Procura mundial de ouro cai 10% no terceiro trimestre

A subida da cotação do ouro é um dos principais fatores a ditar a quebra da procura do "metal amarelo" a nível mundial, em especial por parte da Índia.

O apetite pela posse de ouro esmoreceu. O último relatório do World Gold Council revela que no período entre o início de julho e o final de setembro, a procura de ouro a nível global baixou 10%, para se fixar em 992,8 toneladas. Este valor compara com uma procura total de 1.104,8 toneladas verificada em igual período do ano passado.

O World Gold Council atribui a responsabilidade por este recuo aos elevados níveis de preços da matéria-prima. Ao longo do terceiro trimestre deste ano, o preço do “metal amarelo” andou em torno dos 1.300 dólares por onça. Ou seja, em níveis máximos de 2014. Uma subida que surge no seguimento do aumento dos receios relacionados com o Brexit, mas também em relação às eleições presidenciais norte-americanas. Atualmente a cotação do ouro está nos 1.284 dólares, 11% acima do valor registado no início deste ano.

Ouro valoriza em 2016 mas perde brilho na última semana

Fonta: Bloomberg (Valores em dólares)

A quebra na procura resulta tanto do menor consumo da matéria-prima, como também do forte desinvestimento da parte dos bancos centrais mundiais no metal amarelo. As autoridades monetárias foram responsáveis pela aquisição de “apenas” 82 toneladas de ouro no último trimestre, um montante muito abaixo das 268 toneladas de metal adquiridas no mesmo período de 2015.

As aquisições dos bancos centrais nos nove primeiros meses do ano estiveram mesmo ao nível mais baixo desde 2010. Mas é possível que este cenário mude no futuro. De acordo com uma sondagem do World Gold Council, apenas um em dez bancos centrais revelou planos para reduzir as reservas nos próximos três anos. Já um terço não prevê qualquer alteração nas reservas enquanto 56% antecipa um crescimento nas reservas.

Apesar da quebra na procura, do lado da oferta do mercado registou-se um aumento perante o crescimento de 30% da reciclagem do metal amarelo que ajudou a ofuscar a quebra na produção mineira.

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Afinal, a Farfetch não quer entrar em bolsa

José Neves disse esta tarde no Web Summit, em Lisboa, que a Farfetch não está em contacto com bancos para entrar em bolsa.

A notícia foi avançada na última sexta-feira, pela Bloomberg. A empresa fundada por um português e único unicórnio nacional estaria em conversações com bancos internacionais para avançar com o IPO e a entrada na bolsa de Nova Iorque, já em 2017.

A notícia foi desmentida esta tarde por José Neves, CEO da Farfetch, em pleno palco principal do Web Summit, em Lisboa. “Não estamos em reuniões com bancos nem estamos à procura de entrar em bolsa. Não sei que fontes confirmaram à Bloomberg esta informação mas está errada“, disse o português.

José Neves era um dos participantes no painel sobre Tech, que abriu a primeira tarde de Web Summit no palco principal da conferência.

Ao ECO, em entrevista prévia à divulgação da notícia pela Bloomberg, José Neves disse ainda não ter “previsões de uma data para entrar na bolsa. Sabemos que vai acontecer nos próximos anos e estamos a preparar-nos”.

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Levantamentos nas caixas multibanco sem cartão a partir de 2017

  • Lusa
  • 8 Novembro 2016

A gestora da rede de Multibanco vai lançar, no próximo ano, uma "revolução" na forma como se levanta dinheiro nas caixas automáticas. O cartão deixa de ser preciso.

Os cartões multibanco podem ter os dias contados, já que a partir do primeiro trimestre de 2017 será possível levantar dinheiro nas caixas automáticas sem cartão, uma “revolução” para ir ao encontro da “nova geração da economia digital”.

Em declarações à Lusa, a diretora de marca da SIBS, Maria Antónia Saldanha, explicou que para usufruir desta funcionalidade será necessário descarregar a aplicação MB WAY, associar um cartão multibanco, selecionar a tecla de levantamento e colocar o pin de segurança. É depois gerado um código de 12 dígitos que será utilizado para o levantamento de dinheiro numa das 12.500 caixas multibanco existentes no país.

A partir do primeiro trimestre de 2017 vamos ter o serviço disponível em qualquer multibanco”, disse a responsável da entidade que gere a rede multibanco, considerando a nova funcionalidade “muito simples”.

