Saída do PDE é simbólica. É preciso mais reformas, diz DBRS
Agência canadiana aplaude recomendação de Bruxelas de retirar Portugal do Procedimento por Défices Excessivos. O país dá um forte sinal de consolidação orçamental aos mercados, mas...
Sair do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) permite a Portugal enviar ao mercado um forte sinal de consolidação orçamental, mas são necessárias mais reformas estruturais e mais investimento para que sejam reforçadas as projeções de crescimento económico do país. A DBRS aplaude a recomendação da Comissão Europeia, mas deixa um “mas” quanto ao impacto que essa decisão pode ter no rating da República.
“Em termos simbólicos, a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo seria um importante sinal de uma posição orçamental forte”, disse Fergus McCormick, o economista daquela agência canadiana, ao ECO. “Mas o nosso olhar é sempre no longo prazo. Suspeitamos que para que as perspetivas de crescimento de longo prazo melhorem, é necessário mais investimento e reformas estruturais para aumentar a produtividade”, respondeu ainda depois de questionado sobre a influência que a saída do PDE pode ter no rating do país.
"Suspeitamos que para que as perspetivas de crescimento de longo prazo melhorem, é necessário mais investimento e reformas estruturais para aumentar o crescimento da produtividade.”
Na prática, para a DBRS, Portugal reforça a sua perceção positiva junto dos investidores, numa altura em que os juros da dívida portuguesa estão numa correção acentuada no mercado secundário desde meados de março. A taxa de juro das obrigações a dez anos negoceiam atualmente em torno dos 3,2%, o patamar mais baixo desde outubro do ano passado. E o prémio de risco do país, medido pelo spread face aos juros alemães, está em mínimos de mais de um ano.
“Além do reforço do excedente primário, as projeções de crescimento mais robustas, pressões altistas na inflação e a queda dos juros das obrigações são encorajadores para colocar o rácio da dívida sobre o PIB num sólido caminho descendente”, sublinha McCormick.
Em abril, a agência canadiana, que manteve a notação de Portugal em BBB (low) e o outlook estável, considerou as perspetivas de crescimento do governo como “otimistas”, tendo alertado para os baixos níveis de investimento público e privado, bem como a baixa produtividade do trabalho, que continuam a comprometer o crescimento potencial.
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