Siemens prevê 6.900 despedimentos. Portugal pode ser afetado

  • Lusa e ECO
  • 16 Novembro 2017

A Siemens avança que metade dos despedimentos terá lugar na Alemanha, sobretudo no setor da energia. Portugal também atua neste setor, mas a empresa "não tem mais nada a acrescentar".

O grupo industrial alemão Siemens anunciou esta quinta-feira que tenciona suprimir nos próximos anos 6.900 postos de trabalho, metade dos quais na Alemanha. Contactada pelo ECO, fonte oficial da Siemens Portugal diz que “não tem nada a acrescentar” às declarações da Siemens internacional.

A redução, que afetará várias divisões, principalmente a de energia, será feita ao longo de “um período de vários anos”, disse a empresa com sede em Munique. Quando apresentou os resultados trimestrais, na semana passada, a empresa indicou que os lucros na unidade de energia e gás diminuíram acentuadamente e que teria de fazer “cortes dolorosos” nessa área.

A Siemens Portugal é responsável pelo apoio no desenvolvimento do negócio em Angola e Moçambique. No total, emprega 2.000 trabalhadores distribuídos pelas três localizações. Angola e Moçambique têm projetos na área da energia. Ao ECO, a Siemens afirma não dispor de mais detalhes da parte da empresa internacional, pelo que a posição oficial é que, para já, “não tem mais nada a acrescentar”.

A divisão de energia do conglomerado tinha já sido alvo de uma reestruturação em 2013. Em finais de setembro, a Siemens tinha 372 mil funcionários em todo o mundo.

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O adeus de Isabel dos Santos no Instagram: Situação da Sonangol era “dramática”

Isabel dos Santos despediu-se esta quinta-feira dos trabalhadores da Sonangol, após João Lourenço ter dado posse ao novo presidente da petrolífera estatal, Carlos Saturnino.

Isabel dos Santos com trabalhadores da Sonangol.D.R.

A filha do ex-presidente de Angola publicou esta quinta-feira um vídeo na sua conta oficial de Instagram onde deixa uma mensagem para os trabalhadores da Sonangol. Isabel dos Santos — que foi exonerada pelo presidente angolano esta quarta-feira — afirmou que a “memória é curta”, mas lembrou “os dias dramáticos” de quando entrou no conselho de administração da petrolífera estatal, há pouco mais de um ano.

A ex-presidente da Sonangol disse que a empresa estava praticamente em “pré-falência”. A falar aos trabalhadores da empresa, a empresária chega a dizer que houve pormenores que lhes foram escondidos, de tal forma a situação era “dramática”. “Quando nós chegamos cá, esta empresa estava numa situação difícil. Eram dias dramáticos“, concluiu, num vídeo que tem o retrato oficial de João Lourenço como pano de fundo.

Na mesma rede social, Isabel dos Santos agradeceu “a todos os que confiaram em mim para liderar a recuperação da nossa empresa nacional de petróleo”. “A minha gratidão vai, particularmente, para os meus colegas do conselho de administração cessante”, acrescentou, deixando um agradecimento aos colaboradores da Sonangol no momento de despedida.

Esta quinta-feira a Lusa divulgou um relatório em que a gestão de Isabel dos Santos é criticada. Entretanto, a empresária emitiu um comunicado onde desmente essa informação. “O grupo de trabalho não se debruçou em momento algum sobre assuntos de gestão corrente ou de gestão de investimentos da Sonangol EP ou do grupo Sonangol“, lê-se no desmentido.

Além disso, esta quinta-feira os advogados que contestam desde 2016 a nomeação de Isabel dos Santos consideraram que a exoneração era esperada e que os tribunais angolanos não queriam desautorizar José Eduardo dos Santos. “Acreditamos que a decisão do Presidente João Lourenço é uma decisão política correta, porque não se pode governar um país que depende do petróleo e a pessoa que está à frente de uma empresa como a Sonangol não seja da sua confiança política”, apontou David Mendes, o porta-voz dos 12 advogados angolanos que avançaram para os tribunais, citado pela Lusa.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h07)

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“Não podemos ter salários tão baixos se queremos que o turismo floresça”

A maioria dos representantes do setor tem resistido a aumentos e exige contratos de trabalho mais flexíveis. Mas o presidente do Turismo do Centro defende que é preciso valorizar as profissões.

A criação de emprego nas atividades de alojamento e restauração está a disparar este ano e o setor do turismo é aquele que tem dado o maior contributo para a redução do desemprego em Portugal. O turismo é aplaudido como um dos principais motores da economia, mas falta falar do elefante na sala: um dos setores que mais emprega em Portugal e que mais faz mexer a economia é também um dos que menos paga. No ano passado, o salário médio líquido pago no setor do turismo foi de 614 euros por mês. O presidente do Turismo do Centro não tem dúvidas: se se quer que o turismo continue a crescer, é preciso valorizar as profissões e pagar mais.