A ideia dos levantamentos sem cartão já estava pensada há muito tempo na SIBS, mas acabou por ser implementada primeiro na Polónia, em 2015, porque o mercado ditava essa necessidade.

Em Portugal ainda não se tinha sentido uma real necessidade do serviço porque os portugueses estão acostumados a ter um multibanco em cada esquina e andam sempre com o cartão. Agora que os portugueses puseram multibanco no telemóvel é óbvio que querem continuar a fazer levantamentos, mas já sem cartão”, explicou.

Depois do MB Net, que permite fazer compras ‘online‘, a SIBS considera que esta é “mais uma revolução” que vai ao encontro daquilo que é “a nova geração da economia digital”, até porque os portugueses “adoram e adotam muito rapidamente” as novas tecnologias.

“Como estamos continuamente a introduzir novos serviços no multibanco, os portugueses já estão acostumados a fazer coisas que não fazem em mais lado nenhum do mundo, como por exemplo tirar licenças de caça ou de pesca no multibanco”, exemplificou.

Durante a Web Summit, a decorrer em Lisboa até quinta-feira, a SIBS lançou a rede ATM Express, o “irmão” do multibanco, de cor laranja e destinado aos cidadãos estrangeiros.

“Um estrangeiro que se dirija a um multibanco tem uma série de operações que não precisa. Simplificámos o serviço que ele quer mais, que é levantar dinheiro. Nem lhe pergunto se quer fazer um levantamento. Só lhe pergunto quanto quer levantar”, explicou, estimando que até ao final do ano sejam instaladas 25 destas máquinas.

A Web Summit é uma conferência global de tecnologia, inovação e empreendedorismo que decorrerá até quinta-feira, onde são aguardados mais de 50.000 participantes, de mais de 165 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores.

Entre os oradores, estarão os fundadores e presidentes executivos das maiores empresas de tecnologia, bem como importantes personalidades das áreas de desporto, moda e música.

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A Line não está na internet. Quer ser ‘a internet’

O responsável pela maior oferta pública inicial do ano, no valor de mais de mil milhões de dólares, esteve em Lisboa para falar da Line, uma aplicação de mensagens que quer ser o "portal da internet".

Da última vez que apresentou resultados, o Twitter tinha uma média de 317 milhões de utilizadores mensais. Conhece a Line? Da última vez que apresentou resultados, tinha 220 milhões de contas ativas por mês. São aplicações muito diferentes, mas a comparação dos números permite ter uma ideia de dimensão. E se a isso juntarmos uma outra aplicação chamada WeChat? Os dados mais recentes apontavam para mais de 800 milhões de contas ativas por mês

Como é, então, possível que aplicações desta dimensão passem assim tão despercebidas? A resposta está no público ao qual se dirigem: pessoas de países asiáticos, como China e Japão. De certa forma, são dois dos aplicativos que se usam lá, semelhantes ao WhatsApp e Facebook Messenger que usamos cá. O WeChat é, de longe, o maior. Mas tal como a Line, que se fez representar nesta edição do Web Summit, ambos têm um posicionamento em comum: querem ser a única aplicação que precisa de instalar no seu telemóvel.

É tudo uma questão de cultura. No ocidente, habituámo-nos a usar o YouTube para ver vídeos, a Uber para viajar e o Facebook para nos mantermos ligados a amigos e família. Na China, por exemplo, usa-se o WeChat — e chega. Permite conversar, fazer chamadas, enviar mensagens de voz, pedir um táxi ou mesmo encomendar uma piza. Não está na internet: ele próprio é a internet.

Então, afinal, onde é que entra a Line? Em Lisboa. Mais propriamente no Meo Arena, onde o presidente executivo, Takeshi Idezawa, falou um pouco daquilo que é a empresa responsável pela maior oferta pública inicial (IPO) do ano. Foram 1,1 mil milhões de dólares, ou cerca de 994 milhões de euros, numa dupla entrada em bolsa em Tóquio e Nova Iorque, em meados de julho. Atualmente, as ações da empresa valem 38,64 dólares nesta última, com uma capitalização bolsista avaliada em 8,38 mil milhões de dólares, ou 7,6 mil milhões de euros.

line

Line quer ser o “portal da internet”

Em Lisboa, Takeshi Idezawa, apoiado por uma tradutora, considera que “a Line vá substituir o Android ou o iOS”, mas explicou que a ideia é que a aplicação se torne no “portal da internet”. Justificou o plano com o argumento de que “as gerações de hoje já não fazem telefonemas nem enviam e-mails”. Os millenials preferem as mensagens de texto e é aqui que entram os chat bots.

