Em que é que Governo, BE e PCP ainda não se entendem no Orçamento do Estado para 2018?

  • Margarida Peixoto
  • 2 Novembro 2017

Os dossiês fundamentais para o Orçamento do Estado de 2018 estão fechados. Mas agora falta o trabalho de pormenor, que se discute na especialidade. Quais são os temas mais marcantes?

Construir um Orçamento do Estado é, quase por definição, um puzzle difícil de acabar. Não são raros os exemplos do passado em que se descobriu ao longo do ano que o puzzle tinha peças a menos, e que era preciso ser corrigido. Mas fechar um Orçamento em que há três partes que têm de se entender é passar para outro nível de dificuldade: trata-se de fazer filigrana. Durante dois dias, os partidos vão debater no plenário da Assembleia da República os temas fundamentais da proposta de Orçamento de Mário Centeno. Quais são os fios que Governo, Bloco de Esquerda e PCP ainda não conseguiram acertar?

Antes da apresentação da proposta de OE2018, socialistas, bloquistas e comunistas fecharam acordo sobre os grandes dossiers: atualização extraordinária das pensões, desdobramento de escalões do IRS ou progressões na função pública. Mas nem todos os pormenores da proposta estão concluídos.

Mário Centeno, ministro das Finanças, tem garantido que há abertura para ajustar o Orçamento, desde que o equilíbrio das contas seja mantido. “Não podemos hipotecar receita extraordinária em despesa permanente porque isso não é sustentável”, disse o ministro na apresentação do OE2018 aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, e da Comissão do Trabalho. Mas afinal, o que é que ficou para a especialidade?

Derrama para empresas com lucros acima de 35 milhões

Será desta que a derrama estadual para as empresas com lucros tributáveis acima de 35 milhões de euros sobe? Esta é uma reivindicação do PCP e do BE, que defendem que o imposto já deveria ter subido quando o IRC baixou em 2015, conforme explicou a bloquista Mariana Mortágua, em entrevista ao ECO.

O PCP também tem sublinhado que subir a derrama estadual — a proposta é de 7% para 9% — seria uma forma de compensar o facto de as grandes empresas terem beneficiado do regime de reavaliação de ativos e do PERES, o Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado.

"Gostaria que registasse aqui o compromisso, claro e inequívoco, que o Governo assumiu com o PCP [de subir a derrama para empresas com lucros tributáveis acima de 35 milhões de euros].”

Paulo Sá

Deputado do PCP

Já depois de o Governo ter entregado a proposta de OE2018 no Parlamento, o PCP garantiu que tem um acordo fechado com o Executivo para aprovar a medida na fase de especialidade. “Gostaria que registasse aqui o compromisso, claro e inequívoco, que o Governo assumiu com o PCP”, frisou Paulo Sá na reunião da Comissão de Orçamento e Finanças com o ministro das Finanças, referindo-se à subida da derrama. Centeno não se comprometeu abertamente: “Temos a certeza que o debate na especialidade vai ter essa dimensão, tendo a certeza que necessitamos de um Orçamento do Estado com equilíbrios que permitam ganhar a confiança interna e externa”, respondeu o ministro.

Fim do corte no subsídio de desemprego

É outra alteração que tem vindo a ser reclamada pelo BE e pelo PCP. No último debate com o ministro das Finanças, Mariana Mortágua avisou: “Chegou o momento de cumprir.” A bloquista referia-se ao fim do corte de 10% que se aplica aos subsídios de desemprego, depois de seis meses de atribuição. Este corte só foi eliminado para os subsídios mais baixos, com o objetivo de proteger o valor mínimo da prestação.

"Chegou o momento de cumprir.”

Mariana Mortágua

Deputada do BE

A proposta vai ser submetida na especialidade e ainda não há pistas sobre se os socialistas a vão aprovar.

Limites às cativações

Este é um cavalo de batalha que une a esquerda à direita. À exceção do PS, todos os partidos têm criticado duramente a forma como o ministro das Finanças tem utilizado as cativações na gestão do Orçamento do Estado. Centeno foi acusado de não executar o Orçamento que a Assembleia da República aprova, ao deixar na gaveta parte das verbas cuja despesa foi autorizada.

Por exemplo, em 2016 foram cativados 1.746 milhões de euros ao valor total da despesa aprovada pelo Parlamento, dos quais ficaram por gastar 943 milhões de euros. Em 2017 o valor foi ainda mais elevado: 1.881 milhões de euros, tendo sido libertados até agosto 710 milhões de euros.

No parecer sobre a proposta de OE2018, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental estima as cativações previstas para o próximo ano em 1.776 milhões de euros, sendo que esta informação ainda não conta com as decisões que venham a ser tomadas no decreto-lei de execução orçamental. Este diploma do Governo acrescenta, normalmente, ainda mais cativações.

