recorde em Wall Street, agora é tempo dos investidores olharem para a realidade fora do cenário norte-americano. E o principal ponto de interrogação que surge vem de Itália, onde os eleitores vão no próximo domingo às urnas para votar alterações à Constituição italiana. Se o ‘Não’ ganhar, isso vai forçar a saída de Matteo Renzi, que já anunciou a sua retirada do Governo caso seja derrotado no referendo, situação que deixa os investidores bastante desconfortáveis quanto àquilo que poderá suceder na problemática banca italiana.

Se a sessão negativa da manhã na Europa já serviu de aviso em relação à instabilidade que os mercados financeiros poderão observar ao longo da semana, a abertura das bolsas do outro lado do Atlântico reforçam os tons de vermelho. O S&P 500, índice de referência mundial, cedia 0,17%, após ter atingido máximos históricos. Também o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq perdiam 0,18% e 0,22%, respetivamente.

“Os negócios com base em Trump foram uma distração durante algum tempo, mas agora as pessoas estão a começar a olhar para outros elementos do mercado”, referiu Kevin Lilley, gestor da Old Mutual Global Investors, à Bloomberg. “Os investidores estão a ficar preocupados com o impacto que o referendo em Itália pode ter nas necessidades de refinanciamento dos seus bancos. É um mercado nervoso num tempo em que a liquidez não é muito elevada”, acrescentou.

Um dos setores em evidência é o financeiro, onde o Goldman Sachs perdia 0,42%, o Citigroup recuava 0,9% e o JPMorgan cedia 0,23%. Já o setor petrolífero avançava com a valorização dos preços do petróleo. O brent e o crude valorizavam mais de 2% depois de o Iraque ter anunciado um compromisso com a OPEP para chegar a um acordo esta semana para a redução da produção de petróleo.

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Investigadores criam primeira abelha robótica capaz de polinizar

  • Lusa
  • 28 Novembro 2016

Investigadores da Universidade Politécnica de Varsóvia criaram a primeira abelha robótica, concebida para polinizar artificialmente, um ‘drone’ em miniatura.

Investigadores da Universidade Politécnica de Varsóvia criaram a primeira abelha robótica, concebida para polinizar artificialmente, um ‘drone’ em miniatura que consegue encontrar uma flor, recolher o pólen e transferi-lo para outra flor e fertilizá-la.

Este inseto robótico já foi testado com sucesso no campo e a sua capacidade de polinizar surge como uma “alternativa esperançosa” para enfrentar a redução constante da população mundial de abelhas, disse o seu criador, o engenheiro Rafael Dalewski.

“No verão passado, fizemos o teste e já temos a primeira semente obtida através desta polinização artificial, pelo que fica provado que o nosso robô pode fazer quase o mesmo que as abelhas reais”, explicou.

O robô “não pretende substituir os insetos, mas ajudar o seu trabalho e complementá-lo”, garantiu o investigador, que se recusa a comentar se são as abelhas reais ou os drones quem poliniza melhor.

No entanto, o engenheiro admitiu que não foi capaz de conceber um ‘drone’ que consiga produzir mel, mas, admitiu, “a tecnologia avança muito depressa e cada vez surpreende mais”.

O ‘biodrone’ pode ser programado para se concentrar numa determinada área ou para procurar flores de um determinado tipo para polinizar, tudo através de um programa informático.

Biodrones

A Politécnica de Varsóvia criou dois tipos de ‘drones’ polinizadores, um voador e outro terrestre, ambos equipados com uma espécie de espanador que espalha o pólen entre várias flores.

O terrestre tem mais autonomia de trabalho e sua bateria é mais duradoura, e, assim, “o agricultor pode retirar-se tranquilamente a casa e deixar o ‘drone’ a trabalhar, até que regresse de forma autónoma à sua fonte de energia”.

Rafael Dalewski afirma que estes robôs podem ser também utilizados para uma “agricultura de precisão” como “doseadores inteligentes” de fertilizantes, adubos ou pesticidas, já que podem ser programados para depositarem determinadas quantidades, dependendo do tipo de planta ou de localização. A universidade estima lançar os primeiros protótipos no próximo ano e iniciar o seu fabrico em sério dentro de dois anos.