“A valorização do setor passa por dois fatores. O primeiro tem a ver com as competências e, para isso, é muito importante o papel das escolas de hotelaria. Mas passa também por uma consciencialização pública do valor que a profissão tem. A profissão na atividade turística nunca foi muito valorizada do ponto de vista social, nem bem paga. É preciso pagar mais“, disse Pedro Machado, à margem do congresso anual da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), a decorrer em Coimbra.

Quem vai para a atividade turística tem de ser reconhecido e não pode ser visto como alguém que foi para ali porque não sabia fazer mais nada.

Pedro Machado

Presidente do Turismo do Centro

E continuou: “Se temos uma indústria que é fortemente exportadora, que é responsável por mais de 40% da balança económica do país, não podemos ter salários tão baixos, quando queremos que a indústria floresça e, ao mesmo tempo, que a qualidade do serviço acompanhe o crescimento da indústria. Quem vai para a atividade turística tem de ser reconhecido e não pode ser visto como alguém que foi para ali porque não sabia fazer mais nada”.

A posição de Pedro Machado não é, contudo, consensual entre os empregadores do setor. Neste mesmo congresso, o presidente da AHP, Raul Martins, criticou os contratos coletivos de trabalho que vigoram no setor, que classificou de “obsoletos”, por não responderem “às modernas formas de organização e novas funções da hotelaria, porque estão agarrados a modelos do século XX”. Leia-se: os empregadores querem contratos de trabalho mais flexíveis para poderem sobreviver à sazonalidade.

Também Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), tem resistido a novos aumentos do salário mínimo. Em entrevista recente ao semanário Sol, Calheiros disse que “claramente não há folga para aumentar para os 600 euros” e que essa questão nem sequer foi posta em cima da mesa da Concertação Social.

O presidente do Turismo do Centro reconhece que a sazonalidade é um problema que tem de ser resolvido por sindicatos e patrões — o turismo é diferente de outros setores que “não têm até quatro meses de interrupção da sua atividade”, pelo que “tratar de forma igual aquilo que é diferente é uma injustiça” –, mas insiste na questão do aumento salarial.

“Basta vermos os salários médios pagos na esmagadora maioria daqueles que prestam serviços na atividade turística e percebemos que estamos a falar de salários muito baixos”, sublinha. A responsabilidade, diz, é das associações do setor, a começar pela AHP e pela AHRESP. “Temos associações com grandes responsabilidades que podem discutir este assunto”.

A jornalista viajou para Coimbra a convite da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

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Apple pode valer um bilião já no próximo ano

  • ECO
  • 16 Novembro 2017

Lançamento do iPhone X, utilizadores que têm de atualizar os seus equipamentos e renascimento da Apple na China devem colocar multinacional tecnológica na marca do bilião de dólares.

Todas as estrelas estão alinhadas para que a empresa liderada por Tim Cook atinja, nos próximos 12 meses, a marca do bilião de dólares. O lançamento do iPhone X, o número de utilizadores que precisam de atualizar os seus equipamentos e o renascimento da multinacional da maçã na China deverão colocar a Apple nesse novo patamar. A previsão é de Daniel Ives, analista da GBH Insights.

Atualmente, o valor total (isto é, o montante resultante da soma de todas as ações em circulação) da empresa fundada por Steve Jobs é 868 mil milhões de dólares, com cada ação a valer 171 dólares. Segundo a nota enviada pelo analista, esta quinta-feira, à CNBC, em 2018, os títulos da Apple podem chegar aos 230 dólares, o que representaria uma valorização de 35% que colocaria a capitalização bolsista acima do bilião de dólares.

Daniel Ives prevê que sejam vendidos 258 milhões de iPhones 8, 8 Plus e X, até ao final de setembro do próximo ano, derrubando o recorde anterior de 231 milhões de unidades em 2015 (com o iPhone 6). Além disso, o analista realça que há mais de 350 milhões de utilizadores que detém produtos com dois anos. Desses, uma porção considerável precisa, portanto, de ser atualizada.

Não é, contudo, nem no novo lançamento nem na substituição de equipamentos que se esconde o fim do arco-íris (e, consequentemente, o pote de ouro). A área onde a margem para crescer é maior é a dos serviços (como a Apple Music). Com o aumento da base de utilizadores, estes recursos podem gerar receitas na ordem dos 50 mil milhões de dólares, em 2020 (no último trimestre, por exemplo, esta área de negócio trouxe à multinacional 8,5 mil milhões de dólares).

