Passos: Governo vai cumprir metas sem plano B desta vez
Elogio ao Governo? Passos Coelho reconhece que Portugal vai a caminho de atingir as metas orçamentais este ano, o que é "importante para a credibilidade externa", desta vez sem plano B.
Sem querer cumprimentar o Governo a propósito dos resultados orçamentais deste ano, Pedro Passos Coelho reconhece que Portugal deverá atingir as metas do défice deste ano, com uma diferença substancial em relação ao ano passado: desta vez António Costa e Mário Centeno não “lançaram mão” de medidas extraordinárias para cumprir os objetivos.
“Tudo parece indicar que o governo vai conseguir até final do ano atingir as metas a que se propôs, que é um défice de 1,5%, sem necessitar de lançar mão de grandes medidas extraordinárias. Essa é talvez a grande diferença face ao ano passado”, referiu o presidente do PSD em entrevista à SIC no âmbito das eleições autárquicas do próximo dia 1 de outubro.
Com esta declaração, está o líder da oposição a cumprimentar o Executivo pelos resultados obtidos? Passos Coelho fintou a pergunta, considerando que “é importante para o país que as metas orçamentais sejam atingidas” e que “é importante para a credibilidade externa do país”. Ainda assim, Passos Coelho sublinhou que a redução do défice orçamental está a ser feito a expensas do investimento público, ideia que tem vindo a enfatizar ao longo dos últimos dias.
"Tudo parece indicar que o governo vai conseguir até final do ano atingir as metas a que se propôs, que é um défice de 1,5%, sem necessitar de lançar mão de grandes medidas extraordinárias. Essa é talvez a grande diferença face ao ano passado.”
A Direção-geral do Orçamento revelou esta segunda-feira que o défice orçamental no período de janeiro a agosto recuou 1.901 milhões de euros, quando comparado com os mesmos oito meses de 2016, com o Ministério das Finanças a indicar que “a continuação desta tendência de melhoria dá confiança no alcance dos objetivos orçamentais definidos para 2017″.
“Liderança em causa? Para mim, não”
Em relação aos resultados eleitorais das autárquicas, Passos Coelho assumiu como meta “ter um maior número de mandatos do que qualquer outro partido, seja em câmaras municipais, seja em juntas de freguesia”, mas rejeitou “especular” sobre eventuais cenários após o dia 1 de outubro. Em todo o caso, a sua liderança não está em xeque.
“São ilações [que se retiram dos resultados das autárquicas] que têm sempre importância para todas as lideranças. Mas se me está a perguntar se a minha liderança em causa por causa do resultado das eleições, para mim não está”, disse o presidente do PSD.
“Apesar das suas leituras nacionais, as eleições autárquicas não são eleições de âmbito nacional nem eleições em que se testa a liderança do PSD diretamente”, explicou de seguida.
"São ilações [que se retiram dos resultados das autárquicas] que têm sempre importância para todas as lideranças. Mas se me está a perguntar se a minha liderança em causa por causa do resultado das eleições, para mim não está.”
O que faria de diferente de António Costa?
Numa curta entrevista à Sic, Passos Coelho foi ainda questionado sobre o que faria de diferente em relação a António Costa. Resposta: “Várias coisas: estaria preocupado com o futuro e não com o presente. Estaria a executar um conjunto de reformas importantes que nos permitiriam daqui a uns anos colher os frutos dessas reformas para crescer mais como estamos a crescer agora graças às reformas que fizemos no passado”.
Neste ponto, o líder do PSD foi mais assertivo na crítica ao Executivo socialista: “O governo não está a acrescentar valor. Está a gerir uma conjuntura que lhe é favorável”.
"O governo não está a acrescentar valor. Está a gerir uma conjuntura que lhe é favorável.”
Passos revelou ainda que faria uma “equilíbrio maior” entre a reposição de rendimentos e o investimento em políticas públicas, “essencialmente na educação, na saúde e no apoio social”.
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