Os valores, que representam já perto de 3% da despesa total da administração central são considerados excessivos e por isso os partidos pedem dois tipos de compromisso: primeiro, que as cativações sejam mais moderadas, segundo, que não sejam acrescentadas por decreto, depois de aprovado o Orçamento pela Assembleia da República.

Mário Centeno negou o número apurado pelos peritos do Parlamento. O ministro garantiu que o valor de 2018 será “bastante inferior” ao dos últimos dois anos, embora Pedro Marques, ministro do Planeamento já tivesse dito que o número seria idêntico ao de 2017. E mesmo depois da insistência de todos os partidos, Centeno não revelou nenhum número alternativo ao da UTAO. O Bloco deverá insistir no tema na fase de especialidade.

Imposto do Sal

O PCP está contra o novo imposto sobre os alimentos com excesso de sal. Tal como o ECO já explicou, os comunistas reconhecem que é preciso reduzir o consumo de sal, mas defendem que o caminho não deve ser a via fiscal. A medida vale 30 milhões de euros na receita do Orçamento do Estado e ajuda a equilibrar as contas.

Ao ECO, o deputado do PCP Paulo Sá não deu garantias sobre o sentido de voto dos comunistas especificamente sobre esta medida.

Os “lesados de Mota Soares”

É uma reivindicação dos bloquistas: é preciso corrigir a “injustiça” cometida pelo anterior Governo PSD/CDS-PP com os pensionistas, diz o BE. No debate de generalidade do Orçamento da Segurança Social, o deputado José Soeiro apelidou os pensionistas que tiveram cortes elevados no valor da pensão de “lesados de Mota Soares”, devido às alterações nas regras.

É de esperar que o BE volte ao tema durante a discussão na especialidade. Aliás, esta quinta-feira o Público e o DN avançam que o Governo estará a discutir com os bloquistas uma compensação para estes reformados, através do Complemento Solidário para Idosos.

Listagem de todos os investimentos públicos

Tanto o PCP como o BE têm vindo a pedir garantias ao Governo de que os investimentos públicos vão mesmo avançar. Perante taxa de crescimento registadas na execução de 2017 que ficam ainda aquém da meta, o ministro das Finanças já reconheceu que há um atraso na execução dos investimentos, mas garantiu que não houve projetos cancelados.

No debate de generalidade com Mário Centeno, o PCP pediu uma lista com todos os investimentos previstos, detalhada. Centeno assegurou que no debate de especialidade fará um esforço por identificá-los.

(Notícia atualizada às 10h41)

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CTT afundam 20%. Haitong vê margem para cair mais

Os resultados da empresa de correios desapontaram os investidores. Espelho disso mesmo foi a queda recorde dos títulos que, na perspetiva do Haitong, podem cair ainda mais, até aos 3,90 euros.

Os CTT afundaram em bolsa. Os resultados dos primeiros nove meses do ano desapontaram os investidores, que levaram as ações da empresa de correios a perderem um quinto do valor. Mas também ficaram bastante aquém do previsto pelos analistas que, um a um, estão a rever em baixa as suas avaliações para a cotada liderada por Francisco Lacerda. O Haitong cortou o preço-alvo para um valor ainda mais baixo que o mínimo histórico atual.

Os CTT arrancaram a sessão com uma queda de 11% para 4,50 euros, mas a tendência negativa acentuou-se com o passar das horas, apesar de ser feriado, o que, tradicionalmente, afasta investidores do mercado. Os títulos chegaram a cair um máximo de 21,8% para os 3,954 euros, o valor mais baixo alguma vez atingido pela cotada desde que entrou no mercado de capitais.

CTT afundam mais de 20%

A empresa de correios, que entrou na bolsa em dezembro de 2013 a 5,52 euros, está agora a valer 3,96 euros, mas o Haitong tem uma avaliação ainda mais baixa. O banco de investimento cortou o preço-alvo de 6,50 euros para 3,90 euros, valor que, se for atingido, será um novo mínimo histórico para os CTT. A recomendação é de “neutral”. Era de “comprar”.

O Haitong explica que “os resultados sugerem que a empresa está a ter dificuldades em gerar receita, sendo incapaz de conter os custos”, deixando, no entanto, a indicação de que o programa de corte de custos que irá anunciar poderá ser um “trigger positivo” para as ações. “Mas temos de esperar e ver quanta boa vontade ainda existe por parte dos investidores”, refere a nota de investimento.

"Os resultados sugerem que a empresa [os CTT] está a ter dificuldades em gerar receita, sendo incapaz de conter os custos.”

Haitong

Os CTT registaram lucros de 19,5 milhões de euros entre janeiro e setembro, uma quebra de 57% face ao mesmo período do ano passado. A justificar a quebra dos lucros está a diminuição de 6% do tráfego de correio endereçado, além de um nível de custos fixos demasiado elevado. E perante este números, a empresa cortou o dividendo de 48 para 38 cêntimos.

