Papeleiras aguentam PSI-20 no verde

  • Rita Atalaia
  • 22 Novembro 2016

Lisboa encerrou ligeiramente acima da linha de água. A subida das papeleiras é que manteve a bolsa nacional no verde. A Altri, a Navigator e a Semapa continuam a beneficiar da descida do euro.

Lisboa encerrou ligeiramente acima da linha de água. E graças à subida das empresas ligadas ao papel, que continuam a beneficiar da descida do euro contra o dólar. Mas esta subida não foi generalizada, com as energéticas a cederem os ganhos iniciais.

O PSI-20 subiu 0,03% para 4.440,03 pontos, acompanhando o otimismo nas principais praças europeias. Empresas como a Altri, a Navigator e a Semapa mantiveram o índice no verde. As empresas registaram ganhos entre os 2% e os 3%, numa altura em que o euro continua a desvalorizar face à moeda norte-americana. As papeleiras ganham com esta tendência, uma vez que os seus negócios são em dólares.

O mesmo não se pode dizer do setor energético. A EDP, que começou por impulsionar o índice nacional no início da sessão, fechou no vermelho. A EDP perdeu 0,44% para 2,72 euros e a subsidiária EDP Renováveis avançou apenas 0,1% para 6,01 euros. A Galp Energia acabou por não acompanhar a subida dos preços do petróleo. A petrolífera recuou 0,55% para 12,60 euros.

Destaque negativo ainda para o BCP, que continua na mira dos investidores depois de a Fosun ter entrado para a estrutura acionista do banco. O banco caiu 1,51% para 1,2213 euros. No vermelho ficou ainda a Pharol, recuando 4,10% para 0,1870 euros.

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Mourinho Félix: Procura de obrigações de retalho excede largamente a oferta

O valor da terceira emissão de obrigações para o retalho foi alargado para 1.500 milhões, montante que segundo o governante já terá esgotado.

A terceira emissão de obrigações para o retalho (OTRV), cuja subscrição decorre até ao final desta semana, já estará esgotada. Segundo afirmou esta manhã o secretário de Estado adjunto do Tesouro e das Finanças, Mourinho Félix, a procura de OTRV por parte dos investidores de retalho nacionais “excede já hoje largamente a oferta disponível”.

Esta emissão cujo prazo de subscrição termina a 25 de novembro, começou por ser de 500 milhões euros, para poucos dias depois o montante ser aumentado para 1.500 milhões de euros, devido à forte adesão dos investidores.

Tal como avançou o ECO no dia seguinte ao arranque do período de subscrição da terceira emissão de OTRV (14 de novembro), bastaram oito horas para que os 500 milhões de euros iniciais tivessem sido totalmente esgotados face ao elevado nível de procura.

Na cerimónia de encerramento da conferência anual da ASFAC que decorreu esta terça-feira de manhã, Mourinho Félix, destacou a forte adesão dos pequenos investidores aos instrumentos financeiros disponibilizados pelo Estado, naquele que considera ser um sinal de confiança em relação ao futuro da economia nacional, que também é reconhecido pelos investidores internacionais.

O secretário de Estado do governo de António Costa dá como exemplo o reembolso antecipado de dois mil milhões ao FMI que anunciou esta manhã. “Este reembolso só foi possível porque os investidores acreditam em Portugal. Só assim pudemos colocar duas emissões de obrigações de retalho junto de investidores de retalho, no âmbito do programa de OTRV que lançámos este ano”, diz Mourinho Félix, acrescentando que “só desta forma, é possível assegurar que existe apetite junto dos aforradores para uma terceira emissão que será colocada no final deste mês, cuja procura excede já hoje largamente a oferta disponível”.

Mourinho Félix acrescentou ainda que a forte procura por OTRV não está a penalizar os restantes produtos disponibilizados pelo Estado. “A operação das OTRV, ao contrário do que seria de esperar, não levou as famílias portuguesas a desmobilizarem os certificados de aforro ou os certificados do Tesouro para o colocar no novo produto de investimento. Pelo contrário, a subscrição destes produtos ditos tradicionais continuou a ter um contributo importante e até aumentou“, rematou o secretário de Estado.

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Stelvio, o SUV da Alfa com alma da Ferrari

A Alfa Romeojá tem um SUV. Chama-se Stelvio e quer ser uma referência entre os premium. Tem argumentos de peso, especialmente para quem gosta de motores potentes a gasolina.