A somar a todos estes catalisadores, está o renascimento da Apple na China com o lançamento do iPhone X. Nos últimos 18 meses, a empresa de tecnologia norte-americana tem enfrentado alguns obstáculos, no maior mercado de smartphones do mundo, que deverá ser resolvido com este novo equipamento. Ives termina, estimando que 100 milhões de pessoas usem produtos da Apple, nesse país. Destas, metade terão de atualizar os seus telemóveis, nos próximos 12 a 18 meses.

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Prova dos 9: Trabalhadores do Estado levam mesmo 120 anos a chegar ao topo da carreira?

  • Marta Santos Silva
  • 16 Novembro 2017

Os funcionários públicos das carreiras gerais precisam mesmo de 120 anos para alcançar o topo? E os professores apenas de 34? Para perceber, olhamos para os modelos de progressões na Função Pública.

 

A guerra entre os professores e o Governo está no seu ponto alto deste ano, já que os primeiros sentem que os nove anos de serviço em que as carreiras estiveram congeladas deveriam ser contabilizados para a progressão na carreira agora que chega o descongelamento, enquanto o Governo não vê enquadramento orçamental para o fazer. Contabilizar esses anos faria com que o custo de descongelar as carreiras dos professores ascendesse aos 650 milhões de euros, explicou já António Costa. Entretanto, surgiu um novo dado: o Governo disse que um funcionário público mediano do regime geral levaria 120 anos a atingir o topo da sua carreira, enquanto um professor poderia, em teoria, atingi-lo em 34 anos. Estes valores são verdadeiros?

A afirmação

A informação começou a ser divulgada ontem, quarta-feira, durante a greve dos professores: enquanto um professor, sem congelamentos nem outros entraves, poderia alcançar o topo da carreira em 34 anos, um funcionário público mediano nas carreiras gerais demoraria, em teoria, 120 anos a chegar a esse nível. Isto dever-se-ia à velocidade de progressão na carreira, que é muito diferente — um professor pode subir de escalão uma vez a cada quatro anos, enquanto um funcionário público da carreira geral pode demorar cerca de dez anos a fazê-lo.

Os factos

Para averiguar se esta afirmação tão taxativa é verdade, há que olhar para as carreiras gerais da Função Pública, que diferem das carreiras especiais, como a dos professores, ou a dos militares, ou a dos juízes, por exemplo. As carreiras gerais são aquelas de que a maioria dos serviços dependem para desenvolver as suas atividades, como a de técnico superior, assistente técnico ou assistente operacional.

Como se progride nestas carreiras gerais? Há duas formas, como se explica no site da Direção Geral da Administração e do Emprego Público. Uma é por opção gestionária, quando o dirigente de um serviço decide que um trabalhador que tenha demonstrado valor nas avaliações de desempenho deve ser mudado de posicionamento remuneratório, havendo orçamento para tal. A outra, e a mais frequente, é a chamada “automática” ou obrigatória: acontece quando o trabalhador com vínculo de emprego público de um determinado órgão ou serviço tenha acumulado 10 pontos na avaliação de desempenho numa posição remuneratória, dando-se aí o salto para a posição remuneratória seguinte.

Esta avaliação de desempenho é determinada pelo regime SIADAP, e exprime-se em número de pontos de acordo com os objetivos que o trabalhador alcançou. Pode-se considerar que o trabalhador tem desempenho inadequado, adequado, relevante ou mesmo excelente. Com desempenho adequado, o trabalhador tem direito a um ponto por ano de trabalho (ou seja, dois pontos agora que a avaliação se realiza de dois em dois anos). Com desempenho relevante, o trabalhador obtém dois pontos por ano de trabalho, e com excelente obtém três.

Porém, existem quotas para o número de trabalhadores que podem obter as pontuações superiores. Só 25% dos funcionários num serviço podem ter a qualificação de “desempenho relevante”, e desses só 5% podem ser considerados excelentes. Assim, 75% dos trabalhadores da Administração Pública obtêm “adequado”, e um ponto por ano, nas suas avaliações de desempenho.

A secretária de Estado do Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, no vestido florido, foi uma das empossadas na restruturação governamental de 14 de julho de 2017.JOÃO RELVAS/LUSA

Para os técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais, a progressão na carreira depende destas pontuações e não necessariamente do tempo de serviço. Assim, pode dizer-se que a maioria dos trabalhadores sujeitos a esta avaliação demoram uma década a progredir de posição remuneratória. Os técnicos superiores têm 14 posições remuneratórias — a avançar uma década de cada vez, demorariam 140 anos a chegar ao topo da carreira. Um assistente técnico ou um assistente operacional têm 12 posições remuneratórias, o que representa 120 anos para chegar ao topo se se avançar a um ritmo de um ponto por ano.

O que representam as carreiras superiores entre o total dos funcionários públicos? Os técnicos superiores contam 9% do total dos trabalhadores, os assistentes técnicos são 13% e os assistentes operacionais somam mais 23%, de acordo com os dados mais recentes da Síntese Estatística do Emprego Público.