Os chat bots são programas informáticos capazes de manter conversas com pessoas reais. E engane-se quem pensa que são uma novidade. Já andam por aí há alguns anos e até mesmo o Messenger, do Facebook, já se rendeu a eles. Na Line, jornais de referência como The Wall Street Journal ou cadeias de televisão como a CNN já os usam para distribuírem notícias. Precisamente na Line.

Há mais aplicações práticas. Takeshi Idezawa explicou como, na Ásia, já são usados como plataforma para consultas médicas. É por isso que o presidente executivo os vê como o principal motor de crescimento e, “mais especificamente, a inteligência artificial” em geral. “Em termos de chat bots, penso que somos líderes em todo o mundo”, garantiu. Na Line, são já “7000 chat bots” e cerca de “300 empresas” a usá-los como estratégia para chegarem mais perto dos potenciais clientes.

“Talvez nos Estados Unidos, [os chat bots] sejam vistos como gadgets e as pessoas pensam se são ou não úteis”, assumiu. No entanto, na Ásia, são vistos como ferramentas com grande utilidade, indicou Takeshi Idezawa. Contudo, também os há no WeChat, o seu principal concorrente. Por isso, a Line já está a traçar um plano de diferenciação: “A chave para a expansão é a localização [proximidade]. É o que nos faz diferentes dos concorrentes. Respeitamos o WeChat, mas acreditamos que está só focado na China. O Line quer ser mais abrangente”, contou.

Terminou, explicando que os anúncios publicitários são ainda uma “grande fonte de receita” e que a empresa esteve “recentemente à procura de oportunidades para investir na Europa”, escolhendo investir na Snow, uma aplicação “parecida com o Snapchat”. Para já, o foco principal continuará a ser em quatro países asiáticos, mas o certo é que a Line começa a conquistar cada vez mais fãs. Muitos deles na Europa e nos Estados Unidos.

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Eleições deixam Wall Street em ‘stand by’

Enquanto os eleitores decidem os próximo Presidente norte-americano, investidores vão aguardando por resultados mais concretos quanto ao próximo inquilino da Casa Branca.

Depois da melhor sessão em oito meses, Wall Street abriu esta terça-feira com os investidores bastante expectantes quanto ao que pode vir a desenrolar ao longo de todo o dia. Hoje fica decidido quem será o próximo Presidente dos EUA. Apesar da vantagem de Clinton nas sondagens, o resultado final continua incerto perante um Trump que tem resistido desde as primárias do lado republicano.

Assim, o S&P 500, o índice de referência mundial, desvalorizava 0,27% para 2.125,56 pontos, num movimento de ligeira correção após a melhor sessão em oito meses alcançada esta segunda-feira. Também o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq perdiam 0,2% e 0,22%, respetivamente.

“Depois de uma forte valorização na sessão de ontem, parece que há alguma tomada de mais-valias no arranque da sessão”, referiu Benno Galliker, da Luzerner Kantonalbank, à Bloomberg. “Mas o mercado está de facto em espera, aguardando pelo resultado das eleições. Toda a gente está a preparar-se para o dia seguinte. Se Trump vencer, teremos uma onda vendedora nos mercados”, acrescentou.

"Depois de uma forte valorização na sessão de ontem, parece que há alguma tomada de mais-valias no arranque da sessão. Mas o mercado está de facto em espera, aguardando pelo resultado das eleições. Toda a gente está a preparar-se para o dia seguinte. Se Trump vencer, teremos uma onda vendedora nos mercados.”

Benno Galliker

Luzerner Kantonalbank

Os últimos dias de campanha foram marcados pela “intromissão” do FBI no cenário político, depois de ter anunciado há pouco mais de uma semana a reabertura da investigação ao caso dos emails de Hillary Clinton, uma situação que veio impulsionar Donald Trump nas sondagens. Entretanto, no fim de semana, o mesmo FBI concluiu que não viu indícios de crime no comportamento da candidata democrata, permitindo que se descolasse um pouco mais do opositor republicano.