 

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Os SUV estão na moda. Há já vários anos que estes automóveis chegaram ao mercado, mas estão a ganhar uma nova vida com a aposta de várias marcas premium. A mais recente é a Alfa Romeo, que apresentou o Stelvio. Quer ser um referência no segmento, contando com um argumento de peso para quem não descura a potência: um motor da Ferrari.

Apresentado em Los Angeles, nos EUA, o Stelvio, nome que “provém da montanha mais emblemática de Itália, com uma estrada de 20 quilómetros, mais de 75 curvas e 2.758 metros de altitude”, quer juntar a condução de um automóvel desportivo ao conceito dos SUV. A ideia é trazer a este segmento um lado mais emotivo, além do prático.

Ao ar imponente, a Alfa Romeo juntou vários motores. Haverá, obviamente, os diesel, tão apreciados no mercado europeu. O 2.2 litros a gasóleo com duas potências: 150 e 180 cv, mas também um outro a gasolina de 2.0, mas a cereja no topo do bolo é um 2.9 que promete fazer inveja aos concorrentes, sejam Mercedes, BMW ou Audi. É que é da Ferrari.

Depois de fazer o teste com o Giulia, a marca italiana vai repetir a proeza no Stelvio. Na versão mais desportiva, que na Alfa Romeo é designada de Quadrifoglio Verde, o V6 do cavalino rampante traz 510 cv que permitirá ao SUV — sim, é um SUV — cumprir os míticos zero aos 100km/h em cerca de quatro segundos. No próximo ano, quando chegar ao mercado, poderá tirar-se a prova dos… quatro.

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Brexit: Empresas portuguesas deixaram cair 30% dos investimentos

Cerca de 30% dos investimentos que as empresas portuguesas previam fazer no Reino Unido acabaram por não ocorrer, revela um estudo da Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido.

O Brexit já está a ter impactos negativos junto das empresas portuguesas. Um estudo da Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido revela que 19,44% dos inquiridos, sócios da instituição, já suspenderam ou adiaram decisões de investimento ou expansão na sequência do resultado do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.

A estes há ainda que acrescentar 11,11% que admitem que o pretendem fazer no futuro. Ou seja, “30% de investimentos que estavam previstos acabaram por não ocorrer na economia britânica”, sublinhou Bernardo Ivo Cruz, o presidente da Câmara.

Já 30,56% das empresas inquiridas respondem que não suspenderam investimentos, mas estão a analisar essa possibilidade. Este é um dos principais resultados do inquérito que a Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido fez junto dos seus 138 associados e que teve como ponto de partida fazer as mesmas questões que tinham sido colocadas em março, antes da votação. Curiosamente aumentou a percentagem de empresas que considera “não estar certa” de que os seus negócios estejam preparados para a saída do Reino Unido da UE — passou de 41,51% para 47,22%.

30% dos investimentos previstos não aconteceram

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Uma saída que a maior parte das empresas portuguesas prefere que seja ‘soft’ — 55,56% consideram que o ‘soft’ é mais vantajoso para os seus negócios. Nenhuma empresa defende o ‘hard’ Brexit, ou seja, uma saída sem negociação e que implicará o fim abrupto das contribuições do Reino Unido para a UE, “o que poderá ser um problema para os países da adesão”, sublinhou Stephen Hammond. O deputado britânico, que é também presidente da Comissão Parlamentar de Amizade Reino Unido/Portugal do Parlamento britânico, defendeu que o “Reino Unido pode ter interesse em manter as contribuições de forma a pagar o seu acesso ao mercado único”, numa conferência em Sintra sobre o Brexit e os desafios/oportunidades que representa para as empresas portuguesas.

Stephen Hammond confia no “pragmatismo” britânico no momento de negociar a saída — depois de o Parlamento ratificar a decisão do referendo e se iniciar as negociações do artigo 50. “O Governo está a caminhar numa corda bamba”, disse porque é difícil agradar todas as vozes dentro do Partido Trabalhista, responder à oposição e conseguir um equilíbrio negocial com Bruxelas. Entretanto, o jornal britânico The Times adiantou um memorando interno que parece revelar que o Governo de Theresa May não tem plano para o Brexit e tem centenas de projetos a decorrer e uma carência de milhares de novos funcionários para dar conta do trabalho.