  • E os professores?

Vale a pena também, já que o número chegou no contexto de uma comparação, olhar para o modelo de progressão dos professores, que é bastante diferente. Como noutras carreiras especiais, incluindo por exemplo as das forças de segurança ou a dos juízes, a progressão na carreira dos professores é determinada principalmente pelo tempo de serviço, embora também existam elementos de avaliação.

Para progredir de posição remuneratória, como se lê no site da Direção-Geral da Administração Escolar, a progressão depende de “um período mínimo de serviço efetivo no escalão”, que é de quatro anos excetuando no 5.º escalão, em que é de dois anos, de uma avaliação de desempenho que deve ser não inferior a Bom, e da frequência de formação contínua, por pelo menos 50 horas na maioria dos escalões (no 5.º escalão bastam 25 horas).

Tabela disponibilizada pela Direção-Geral da Administração Escolar que mostra os escalões e o tempo de serviço mínimo que cada professor deve cumprir antes de poder avançar para o seguinte.

Existem outras particularidades em certos escalões: para avançar para o 3.º e para o 5.º escalão é preciso que haja uma observação das aulas, e para progredir para o 5.º e para o 7.º escalão é preciso que exista uma vaga disponível.

No entanto, presumindo que tudo decorre sem interrupções nem congelamentos, basta somar: um professor tem de cumprir quatro anos em cada escalão exceto no 5.º em que bastam dois — são 34 anos de serviço para ascender ao 10.º escalão, o topo da carreira.

Quantos são os professores dentro da Administração Pública? Representam cerca de 24% dos trabalhadores, incluindo os docentes do Ensino Universitário e do Ensino Superior Politécnico.

Prova dos 9

Olhando para os modelos de progressão que são muito diferentes entre as carreiras gerais e a carreira especial dos professores (não sendo, claro, esta a única com um modelo de progressão particular), torna-se claro que o tempo necessário para alcançar o topo da carreira é muito diferente.

Presumindo que um trabalhador mediano na Administração Pública obtém um ponto cada ano (já que o caso se aplica a 75% dos trabalhadores por ano), é verdade que um técnico superior requer 140 anos para chegar ao topo da carreira, e um assistente técnico requer 120 anos, sendo assim impossível lá chegar em tempo útil. Essa assunção pode não ser a mais certa: os trabalhadores podem estar entre os 75% considerados “adequados” num ano e entre os 25% com desempenho “relevante” noutro, pelo que podem avançar a diferentes velocidades pelos escalões. Com a presunção de que o trabalhador mediano está sempre abaixo do percentil 75, porém, a afirmação de que são precisos 120 anos para chegar ao topo da carreira torna-se correta.

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BCP e Nos suportam ganhos em Lisboa. CTT recuperam

O PSI-20 encerrou em terreno ligeiramente positivo, seguindo as subidas dos pares europeus. Os CTT subiram 1%, recuperando pela segunda sessão consecutiva.

A bolsa nacional encerrou em alta ligeira, com o PSI-20 a acompanhar o sentimento positivo dos pares europeus. O índice de referência da praça bolsista lisboeta valorizou apoiado na subida dos títulos do BCP, mas também no avanço da Nos. Já os CTT registaram uma das maiores subidas do PSI-20, dando seguimento à recuperação após os mínimos históricos recentes.

O PSI-20 encerrou a ganhar 0,22%, para os 5.271,75 pontos, com 11 títulos positivos e sete em queda. O BCP foi um dos títulos que mais contribuiu para esse desempenho, com as suas ações a valorizarem 0,59%, para os 25,37 cêntimos. A valorização de 0,99%, para os 5,39 euros, das ações da Nos também apoiou a valorização do índice nacional.

Entre as retalhistas o sentimento também foi positivo, com destaque particular para a Sonae. As ações da holding avançaram 0,72%, para os 98,2 cêntimos, um dia depois de esta ter anunciado um aumento de 7% das suas vendas nos nove primeiros meses deste ano, apesar da quebra dos lucros. Por sua vez, as ações da Jerónimo Martins progrediram 0,64%, para os 15,79 euros.

Entre as maiores subidas da sessão estiveram os títulos dos CTT. As ações da empresa liderada por Francisco de Lacerda valorizaram 1,26% para os 3,22 euros naquela que foi a segunda sessão consecutiva de recuperação. Esta subida acontece após a notícia de que os CTT deverão avançar para o despedimento de 300 trabalhadores, medida que visa responder à necessidade de redimensionar a atividade da empresa devido à quebra acentuada no negócio da distribuição de cartas.