As casas de apostas indicam uma probabilidade de 80% de Clinton ocupar a Casa Branca nos próximos quatro anos.

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A parte mais difícil de conseguir investimento? É, mais ou menos, tudo

Quem já angariou milhões em investimento deixa os seus conselhos a quem ainda não conseguiu fazê-lo.

Quando se está à procura de investimento, qual é a parte mais difícil? Quem já angariou milhões e milhões de dólares diz que é… tudo. E que conselhos deixam a quem ainda está à procura de investimento?

Holly Liu, fundadora da Kabam (empresa que desenvolve jogos mobile para marcas como a Marvel ou o Star Wars, e que já angariou 244 milhões de dólares de nove investidores diferentes), Anoushesh Ansari, chairwoman da Prodea Systems, e Adam Sager, fundador da Canary, uma plataforma de vídeos, estiveram no Web Summit para falar das suas experiências e deixar conselhos a quem os quisesse ouvir.

Aqui ficam os principais.

  1. Angariem o máximo de capital que conseguirem, quando conseguirem, mesmo que não precisem logo dele. Quando precisarem, não vão conseguir. E não sejam gananciosos ao não querer abdicar de participações nas vossas empresas, ou perderão oportunidades. No fundo, quando os tempos estiverem bons, tratem-nos como se estivessem maus.
  2. Os investidores são… umas bestas. Não têm tempo e não querem saber de vocês. Não se importem com isso e não tenham medo de falar com ninguém. Peçam cinco minutos do tempo deles. E, quando a resposta for “não” 90% das vezes, não desistam.
  3. Os investidores estão a pedir muito mais dados do que antes. Se o negócio está a correr bem, não digam apenas que está a correr bem. Estejam preparados para prová-lo.
  4. Para crescer, precisam de capital. E isso, às vezes, está fora das vossas mãos e significa correr muitos riscos.
  5. Encontrem os investidores certos, que queiram não só receber retorno, mas crescer convosco.
  6. Em cada ronda, vão ter de provar coisas diferentes. Numa ronda C, terão de mostrar que têm um grupo de pessoas em quem confiam e que são capazes de levar o negócio mais longe. Numa ronda A, o mais importante é provar que há um mercado que precisa do vosso produto.
  7. Sejam tão agressivos quanto possível. Se não têm investidores, têm de descobri-los — quem são e onde estão. Se têm acesso a capital da China ou da Europa, usem-no.
  8. Comecem por ter uma equipa. E não tentem fazer tudo. O maior problema de uma startup é a falta de foco. No início, o mais importante é ter um protótipo para uma base de consumidores, para mostrarem que o produto é possível e tem saída.
  9. Hoje, é muito fácil construir software. E os investidores esperam que o produto já esteja construído antes de serem abordados. É preciso provar que conseguimos construir o que dizemos que vamos construir. Invistam o vosso tempo a fazer isso.
  10. Levem um wingman ou wingwoman. Ter ao lado uma pessoa que já conhece o investidor é sempre uma vantagem.

 

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Quebra nas empresas trava crédito à economia

O crédito às empresas recuou 9% nos primeiros nove meses do ano, para níveis historicamente baixos, mostram dados do Banco de Portugal.

Contrariando aquele que é o objetivo do Banco Central Europeu, os níveis de concessão de novos crédito às empresas continuam a cair. Dados disponibilizados hoje pelo Banco de Portugal, indicam que nos primeiros nove meses deste ano, os bancos portugueses emprestaram um total de 22.217 milhões de euros ao setor empresarial. Trata-se do montante mais baixo, em termos homólogos, face ao histórico disponibilizado pela entidade liderada por Carlos Costa que remonta ao início de 2003.

O novo crédito às empresas caiu 9%, face aos 24.533 milhões de euros concedidos no período homólogo do ano passado, com a quebra a ser transversal aos diferentes segmentos de empresas. Nos nove primeiros meses de 2016, as pequenas e médias empresas financiaram-se em 13,1 mil milhões de euros junto da banca, enquanto as empresas de maior dimensão foram buscar 9,2 mil milhões de euros. Menos 5% e 14%, respetivamente, face ao período homólogo.