Também a Comissão tem pela frente um exercício difícil porque, se por um lado não pode ostracizar o Reino Unido já que precisa, mais do que nunca, deste parceiro da NATO — sobretudo num contexto de eleição de Donald Trump para Presidente dos Estados Unidos e de alteração das relações com a Rússia e com Vladimir Putin, lembrou Basílio Horta –, por outro não pode ser branda numa negociação que poderá encorajar outros países europeus a seguir o mesmo rumo. Em 2017 há eleições em França e na Alemanha, com o fantasma da extrema-direita a pairar. E já em dezembro deste ano, o referendo em Itália poderá resultar numa demissão de Matteo Renzi e a ascensão do MoVimento populista 5 Estrelas (M5S) de Beppe Grillo.

Empresas preferiam que o Reino Unido não saísse

A maioria das empresas portuguesas reconhece que o Brexit vai afetar os seus negócios. Se, por um lado, houve uma diminuição daqueles que acreditam que o impacto será grande — passou de 37,74% dos inquiridos em março para 27,78% em novembro –, por outro houve um incremento de 5,71 pontos percentuais naqueles que consideram que o impacto será médio (47,22% em novembro).

Mesmo depois da decisão do Supremo Tribunal e das vozes dissonantes no Parlamento ninguém acredita que o resultado do referendo possa voltar atrás. Ainda assim, a grande maioria das empresas portuguesas inquiridas considera que seria importante para os seus negócios que o Reino Unido permanecesse na União.

As empresas lamentam ainda a falta de clareza neste dossier — 83,33% considera que a falta de clareza afeta significativamente ou de alguma forma os seus negócios. Um ponto que é reconhecido pelo próprio ministro britânico das Finanças, Philip Hammond. “Os negócios gostam de segurança e esse é um dos desafios que enfrentamos nos próximos dois anos. Vamos enfrentar um nível sem precedentes de incerteza e esse é um dos fatores que levaram a que muitos comentadores vaticinassem que haverá um abrandamento do crescimento económico”, disse numa entrevista à televisão ITV.

E à derradeira questão “o seu negócio está preparado se, de facto, Reino Unido sair da União Europeia?”, 63,89% dizem não estar preparados ou não ter a certeza se estão. Ainda assim, uma melhoria face a março, quando a percentagem estava nos 75,47%.

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Fonte: Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido

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Visa: Novas regras ameaçam compras online

As propostas da Autoridade Bancária Europeia (EBA) podem pôr em causa o comércio eletrónico. O alerta é dado pela Visa que diz que mais de 61% dos consumidores poderão abandonar as compras online.

As novas regras europeias sobre o comércio eletrónico põem em causa a conveniência das compras online. O alerta é dado pela Visa, tendo em conta as propostas apresentadas pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) para a forma como irá implementar o chamado sistema de autenticação forte do cliente (SCA).

As novas regras incluem uma abordagem “one size fits all”, onde cada transação online acima de 10 euros irá exigir etapas adicionais no checkout, como a introdução de passwords, códigos ou o uso de um leitor de cartão.

Sérgio Botelho, country manager da Visa em Portugal, adianta em comunicado que “estas novas propostas ameaçam seriamente afetar a forma como todos realizamos compras online. Os planos trarão complicações e inconvenientes, incluindo mais transações declinadas e experiências de checkout mais longas e complicadas, com pouco ou nenhum benefício para os consumidores”.

“Apoiamos completamente fortes medidas de segurança. No entanto gerir pagamentos é sempre uma questão de encontrar o equilíbrio certo entre a segurança e a conveniência. A abordagem de one size fits all afasta este equilíbrio, tornando difícil para os consumidores fazer compras onde, quando e no dispositivo que quiserem. E isso vai irritar os consumidores e prejudicar o potencial das empresas para vender os seus bens e serviços”, refere aquele responsável.

Mas o que dizem em concreto as propostas da EBA?

Na prática significaria o fim dos express checkouts online, o que inclui os checkouts de um só clique, mesmo em lojas onde os consumidores fazem compras regularmente e o fim dos pagamentos rápidos e automáticos nas aplicações onde os cartões já estão associados. Uma medida que a Visa estima que afete metade dos consumidores europeus que fazem compras online. Uma pesquisa levada a cabo pela Visa junto de consumidores de cinco países europeus indica que quase dois terços (61%) abandonaria a compra se mais etapas forem adicionadas ao processo de checkout e de pagamento quando compram online.

Também as compras online fora da Europa seriam afetadas, na medida em que a proposta da EBA significa que os websites terão que seguir as novas regras europeias ou as compras serão automaticamente declinadas. Mais de 6 mil milhões em pagamentos podem ser impactados, representando dois terços de todas as transações europeus em sites internacionais. Dados da Visa mostram que 51% dos consumidores compram hoje online a retalhistas fora da União Europeia.