Mais cortes… de preço-alvo

O Haitong não foi o único banco de investimento a rever em baixa a avaliação das ações após os resultados. O BPI cortou a avaliação dos CTT em 27,7%, passando o preço-alvo de 6,50 euros para 4,70 euros, o que ditou que a recomendação passasse para “underperform“, isto perante números desapontantes, nomeadamente os volumes de correio. “As tendências seculares do negócio principal [correio] não estão a ser seguidas de um ajuste na estrutura dos CTT”, alerta o banco.

De acordo com a Bloomberg, também o JPMorgan terá reduzido a sua avaliação para os CTT, levando o preço-alvo de 5,50 para 4,80 euros, enquanto a MainFirst desceu o “target” de 7,00 para 5,00 euros. Morgan Stanley e Jefferies não mexeram nas suas avaliações, já o BBVA e o Santander vão fazê-lo. Por agora, no entanto, colocaram os preços-alvo em revisão.

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Fed vê economia a evoluir “a ritmo sólido”, mas mantém a taxa de juro

A instituição liderada por Janet Yellen reconhece que a atividade económica dos Estados Unidos está a evoluir a um "ritmo sólido", apesar dos furacões que assolaram o país nos últimos meses.

A Reserva Federal norte-americana decidiu manter a taxa de juro inalterada, por agora. Contudo, a instituição liderada por Janet Yellen reconhece que a atividade económica dos Estados Unidos está a evoluir a um “ritmo sólido”, mesmo tendo em conta o impacto dos furacões que assolaram o país nos últimos meses, e, por isso, admite aumentar de forma gradual a taxa de juro diretora num futuro próximo.

O mercado laboral continua a fortalecer-se e a atividade económica tem evoluído a um ritmo sólido, apesar das perturbações causadas pelos furacões. Apesar de os furacões terem provocado uma quebra no trabalho remunerado em setembro, a taxa de desemprego voltou a cair. O consumo das famílias tem aumentado a um ritmo moderado e o investimento das empresas recuperou nos últimos trimestres”, refere a Fed, em comunicado emitido esta quarta-feira, depois da última reunião de política monetária. Contudo, nota, a inflação permanece “fraca”.

Assim, a taxa de juro fica no mesmo intervalo, mas a porta fica aberta para que seja revista em alta em dezembro. “Tendo em conta as condições do mercado de trabalho e da inflação, o Comité decidiu manter a taxa de juro no intervalo de 1% a 1,25%. A orientação da política monetária vai manter-se acomodatícia, para suportar um reforço das condições do mercado de trabalho e apoiar o retorno da inflação para os 2%”, nota a Fed.

O Comité admite esperar que “as condições económicas evoluam de forma a permitir aumentos graduais da taxa dos fundos federais”. Ainda assim, ressalva, este aumento “vai depender das perspetivas económicas”.

O comunicado da Fed surge na véspera do dia marcado por Donald Trump para anunciar o sucessor de Janet Yellen na liderança do banco central norte-americano. O presidente dos Estados Unidos afirmou já que fez um trabalho “excelente”, mas não diz se vai reconduzi-la no cargo. Fontes ouvidas pela imprensa norte-americana têm apontado, nos últimos dias, para o governador da Fed Jerome Powell, cuja visão de política monetária está alinhada com a de Janet Yellen.

(Notícia atualizada às 18h30 com mais informação)

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Altice quer criar canais regionais de televisão em Portugal

Se comprar a Media Capital, a Altice quer criar um canal em Lisboa e um no Porto. Para assegurar a luz verde à operação, está disposta a aplicar remédios e chegar a compromissos com os concorrentes.

Se a operação de compra da Media Capital for concluída, a Altice quer criar canais regionais de notícias em Portugal e usar as infraestruturas da dona da TVI para produzir conteúdo para todos os mercados onde o grupo francês tem presença. Estes são dois dos grandes objetivos que constam da estratégia da Altice para a Media Capital, segundo apurou o ECO junto de fontes ligadas ao processo, que asseguram ainda que a empresa está disposta a aplicar os remédios que forem necessários para convencer os reguladores de que este negócio cumpre as regras da concorrência.

No que toca à estratégia para a televisão, a ideia da Altice passa, em primeiro lugar, por disponibilizar a TVI 24 na Televisão Digital Terrestre (TDT), tornando-a acessível para todos os clientes. Depois, o grupo francês quer “otimizar” a Media Capital, tornando-a mais atrativa para anunciantes. Um dos elementos desta “otimização” é o lançamento de canais regionais. O primeiro a avançar, caso a aquisição da Media Capital venha a ser concluída, será em Lisboa, sendo o objetivo avançar, posteriormente, com um canal no Porto. Não há prazos para a criação destes canais, até porque o grupo não tem ainda a luz verde para avançar com a operação, mas será possível “fazê-lo rapidamente”, diz fonte ligada ao processo.