Em termos agregados, 2016 trata-se do terceiro ano consecutivo em que os bancos concedem menos financiamento às empresas, com este segmento a ser o principal responsável pela redução do crédito à economia portuguesa nesse período, já que do lado das famílias a tendência é de subida. Em termos agregados, este ano, os bancos concederam às empresas e às famílias, um total de 30,7 mil milhões de euros. Este valor fica 1,43% aquém face aos 31,1 milhões de euros de financiamento prestados em igual período do ano passado, e é o mais baixo, tendo em conta o histórico do Banco de Portugal que se inicia em janeiro de 2013.

Os especialistas encontram no aumento da perceção do risco relativamente à dívida portuguesa e também na quebra no investimento, grande parte da justificação para a diminuição dos níveis de concessão de financiamento às empresas registado este ano.

Na prática, isto significa que a política expansionista levada a cabo pela entidade liderada por Mario Draghi, que tem como uma das suas principais bandeiras o nível historicamente reduzido de juros, não está a ter o efeito desejado na promoção do crescimento da atividade económica do país pela via do crédito às empresas.

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Web Summit: Sinónimo de caos no metro

O Web Summit atrai mais de 50 mil pessoas. E também o caos para o metro de Lisboa. Apesar do reforço prometido pela Câmara de Lisboa, há quem não consiga entrar nas carruagens.

O Web Summit em Lisboa está a atrair mais de 50 mil pessoas. Mas não está fácil chegar ao Parque das Nações. Apesar de todas as garantias dadas pela Câmara de Lisboa de que tudo estaria preparado para receber os participantes, incluindo os transportes, há quem não consiga entrar no metro.

Fernando Medina garantiu ao Jornal de Negócios que Lisboa “tem sido capaz de acolher grandes eventos e a movimentação de centenas de milhares de pessoas e a cidade está preparada para isto. A cidade funciona”. Mas não é isso que se vê hoje no metro de Lisboa. E isto é visível no vídeo publicado pela rádio Renascença, onde muitas pessoas ficaram de fora na estação da Alameda.

Apesar do reforço feito para receber o evento de tecnologia, com o metro a circular durante toda a noite e com seis carruagens, há quem não consiga sequer entrar nas carruagens. Na manhã de hoje, “muita gente ficava nas plataformas porque não conseguiam entrar nas carruagens”, diz uma das participantes no Web Summit ao ECO. Além disso, “as carruagens estão paradas mais tempo do que o normal”, nota. O Twitter foi inundado com fotos dos vários participantes que tentam chegar ao evento através do metro.

O ECO contactou o Metro de Lisboa. A empresa disse num comunicado enviado às redações que vai encerrar a estação de Arroios a partir de hoje, às 16h00, de maneira a garantir a segurança e aumentar a capacidade de transporte. “Com base na análise dos movimentos detetados durante o primeiro dia do Web Summit e previsíveis para os restantes dias, com o objetivo de garantir a segurança e maior capacidade de transporte de passageiros no âmbito do evento, a estação de Arroios ficará encerrada a partir das 16 horas do dia de hoje, permitindo assim a utilização de seis carruagens na linha verde”, explica o Metro de Lisboa. E acrescenta que a “estação será reaberta logo que o Metropolitano de Lisboa considere que estejam reunidas as condições normais de procura”, após o evento.

Durante o encerramento da estação de Arroios, para além das carreiras habituais, a Carris reforçará o seu serviço, prolongando a carreira 797 da Praça do Chile à Alameda. No início deste mês, o metro disse que a rede de transportes “estaria preparada para acolher o grande volume de participantes esperados” e que, para isso, teria “equipas especializadas no aeroporto e na estação de metro do Oriente para prestar informações úteis sobre a melhor forma de os participantes de movimentarem em Lisboa”.

Uber ou Táxi?

Num dia em que todos tentam chegar ao Parque das Nações, há várias opções. Uma delas é a Uber. Abrindo a aplicação é possível ver que há vários carros na zona do Web Summit. O tempo de espera não é muito diferente do habitual, nem as tarifas sofrem grandes alterações. E ao que parece está a ser a escolha de quem não consegue apanhar um táxi.

Participantes disseram ao ECO que chamaram um táxi e que receberam a informação de que haveria 20 pedidos à frente. Depois de estarem meia hora à espera, voltaram a ligar para a central mas já não atenderam. O Uber foi a opção escolhida neste caso. Florêncio de Almeida, presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros, diz que não tem conhecimento de que haja problemas a nível dos táxis.