A somar a estes dados acrescem as longas filas e problemas no uso de cartões em locais como portagens e parques de estacionamento, onde a introdução do código PIN já não é necessária. Só em França esta medida afetaria mais de 500 milhões de viagens por ano.

As propostas de normas finais serão publicadas pela EBA a 12 de janeiro de 2017. Estas normas são uma resposta aos requisitos da Diretiva de Serviços de Pagamento (PSD2), que obriga a um sistema de autenticação forte do cliente para todos os pagamentos eletrónicos.

Para Sérgio Botelho não há nenhuma evidência de que estes inconvenientes “vai realmente reduzir a fraude. Temos hoje um sistema que funciona assente numa abordagem que chamamos de autenticação baseada no risco”. E adianta: “A fraude nos cartões Visa é extremamente baixa, de cerca de 0,05 por cada 100 euros gastos. E, de qualquer forma, os consumidores estão protegidos de perdas por fraude — todo o risco é assumido pelos comerciantes e bancos, que juntamente, com a Visa, já implementaram um conjunto de medidas de segurança para prevenir compras online fraudulentas”.

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Parceiros sociais discutem salário mínimo na quinta-feira

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Novembro 2016

Governo também vai apresentar a versão preliminar do Livro Verde das Relações Laborais.

Os parceiros sociais voltam à concertação social na quinta-feira, com o salário mínimo na agenda. O encontro que estava agendado para dia 10 foi cancelado e, entretanto, o Presidente da República recebeu as confederações patronais e sindicais para discutir a necessidade de um acordo que também inclua esta matéria.

O aumento do salário mínimo continua a gerar divergências entre parceiros. O programa do Governo aponta para 557 euros em 2017, o que implica uma subida de 27 euros face ao valor atual. Mas alguns patrões já defenderam que a remuneração mínima não deve ultrapassar os 540 euros no próximo ano. A UGT abre a porta a um valor abaixo dos 557 euros, porém, a CGTP entende que este tem de ser o montante base para a discussão, reivindicando uma subida para 600 euros.

Já esta semana, o PS assumiu o compromisso de aumentar o salário mínimo para 557 euros em janeiro, conforme noticiaram vários meios de comunicação social. “O que vale é o que o senhor primeiro-ministro disse”, avançou o líder parlamentar do PS, Carlos César. Antes, o Primeiro-ministro tinha indicado, no Twitter, que o programa do Governo será cumprido nesta matéria, reagindo assim a uma notícia do Expresso que punha em causa este objetivo.

Ainda antes da discussão em torno do salário mínimo, o Governo vai apresentar a versão preliminar do Livro Verde das Relações Laborais, um diagnóstico sobre o mercado de trabalho elaborado há dez anos que o Governo prometeu atualizar.

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Peso dos impostos sobe para 59% em Lisboa e Porto

Em 2015 a receita das câmaras cresceu 4%, totalizando 7,24 mil milhões. Impostos e taxas registaram um aumento de 38%. Mas Lisboa e Porto são campeões - o aumento foi 59%, revela o anuário financeiro

As câmaras estão mais equilibradas financeiramente e pagam com menos atrasos, revela o anuário financeiro Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.

O estudo mostra que as dívidas dos municípios portugueses eram, no final de 2015, de 5,78 mil milhões de euros, menos 450 milhões do que no ano anterior. O valor confirma a tendência descendente deste indicador que se verifica desde 2010, ano em que o passivo atingiu os 8,27 mil milhões de euros. As câmaras arrecadam mais receita e fazem menos despesa.

De 2014 para 2015, a receita total efetiva cresceu 4% (303,9 milhões de euros), totalizando 7,24 mil milhões. Um valor que resulta dos 3,08 mil milhões de transferências e um aumento de 38% dos impostos e taxas (876 milhões de euros, mais 160 do que em 2014).

De destacar que, em Lisboa e no Porto, a componente de impostos e taxas registou um aumento de 59% no peso das receitas: na capital para 418 milhões e na Invicta para 99 milhões de euros. Quer isto dizer que em Lisboa se pagaram 417,87 milhões de euros em impostos e taxas, enquanto no Porto esse valor cai para 99,5 milhões de euros.

Mas a campeã nos impostos e taxas é Cascais, com um aumento de 81,2% no peso das taxas e impostos no conjunto da receita, seguida de Loulé (67,7%), Portimão (64,9%) e Oeiras (62,9%).

