BES: Associações apelam a solução “justa” para todos os lesados
Associações defendem uma solução "o mais solidária possível" para todos os lesados e reconhecem que a proposta saída do grupo de trabalho que tenta resolver o problema "não é a ideal".
Responsáveis de três associações de clientes do antigo Banco Espírito Santo, lesados em produtos financeiros do Grupo Espírito Santo (GES), foram ouvidos esta quarta-feira no Parlamento, tendo apelado ao empenho dos partidos para a resolução das suas distintas situações.
Mário Filipe Lopes, porta-voz da Associação Lesados Papel Comercial (ALPC), que representa os lesados com aplicações superiores a 250 mil euros, manifestou aos deputados a sua preocupação com o diferente tratamento que estes clientes vão ter face aos investidores em montantes abaixo dos 250 mil euros.
“Fomos todos enganados nos mesmos produtos, aos mesmos balcões e pelas mesmas pessoas. Não é justo sermos excluídos de uma solução”, considerou o responsável, cuja associação não está ainda registada junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) por ter sido constituída há menos de um ano.
"Fomos todos enganados nos mesmos produtos, aos mesmos balcões e pelas mesmas pessoas. Não é justo sermos excluídos de uma solução.”
Por seu turno, Ricardo Angêlo, que lidera a Associação “Os Indignados e Enganados do Papel Comercial” (AIEPC), defendeu uma solução “o mais solidária possível” para todos os lesados, sublinhando que a proposta saída do grupo de trabalho que tenta resolver o problema “não é a ideal, mas é a possível”.
Já Luís Marques, representante da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), destacou que os emigrantes estão fora da solução que está a ser preparada, mas mostrou-se esperançado que a audição de hoje permita alcançar um acordo que abranja também os emigrantes.
“Todos os grupos parlamentares mostraram-se muito sensíveis com esta situação. A situação dramática em que se encontram os emigrantes lesados é um real problema, que compreendem e querem resolver”, afirmou à Lusa o responsável, vincando: “Não somos investidores, mas sim depositantes, com uma média de idade de 70 anos, que pouparam a vida toda depois de muito trabalho e que agora vivem uma situação de desespero”.
"Não somos investidores, mas sim depositantes, com uma média de idade de 70 anos, que pouparam a vida toda depois de muito trabalho e que agora vivem uma situação de desespero.”
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