BCE prepara um novo teste de stress
Mario Draghi avalia feitos da sua própria política. Testes vão incidir sobre a carteira de crédito e a dívida. Formulários seguem para os bancos em meados de fevereiro.
O Banco Central Europeu (BCE) está a preparar um novo tipo de teste de stress para os bancos da Zona Euro, avança o jornal espanhol Expansión. O banco liderado por Mario Draghi deverá, em meados de fevereiro, remeter os formulários que os bancos têm de preencher depois de fazerem os testes de resistência a parte do balanço.
“Só será necessário fazer o teste de stress a uma parte concreta: a carteira de crédito e à dívida”, explicam as fontes citadas pelo Expansión. Ainda que os testes sejam determinados pelo supervisor europeu, cada banco será responsável pela modelação dos fluxos. Os bancos terão ainda de enviar as suas expectativas quanto à evolução da margem financeira nos próximos três anos.
Estes novos testes surgem de uma necessidade do próprio BCE avaliar o impacto que a sua política expansionista está a ter nos bancos. O cenário prolongado de juros muito baixos cria desafios adicionais à banca europeia para encontrar novas formas de rentabilidade que não assentem exclusivamente nos juros.
Um dos cenários colocados nos testes de stress é a possibilidade de a curva dos juros ficar plana (flattening), noutro é que a curva se torne mais pronunciada (steepening). Outro dos cenários que as provas vão explorar o aprofundar dos juros negativos (exceto para particulares) e ainda outros dois cenários para as projeções baseadas em “situações históricas”, explicam fontes bancárias.
“As carteiras serão submetidas a cenários de variação das taxas de juro, em alta ou em baixa, até 200 pontos base“, revela ao Expansión uma das entidades a quem o BCE pediu para levar a cabo os novos testes.
Outras fontes do setor bancário espanhol, citadas pelo jornal, revelam que a finalidades destes teses é ajudar o supervisor a fixar as novas exigências de capital. Em 2017, segundo os planos do supervisor, haverá dois tipos de exigências de capital obrigatório e de reservas de capital. A primeira exigência cobre todos os riscos da entidade (P2R) e a segunda refere qual “o nível adequado de capital que uma instituição deve manter para ter uma almofada suficientemente grande para aguentar situações de stress, em particular aquelas que são indicadas nos cenários adversos definidos nos testes de stress do supervisor”, segundo um comunicado do próprio de novembro.
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