O principal financiador das autarquias é o IMI com 1,53 mil milhões de euros, mais 66 milhões de euros do que no ano anterior. Lisboa é a câmara que mais receita obtém com o IMI — 115,9 milhões de euros em 2015 (um aumento de 4,1% face ao ano anterior) –, mas a taxa de variação mais significativa é a referente a Aveiro, com uma progressão de 38,08%, para 17,54 milhões. No extremo oposto está Alcácer do Sal, com uma variação negativa da taxa de impostos de 26,7%, um total de 1,42 milhões de euros arrecadados em 2015.

Já o IMT registou um aumento de 95 milhões de euros. Não graças ao Corvo, que tem a menor receita de IMT (16.367 euros). Mas a municípios como Lisboa (campeã da receita), Cascais ou Loulé.

O anuário revela ainda que, em 2015, 44 municípios reduziram o IMI e 121 reduziram o IMT.

O estudo académico, que conta com o apoio da Ordem dos Contabilistas, revela que, do lado da despesa, 2015 registou um decréscimo de 3,4%, essencialmente pela redução da aquisição de bens e serviços (menos 68 milhões de euros), despesas com o pessoal (menos 14 milhões de euros) e aquisições de bens de capital (menos 140 milhões).

A mudança de mentalidade e de disciplina financeira por parte das autarquias é notória com o facto de as despesas previstas e os compromissos do exercício por pagar estarem em queda consecutiva desde 2011.

Mourão (51,4%), Montijo (51,7%) e Barrancos (51,4%) são as três autarquias que apresentam o maior peso dos pagamentos da despesa com pessoal nas despesas totais. No extremo oposto estão Nazaré (12,9%), Alfândega da Fé (13,0%) e Alcanena (13,6%).

Autarquias pagam melhor

Em 2015 houve ainda uma evolução positiva no prazo médio de pagamentos. Havia, no final de 2015, 177 municípios a pagar a menos de 30 dias, ou seja, mais 39 câmaras do que um ano antes.

Assim, houve uma diminuição do número de municípios a pagar a prazos entre 30 e 90 dias (63 municípios), sendo que, entre aqueles que registam um prazo de pagamentos superior a 90 dias, observou-se uma ligeira diminuição, para 60. As câmaras que mais tempo demoram a a saldar as suas dívidas são Portimão (1.437 dias), Nazaré (1.275 dias) e Celorico da Beira (1.255 dias).

Sintra lidera o ranking dos mais equilibrados

O anuário publica um ranking dos municípios relativamente à sua posição financeira conjugando vários indicadores como índice de liquidez, resultado operacional, passivo, dívida, prazos de pagamento, impostos diretos por habitante. E essa hierarquização revela que Sintra, Porto e Vila Franca de Xira são, entre os municípios de maior dimensão (com mais de 100 mil habitantes), aqueles que têm o melhor desempenho financeiro.

Se a análise for feita entre as câmaras de dimensão média (entre 20 e 100 mil habitantes) os primeiros são Lagoa, Marinha Grande e Albufeira e nos de pequena dimensão (menos de 20 mil habitantes) o destaque vai para Santa Cruz das Flores, Murtosa e Castelo de Vide.

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S&P 500 supera os 2.200 pontos pela primeira vez

  • Leonor Rodrigues
  • 22 Novembro 2016

Os ganhos nas praças dos EUA continuam. Depois de ontem os principais índices de referência terem encerrado em máximos históricos, o S&P 500 e o Dow Jones abriram a sessão de hoje também em recorde.

Wall Street abriu mais uma sessão em alta. Os ganhos nas bolsas norte-americanas continuam depois de, na segunda-feira, os principais índices de referência terem fechado em máximos históricos.

O S&P 500 iniciou a sessão desta terça-feira a avançar 0,19% para os 2.202,86 pontos. É a primeira vez na história que este índice abre uma sessão acima dos 2.200 pontos. Também com ganhos em recorde abriu o Dow Jones. O índice industrial está a valorizar 0,18% e, pela primeira vez, iniciou a sessão acima dos 19.000 pontos. Já o Nasdaq encontra-se a avançar 0,29%.

Na segunda-feira, os três principais índices de referência norte-americanos fecharam em recordes históricos. S&P 500, Dow Jones e Nasdaq não atingiam máximos, em conjunto e na mesma sessão, desde 1999, mostrando que os investidores estão confiantes em relação às promessas do futuro presidente dos EUA, Donald Trump, para animar a maior economia do mundo.

