É na construção que as empresas mais morrem
O INE pintou um retrato do tecido empresarial português em 2015. O número de empresas cresceu e a faturação aumentou. Havia ainda mais firmas com perfil exportador, mas o peso ainda era reduzido.
Em 2015, face ao ano anterior, o número de empresas em Portugal aumentou, assim como o número de pessoas ao serviço e, excluindo as companhias do setor financeiro, o valor acrescentado bruto das mesmas. No setor não financeiro, o volume de negócios aumentou 2,7%, o valor acrescentado bruto evoluiu 5,7% e o excedente bruto de exploração subiu 6,9% em cadeia.
Os dados foram publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), obtidos a partir do Sistema de Contas Integradas das Empresas. E levam a entidade a fazer um balanço “globalmente positivo” da evolução dos principais indicadores da saúde económico-financeira das empresas portuguesas.
Segundo a publicação “Empresas em Portugal 2015”, existiam 1.181.406 empresas em Portugal nesse ano — 68% individuais e 32% sociedades. Respetivamente, estes dois tipos tiveram um crescimento de 3,2% e 2,5% face a 2014. Os dados apontam para um crescimento do pessoal ao serviço na ordem dos 3,6%, enquanto o volume de negócios evoluiu, em termos nominais, 1,2%.
No setor não financeiro, o número de empresas aumentou 3,1% face a 2014. A esmagadora maioria eram pequenas e médias empresas (PME), que ainda representam 99,9% do tecido empresarial não financeiro do país. Estas empregavam mais de 2,8 milhões de pessoas em 2015, mas foram as grandes empresas, ainda assim, as que mais cresceram em percentagem de unidades e de pessoal ao serviço.
Quanto à atividade, o maior número de empresas não financeiras operava no setor do comércio, seguindo-se o da construção e atividades imobiliárias e, em terceiro lugar, o da agricultura e pescas. Em cadeia e em termos unitários, o setor da energia e da água foi o que mais avançou, embora seja ainda aquele em menos empresas operam — em 2015, apenas 2.471 empresas desenvolviam atividade nessa área. Em contrapartida, quase meio milhão de empresas surge na categoria de “outros serviços”.
Mortalidade superior no setor da construção
No que toca às sociedades existentes em 2015, 34.577 tinham iniciado atividade nesse ano, valor que “corresponde a uma taxa de natalidade de 9,3%”, indica o INE. “A taxa de mortalidade das sociedades não financeiras foi de 6,6%, tendo o setor da Construção e Atividades Imobiliárias registado a taxa mais elevada”, de 8,1%, aponta ainda instituto. Em 2015, as sociedades geraram um volume de negócios de 2.384,5 milhões de euros. Quanto às sociedades registadas no ano anterior, 91% continuava no mercado em 2015.
O número de sociedades de elevado crescimento — isto é, que, ao longo de três anos, cresceram anualmente uma média superior a 10% no número de pessoas remuneradas ao serviço — prendeu-se ainda em 4.569, um avanço que é registado pelo segundo ano consecutivo, mas um número inferior ao registado em 2008.
Por fim, em 2015 havia 22.976 sociedades não financeiras com perfil exportador, um número superior em 1,6 pontos percentuais em relação a 2008, mas que, ainda assim, têm um peso de apenas 6,2% no total de sociedades não financeiras. Porem, contribuíram com 33,2% do total do valor acrescentado bruto.
Infografia por Raquel Sá Martins.
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