A “otimização” da Media Capital, garante a mesma fonte, não vai levar a qualquer despedimento, nem à “transmissão” de trabalhadores de uma empresa para outra, prática pela qual a Altice tem sido criticada. Ou seja, a estratégia da Altice não prevê que os trabalhadores da TVI sejam transferidos para estes novos canais e deverão ser criados novos postos de trabalho, à semelhança do que aconteceu quando o grupo francês criou a BFM TV, canal regional de Paris, que conta, atualmente, com cerca de 100 trabalhadores.

A estratégia da Altice assenta na lógica da “convergência global” de todas as empresas do grupo. Assim, para além destes canais, a Altice quer usar as instalações da Media Capital como a “plataforma internacional” do grupo para os outros mercados onde opera: França, Estados Unidos e Israel. O plano é produzir filmes, séries e programas televisivos para todos estes mercados.

Altice disposta a chegar a “compromisso” com a concorrência

Sobre a polémica em que a operação tem estado envolta, a Altice recusa fazer alterações à proposta que foi apresentada, avaliada em 440 milhões de euros, até porque acredita que “não há motivos” para tal. “Se o regulador quiser impor remédios para garantir que a plataforma é aberta à concorrência, não temos problemas com isso”, diz fonte conhecedora da operação.

Essa foi uma das principais críticas feitas pela Anacom quando analisou a operação. O regulador do setor das telecomunicações alerta para o risco de a compra da Media Capital pela Altice, que também é dona da Meo, poder “encerrar o acesso dos operadores concorrentes aos seus conteúdos e canais de televisão e de rádio, bem como ao seu espaço publicitário”, ao mesmo tempo que poderá “encerrar o acesso de outros canais (por exemplo, a SIC e a RTP) às suas plataformas, nomeadamente de televisão por subscrição, portais de Internet (Sapo e IOL) e serviços OTT (mensagens, chamadas de voz e aplicações)”.

A mesma fonte rejeita esta ideia e assegura que a Altice que está totalmente aberta a chegar a um “compromisso” com a concorrência, para que fique claro que a Nos e a Vodafone continuam a ter acesso aos canais da Media Capital e que os restantes canais continuam a ter acesso às plataformas.

O plano é “continuar a gerir a Media Capital como tem sido gerida”, sem “alterar a forma como a empresa dona da TVI “se relaciona com os outros operadores”. O “ecossistema será aberto”, garantem as mesmas fontes, que considera que o regulador nacional “é muito competente e vai fazer uma análise muito rigorosa” à operação.

“Investimento significativo” no digital

A grande aposta da Altice será o mercado digital de publicidade, “o único que tem potencial de crescimento”. O objetivo é criar uma “plataforma de convergência” de todos os serviços oferecidos pela Altice e “rivalizar com a Google e o Facebook”, cuja quota de mercado na publicidade digital é de 75% a 80%.

Para isso, o grupo pretende criar “uma solução de publicidade, feita à medida, capaz de alcançar o cliente em qualquer plataforma: televisão, computador ou dispositivos móveis”. A Media Capital, acredita o grupo francês, é uma operadora “com potencial” para se tornar “mais atrativa para os anunciantes.

Esta “alternativa digital” que a Altice quer oferecer vai exigir um “investimento significativo” em Portugal, não havendo, para já, um valor definido.

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Bitcoin bate novo recorde. Ultrapassou os 6.600 dólares

A bitcoin está a valorizar depois de o CME Group ter anunciado que planeia avançar com contratos de futuros sobre esta moeda virtual.

A bitcoin voltou a bater recordes e ultrapassou, esta quarta-feira, a fasquia dos 6.600 dólares. A valorização da moeda virtual acontece depois de o mercado de produtos derivados CME Group ter anunciado que poderá vir a lançar contratos de futuros sobre a bitcoin, uma decisão que está a ser vista pelos investidores como uma legitimação da moeda como um ativo sólido.

Por esta altura, a bitcoin segue a valorizar 3,83%, para os 6.621 dólares, depois de ter atingido um pico de 6.649,69 dólares durante esta sessão.

Esta quarta-feira, Terrence Duffy, presidente executivo do CME Group, anunciou que pretende incluir a bitcoin no leque de produtos derivados transacionados neste mercado, avançando que pretende criar contratos de futuros sobre esta moeda virtual até ao final deste ano. Ainda no mês passado, lembra a Bloomberg, Terrence Duffy tinha afastado esta hipótese, mas o aumento de procura por este tipo de ativos fê-lo mudar de ideias.

Com os contratos de futuros, a criptomoeda ganha um reconhecimento diferente e poderá vir a ser uma escolha para investidores institucionais, até agora completamente afastados deste tipo de instrumentos.

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Empreendedor que ganhou o Web Summit é o convidado do ECO24

A startup Codacy ganhou o Web Summit em 2014 e pôs Portugal no mapa da tecnologia. Jaime Jorge, cofundador da empresa, é o convidado do ECO24. O Web Summit 2017 começa já na próxima semana.