O desempenho do índice nacional acabou por ser penalizado pelo deslize das ações da EDP, a cotada que mais desvalorizou. As ações da empresa liderada por António Mexia desvalorizaram 1,43%, para os 2,96 euros. Também a Galp Energia perdeu fôlego na sessão, com as suas ações a recuarem 0,69%,para os 15,77 euros, isto num dia em que os analistas do Haitong alertaram que a exoneração de Isabel dos Santos da presidência da Sonangol vai fazer aquecer a atividade de fusões e aquisições envolvendo a petrolífera portuguesa.

(Notícia atualizada às 17h00 com mais informação)

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Candidatos à liderança do Eurogrupo têm de apresentar planos para os próximos dois anos e meio

  • Margarida Peixoto
  • 16 Novembro 2017

A carta que define os procedimentos para a eleição do próximo presidente do Eurogrupo já foi enviada para os governantes. Candidatura tem de ser formalizada até 30 de novembro.

Os ministros das Finanças que se quiserem candidatar à presidência do Eurogrupo vão ter de apresentar as suas prioridades para os próximos dois anos e meio oralmente, perante os restantes colegas do grupo da moeda única, no dia 4 de dezembro, antes da votação. Os procedimentos para a formalização das candidaturas e o modelo de votação foram definidos numa carta enviada aos governantes, a que o ECO teve acesso.

Mário Centeno, ministro das Finanças português, tem sido dado como um dos candidatos potenciais à liderança do Eurogrupo, substituindo o ainda presidente Jeroen Dijsselbloem. Mas se o governante português se quiser mesmo habilitar ao lugar, terá de manifestar a sua vontade por escrito, numa carta de motivação, enviada até 30 de novembro para o diretor-geral responsável pelo Eurogrupo, Carsten Pillath, e para o presidente do Grupo de Trabalho do Eurogrupo, Thomas Wieser.

Nessa mesma quinta-feira, todos os ministros serão informados sobre quem são os candidatos que formalizaram a sua intenção. E no dia seguinte, 1 de dezembro, os nomes serão tornados públicos.

Tal como já tinha sido anunciado por Dijsselbloem, a eleição será feita na reunião de 4 de dezembro, por voto secreto. Mas nesse encontro, “antes do voto formal, os candidatos serão convidados a confirmar oralmente a sua intenção de ir a eleições e a delinear as suas prioridades para os próximos dois anos e meio”, lê-se na missiva enviada por Carsten Pillath, para o Grupo de Trabalho do Eurogrupo.

Como vai decorrer a votação?

Durante a reunião, todos os ministros vão receber boletins de voto. Se nenhum dos candidatos conseguir uma maioria simples (isto é, pelo menos dez votos), Jeroen Dijsselbloem vai informar “cada candidato individualmente” do seu número de votos. Esta informação será exclusiva de cada candidato e “não será partilhada” nem com os seus concorrentes, nem com os restantes ministros.

Consoante os resultados, os candidatos são convidados a avaliar se se querem manter na corrida, ou se desistem. Serão depois realizadas rondas sucessivas de votações, tantas quantas as necessárias, até que um dos candidatos consiga pelo menos a maioria simples de votos. Nesse mesmo encontro Dijsselbloem vai anunciar o vencedor perante os restantes ministros e a informação será imediatamente tornada pública na conferência de imprensa prevista para o final do encontro.

Apesar de o procedimento prever a possibilidade de ser difícil encontrar um vencedor por maioria, nada garante que assim seja. Os ministros têm estado em contactos intensos para avaliar os apoios disponíveis e a Cimeira Social para o Emprego Justo e o Crescimento, que vai decorrer esta sexta-feira em Gotemburgo com a presença dos chefes de Estado, será outra oportunidade para estabelecer contactos.

Ao que o ECO apurou, a decisão portuguesa quanto a uma eventual candidatura ainda não está tomada. Desde logo, haverá que avaliar se uma liderança do Eurogrupo não poderá colocar em causa o foco na missão de consolidar as contas públicas portuguesas. A saída do Procedimento por Défice Excessivo e a redução progressiva do défice são consideradas uma vitória determinante pelo Governo. Nem o primeiro-ministro António Costa, nem a equipa das Finanças admitem colocá-la em risco. Seja como for, a decisão terá também sempre em conta os apoios que forem sendo manifestados e a perceção sobre as probabilidades de vitória.

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“Gestão prudente” leva Crédito Agrícola a alcançar lucros de 127 milhões até setembro

O banco liderado por Licínio Pina conseguiu aumentar os lucros até setembro. Um desempenho que, segundo a instituição financeira, se deve a "uma política de gestão sã e prudente".

O Crédito Agrícola aumentou os lucros nos primeiros nove meses do ano. O banco liderado por Licínio Pina registou um resultado positivo de 127 milhões de euros, o que representa uma melhoria face ao mesmo período do ano passado. Este bom desempenho reflete, segundo a instituição financeira, “a atuação do Grupo Crédito Agrícola, que se caracteriza por uma política de gestão sã e prudente“.