A invenção é particularmente significativa tendo em conta que a mortalidade dos insetos polinizadores, de que dependem a maioria dos cultivos, aumenta todos os anos sem que se conheçam as causas.

Este fenómeno já é global, especialmente nos países com uma agricultura muito desenvolvida, e levou a que muitos cientistas alertem para os efeitos de um mundo sem abelhas.

Em 2014, a União Europeia fez um primeiro estudo sobre a mortalidade das abelhas, que apontou números entre 3,5% e 33,6%, dependendo dos países.

As abelhas são agentes fundamentais para a polinização, tanto para os cultivos como para a natureza. Se tal não ocorresse, o rendimento da agricultura baixaria, ameaçando espécies de plantas cujo único meio de polinização são as abelhas.

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Já só sobram quatro gestores da Caixa. Quem vai, quem fica?

António Domingues ficou menos de três meses à frente do banco público. Depois da sua renúncia, seis administradores seguiram-lhe os passos. Quem sobra?

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Começaram por ser 19, os administradores nomeados pelo Governo para liderar a Caixa Geral de Depósitos. O Banco Central Europeu não gostou de todos e só aprovou 11, que tomaram posse a 31 de agosto deste ano. Menos de três meses e muitas polémicas depois, António Domingues está de saída e uma boa parte da equipa vai seguir-lhe os passos.

Contas feitas, sobram quatro administradores (três executivos e um não executivo) que ainda não renunciaram aos respetivos cargos.

Quem sai e quem fica no banco público? Recordemos.

in-e-out-01António Domingues: CEO e chairman num só

A Comissão Europeia não concordava com o modelo, mas o Governo português insistiu e conseguiu uma solução temporária. António Domingues saiu do BPI, onde esteve 27 anos, para acumular o cargo de CEO e de chairman da Caixa Geral de Depósitos, cargos que iria ocupar em simultâneo durante seis meses, se não tivesse renunciado aos mesmos. No final desses seis meses, ou seja, em fevereiro de 2017, deveria ficar apenas como presidente executivo.

O ainda presidente da CGD ia receber quase o dobro do que recebia o antecessor no cargo: um salário anual de 423 mil euros, em comparação com os 232,1 mil euros anuais de José de Matos. Isto sem contar com os prémios variáveis, que podiam atirar a remuneração do atual CEO para mais de 600 mil euros. O salário era quase igual àquele que recebia no BPI, onde ganhava 423,5 mil euros anuais, assim como um bónus de cerca de seis mil euros de diuturnidades.

Ao novo salário na CGD, António Domingues ia, ainda, juntar a sua pensão do BPI: por ter vindo de uma instituição privada, não existem restrições a esta acumulação de uma pensão privada e de um salário público. A acrescentar ao património de António Domingues há ainda as suas ações e opções no BPI: 56 mil ações (que valem cerca de 62 mil euros) e opções no valor de 233 mil euros para exercer a partir de julho de 2015.

in-e-out-02Rui Vilar, o não executivo sem vencimento

O atual vice-presidente executivo da CGD não é uma cara nova no banco público. Entre 1989 e 1995, foi presidente executivo do conselho de administração da CGD e, este ano, aceitou o convite de António Domingues para uma posição não executiva, que acumula com outros cargos: é administrador não executivo da Fundação Gulbenkian e é presidente do conselho geral da Universidade de Coimbra, por exemplo.

O antigo presidente da REN ainda não decidiu se vai ou não ficar na CGD. Em declarações ao Expresso, Rui Vilar refere que só aceitou o cargo na condição de não receber vencimento e que, agora, vai “pesar as razões” antes de decidir se fica no banco.

in-e-out-01Emídio Pinheiro: Do topo do BFA para a CGD

Foi companheiro de Domingues no BPI, banco para onde entrou em 1990. Emídio Pinheiro passou por vários cargos dentro da instituição até, em 2005, chegar ao cargo que segurou até sair para a Caixa: presidente da Comissão Executiva do Banco de Fomento Angola (BFA).