“O mercado está muito mais seguro de si próprio”, afirma Heinz-Gerd Sonnenschein do Deutsche Postbank AG à Bloomberg, que prevê que o índice S&P 500 valorize mais de 9% até ao final do próximo ano. “Podemos começar a incorporar nas nossas propostas a melhoria desta perspetiva: há sinais fortes de que a economia dos EUA está robusta e que isso vai ser positivo para os resultados empresariais“, acrescenta.

No mesmo dia, os investidores também se mostraram otimistas quanto ao acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em reduzir a produção da matéria-prima, que valorizou quase 4%, encontrando-se atualmente perto dos 50 dólares por barril, de acordo com a meta da OPEP.

Texto editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

 

 

 

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Bruxelas: Pagamentos antecipados ao FMI põem o risco do lado da UE

  • Marta Santos Silva
  • 22 Novembro 2016

A crítica veio num relatório de avaliação ao programa de ajustamento: os reembolsos antecipados ao FMI são sintomáticos de uma violação dos princípios do G20 que põe a UE em risco.

Portugal desembolsou hoje dois mil milhões de euros para pagar antecipadamente ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pelos empréstimos concedidos durante o programa de ajustamento, mas há pelo menos um grupo que não vai ficar satisfeito com isso. Um relatório publicado esta segunda-feira pela Comissão Europeia, no qual se avaliam as estratégias e os resultados do programa de ajustamento, incluía uma rígida crítica aos juros mais altos praticados pelo FMI que incentivam estes pagamentos antecipados.

O relatório, redigido por economistas da Comissão Europeia, assinalava que os pagamentos antecipados ao FMI, desfavorecendo assim os dois outros membros da troika de credores — a própria Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) –, são sintomas de uma violação de um dos princípios do G20 e fazem recair cada vez mais riscos sobre a União Europeia.

“Os empréstimos do FMI ainda incluem margens de taxa de juro que tornam os empréstimos do FMI mais caros do que o financiamento nos mercados, desproporcionalmente num ambiente de baixos juros”, lê-se no relatório Ex Post Evaluation of the Economic Adjustment Programme.

"Deixando cair a chamada cláusula pari passu, a União Europeia sustenta gradualmente mais riscos.”

Ex Post Evaluation of the Economic Adjustment Programme

Grupo de economistas da Comissão Europeia

Os economistas da Comissão Europeia sublinham que existe uma cláusula nos princípios do G20 para a cooperação entre o FMI e os programas de financiamento regionais que deveria garantir que “as condições de empréstimo devem ser o mais consistentes possível, para prevenir a arbitragem”. Algo que, segundo o relatório, não se verifica já que as taxas de juro cobradas pelo FMI são mais altas, incentivando assim os reembolsos antecipados como os que Portugal tem realizado.

“Deixando cair a chamada cláusula pari passu, a União Europeia sustenta gradualmente mais riscos”, acrescenta a avaliação.

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Like & Dislike: o banquete da dívida

Da próxima vez que for multado não vale a pena ficar aborrecido; pense que está a ajudar a Carris.

Estávamos em maio de 2012. Jorge Coelho era presidente executivo do Mota-Engil e resolveu lançar o repto: “Se o atual governo conseguir que, de forma clara, no fim deste ano, o setor dos transportes tenha resultados de exploração positivos, sou o primeiro subscritor para fazer uma estátua a quem conseguir tal coisa, porque é um problema gravíssimo que o país tem”.

A estátua de Passos Coelho

Na altura, a dívida total das empresas públicas do setor dos transportes totalizava 16.800 milhões de euros. No final desse ano, o então secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, veio dar a boa nova: “é altura de erguer a estátua a Passos Coelho”, já que as empresas públicas de transporte alcançaram um resultado operacional positivo.

Este resultado aconteceu por imposição da troika. As empresas foram restruturadas, a dívida entrou no perímetro das administrações públicas, os custos foram cortados, o Governo impôs um limite ao crescimento da dívida e as empresas lá conseguiram o tal EBITDA positivo.

Depois da Câmara de bandeja, a Carris numa bandeja

Quatro anos volvidos, o governo de António Costa rasgou o contrato de subconcessão das empresas em Lisboa (Metro e Carris) ao grupo espanhol Avanza, e resolveu entregar a Carris, de bandeja, à Câmara de Lisboa. Fernando Medina, que já tinha recebido de bandeja a própria Câmara, agradeceu.

Fernando Medina, em ano de autárquicas, já veio anunciar um reforço de 250 novos autocarros nos próximos três anos para a cidade, num investimento de 60 milhões de euros, a diminuição em 40% das emissões poluentes, a contratação de 220 motoristas e a criação de 21 novas linhas.