A menos de uma semana do Web Summit, o ECO24 tem como convidado desta quarta-feira o co-fundador da Codacy, uma startup portuguesa de tecnologia que ganhou em Dublin o primeiro prémio desta conferência internacional e que pôs Portugal no mapa do empreendedorismo tecnológico.

O que faz a Codacy? “Mais do que linhas de código, a nossa missão é conseguir aumentar a produtividade com qualidade e em escala. Fazemos isto, centralizando os problemas mais recorrentes, com alertas e métricas e integrando-os completamente nas rotinas de trabalho”, explica Jaime Jorge, CEO da Codacy, e convidado do ECO24, a uma revista internacional, por ocasião de mais uma nova ronda de financiamento.

A Codacy, que criou uma solução que permite analisar e corrigir milhões de linhas de código (programação) por semana, acaba de fechar uma ronda de financiamento Series A no valor de 4,3 milhões de euros (5,1 milhões de dólares). A ronda de financiamento foi liderada pelos suecos da EQT Ventures e contou ainda com a participação dos portugueses da Faber Ventures e da Caixa Capital, e também dos britânicos do Seedcamp e do alemão Join Capital.

Acompanhe em direto na TVI24, a partir das 23h10 desta quarta-feira, ou leia aqui no ECO o resumo desta entrevista a Jaime Jorge.

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Robôs no mundo financeiro podem agravar futuras crises

No mundo das finanças, os computadores são um dado adquirido. A inteligência artificial, por seu lado, está ainda a dar os primeiros passos. Mas os reguladores estão já alerta. E a emitir alertas.

A inteligência artificial está a dar os primeiros passos no mundo financeiro. Bancos de investimento, mas também fundos de cobertura de risco, os chamados “hedge funds”, estão a começar a recorrer aos robôs para fazerem a gestão de ativos financeiros, um passo que pode trazer riscos para a estabilidade do sistema. Os reguladores estão alerta. Dizem que pode agravar futuras crises nos mercados.

A corrida da indústria financeira para adotar a inteligência artificial nos processos de decisão de investimento vem aumentar o risco de excesso de dependência desta tecnologia, o que “pode amplificar o impacto dos choques financeiros”, refere um estudo do Financial Stability Board (FSB), um painel de reguladores que inclui a Fed e o BCE.

“A inteligência artificial pode ser benéfica se os riscos específicos forem bem geridos”, diz o FSB num relatório citado pela Bloomberg em que pede maior monitorização das tecnologias utilizadas nestes robôs desenhados para reduzir o envolvimento de humanos nas decisões de investimento. Caso isso não aconteça, “a vulnerabilidade do sistema financeiro poderá aumentar caso este depende de algoritmos semelhantes”.

O alerta do FSB vai no sentido de que se todos os programas desenvolvidos assentarem no mesmo código, os robôs podem percecionar todos, ao mesmo tempo, um risco. Situação que levaria a ordens consecutivas de venda de um determinado ativo, podendo agravar futuras crises nos mercados financeiros.

Este painel, que é liderado pelo governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, afirma que muitas das tecnologias que estão a ser desenvolvidas, estão a ser testadas no mercado num contexto de baixa volatilidade — fruto da atuação dos bancos centrais mundiais –, o que “poderá impedir de perceber se as decisões são as mais corretas numa altura de contração económica ou de crise financeira”.

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Num feriado, CTT perderam um quinto do valor em bolsa

Os CTT extraviaram-se em bolsa. As ações afundaram mais de 20% para mínimo histórico. Num feriado, o volume negociado superou os 10 milhões de títulos com a fuga de investidores após os resultados.

Não há memória de uma sessão tão negra para a empresa de correios portuguesa. Num só dia, e apesar de ser feriado, os títulos dos CTT afundaram mais de 20%, eliminando, assim, um quinto do valor da cotada perante os maus resultados apresentados no final dos primeiros nove meses do ano. Uma queda abrupta que atirou as ações para o valor mais baixo de sempre.

Os CTT arrancaram a sessão com uma queda de 11% para 4,50 euros, mas a tendência negativa acentuou-se com o passar das horas, apesar de ser feriado o que, tradicionalmente, afasta investidores do mercado. Os títulos chegaram a cair um máximo de 21,8% para os 3,954 euros, o valor mais baixo alguma vez atingido pela cotada desde que entrou no mercado de capitais. Os CTT entraram na bolsa em dezembro de 2013 a 5,52 euros.

Ações dos CTT com queda recorde

No final da sessão, as ações valiam 3,96 euros, o que corresponde a uma queda de 21,68% face aos 5,056 registados na última sessão. A empresa perdeu mais de um quinto do valor — a queda acumulada desde o início do ano vai em 38,5% –, o equivalente a 164,4 milhões de euros. Está, agora, avaliada em 594 milhões de euros.

Esta queda acentuada, explicada pela quebra nos lucros em função da descida de 6,1% das entregas de correio, foi acompanhada de um volume recorde. Trocaram de mãos mais de 10,8 milhões de títulos da empresa de correios, o que é 12 vezes a média diária registada no último ano. Os CTT negoceiam, em média, cerca de 800 mil títulos em cada sessão.