“O Grupo Crédito Agrícola (Grupo CA) apresentou resultados líquidos positivos de 127 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017, mais 103,6 milhões de euros que o registado em igual período de 2016“, lê-se no comunicado enviado pela instituição financeira. Assistiu-se a um crescimento de 442% face ao período homólogo.

"O Grupo Crédito Agrícola (Grupo CA) apresentou resultados líquidos positivos de 127 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017, mais 103,6 milhões de euros que o registado em igual período de 2016.”

Crédito Agrícola

A instituição financeira destaca ainda a rentabilidade obtida nos primeiros nove meses do ano, espelhando “os resultados positivos conseguidos nas diferentes componentes do Grupo (Caixas Agrícolas, Caixa Central, companhias de seguros vida e não vida e gestão de ativos e fundos de investimento)”.

Nos resultados até setembro, o banco liderado por Licínio Pina destaca a melhoria dos depósitos bancários. “Os recursos de clientes sob a forma de depósitos bancários totalizaram os 12,1 mil milhões de euros, evidenciando um crescimento, em termos homólogos, de 6,8%, que corresponde a 776 milhões de euros”.

Olhando para a carteira de crédito bruto, esta ascendeu a 9,150 mil milhões de euros, um aumento de mais de 6% em relação ao período homólogo. Em termos de qualidade desta carteira, o rácio de crédito vencido há mais de 90 dias situou-se nos 5,9% e o rácio de crédito em risco fixou-se nos 9%.

Já o rácio de transformação de depósitos em crédito líquido alcançou os 69,8%, “o que denota que o CA continua bastante confortável com os seus níveis de liquidez”, salienta. Estes níveis de liquidez traduzem-se num rácio CET1 de 13,2%, o que “confirma a solvabilidade do Grupo CA”, afirma o banco.

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Wall Street recupera força. Wal-Mart e Cisco impulsionam

Após duas sessões de quebras, Wall Street volta a terreno positivo apoiada pelos bons resultados empresariais.

A bolsa americana tem dois nomes a motivar o otimismo dos investidores: Wal-Mart e Cisco. A retalhista e a tecnológica ajudam os mercados em Nova Iorque num dia em que os números do desemprego surpreenderam pela negativa.

Wall Street abriu em alta com os três principais índices no verde. O generalista S&P 500 valorizava 0,32% para os 2.572,95 pontos. O Nasdaq começou a sessão a subir 0,54% para os 6.742,335 pontos, ligeiramente acima do industrial Dow Jones, que avançava 0,40% para os 23.365,34 pontos.

As ações do Wal-Mart estão a valorizar perto dos 6% para os 95,97 dólares. A empresa revelou os maiores ganhos em mais de oito anos. Já a Cisco regista uma subida de 2,56% para os 36,67 dólares, ilustrando a satisfação dos investidores com as primeiras receitas em oito trimestres, indicativas de uma transição bem-sucedida do negócio de hardware para os serviços e software.

Os mercados não se deixam desta forma contagiar pelos números de registos nos centros de emprego, que subiram inesperadamente na semana passada, tal como foi revelado esta quinta-feira. São mais 10.000 os pedidos de novos subsídios de desemprego, o que revela que o crescimento da economia poderá não estar a ser tão expressivo quanto o esperado.

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ANA pede mais espaço aéreo para crescer mesmo sem Montijo

A gestora dos aeroportos nacionais vai investir 400 milhões de euros num novo terminal, mas deixa um recado ao Governo, Força Aérea e NAV: precisa de mais espaço aéreo para crescer.

A ANA – Aeroportos de Portugal está segura de que Lisboa terá capacidade para crescer mesmo antes de o novo aeroporto do Montijo estar em funcionamento, em 2022. A gestora dos aeroportos nacionais revela que o novo terminal da Portela já está a ser feito e garante que não será por falta de investimento que não haverá crescimento em Lisboa, mas deixa também um recado ao Governo, à Força Aérea e à NAV, que faz a gestão do espaço aéreo em Portugal: se a ANA não tiver mais espaço aéreo, os investimentos em solo não servirão de nada e não poderá haver crescimento.

A proposta da ANA para a construção do aeroporto do Montijo já foi entregue ao Governo e os próximos passos são já de “aprofundamento e detalhe” desta proposta. Já ninguém tem dúvidas de que o aeroporto vai avançar, mas os operadores do turismo estão preocupados: o aeroporto só deverá ficar concluído em 2022 e, até lá, o aeroporto da Portela não tem, para já, capacidade para acomodar o crescimento que se tem feito sentir.