Onde é que há dinheiro para isto tudo?

A pergunta é pertinente e as contas são do deputado comunista João Ferreira: “a Câmara havia já difundido amplamente que inscrevera no Orçamento para 2017 uma rubrica de 15 milhões de euros, tendo em vista a passagem da Carris para a sua responsabilidade. Para termos uma noção de escala, refira-se que os custos de exploração da empresa em 2014 (último ano com contas disponíveis) foram superiores a 100 milhões de euros.”

Como não há maneira de as contas bateram certo, o vereador da Câmara pergunta: “quem vai pagar?”.

A estratégia de Fernando Medina: custe o que custar

Mas o presidente da Câmara de Lisboa já tinha a resposta preparada. A diferença entre os 15 e os 100 milhões de euros vai ser paga com receitas do estacionamento de Lisboa, as receitas das multas e as receitas do imposto de circulação. Da próxima vez que for multado não vale a pena ficar aborrecido; pense que está a ajudar a Carris.

Só que Medina vai ainda mais longe: “alocaremos as receitas que forem necessárias para desenvolvermos a nossa estratégia para o transporte público da cidade, sempre com um pressuposto: as empresas não voltarão às dívidas históricas do passado, mas as empresas também não voltarão à situação crónica de subfinanciamento que fez deteriorar a situação”.

Ainda está para se perceber como é que com uma lógica de gestão do custe o que custar e do “alocaremos as receitas que forem necessárias” vai produzir resultados sustentáveis.

Transportar pessoas ou produzir EBITDA?

Fernando Medina não recebeu só a Câmara e a Carris de bandeja, como ainda a recebeu sem um cêntimo de dívida. O endividamento de 700 milhões fica no Estado e António Costa ainda diz que: “o Estado não faz nenhum favor, porque mantém-se responsável pelo que já é responsável, que é a dívida que criou”. E pronto, num estalar de dedos resolveu-se o problema crónico da dívida da Carris: desapareceu. Esfumou-se.

O primeiro-ministro diz que a “municipalização” da empresa só não aconteceu antes por “fanatismo ideológico” e fez ainda questão de clarificar qual é o papel da Carris: “Antes, tinha de produzir EBITDAS, e não transportar pessoas. Mas a função primeira é de ser uma empresa para servir as pessoas”.

Uma empresa pública pode e deve ter resultados positivos. E não é “fanatismo ideológico”. É sensibilidade social. Para que o Estado tenha dinheiro para dar descontos nos passes sociais aos idosos ou para permitir que as crianças até aos 12 anos possam viajar na Carris sem pagar, é necessário que o Estado tenha esse dinheiro. E não pode ter políticas sociais a crédito, ou seja, exclusivamente financiadas à custa da dívida.

Dívida pública atinge novo recorde

Ontem, o Banco de Portugal anunciou que a dívida pública portuguesa bateu um novo recorde: em setembro escalou para 133,1% do PIB, o valor mais alto desde o início da série compilada pelo banco central. No meio desses 244,4 mil milhões de euros estão algures perdidos os 700 milhões da Carris.

Quando o Banco de Portugal divulgou este dados, que nos colocam na linha da frente para um novo resgate caso haja uma nova turbulência nos mercados, muitos ter-se-ão lembrado da forma como este país foi gerido nas últimas décadas; sempre com esta lógica do “alocaremos as receitas que forem necessárias” e a do “objetivo das empresas públicas não é produzir EBITDA”. O resultado foi uma dívida monumental. Esta lógica merece um Dislike. Em vez de uma estátua a Passos Coelho, ergam uma estátua à divida.

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O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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Governo adiou injeção na Caixa para registar todas as imparidades em 2016

  • Margarida Peixoto
  • 22 Novembro 2016

Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado do Tesouro, explica que primeiro o Governo quer fazer o apuramento completo das imparidades e registá-las nas contas de 2016.

O Governo quis adiar a injeção de capitais públicos na Caixa Geral de Depósitos para primeiro terminar o apuramento das imparidades e registá-las nas contas de 2016, garantiu Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado do Tesouro e Finanças, esta terça-feira. O governante frisou ainda que “todas as instituições estão informadas deste processo”.

No final da semana passada, o ministro das Finanças, Mário Centeno, revelou que a injeção de capital público na Caixa já não vai ser feita até ao final deste ano, deslizando para 2017. Um dos motivos para esse adiamento poderia ser o risco de impactos no défice orçamental deste ano, mas Mourinho Félix avança outras razões.