Os maus resultados, que levaram vários bancos de investimento a reverem em baixa a avaliação atribuída às ações da empresa liderada por Francisco Lacerda, ditaram que os CTT anunciassem automaticamente que vão lançar um plano de corte de custos. Ao mesmo tempo, a empresa cortou o dividendo em 20%, baixando-o de 48 para 38 cêntimos.

CTT selam queda da bolsa

A forte descida dos títulos dos CTT levou a bolsa nacional a cair. Numa sessão positiva na generalidade dos mercados acionistas europeus — o Stoxx 600 somou 0,46% –, o PSI-20 acabou por encerrar a perder 0,68% para 5.3438,62 pontos, movimento para o qual contribuiu também a descida dos títulos do BCP e da Galp Energia.

O banco liderado por Nuno Amado cedeu 1,05% para 25,38 cêntimos, isto ao mesmo tempo que a petrolífera portuguesa deslizou 0,72%. As ações da Galp Energia encerraram a sessão com uma desvalorização ligeira, para 15,85 euros, apesar de terem iniciado a sessão em forte queda: os títulos chegaram a ceder mais de 8%.

A impedir uma queda mais expressiva do índice nacional esteve a Navigator, que tocou máximos. A papeleira apresentou uma valorização de 2,31% para encerrar nos 4,48 euros, depois de a Semapa, a “holding” que a controla, ter revelado um crescimento nos resultados dos primeiros nove meses deste ano.

Destaque ainda para a Mota-Engil que somou 4,35%. Apesar de não ter sido a cotada do PSI-20 que mais subiu — a Pharol fechou a ganhar 5,63% –, a construtora deu um maior contributo para atenuar a queda do índice de referência nacional tendo em conta a ponderação que tem. Cada ação da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins vale, agora, 3,60 euros.

(Notícia atualizada às 16h47 com mais informação)

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Artigos usados? Cinco sítios para os vender

Desfazer-se de objetos que já não usa também é uma forma de poupar. Neste Dia Mundial da Poupança, saiba cinco sítios onde pode vender os itens de que já não precisa.

O mercado dos usados é win-win. De um lado está o comprador, que tem a oportunidade de adquirir um artigo a um preço mais acessível e, por vezes, praticamente como novo. Do outro está o vendedor, que tem a oportunidade de gerar alguma receita com algo que tinha lá por casa a apanhar pó. Neste artigo do ECO, conheça cinco sítios onde pode vender os seus itens já usados.

5. Facebook Marketplace

É uma das alternativas mais recentes: o Facebook virou um grande mercado de usados e, há já alguns meses, tem um espaço para publicação de artigos para venda. Pode aceder a essa área em qualquer dispositivo móvel ou computador através do ícone de “loja” ou em facebook.com/marketplace. É muito fácil criar um anúncio: faz-se da mesma forma que se faz qualquer outra publicação na rede social. Os seus artigos ficarão disponíveis para venda aos restantes utilizadores na sua região e pode consultá-los a qualquer momento, carregando no botão “Os teus artigos”. Será contactado por interessados no produto e só tem, depois, de combinar o pagamento e a entrega com quem decidiu fechar o negócio.

4. CustoJusto

O CustoJusto é uma das mais conhecidas plataformas de compra e venda de usados em Portugal. O funcionamento é sempre o mesmo: pode criar um anúncio gratuitamente, definir um preço (negociável ou fixo), inserir uma descrição do item que está a tentar vender e juntar a tudo isso algumas fotografias, para que os interessados possam avaliar o estado do mesmo. Pode aceder ao CustoJusto em custojusto.pt e criar gratuitamente um anúncio em poucos minutos. Posteriormente, se tudo correr bem, será contactado por pessoas interessadas em fechar negócio. Lembre-se: a honestidade tem de ser palavra de ordem. Mas mantenha-se sempre alerta para potenciais fraudes.

3. Cash Converters

Se está na região de Lisboa ou Porto e precisa de dinheiro com alguma rapidez, poderá optar por visitar uma loja Cash Converters: há cinco estabelecimentos na capital e um no norte do país. Leve os artigos que quer vender: serão avaliados e é estabelecido um preço. Como não tem de esperar por interessados, o processo é teoricamente mais célere. Consulte aqui as localizações das lojas Cash Converters em Portugal.

2. Fnac MarketPlace

Se o artigo que quer vender também está à venda na loja da Fnac, pode inseri-lo na loja online da marca. Isso permite à Fnac dar a hipótese aos clientes de comprarem os artigos novos, ou usados por um preço mais acessível. Veja esta página para saber como pôr os seus artigos à venda na Fnac.