Contudo, a ANA já está a acautelar esse constrangimento, com um “plano de contingência de crescimento”, para que seja possível aumentar a capacidade do aeroporto ainda antes de o Montijo estar pronto. “Ainda há capacidade de crescimento em Lisboa. Precisamos, obviamente, de espaço aéreo, assim como precisamos que o plano contingente de estacionamento seja colocado em ação”, disse Carlos Lacerda, presidente da ANA, durante o congresso anual da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), a decorrer em Coimbra. “O novo terminal é uma situação que não nos preocupa”, garantiu. “Os investimentos já se iniciaram e estão a decorrer. Do que é que precisamos? Espaço aéreo”.

Carlos Lacerda refere-se ao novo terminal que servirá os voos internacionais no aeroporto Humberto Delgado. Segundo explicou no início do ano o DN/Dinheiro Vivo, esta será uma infraestrutura construída de raiz, ligada por túnel ao atual terminal de passageiros, que contará com um investimento de cerca de 400 milhões de euros. Segundo anunciou Carlos Lacerda nas comemorações dos 75 anos da ANA, o novo terminal ficará pronto no verão IATA do próximo ano, ou seja, entre o final de março e o final de outubro.

Para além do novo terminal, a ANA está a investir num novo estacionamento para as aeronaves, que ficará na pista secundária da Portela, que será encerrada temporariamente.

Sem mais espaço aéreo, nada a fazer

Com estes investimentos, a ANA espera continuar a crescer em Lisboa ao ritmo que tem sido registado até agora. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o aeroporto de Lisboa registou um crescimento de 19,2%. No conjunto deste ano, antecipou Carlos Lacerda, a Portela deverá movimentar entre 26,5 milhões e 27 milhões de passageiros.

Ainda assim, Carlos Lacerda assume que este crescimento só será possível com a negociação do espaço aéreo com a Força Aérea e com NAV. “Lisboa tem quatro bases militares à volta da Portela, duas a norte e duas a sul [Alverca, Sintra, Montijo e Alcochete]. Estas bases criam limitações de utilização do espaço aéreo. Imaginem uma autoestrada de seis vias, em que estamos a utilizar apenas uma das vias“, ilustrou o presidente da ANA.

Ou seja: a Portela vai ter mais portas de embarque, para o espaço Schengen e não Schengen, mais segurança, mais aéreas de check-in. Mas, sem espaço aéreo, nada feito. “Deem-nos o espaço aéreo que nós fazemos crescer o número de passageiros em Lisboa. Se tivermos o espaço aéreo disponível, não vai ser por falta de investimento no solo que nós não vamos continuar a fazer o crescimento”, garantiu.

Essa concessão de espaço aéreo à ANA depende de dois fatores: primeiro, a “compatibilização do espaço aéreo militar e do espaço aéreo civil”, que tem de ser negociada entre o Governo e a Força Aérea.

Segundo, é preciso investir na implementação de um novo software de controlo do espaço aéreo. “Ao libertar-se o espaço aéreo, é importante que haja condições para que esse espaço seja convenientemente gerido pelos controladores aéreos. Isso é responsabilidade da NAV”, esclareceu.

Diálogo tem sido “frutuoso”

A capacidade declarada do aeroporto Humberto Delgado é de 40 movimentos por hora. Atualmente, a ANA opera neste aeroporto, em média, 38 movimentos por hora, o que representa uma ocupação de 90% das slots. O objetivo é aumentar para 42 a 44 movimentos. “Temos ainda muito espaço aéreo para aproveitar. É preciso que haja um software para controlar este espaço todo. Estes constrangimentos não dependem de nós”, disse Carlos Lacerda.

Esse constrangimento, acredita, será ultrapassado em breve. “Estamos a dialogar com a NAV e com a Força Aérea. Teremos uma boa solução para a região de Lisboa e para o país. Teremos uma solução que também defende a importante missão da Força Aérea e encontraremos condições para fazer boa convergência de todos os interesses”, disse, sem adiantar detalhes sobre a solução que será encontrada mas assegurando que “todas as conversas com todos os interlocutores” foram tidas num “ambiente construtivo”. Em particular com a Força Aérea, o “diálogo tem sido muito frutuoso”.

A jornalista viajou para Coimbra a convite da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

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A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 16 Novembro 2017

Não sabe o que se passou durante a manhã? Não faz mal. Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, num minuto.

O afastamento de Isabel dos Santos da presidência da Sonangol continua em destaque.

A exoneração de Isabel dos Santos da presidência da petrolífera angolana Sonangol vai fazer aquecer a atividade de fusões e aquisições (M&A) na Galp, revelam alguns analistas.

O ativista angolano, Luaty Beirão, disse numa entrevista à TSF que mexer com a família Dos Santos é como “meter a mão no ninho das vespas”, mostrando-se surpreso com a decisão de João Lourenço de retirar Isabel dos Santos da liderança da Sonangol. No entanto, diz estar satisfeito com a governação do presidente de Angola.