"Considerou-se que seria mais adequado fazer o apuramento das imparidades primeiro e deixar deslizar a injeção de capital se fosse preciso.”

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado do Tesouro e Finanças

“Considerou-se que seria mais adequado fazer o apuramento das imparidades primeiro e deixar deslizar a injeção de capital se fosse preciso”, explicou Mourinho Félix. Além disso, aproxima-se o final do ano, uma altura em que a liquidez dos mercados habitualmente é menor, somou. Assim, primeiro as imparidades serão incluídas nas “contas de 2016, que serão apresentadas em 2017” e só depois disso será emitido o prospeto, esclareceu.

Mourinho Félix garantiu que esta decisão foi tomada com o conhecimento da Comissão Europeia, que já tinha dado um aval prévio à operação e decidido que não deverá ser considerada um ajuda de Estado. “Todas as instituições estão informadas deste processo; mantemos contactos muito próximos”, assegurou.

Sobre a polémica da apresentação das declarações de rendimentos por parte da administração da Caixa, Mourinho Félix disse apenas que já fez “declarações muito claras sobre o assunto” e recusou que o seu lugar possa estar em risco: “Não! Por amor de Deus!”

E sobre outras potenciais soluções para a Caixa, o Governante desvalorizou. Um relatório de um grupo de economistas da Comissão Europeia, publicado esta segunda-feira, sublinha que se as autoridades portuguesas tivessem dado passos concretos para a privatização da Caixa, poderiam ter sido evitados custos para as contas públicas.

Na reação à notícia, Mourinho Félix confirmou que quando o Governo iniciou as discussões com Bruxelas sobre o dossier Caixa “a privatização era o cenário que entendiam como central”, porque essa era a ideia do Executivo liderado de Passos Coelho, garantiu. Contudo, o atual Governo sempre procurou uma solução “100% pública” para o banco.

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Governo faz reembolso de dois mil milhões ao FMI

O Governo avançou esta terça-feira com um reembolso antecipado ao FMI. Ricardo Mourinho Félix afirmou que essa operação representa 10% do total do montante em dívida.

O Governo fez esta manhã mais um reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Abateu dois mil milhões de euros ao valor em dívida ao Fundo, o equivalente a mais de 10% do montante total devido (que ultrapassa os 18,8 mil milhões de euros). Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado do Tesouro e Finanças, explicou que esta operação permitirá poupar cerca de 80 milhões de euros em juros.

“Não tem qualquer sentido acompanhar a evolução da dívida numa base mensal”, disse o secretário de Estado, em declarações aos jornalistas, à margem da conferência anual da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC). “Agora teremos uma redução da dívida pública. É mais útil acompanhar a evolução ano a ano”, referiu.

Os últimos dados do Banco de Portugal mostram que o endividamento das administrações públicas entre janeiro e setembro foi mais baixo do que no período homólogo, mas isso não foi suficiente para evitar que a dívida pública totalizasse 133,1% do PIB em setembro, o valor mais alto de sempre.

A operação anunciada hoje vem melhorar estes números. “O valor deste pagamento totaliza cerca de 2.068 milhões de euros e foi realizado em duas tranches, com data-valor de 21 e 22 de novembro, representando 11% do empréstimo remanescente do FMI a Portugal (equivalente a cerca de 18.853 milhões de euros)”, detalha o Ministério das Finanças, em comunicado enviado às redações.

Até à data, e segundo o Ministério das Finanças, Portugal amortizou antecipadamente 42,6% do empréstimo total inicial do FMI, concedido em 2011, de 29 mil milhões de euros.

“Os reembolsos agora antecipados correspondem às amortizações de capital que originalmente eram devidas entre setembro de 2018 e fevereiro de 2019, permitindo reduzir as necessidades de financiamento da República Portuguesa nesses anos”, refere o gabinete de Mário Centeno.

Contas feitas, o país poupou 41 milhões de euros em juros com estes pagamentos antecipados. “Para este cálculo, assumiu-se a comparação entre o custo médio de financiamento observado este ano e o custo implícito nas tranches agora pagas”, acrescenta o comunicado.

Já considerando as taxas de juro atuais, que rondam os 4%, a poupança com o pagamento antecipado destas duas tranches seria de 80 milhões de euros, calcula Ricardo Mourinho Félix.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h06, com comunicado do Ministério das Finanças e declarações de Ricardo Mourinho Félix)

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