(Notícia atualizada às 15h45 com as declarações do Metropolitano de Lisboa e da ANTRAL.)

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Bancos britânicos têm mais dois anos para reforçar capital

Foi alargado o prazo até 2022 para os bancos no Reino Unido reforçarem a sua posição financeira de modo a proteger os contribuintes de uma eventual falência das instituições.

Os bancos no Reino Unido vão ter mais dois anos do que o previsto para atingir os níveis de de capital exigidos pelo Banco de Inglaterra (BoE). Em causa estão as novas regras de controlo que o supervisor pretende implementar junto dos grandes bancos para evitar que sejam novamente os contribuintes britânicos a resgatar as instituições, tal como aconteceu após a crise financeira de 2008.

Deste modo, os bancos britânicos terão de levantar nos mercados um montante de cerca de 22,44 mil milhões de euros (20 mil milhões de libras) até 1 de janeiro de 2022, dois anos mais tarde do que o previsto inicialmente pelo BoE.

O reforço de capital do sistema financeiro faz parte de um esforço das autoridades de supervisão para evitar resgates públicos aos bancos, como sucedera após a crise financeira de 2008, quando o Governo britânico foi obrigado a entrar no capital do Lloyds e Royal Bank of Scotland para evitar o seu colapso.

“Esta política é um marco significativo na nossa jornada para acabar com bancos demasiado grandes para falir no Reino Unido”, declarou o governador canadiano do BoE, Mark Carney, num comunicado divulgado esta terça-feira.

"Esta política é um marco significativo na nossa jornada para acabar com bancos demasiado grandes para falir no Reino Unido.”

Mark Carney

Governador do Banco de Inglaterra

De acordo com as novas diretivas europeias, o supervisor bancário britânico estabeleceu requisitos mínimos de fundos próprios e créditos elegíveis para assegurar que os bancos e outras instituições financeiras apresentem recursos suficientes para suportar uma resolução ordeira sem necessidade de uma intervenção pública ou que evite um evento disruptivo no sistema financeiro.

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Novo crédito à habitação cresce 50% em 2016

Nos nove primeiros meses deste ano, os bancos concederam mais de quatro mil milhões de euros em novo crédito à habitação.

O ano de 2016 está a ser marcado pela recuperação do crédito para a compra de casa, para níveis anteriores à crise financeira. Dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal indicam que nos nove primeiros meses do ano os bancos concederam mais de quatro mil milhões de euros em novos empréstimos para a aquisição de habitação. É o nível mais elevado dos últimos seis anos.

A maior disponibilidade dos bancos para financiar este tipo de operações, cuja face mais visível é a redução dos ‘spreads’ aplicados, sustenta um crescimento de 51% no montante total do novo crédito à habitação concedido no acumulado do ano, ascendendo a um total de 4.173 milhões de euros no final de setembro. Seria necessário recuar até ao mesmo período de 2010, para assistir a níveis de concessão mais elevados. Nessa altura, os bancos disponibilizaram 7.805 milhões de euros em novos empréstimos para a compra de casa.

Este aumento no acumulado do ano inclui já os 512 milhões de euros concedidos em novos empréstimos para a casa durante o mês de setembro. De acordo com o Banco de Portugal, as novas operações subiram ligeiramente face aos 477 milhões concedidos em agosto, mas na comparação homóloga regista-se um crescimento expressivo: aumentou 36% face 376 milhões em setembro de 2015.

Concessão de novo crédito para compra de casa em recuperação

Fonte: BDP (Valores em milhões de euros, no final do 3º trimestre)
Fonte: BDP (Valores em milhões de euros, no final do 3º trimestre)

A finalidade de aquisição de compra de casa é o principal motor que alimenta o crescimento dos níveis de concessão de crédito às famílias, em Portugal, num cenário para o qual o crédito ao consumo também contribui.

Nos primeiros nove meses deste ano, os novos empréstimos ao consumo cresceram 22,73%, para atingir um total de 2.781 milhões de euros. Numa análise comparativa, em termos homólogos, trata-se do valor mais elevado dos últimos oito anos.

Em contraciclo, de salientar a quebra dos empréstimos com outros fins concedidos aos particulares. Até setembro, foram concedidos 1.425 milhões de euros de empréstimos com essa fim, menos cerca de 10% face aos 1.579 euros que tinham sido disponibilizados no mesmo período de 2015. Trata-se ainda do valor acumulado mais baixo desde 2012.