O petróleo está longe dos três dígitos mas tem vindo a valorizar: a escalada desde os mínimos do verão colocou o preço do barril acima do que o Governo tinha projetado nas suas contas para este ano. A matéria-prima começa, assim, a ameaçar a execução orçamental, mas o impacto mais negativo pode vir no próximo ano.

O ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, admitiu esta manhã mudar as portagens no interior do país e dar incentivos fiscais a quem quer viver e abrir empresas nessas regiões: o Executivo “usará todos os instrumentos que tem ao seu dispor” na prioridade que é desenvolver o interior e travar o declínio das últimas décadas.

Um quadro de Leonardo da Vinci, que mostra Cristo a segurar um globo de cristal, foi vendido num leilão por um valor de 450 milhões de dólares (380 milhões de euros), batendo o anterior recorde.

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Investir menos de sete mil em obrigações de retalho dá prejuízo

Pense duas vezes antes de investir nas obrigações do Estado para o retalho. 7.000 euros? Não chegam para as comissões dos bancos. Pode procurar alternativa nos novos certificados do Tesouro.

Vai investir nesta emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV)? Pense duas vezes antes de o fazer. É que com uma aplicação mínima 1.000 euros muito provavelmente vai ter prejuízo no seu bolso. Mesmo com 7.000 euros não é garantido que o investimento vá render. Caso tenha em mente investimentos abaixo de dez mil euros, talvez seja melhor ideia virar-se para os novos Certificados do Tesouro Poupança Crescente (CTPC).

Há impostos e sobretudo comissões que sacrificam o rendimento que se pode extrair destas OTRV. É verdade que a taxa de 1,1% é a mais baixa de sempre, mas não há muitas alternativas de poupança mais atrativas no mercado. Ainda assim, há que contar com o fator do comissionamento. As OTRV são subscritas nos balcões dos bancos, que se fazem cobrar por este serviço. E muito, retirando expressividade ao retorno que estes títulos podem dar.

O ECO fez as contas com base no simulador disponibilizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Foram tidos em conta os cinco principais bancos nacionais (Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPI, Novo Banco e Santander Totta) e ainda dois bancos online (BiG e ActivoBank).

Feitas as contas, para investimentos de 1.000 euros (compra uma OTRV), é melhor esquecer. Os bancos não só levam o seu retorno de juros como ainda ficará a perder dinheiro entre impostos e comissões. No pior dos casos, estreando-se no mercado com 1.000 euros nestas OTRV, vai perder 280 euros (Novo Banco).

Este cenário muda no caso de já possuir uma conta de negociação. Dado que já teria de assumir encargos com as comissões de registo e depósito com outros títulos financeiros que tem em carteira, este custo surge diluído com uma aplicação de 1.000 euros em OTRV, permitindo-lhe alcançar um retorno líquido positivo no BPI, BCP, Caixa e ActivoBank.

Investimento mínimo dá prejuízo quase certo

Mesmo investindo 7.000 euros, há situações em que também ficará a perder dinheiro. Quem não possui uma conta de negociação fica claramente em desvantagem no caso da banca mais tradicional, como se pode observar no gráfico em baixo. Por outro lado, no banco online BiG, não há diferenças: seja estreante neste tipo de aplicações ou não, fica a ganhar os mesmos 196,99 euros. Será à partida o melhor negócio.

Só com 7.000 euros se consegue obter retornos

E os novos certificados do Tesouro?

Não restem dúvidas de que para alcançar rentabilidades interessantes nestas OTRV terá de realizar um esforço financeiro considerável. Só com investimentos a partir de 7.000 euros é que se consegue atingir o breakeven na maioria dos casos. Não tem fôlego para acompanhar o andamento das OTRV? Nesse caso, os novos CTPC lançados há poucas semanas pelo Governo podem ser uma boa alternativa.

Estes títulos dão um retorno médio bruto de 1,35% nos sete anos de aplicação. Têm outras características diferentes das OTRV além da maturidade: não há comissões (ponto positivo), o risco dos certificados é mais baixo que das obrigações (outro ponto positivo) e pode haver lugar a um bónus a partir do segundo caso a economia se apresente em boa forma (mais um ponto a favor).

Tudo isto interessa no retorno que pode tirar no final. Mas olhando logo para o primeiro ano: em termos líquidos, 7.000 euros em CTPC rendem 37,8 euros líquidos com base na taxa bruta de 0,75%. Em nenhum dos cinco principais bancos consegue igualar este retorno no total dos cinco anos caso seja um estreante nestes investimentos. Pelo contrário, se consegue tirar 27 euros no BPI, nos restantes bancos vai registar perdas que oscilam entre 18 euros (Caixa Geral de Depósitos) e 84 euros (Novo Banco). Só a banca online pode fazer mudar de ideias.

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