Amorim, Isabel dos Santos e Sonangol recebem 138 milhões em dividendos da Galp
No total, a petrolífera nacional vai distribuir 380 milhões de euros em dividendos, cerca de 80% dos lucros que obteve em 2016.
Américo Amorim, Isabel dos Santos e Sonangol vão receber a fatia de leão dos dividendos que a Galp GALP 0,00% vai distribuir relativamente ao exercício de 2016. No total, a Amorim Energia, que detém mais de 33% da petrolífera nacional, deverá ficar com 138 milhões de euros dos 380 milhões de euros que a gestão liderada por Carlos Gomes da Silva propõe para remunerar os acionistas.
A Galp tenciona ser generosa com os seus acionistas. Pretende repartir aproximadamente 80% dos lucros que registou no ano passado, 50 cêntimos por ação, uma decisão terá de ter luz verde da próxima assembleia geral da petrolífera.
Por via da posição de 55% que tem na Amorim Energia, ao empresário português Américo Amorim tocarão 76 milhões de euros sob a forma de dividendos. Já a angolana Isabel dos Santos e a Sonangol, que assumem 45% da Amorim Energia através da holding Esperanza, deverão receber 28 milhões e 34 milhões de euros respetivamente — a empresária detém 45% daquela holding, enquanto a petrolífera controla os restantes 55%.
A Amorim Energia reduziu recentemente o seu protagonismo no capital da Galp. Em setembro, vendeu um bloco de 5% da petrolífera numa oferta particular avaliada em 485 milhões de euros e que se traduziu numa menos-valia de 100 milhões de euros.
A Galp registou um resultado líquido de 483 milhões de euros em 2016, um resultado que ficou 24% abaixo do alcançado no ano anterior e que reflete sobretudo as imparidades registadas na operação em Angola. No encontro anual com os investidores, o presidente Carlos Gomes da Silva anunciou um aumento do dividendo para os 50 cêntimos, considerando ser este o valor de referência que o mercado deve esperar para os próximos anos. As estimativas inscritas no plano de estratégia até 2021 apontam para um crescimento de 20% do EBITDA.
“Devemos considerar os 50 cêntimos como um valor base. Deverá ser visto como uma referência. Queremos aumentar progressivamente o dividendo. Não devemos olhar para o dividendo como um bloco fixo. Deve ser competitivo”, disse Carlos Gomes da Silva no Capital Markets Day 2017, que decorreu em Londres.
Os analistas da Bernstein antecipam uma subida gradual do dividendo nos próximos anos, impulsionado sobretudo depois da inversão do fluxo de caixa para terreno positivo previsto para 2018.
"Devemos considerar os 50 cêntimos como um valor base. Deverá ser visto como uma referência. Queremos aumentar progressivamente o dividendo. Não devemos olhar para o dividendo como um bloco fixo. Deve ser competitivo.”
Entre os fundos de investimento com posições qualificadas na Galp, destacam-se sobretudo a Vanguard, CI Investments e a BlackRock. A primeira vai receber 11,7 milhões de euros em face da posição de 2,84% que tem na petrolífera portuguesa. Já os últimos ficarão ambos com 10,2 milhões de euros.
Com participações acima de 2%, os fundos Henderson, Standard Life e Franklin Resources terão direito a 9,7 milhões, 8,8 milhões euros e 8,4 milhões de euros, respetivamente.
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