Em termos globais, o crédito aos particulares aumentou 26,8%, este ano, para um total de 8.379 milhões de euros, o montante mais elevado desde o mesmo período de 2011.

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Malparado encolhe em setembro

O crédito em risco encolheu. Reduziu-se tanto entre os particulares como nas empresas, ainda que nestas se mantenha acima dos 16%.

Apesar do aumento do novo crédito, o saldo de empréstimos continua a encolher. Mas, em setembro, também os empréstimos em risco reduziram. O malparado nas famílias e nas empresas reduziu-se, embora continue a ser um fardo de quase 18 mil milhões de euros para as instituições financeiras nacionais.

Os dados estatísticos do Banco de Portugal revelam que houve uma quebra de 1,37% no saldo de crédito de cobrança duvidosa. A fatura baixou de 18.031 para 17.784 milhões de euros. E o peso no total do crédito também.

O malparado total encolheu de 10,27% para 10,2%, registando-se uma redução tanto nos particulares como nas empresas. Nos particulares, o crédito em risco desceu nos outros fins, passando para 15,68%, subindo muito ligeiramente no consumo para 7,45%. No caso da habitação, a descida foi tão ligeira que em termos percentuais manteve-se a taxa de incumprimento: 2,42%.

No mesmo sentido verificou-se uma quebra do malparado nas empresas. A taxa de incumprimentos encolheu de 16,48% para 16,27% em setembro. O valor em falta das empresas junto das empresas passou de 12.960 milhões para um total que é ainda de 12.772 milhões de euros. Ou seja, é o equivalente a 71,8% do crédito malparado total.

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Corridas com drones? Vai ser o desporto do futuro

A Amazon usa-os para fazer entregas, há quem os use para tirar fotografias ou fazer filmes em altitude e até são usados em situação de guerra. Há quem os use para fazer corridas.

“Começou na Austrália mas já está a chegar a todo o mundo”. A frase é do fundador da Drone Racing League num painel do Web Summit sobre drones. Os aparelhos voadores vão ser os protagonistas do desporto do século XXI.

Os drones são uma das tecnologias que mais tem crescido nos últimos anos. Têm várias aplicações: a Amazon usa-os para fazer entregas, há quem os use para tirar fotografias ou fazer filmes em altitude e até são usados em situação de guerra.

No entanto, há uma tendência mais forte que pode colonizar o mundo do desporto: as corridas de drones. Nicholas Horbaczewski, o presidente da Drone Racing League, esteve no palco Sports Trade para explicar como é que esta tendência se vai tornar realidade nos próximos tempos.

A tecnologia está, efetivamente, no centro destas corridas: “Os drones vão a uma grande velocidade por isso foi necessário colocar câmaras capazes de captar essa velocidade. É preciso um espaço grande”, explica o fundador da Drone Racing League. “Há várias dificuldades na implementação a tecnologia”, admite.

Contudo, Horbaczewski não tem dúvidas de que a corridas dos drones fará parte de um futuro muito próximo. “Podem existir várias ligas, mas daqui a uns anos alguém vai ganhar”, defende. O foco da Drone Racing League será nos pilotos e não no melhor drone. “Queríamos focar na técnica do piloto e não na qualidade da tecnologia dos drones. É preciso uma temporada inteira para apurar um vencedor”, refere.

Quem acredita nesta premissa é Matt Higins da RSE Ventures. Matt Higins foi um dos primeiros investidores desta liga. “Quando conheci o Nicholas fui de duvidar a acreditar”, afirma. Para o investidor é certo que a indústria vai consolidar nos próximos anos e tornar-se entretenimento massificado. A profecia do fundador da liga de drones é semelhante: as corridas de aparelhos voadores vão-se tornar mainstream, tal como outros desportos.

Este não é um desporto para todos. As corridas são interiores, para evitar alguma regulamentação, mas os pilotos têm um passado noutros jogos ou em atividades exigentes ao nível da capacidade motora. “Há mãos a tremer, é uma experiência intensa. O público também pode ter óculos para ver os seus pilotos preferidos”, explica Nicholas Horbaczewski. “Nem toda a gente consegue lidar com os nervos. Estamos à procura de pessoas que consigam lidar com elevados níveis de pressão”, remata.

Editado por Mónica Silvares

 

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