1. OLX

Fica para último porque dispensa apresentações. O OLX é, provavelmente, a plataforma mais usada em Portugal para venda de artigos usados e conta com uma vasta comunidade de anunciantes e compradores que visitam regularmente a plataforma. Para criar um anúncio, clique no botão alaranjado no canto superior direito do site. Depois, só tem de preencher os vários campos: dar um título, escolher detalhadamente a categoria em que o produto se insere, introduzir a descrição e carregar algumas fotografias. Os potenciais interessados poderão contactá-lo por email, telefone ou através do próprio site.

O ECO está, ao longo desta semana, a realizar um conjunto de trabalhos sobre a poupança, no âmbito do Dia Mundial da Poupança. Pode acompanhar estes artigos aqui.

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Banco de Inglaterra estima perda de 10 mil empregos no dia seguinte à saída da UE

  • Lusa
  • 1 Novembro 2017

Banco de Inglaterra solicitou ao governo britânico um acordo de transição para evitar prejuízos para as empresas.

O Banco de Inglaterra estimou que, logo no dia seguinte à saída daquele país da União Europeia, se perderão 10 mil empregos, e solicitou ao governo britânico um acordo de transição para evitar prejuízos para as empresas.

Falando numa audiência parlamentar, o vice-governador da autoridade de regulação prudencial do Banco de Inglaterra, Sam Woods, disse esperar que tal perda se registasse no “primeiro dia” após a concretização do Brexit.

De acordo com o responsável, tal número representa cerca de 3% daqueles que trabalham em Londres ou nas redondezas e de 2% dos empregos na banca e seguros.

Muitas empresas que compõem o setor financeiro britânico têm demonstrado estarem preocupadas com a saída daquele país da União Europeia, prevista para março de 2019.

Sam Woods alertou os legisladores que, para evitar problemas para estas companhias, deveria ser feito em breve um acordo de transição.

Isto porque, continuou, serão registados “prejuízos” caso as empresas tenham de adotar planos de contingência para o primeiro trimestre do próximo ano.

O responsável notou que, a longo prazo, as previsões são mais negativas, já que se estima a perda de 65 mil a 75 mil empregos, número que está dependente do tal acordo de transição para que as empresas possam operar na União Europeia.

Já na terça-feira, a cadeia televisiva local BBC divulgou estas projeções do Banco de Inglaterra.

Segundo a estação televisiva, os executivos do supervisor bancário inglês estão a trabalhar neste “cenário razoável” do que pode acontecer, sobretudo se não houver um acordo em matéria financeira entre a UE e o Reino Unido, quando o país sair do espaço comunitário, em março de 2019, na sequência de um referendo.

O número de empregos que podem ser suprimidos vai depender da relação entre as duas partes, acrescentou a BBC.

Caso a relação entre o Reino Unido e a UE na área comercial fique sob as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC), os bancos com sede no país vão perder os seus direitos a operar no espaço comunitário, pelo que muitos postos de trabalho serão transferidos para outras capitais europeias.

A eliminação de 75 mil postos de trabalho é a estimativa para os próximos três a cinco anos e deve ocorrer nos serviços financeiros, mas também em outros associados, como no setor legal.

As negociações atuais ainda dão incertas, por não estar clara qual a relação final do Reino Unido com a UE e se Londres terá um vínculo comercial especial com os restantes 27 países.

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PwC escolhida para auditar contas da Sonangol até 2019

  • Lusa
  • 1 Novembro 2017

Isabel dos Santos anunciou a escolha da consultora internacional PwC para a auditoria externa às contas anuais do grupo daquela petrolífera até 2019.

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), liderada pela empresária Isabel dos Santos, anunciou a escolha da consultora internacional PwC para a auditoria externa às contas anuais do grupo daquela petrolífera até 2019.

De acordo com informação da Sonangol, acionista do BCP, o processo de escolha “salvaguardou o cumprimento de todos os trâmites legalmente previstos” e incluiu “etapas adicionais de interação direta entre as partes, no sentido de reforçar a transparência, equidade e aplicação dos princípios éticos” que “presentemente, regem a atividade da empresa”.

Implicou ainda a criação de uma comissão de avaliação independente, multidisciplinar, tendo resultado, na fase de pré-qualificação, no convite para apresentação de propostas às empresas BDO, KPMG, GB-Consultores Reunidos, PwC e E&Y.

Apenas quatro submeteram propostas para avaliação, passando posteriormente à fase de negociação a PwC e a E&Y.

Contudo, a Sonangol refere que foi informada posteriormente pela Ernest & Young “sobre a existência de uma potencial incompatibilidade de projetos, identificada pela sua estrutura internacional, que motivou a sua retirada do processo de negociação neste concurso”.

“Em face disto, a comissão de avaliação acabou, naturalmente, por indicar como vencedora a proposta da empresa PwC”, esclarece a Sonangol, sem adiantar valores para este negócio.

A PwC já tinha auditado as contas da Sonangol em 2016, validando-as, mas com “reservas”, nomeadamente na natureza e circunstância das “transações de diversas naturezas” que a petrolífera mantém com o Estado angolano, sobre a recuperabilidade de investimentos realizados anteriormente e também pela alteração da política contabilística do grupo.