Ia ganhar 337 mil euros anuais na CGD, como os restantes administradores executivos desta lista, mas o seu salário anterior é mais difícil de conhecer. O relatório e contas de 2015 do BFA indica que foram pagos aos sete membros da Comissão Executiva do Conselho de Administração um total de 395,2 milhões de kwanzas angolanos, o que, ao câmbio atual, são cerca de 2,1 milhões de euros, o que inclui tanto a remuneração fixa como a variável (por exemplo, prémios de desempenho).

Dividido aritmeticamente, resulta em cerca de 300 mil euros para cada um dos sete membros da Comissão Executiva do BFA, da qual Emídio Pinheiro era presidente.

in-e-out-01Henrique Cabral Menezes: Enviado do Brasil

Era o único administrador executivo escolhido por António Domingues a vir da estrutura da CGD, mas o líder do Banco Caixa Geral Brasil tinha subido na escada dentro do BPI desde 1998, tendo chegado a administrador entre 2007 e 2009.

Desde o início de 2014 que Henrique Cabral Menezes gere o Banco Caixa Geral Brasil, que conta com duas agências no país do outro lado do Atlântico, e é detido, quase na totalidade, pela CGD. Entre a saída do BPI e o regresso à banca com a entrada no banco público, Cabral Menezes esteve no setor privado a fundar o Douro Capital Management e a fazer consultadoria no Reino Unido.

in-e-out-02Tiago Ravara Marques: Made in BPI

Era diretor de Recursos Humanos do BPI, onde fez a sua carreira, quando António Domingues o foi buscar para lhe propor um lugar executivo no conselho de administração do banco público.

Já foi administrador do BPI Pensões e, desde 2000, tomava conta dos recursos humanos, tendo tido um papel na negociação do contrato coletivo de trabalho da banca. É um dos três administradores que não vai apresentar demissão e que se disponibiliza a ficar se o próximo presidente da CGD assim o quiser. Até porque não deixou o lugar assegurado no banco de origem.

in-e-out-02Pedro Leitão, ex-PT chumbado pelo BCE

Pedro Leitão é, juntamente com os dois administradores que se seguem nesta lista, um dos nomes propostos acerca dos quais o Banco Central Europeu mostrou reservas, dizendo que deveriam frequentar um curso na escola francesa INSEAD sobre Gestão Bancária Estratégia.

Entre os sete administradores executivos, Pedro Leitão é o único que não tem nenhuma experiência em banca — nem laços ao BPI. Antes de chegar à CGD, foi administrador da antiga PT, até se demitir em novembro de 2014, na sequência do caso GES, altura em que detinha 758 ações da operadora.

Estava na direção da PT quando se investiu na dívida da Rioforte, ligada ao Grupo Espírito Santo, o que deixa Leitão envolvido num processo civil que ainda não está resolvido.

in-e-out-01Paulo Rodrigues da Silva

Começou no BPI em 1992 e lá ficou até ao ano 2000, mas, durante a maior parte do tempo que se seguiu, foi administrador da Vodafone, onde exerceu cargos de gestão. Na altura em que foi chamado para a Caixa Geral de Depósitos, tinha um papel de consultor na operadora.

in-e-out-02João Tudela Martins

Mais um que saiu com António Domingues do BPI para a CGD. Era diretor de risco no BPI desde fevereiro de 2016 e começou no banco de investimento, enquanto diretor comercial, em 1996. Fez toda a sua carreira no BPI e vai, também ele, frequentar a formação no INSEAD. Tal como Tiago Ravara Marques, também não tem lugar assegurado no banco de origem.

in-e-out-01Herbert Walter

Antigo presidente do Dresdner Bank, um dos cinco maiores bancos da Alemanha, Herbert Walter foi também administrador executivo do BPI, em representação da Allianz. Passou ainda pelo Deutsche Bank e foi administrador da Allianz.

in-e-out-01Ángel Corcostegui

É fundador do fundo de private equity Magnum Capital, juntamente com João Talone (antigo administrador do BCP e da EDP). Foi presidente do Santander Central Hispano, entre 1994 e 2000, ano em que o banco comprou o Totta.

in-e-out-01Pedro Norton

Deixou o cargo de presidente executivo da Impresa, onde entrou em 1992, em janeiro deste ano. A ideia da nomeação da Pedro Norton era retirar benefícios da sua experiência na área dos media.

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