Número dois de Rui Moreira vai ser independente
Rui Moreira não aceita que o PS tente fazer crer que existe uma coligação informal no Porto, nem que os partidos que lhe dão apoio condicionem as listas. Manuel Pizarro não vai ser o número dois.
O presidente da Câmara Municipal do Porto e candidato às autárquicas vai convidar uma figura independente para número dois da sua lista. O anúncio foi feito por Rui Moreira, em entrevista à Sic depois de ter anunciado que prescindia do apoio do PS na recandidatura.
A Comissão Política do movimento independente Rui Moreira – Porto, O Nosso Partido anunciou esta sexta-feira que, “nas condições atuais, não aceita o apoio do PS” à recandidatura do autarca, disse à Lusa fonte daquela estrutura.
A decisão prende-se com o facto de o movimento fundado há quatro anos por Rui Moreira ser independente e de, apesar de contar com o apoio de diversos partidos, como por exemplo o CDS ou o Partido da Terra, não aceitar qualquer condicionalismo na elaboração das listas. “O facto de um partido nos apoiar não pode ter a expectativa de influenciar as listas”, disse Rui Moreira.
Esta posição afasta assim Manuel Pizarro de número dois da lista de Rui Moreira. O edil confirmou isso mesmo, mas frisou que espera “poder continuar a contar” com ele nas suas listas. “Manuel Pizarro tem sido de uma enorme lealdade e confiança. Será convidado por mim para a vereação, pela competência e pela forma como tem trabalhado comigo. Não por ser dirigente socialista”, sublinhou Rui Moreira.
O número dois da lista, em qualquer caso, será uma uma pessoa independente, sem qualquer filiação partidária.
“O número dois da lista, em qualquer caso, será uma uma pessoa independente, sem qualquer filiação partidária”, concluiu. E explicou ainda: “Não pode haver uma contabilidade que tente minar este princípio basilar do nosso movimento”, numa referência à pressão que o PS fez. Uma pressão que o candidato classificou de “clara e oficial”, feita “através da secretária-geral em exercício, primeiro em entrevista ao Expresso e depois em entrevista ao Observador na quarta-feira”. Uma pressão que surge já depois de Rui Moreira ter “explicado que essa não era a lógica” do seu movimento.
Em causa está a declaração da secretária-geral adjunta do PS de que uma vitória de Rui Moreira será “uma vitória do PS”. Na mesma entrevista ao Observador, Ana Catarina Mendes que disse, “no Porto, houve uma decisão da estrutura federativa e concelhia, que a direção nacional respeitou, de o PS apoiar o projeto de Rui Moreira”, o que “não significa que o PS não tenha a sua representatividade nestas listas”. “É evidente que, na noite eleitoral, todas as vitórias dos candidatos do PS e das listas que o PS integra serão vitórias do PS”, acrescentou.
Já numa tentativa de emendar a mão, na quinta-feira, em entrevista à Lusa a responsável admitiu que as suas palavras podiam ser mal interpretadas, notando que, “evidentemente, a vitória de Rui Moreira será a vitória Rui Moreira”, mas “o PS não deixará de a festejar, uma vez que apoia a sua recandidatura”.
A polémica levou mesmo o primeiro-ministro a telefonar a Rui Moreira. Foi o próprio autarca que o revelou na entrevista à Sic. “Tive uma conversa ontem de manhã [quinta-feira] com António Costa. O primeiro-ministro compreendeu que havia um incómodo da minha parte e teve a gentileza de me ligar nesse sentido”, disse o autarca sem revelar os termos da conversa, mas precisando que esta aconteceu “antes da segunda declaração da secretária geral em exercício”.
O primeiro-ministro compreendeu que havia um incómodo da minha parte e teve a gentileza de me ligar nesse sentido.
Já António Costa, abordado pelos jornalistas sobre esta questão, recusou fazer qualquer comentário.
Rui Moreira disse ainda que “nunca” se canditará “por um partido ou por uma coligação”, mas tem “gosto” em “ser apoiado pelos partidos”.
Em jeito de sentença Rui Moreira frisou : “Não aceitamos que o PS tente fazer crer que existe uma coligação informal com o nosso movimento”.
Não aceitamos que o PS tente fazer crer que existe uma coligação informal com o nosso movimento.
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