Em julho último, a administração da Sonangol, cujo processo de reestruturação está a ser conduzido por Isabel dos Santos desde 2016, responsabilizou a gestão anterior pela situação da petrolífera estatal, nomeadamente pela “inação” ao lidar com a quebra nas receitas nos dois anos anteriores.

A posição surge numa abordagem à situação da Sonangol no seu relatório e contas de 2016 – auditado pela PwC -, apresentado naquele mês, e que enfatiza as consequências da “redução estrutural do preço do petróleo” desde finais de 2014.

O cenário de “redução acentuada de receitas da Sonangol não foi acompanhado, quer em 2015 quer no primeiro semestre de 2016, por uma redução de custos nem por uma revisão da estratégia de investimento” da empresa.

“Esta inação conduziu a uma situação difícil perante os credores internacionais, reduzindo a capacidade de obter novos financiamentos, fundamentais para a sustentabilidade das operações e para a manutenção dos níveis de produção”, lê-se no relatório e contas da empresa.

A administração da Sonangol era liderada desde 2012, até à nomeação (junho de 2016) de Isabel dos Santos pelo chefe de Estado, por Francisco de Lemos José Maria, que por sua vez sucedeu a Manuel Vicente, eleito então vice-Presidente da República.

As críticas à gestão anterior já tinham sido feitas diretamente por Isabel dos Santos em dezembro último, quando, em conferência de imprensa, anunciou que a petrolífera angolana precisava de uma reestruturação financeira e de 1.569 milhões de dólares (1.476 milhões de euros) para fazer face às necessidades de pagamentos.

Após uma análise às contas da petrolífera, Isabel dos Santos afirmou mesmo que a situação da Sonangol era “bastante mais grave do que o cenário inicialmente delineado”, obrigando a “decisões de gestão com caráter de urgência”.

O resultado líquido consolidado da Sonangol em 2016 foi de 13.282 milhões de kwanzas (70,5 milhões de euros), uma quebra de 72% face ao exercício de 2015, “como resultado de uma diminuição nos resultados financeiros e nos resultados de filiais e associadas”, reconhece a petrolífera, no seu relatório e contas.

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Autor do ataque em Manhattan “ligado” ao Estado Islâmico

  • Lusa
  • 1 Novembro 2017

O atacante, que fez oito mortos e 11 feridos, terá deixado uma mensagem, escrita em árabe, na qual manifestará aliança ao grupo terrorista

O autor do ataque perpetrado na terça-feira em Manhattan, que causou oito mortos e 11 feridos, “está ligado” ao autoproclamado Estado Islâmico e “radicalizou-se” nos Estados Unidos, divulgou o governador de Nova Iorque.

Em declarações ao canal de televisão americano CNN, o governador do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, confirma as indicações que já tinham sido referidas por alguns órgãos de comunicação social, segundo os quais o atacante terá deixado uma mensagem, escrita em árabe, na qual manifestará aliança ao grupo terrorista.

Segundo o jornal New York Times, a mensagem, juntamente com uma bandeira do autoproclamado Estado Islâmico, terá sido encontrada dentro da carrinha utilizada no ataque registado perto do memorial do World Trade Center, em Manhattan.

O atacante investiu a carrinha contra quem passava numa ciclovia movimentada, causando pelo menos oito mortos e 11 feridos, segundo o mais recente balanço oficial. Porém, as fontes ouvidas pelo New York Times frisam que nada permite estabelecer uma ligação direta entre o atacante e o autoproclamado Estado Islâmico, podendo tratar-se apenas de um ataque “inspirado” na atuação do grupo terrorista.

A carrinha, alugada, foi depois abandonada pelo condutor, munido com duas armas de imitação nas mãos. O homem acabou por ser detido, depois de ser baleado no abdómen e hospitalizado. As autoridades estimam que sobreviva.

A identidade do atacante não foi divulgada oficialmente pelas autoridades (que disseram simplesmente tratar-se de um homem de 29 anos), mas, segundo fontes citadas pela agência de notícias Associated Press, trata-se de Sayfullo Saipov, de 29 anos, natural do Uzbequistão, que chegou aos Estados Unidos em 2010, sendo titular de residência permanente. Com carta de condução da Flórida, tem residência em Nova Jérsia. Segundo o jornal New York Times, trabalhava como motorista da Uber e já estaria no radar da polícia americana.

O ataque — o primeiro em Nova Iorque com registo de mortos desde os atentados contra o World Trade Center a 11 de setembro 2001 — causou oito mortos, entre os quais seis estrangeiros (uma belga, cinco argentinos), e feriu onze pessoas (cinco das quais estrangeiras: três belgas, uma alemã e um argentino), que estão hospitalizadas, mas fora de perigo.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já ordenou o reforço do controlo das entradas de estrangeiros no país.

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